Não
ATENÇÃO!! A PRIMEIRA PARTE DO CAPÍTULO (ATÉ O PRIMEIRO ASTERISCO) É NC-17. LEIA POR CONTA E RISCO!!!
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As mãos dela massageavam lenta e sensualmente seu couro cabeludo; e depois deslizavam devagar pelo pescoço coberto de espuma. Por fim, alcançavam os ombros, desfazendo todo e qualquer nó de tensão que ainda pudesse existir; e ele suspirava de prazer. Tonks havia impermeabilizado seu rosto, de forma que nem uma gotinha de espuma caísse em seus olhos; e puderam ficar um longo tempo na banheira sem qualquer incidente. Claro que ele jamais admitiria, mas seria capaz de repetir aquilo por vezes sem conta. Não importava o porquê de estar ali, apenas as sensações.
Havia a atmosfera cheia de vapor perfumado, a água que não esfriava jamais, a luz laranja e rosada do pôr-do-sol atravessando as janelas do banheiro de Tonks, o corpo dela colado às suas costas, as pernas escorregadias passando por baixo de seus braços, alguns beijos roubados... e as mãos. De vez em quando deslizavam dos ombros para a parte da frente de seu corpo, e desciam. Houve até uma certa vez em que uma delas se atreveu ainda mais para baixo, descobrindo seu membro já quase totalmente rígido e o envolvendo e o massageando; e o suspiro transformou-se em um gemido. Severus colocou a mão por cima da dela, fazendo-a se movimentar no ritmo certo, mas Tonks se recusou a continuar.
_ Mais tarde _ ela sussurrou, entre mordiscadas no lóbulo da orelha.
Então ele voltou a suspirar, dessa vez, frustrado; e ela retornou ao lento massagear do couro cabeludo. Por fim, anunciou que havia terminado. Saiu primeiro da banheira, as gotinhas de água escorrendo pela pele quase translúcida, tingida de rosa em alguns pontos; e estendeu a mão para ele. Snape saiu da banheira a tempo de apará-la de um escorregão no piso molhado; e em parte para fugir de sua sina, em parte por pura excitação, pretendia não se separar dela assim tão cedo. Mas Tonks manteve-se firme em sua decisão.
_ Accio toalhas! _ ela ordenou, se afastando do abraço dele.
Ela enxugou seus cabelos e seu rosto carinhosamente, finalizando o ato com um beijo. Depois, secou o corpo dele até a cintura, onde amarrou a toalha; e Snape fez exatamente a mesma coisa antes que ela passasse para a próxima etapa, secando-a lentamente, insinuante. Mas Tonks alcançou seu roupão e vestiu-o apressada.
_ Depois. Agora, vem _ ela disse, puxando-o pela mão até a penteadeira branca, lotada de frasquinhos, potes e milhares de objetos cuja função ele nem se atrevia a adivinhar. Fez com que ele se sentasse no banquinho e, tomando o pote que ele havia trazido das masmorras, espalhou seu conteúdo, um pó levemente azulado, pelos cabelos dele. Pôs-se a escovar os fios, para que o pó se espalhasse e absorvesse a oleosidade. Snape, o tempo todo, forçava-se a não pensar no quanto aquela situação era constrangedora; no que todos os seus 5749758 desafetos diriam se o vissem daquela forma. Mas agora, era tarde demais para desistir: depois de longos minutos de escovação, ouviu uma interjeição de surpresa às suas costas.
_ Aha, eu sabia que ia ficar muito bom, mas isso...! Olha!
Ela o fez se olhar no espelho. Seus olhos se arregalaram: a mudança, apesar de não muito perceptível à primeira vista, era realmente significativa. Snape, porém, logo desviou o olhar; nunca fora de ficar apreciando sua imagem em espelhos e, além de tudo, se sentia... estranho, com o fato de estar sendo considerado atraente de alguma forma. Aquilo não era ele. Aquele papel de galã ele sempre deixava para os outros, para os ignorantes, que não tinham outros meios para se destacarem.
Tonks surgiu saltitante à sua frente:
_ Deixa eu encompridar ele um pouquinho só?
_ Não acha que já é um pouco demais, Tonks? _ e sua voz soou mais ríspida do que pretendia, tentando voltar a ser ele mesmo.
_ Ah, vai! Deixa _ ela se ajoelhou aos pés dele, os olhos suplicantes _ Se ficar ruim eu faço voltar ao normal, por favor, Snape!
