Beco Diagonal
N/A:A partir de agora a fic volta para a 3ª pessoa,já que agora ela se passa no...hum..."presente" hehe...espero que gostem...bjuss.
Clear voltara para casa no final daquele ano, perplexa e confusa. Riddle havia arruinado a vida de tantas pessoas, inclusive a de um de seus melhores amigos, mas ainda assim... Ela se sentia tão atraída por ele. Era inexplicável, e a idéia com certeza não lhe agradava em nada, mas não havia mais dúvida de que era isso.
Seu primo Sebastian veio passar as férias com ela. Ele terminara a escola no ano anterior, na Durmstrang. A família já resolvera que, a não ser que algum deles encontrasse alguém de sangue puro para se casar, eles dois se tornariam marido e mulher assim que Clear completasse dezenove anos.
- É bom você arranjar logo um namorado, Clear – disse ele sorrindo, enquanto passeavam pelo Beco Diagonal – Por que eu tenho planos que não envolvem nenhum casamento, pelo menos não da minha parte.
- Bem, será mais fácil você arranjar uma namorada, por que meus pais só aceitam sonserinos, e não há nenhum garoto de lá que tenha a mínima chance de se tornar meu marido – disse ela olhando divertida para o primo.
- Você não está pensando em um Grifinório, não é? Pode esquecer!
- Eu só quero alguém que seja gentil, que se importe com as pessoas, e não só consigo mesmo! Alguém que confie em mim! – disse fingindo-se indignada. E então aquela voz metida na sua cabeça acrescentou: “Alguém bem diferente de Tom Riddle!”. Ela abaixou a cabeça e continuou andando, tentando em vão, pensar em outra coisa, outra pessoa que não fosse Tom.
- Qual é o problema? Está muito pensativa hoje – disse Sebastian com um sorriso maroto, ela sentiu o rosto corando – Pensando em alguém especial, priminha? Quem é?
- Ninguém! – apressou-se a esclarecer.
Infelizmente a rapidez e o tom de voz com que respondeu a denunciavam ainda mais do que se ela gritasse que sim com todas as letras. O primo obviamente entendeu e uma expressão maliciosa surgiu em seu rosto. A situação infelizmente piorou quando ela constatou que Riddle se aproximava. E, é claro, Sebastian também o viu. Havia um grande anel em seu dedo, mas ela tinha mais com que se preocupar.
- Ei, Manchester!
- O que você quer, Riddle? – perguntou ríspida.
- Falar com você.
- Ah, por favor, não pode esperar até voltarmos para Hogwarts? Precisa estragar o meu dia? – perguntou sem olhar para o primo que, ela podia ter certeza, observava tudo com um sorriso que ela não suportaria.
- Se eu pudesse esperar – disse ele revirando os olhos – eu com certeza o faria. Não é um grande prazer vir falar com você em público, sabe.
- De qualquer forma, estou com meu primo agora, caso não tenha percebido! Não posso...!
- Claro que pode – interrompeu Sebastian –, vá em frente. Vou esperar no Caldeirão Furado. Ah, e a propósito – ele se virou para Tom – juízo com minha prima! Quero-a de volta antes das sete, seja lá o que forem fazer – ele sorriu maliciosamente.
- Sebastian, cala a boca – disse ela lenta, mas furiosamente. Mas o primo já se afastara em direção ao bar. Ela suspirou e começou a andar ao lado dele.
- Ótimo. O que você quer?
- Preciso comprar algo para o professor Slughorn. E quero sua ajuda.
Ela olhou para ele como se tivesse perdido o juízo. Mas a verdade era que ele simplesmente a vira e, num impulso inexplicável e incontrolável de estar com ela, foi chamá-la. Então se apressou em inventar uma desculpa.
- Você está aprontando alguma – disse ela sem tirar os olhos dele.
- O que a faz pensar isso? – ele ergueu as sobrancelhas, fingindo-se surpreso.
- Está sendo... Eu não sei, gentil demais – disse com um dar de ombros.
- Oh. Então será que a senhorita prefere que eu seja mal educado e grosseiro?
- Não. Na verdade, assim está ótimo – respondeu sorrindo.
Eles nunca haviam passado tanto tempo juntos sem brigar. Andaram por tanto tempo, apenas conversando, que ela esqueceu de seu primo no Caldeirão Furado, e, para ser sincera, não tinha a menor pressa em encontrá-lo. E lhe custava admitir, mas estava se divertindo com ele. Se alguém que os conhecesse visse a cena, não acreditaria.
- Ei, Tom – ela o chamou – Doces! Ele adora esse tipo de coisa.
Antes que se desse conta do que estava fazendo ela já o puxara pela mão até a vitrine da loja de doces. Pararam de repente, as mãos dadas, e ela corou e tratou de puxar seu braço de volta, sem ousar encara-lo.
- E então – disse ele, fingindo que nada acontecera – O que devo comprar...?
