A isca perfeita
Gina olhou-se no espelho novamente.
E o que via?
Uma imagem vaga... Pálida... Há muito tempo sua pele e seus cabelos perderam o tom vivo, resplandecente.
Um fantasma.
Passou o pente mais uma vez pela cascata ruiva, tentando afastar os pensamentos de sua cabeça.
Não era uma época fácil, não era o tempo propício para se preocupar com sua aparência. Havia coisas muito mais importantes para serem feitas.
Coisas como viver.
Há quanto tempo ela não fazia isso?
Levantou-se da penteadeira e desceu para ajudar sua mãe com o café.
Mais um dia na vida de Gina Weasley se iniciava.
Em contrapartida, ele já estava acordado, planejando e mandando há horas.
Dormir era para os fracos.
Enquanto seus inimigos dormiam, ele tramava contra eles.
Estava ocupado especialmente com um plano muito simples, porém complexo. Teria que, de algum modo, arrancar algo muito importante de Harry Potter, mas não só dele, algo que mexesse com todos.
Dessa vez daria certo, teria que dar.
Lúcio Malfoy entrou no recinto, muito polidamente, muito... Submisso...
-Mi lorde, encontrei a pessoa perfeita.
Ele ergueu seus olhos para mirar o comensal pela primeira vez no dia. Um servo fiel, mas tinha que tomar muito cuidado com ele.
-Que seria...?
Depois de uma pausa, provavelmente provocada para causar algum efeito a mais, Lucio, ainda sem olhar para o mestre, em um tom de voz muito baixo, respondeu.
- Virgínia Weasley, senhor.
O nome era conhecido. Fora ela quem provocara a destruição de um dos seus Horcruxes... Não lembrava da menina, mas algo nele o incomodava ao pensar em quem ela era e o que ela fizera.
- Mais uma vez, Malfoy? Não me diga que planeja mais uma vingança pessoal as minhas custas?
Ele estremeceu. Fraco.
-Não, claro que não, senhor. É só que segundo meu filho, Draco, Harry Potter está intimamente ligado à menina. Além disso, ela é uma Weasley, e uma amiga da Granger, mexendo assim com o Potter e os amiguinhos.
Voldemort parou para refletir, depois, é claro, de ter despachado o servo. Até que não era uma má idéia. Ela seria a isca perfeita.
Estava decidido.
Antes do cair da noite, Virgínia Weasley estaria em suas mãos.
-Algo errado, querida?
Ela levantou os olhos para mirar os da mãe. Incrível como a Senhora Weasley arranjava tempo para se preocupar com todos os seus filhos...
-Não, mamãe... Só estava pensando...
-Você quis dizer sonhando, não?
Os Gêmeos sentavam-se a mesa, interferindo na conversa.
-Essa é nossa caçulinha. Pé na Terra e pensamento nas alturas...
-Bom, ela está na idade... Vocês dois parem de irritar sua irmã.
Ignorando o que a mãe dissera, Fred continuara.
-Não se preocupe não, Gi... Ele volta.
A garota quase se engasgou. Sabia de quem eles estavam falando.
Harry... Sempre Harry a lhe atormentar seus pensamentos e faze-la se isolar este horário da manhã.
Com um ímpeto, largou seus irmãos falando sozinhos e foi para o jardim da casa.
Sempre ia ali quando queria relaxar. Era um lugar calmo, cúmplice de muitos sentimentos, muitas noites em claro, muitas lágrimas derramadas...
Ao contrário do que Fred e George disseram, ela ainda não estava pensando nele.
Não nele em especial.
E sim no rumo que sua vida tomaria dali em diante. No meio da Guerra, perigos por todos os lados, que sonhos uma menina de 15 anos poderia levar em frente?
Mas isso não a impedia de devanear horas e horas sobre o assunto. Uma vida extraordinária. Nem precisava ser com dinheiro, mas desde que fosse interessante surpreendente e excitante, para ela já bastava.
Tantas coisas para serem vistas, descobertas, aprendidas... O mundo a fascinava, e no auge de sua adolescência ela queria poder desfrutá-las todas.
E o mais importante... Ter com quem dividi-las... Aquele alguém que a entendesse, a acompanhasse... A amasse...
Sentiu o vento bater-lhe no rosto... Onde será que seu grande amor se encontrava naquele momento? Estaria ele pensando em mim? Estaria ele preocupado com o bem da comunidade bruxa e arriscando sua vida por todos? Seria ela especial entre o “todos”?
Deitou-se na relva, a umidade da terra em contato com a pele a trazia uma sensação fria... De certo toque, de certos olhos...
Afastou-se da lembrança que vinha. Não, definitivamente não. Não agora. Não hoje.
Mas ela não sabia que o destino lhe dizia sim...
-Tudo pronto, Bellatrix?
-Sim, mestre. É só o senhor desejar...
-Ótimo... Assim que o sol começar a baixar vocês podem ir.
Relaxou em uma poltrona confortável. Em breve... Muito em breve...
N/A-Olá!
Muitíssimo obrigada pelos comentários!Nem imaginava que alguém leria, principalmente sendo esse shipper não muito “amado”! Estou me esforçando ao máximo para corresponder as expectativas!
Se puderem continuar a falar sobre o que acham da fic... ^^
Até o próximo!
Bjs!
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