Ele suspirou derrotado; devia também aquilo a ela, pelo menos uma vez. O dia anterior havia sido o auge de todas as crises; e em algum momento entre a vigília e a conversa daquela tarde ele havia se decidido a tentar ser alguém melhor para ela. Tentar. Então, assentiu. Tomando todo o comprimento dos fios nas mãos, ela sacou da varinha, e com uma batida seca, os fez cresceram apenas alguns centímetros; mas o suficiente para deixá-la, a mão no queixo, petrificada.
_ Meu Merlin.
_ Tonks... _ ele começou, desviando os olhos, incomodado com a olhação dela.
Num salto, ela sentou-se no colo dele, uma perna de cada lado do corpo; e enfiou o nariz nos fios agora sedosos, aspirando seu perfume. Passou os braços pelo pescoço e então, beijou-o avidamente. Severus retribuiu o beijo enquanto insinuava a mão por dentro do roupão, até deixa-la completamente nua, mas Tonks se afastou mais uma vez.
_ Não. Temos que terminar de cuidar de você primeiro _ disse, com um sorriso malicioso.
Ela se ajoelhou entre suas pernas; e lentamente desenrolou a toalha que ainda envolvia. O tempo todo olhando nos olhos dele, passou a enxugá-lo devagar. Primeiro, o pé esquerdo, um dedo de cada vez, cuidadosamente. Canela, batata da perna, joelho... até parar no alto da coxa. Repetiu o processo na perna direita, o tempo todo evitando tocar, deliberadamente, no pênis; e deixando-o a ponto de explodir. Por isso mesmo, quando finalmente o tocou, envolvendo-o a toalha macia e movimentando a mão num vai e volta por todo o comprimento de seu membro, a única reação de Severus foi jogar a cabeça para trás e deixar escapar um longo som gutural. Mas isso ainda era nada perto do que ele sentiu quando, em vez da toalha, os lábios dela envolveram seu membro. Uma das mãos dele apertava com força a borda do banquinho, os nós dos dedos brancos, tamanha a pressão. A outra mão se enganchava nos fios violeta enquanto Tonks o sugava, lambia, beijava e fazia coisas inacreditáveis com a língua. A expressão dela era puro deleite, como se estivesse saboreando alguma coisa deliciosa, deixando-o ainda mais excitado.
Snape não conseguiu se segurar por muito mais tempo; e Tonks não fez a menor menção de se afastar quando sentiu que o clímax dele estava próximo. Logo sua boca se encheu com o líquido espesso e meio viscoso, doce e amargo. E Snape ainda tentava se recompor quando ela, lambendo os lábios, perguntou:
_ E então? Não foi tão ruim assim, foi?
Snape, definitivamente, seria capaz de lavar os cabelos todos os dias.
*
Ou quase.
_ Outra vez? _ ele resmungou com a voz abafada pelo travesseiro.
_ Outra vez _ respondeu Tonks, escovando o cabelo dele a fim de espalhar o pó azulado, pela terceira vez em um dia.
_ Não vou agüentar isso por muito tempo, Tonks.
_Pára de ser reclamão, você não está tendo trabalho algum.
_ Mmmph.
Ele se calou, preguiçoso, sentindo, agora, os dedos dela em seus cabelos.
_ Fico só pensando no que os alunos dirão.
_ Oh, claro; e você se importa muito com o que os outros dizem.
_ Posso até ouvir as zombarias que me aguardam, se eu continuar com essa insanidade _ ele resmungou, irritando-se por antecipação, afundando o rosto ainda mais no travesseiro _ Melhor pararmos por aqui.
_ Snape... eles te ridicularizam com o cabelo oleoso, também, caso você não saiba. E eu prefiro você assim. Então, o cabelo limpo ganha. Ponto.
_ Vou pensar no seu caso.
_ Pois pense _ ela replicou, colocando a escova de lado e aconchegando-se junto a ele.
Severus jogou um braço por cima dela, trazendo-a para mais perto. Realmente não via necessidade alguma naquela vaidade, mas... Tonks ficara completamente obcecada com seu cabelo lavado e um pouco mais comprido. E aquilo era bom, por mais desconfortável que ainda se sentisse com seu novo status. Mas depois ele se preocuparia com aquilo. Bocas preguiçosas se encontraram; e logo a velha possessividade estava de volta. Não a queria mais longe; porque Tonks tinha de voltar para a civilização? Ainda mais agora, quando faltava pouco mais de uma semana para o início das aulas.
O problema era aquele maldito orgulho de fingir que não se importava, de jamais pedir algo a alguém.
Mas ele havia se decidido a ser alguém melhor por ela, não havia?
_ Tonks, você... _ ele começou.
_ Diz _ ela se apoiou no cotovelo, e afastou os cabelos do rosto dele.