- Abacaxis Cristalizados. Ele adora, já o ouvi dizendo isso ao Dumbledore. Leve para ele, e veja o que acontece.
Ele entrou na loja e saiu minutos depois com uma sacola. Então eles voltaram lentamente para o Caldeirão Furado, sem falar muito, em um silêncio constrangido. Bem, ao menos ela estava constrangida. Ele parecia achar tudo muito divertido.
Quando chegaram ao bar ela procurou pelo primo e não o encontrou em lugar nenhum. Resolveu esperar em um canto, para não chamar a atenção.
- Só o que falta é ele ter ido para casa sem mim! – disse mal-humorada – Ah, não, ali está ele. Dando em cima de uma garota é claro, aquele paquerador barato! – Tom riu – O que foi?
Ela virou o corpo para encará-lo, e pegou-se a milímetros de seu corpo, olhando diretamente em seus olhos.
- Nada – respondeu ele em voz baixa, com um sorriso malicioso.
- Bom eu... eu vou para casa então...
Mas àquela altura seus lábios tocaram os dele, e apenas por um segundo ela fechou os olhos e se permitiu apreciar o momento, ele colocando a mão levemente em sua cintura, beijando-a suavemente... até que a razão despertou-a e a obrigou a empurrá-lo.
- Desculpe, eu... tenho namorado, Tom. Você sabe. Até mais, Tom. – gaguejou ela, antes de se afastar, corando violentamente.
Tom ficou parado mais um instante antes de sair do bar, sem acreditar no que acabara de fazer. Beijara Clear Manchester. Ele devia estar ficando louco! Mas havia alguma coisa nela, alguma coisa...
- Ei, o que há com você, está mais vermelha que o brasão da Grifinória! – exclamou Sebastian quando ela sentou-se à mesa dele. Ela não respondeu apenas baixou a cabeça.
Aquilo fora tão... por Merlim, maravilhoso! Ela queria ter continuado lá, com ele, mas sua consciência nunca a perdoaria. Ela não podia trair Sam.
Ela foi para casa com o primo, mas ele estava com pressa, e aparatou logo que a deixou à porta. Ela entrou, ainda refletindo sobre aquela tarde, quando viu duas enormes malas deixadas ao lado da porta.
- Ah, olá, Clear – disse a mãe entrando elegantemente – Como foi seu dia?
- Ahn... Ótimo. Vocês vão a algum lugar?
- Viagem de última hora, querida, seu pai teve problemas no trabalho.
- Para onde dessa vez?
Quase todo ano seus pais faziam uma “viagem de última hora” e sempre para lugares maravilhosos. No ano anterior haviam ido para Grécia, no outro para Espanha. Ela nunca era levada junto, e, mesmo que os dois insistissem que era a trabalho, as fotos dos pais juntos em praias e pontos turísticos destoava da história.
- Itália. Vamos para Roma, não é incrível? – exclamou a mãe animada.
- É, é, incrível.
- Agora, querida, escute. Os trouxas daquele casarão do outro lado da vila, você já ouviu falar, não, foram assassinados ontem à noite. É claro que não encontraram motivos, está na cara que foi um bruxo. Suspeitam daquele tal Gaunt, o maluco que saiu de Askaban, mas eu vi um jovem andando por aqui ontem à noite, e realmente não era Morfino.
- Morfino?
- Morfino Gaunt, menina, filho de Marvolo Gaunt...
Marvolo. O nome despertou algo nela. Marvolo Gaunt. Tom Marvolo Riddle. Não podia ser...
- Mãe! – interrompeu ela – Mãe qual o nome da família trouxa que foi assassinada?
- Ah, alguma coisa com R, eu acho... Ric, Rid... Rid alguma coisa...
- Não era Riddle? – perguntou agora decididamente desesperada.
- Isso! Exatamente! Riddle. Tom Riddle, e seus pais. Por que, querida?
- Nada. Mãe, como era o... o jovem que você viu?- perguntou ela sentindo sua voz sumir.
- Não pude ver direito, Clear, estava escuro... Tinha cabelos pretos, acho, e era alto...mas não sei mais do que isso. E tinha uma varinha, é claro. Querida, você está bem?
Ela empalidecera, e agora corria para o quarto. Era tão óbvio. Mérope Gaunt fugira com um jovem trouxa... e esse seria Tom Riddle. E então lhe deu o nome do pai, Tom, e o nome do avô, Marvolo. Tom Marvolo Riddle. E agora ele matara os pais e avós. E ela o beijara. Beijara um assassino... e ela contara a ele onde os Gaunt viviam, ele podia fazer realmente Morfino parecer culpado, agora.
Ouviu sua mãe bater a porta do quarto, mas ela fingiu já estar dormindo. Então pouco depois o pai bateu e ela continuou em silêncio. Por fim, eles passaram um pedaço de pergaminho por baixo da porta, onde diziam, entre outras coisas, que ela tivesse um bom ano letivo e que voltariam para o Natal. Por fim, depois de muito tempo, ela adormeceu.
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