Ele meneou a cabeça, como se lutasse contra si mesmo. Por fim disse, num tom de voz suave e quase inseguro, muito diferente do seu habitual:
_ Você... passaria o resto das suas férias aqui?
A expressão dela se iluminou, surpresa.
_ Mas não precisa pedir mais nem meia vez! As minhas férias estão um tédio só, você nem faz idéia... Maaas... _ ela provocou, agora passando um dedo sobre os lábios dele _ vou cuidar do seu cabelo todo dia.
Ele suspirou, fazendo-se de indiferente.
_ Eu sobrevivo.
_ Ótimo! Só vou pegar as minhas coisas, logo depois do jantar na Molly _ então, seus olhos se arregalaram _ Oh meu Merlin, o jantar na Molly! Me esqueci completamente dele! Ah não, quase oito horas, ainda bem que me lembrei a tempo...
Snape sorriu preguiçoso, largado na cama, enquanto ela se vestia apressada, revirando o quarto atrás das peças de roupa. Quando encontrou o último pé da bota (no corredor, a três portas de distância de seu quarto), ele já a esperava, vestido, para acompanhá-la até o portão; onde se despediram com a promessa de se verem dentro de algumas horas.
Pelo menos, eram o que pretendiam, sinceramente. Porém...
... de volta às masmorras escuras, seu pé pisou em vidro quebrado. Franzindo a testa e murmurando um Lumos, ele se agachou e então... sentiu seu coração disparando de pânico ao tomar nas mãos... o frasco vazio de Veritasserum.
*
_ Hey, Tonks!
_ E aí, Harry? _ ela cumprimentou, animada _ Gina! _ acenou.
_Chegou em cima da hora! Achamos que nem vinha mais _ disse o rapaz, fechando a porta atrás dela.
_ Ah, perdi a hora, sabe como é _ respondeu Tonks, despreocupada.
_ Sei _ disse Harry; e trocou um olhar significativo com a namorada.
_ Tonks, vem cá _ disse Gina, puxando-a pela mão até um cantinho escuro da sala _ Olha só o que a gente achou no sótão _ e estendeu uma garrafinha contendo um líquido vermelho-escuro à outra.
_ O que é isso? _ Tonks perguntou, de testa franzida, estudando o rótulo com atenção.
_ Lembra aqueles vinhos franceses que o Bill trouxe no último Natal pra mamãe?
_ Mas claro!
_ Então. Achamos essa última garrafa e, hm, como você ficou particularmente entusiasmada com ele ano passado...
_ Ah, vocês dois são uns amores _ ela disse, envolvendo-os num abraço. Então, se endireitando, desarrolhou a garrafinha.
_ Depois _ sussurrou Gina, furtivamente. _ O jantar tá praticamente pronto... e mamãe não pode saber que demos essa última _ concluiu com uma piscadela.
_ Sem problemas! _ Tonks respondeu, e colocou a pequena garrafa na bolsa.
Logo a voz da Sra. Weasley veio flutuando até a sala, carregada pelo perfume da carne assada, intimando-os a chegarem até a mesa.
_ Tonks _ Arthur cumprimentou com um abraço, assim que ela pôs os pés na cozinha _ Chegou tarde. Onde é que você estava?
_ Em Hogwarts!
_ Hogwarts?
_ É, eu... _ ela franziu a testa. Tinha alguma coisa errada acontecendo... o que era? O que era mesmo? _ Ai meu Merlin! _ e ela tapou a boca com as duas mãos quando caiu em si. Ainda estava sob efeito do Soro da Verdade.
_ Tonks, tá tudo bem? _ perguntou Ron, franzindo a testa.
_ Não! _ ela gritou com a voz abafada, sob os olhares assustados de todos em volta.
Não estava tudo bem.
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Ai se inveja matasse! Grrrr. Esse capítulo me deixou com calorão. Heeh.
Enfim.
Povo, muito provavelmente vou viajar essa semana. E não sei se vai dar pra atualizar “lá”. Vou fazer o possível pra postar até o final da semana, mas não garanto. Enquanto isso, leiam essa fic perfeita que eu descobri outro dia!:
http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=2356
É curtinha, em cinco minutos você lê, mas nem por isso ruim. Muito pelo contrário! Uma das coisas mais emocionantes que eu já li, aquele final é de matar. Snape/Hermione, mas podem ler sem susto, não chega a “acontecer nada” ;D
Wheee, por último, agradecimentos: Vinola, Morgana, Hannah, Miguel, Samoa, Kissy, Lara, m.dashwood, Nathalia, vansnape, Lourena, Lara, Senhorita Granger e Mayana; e também aos mudinhos que só lêem, mas não comentam ;D
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