O Intruso



Capítulo 27: O Intruso


Mais uma manhã que Harry acordaria ao lado de Karen. Desejava que isso fosse eterno. A cortina que farfalhava com o vento, fazia a luz do sol bater em seu rosto, acordando-o. Karen estava aninhada em seus braços, dormia profundamente. Esfregou os olhos. Levando um susto fazendo Karen acordar, quando a campainha tocou.
-Não vai atender? – perguntou Karen sonolenta.
-Por quê? Não deve ser ninguém importante. Quem acordaria alguém oito horas da manhã?
-Alguém importante. Anda Harry! Atenda a porta. – voltando a dormir.
Harry resmungou, vestiu um roupão e aparatou em frente à porta. Quando a abriu o Sr. Alan sorria para ele.
-Sr. Alan? – perguntou levando mais um susto.
-Como vai caro rapaz? – perguntou ele sorrindo ao estender a mão.
-Ah! Ótimo e o Sr.? Porque não entra? – disse apertando a mão dele.
-Só esperava que me convidasse.
Harry fechou a porta se voltando para ele.
-O que devemos à honra da sua visita?
-Desculpe não avisar, queria fazer uma surpresa. – respondeu ele sorrindo.
-Ah! Claro!
Alan continuava o mesmo mulato alto, mas sempre com um olhar diferente para Harry. Sempre soube que Alan nunca fora com a sua cara. Mas o que poderia fazer?!
-Harry! Quem está aí? Jurei ouvir a voz do... PAPAI! – exclamou Karen correndo para lhe dar um abraço. – Que saudades! Está tudo bem?
-Claro que está. Vim só... Visitá-la. – respondeu sorrindo. Harry sentiu que sua presença não estava agradando no recinto. -Sabe, sua avó foi viajar para Nova Zelândia, visitar uns parentes, então, achei uma bela deixa para vim visitá-la.
-E Theury porque não veio? – perguntou Karen sorrindo mais do que nunca.
-Trabalho como sempre. Disse que vem no fim de semana, precisa ver o... Namorado dela. Vai ter um mês de folga no inverno.
Karen riu.
-Ainda implicando com ele?
-Acho que é... Normal! – falando isso lançou um olhar desdenhoso para Harry.
Karen percebeu.
-Pai! Porque não tomamos café? Acho que deve estar morrendo de fome, não é?
-Sabe que odeio comida de avião.
-Vou tomar uma ducha. Desço... Logo. – disse Harry subindo as escadas. Ouvir as indiretas de Alan para cima dele, não era uma boa maneira de começar o dia.
Alan e Karen observaram Harry subir apressado para o andar de cima.
-Venha, pai! Preparo o café num instante. – disse Karen puxando-o para a cozinha.
-Ainda continua firme com ele.
-Papai! – exclamou Karen. – Ele é meu marido e acho já deveria ter se conformado de que nos casamos.
-Sabe que nunca gostei dele.
-Mas EU gosto dele.
-Talvez seja ele que fez de tudo para que você fosse despedida.
-Não! Ele não tem nada ver com isso. Será que podemos mudar de assunto? Então Theury vai se casar?
-Acho que já era hora. Mas ele ainda não fez nenhum pedido. Não sei o que sua irmã viu nele.
-Não acha que deveria parar de dar opinião nas nossas vidas? Theury é maior de idade e eu também.
-Karen! Deve aprender que o fato de ser maior de idade, não quer dizer que vocês já sabem se cuidar, o que sempre duvidei.
Karen balançou a cabeça e lhe entregou uma xícara de café fresco.
-Pretende ficar muito tempo?
-Não! Só o tempo suficiente para que eu não seja pego.
-O que anda acontecendo, pai? Sei que não veio aqui apenas me visitar e muito menos, porque não queria ficar sozinho em casa.
-Achei que o seu marido “sabe tudo” havia lhe contado.
-Acontece que o meu marido “sabe tudo”, não é a pessoa correta para falar sobre isso.
Alan bebeu um gole de café.
-Acha mesmo que devo ser interrogado agora?
-Acho super importante.
-Pois muito bem. Seu querido tio está atrás de mim. Culpa... Do livro que eu fui obrigado a deixá-la buscar a dois anos atrás.
-Não seja bobo pai. Nós dois sabemos que com ele ajudou muito o Harry e seria muito egoísta se dissesse que não queria que o livro o ajudasse.
-Sei disso. – disse baixinho.
-Karen! Porque não deixa seu pai descansar? Ele deve estar cansado da viagem. – disse Harry entrou na cozinha lançando no ar um cheirinho gostoso.
-Pela primeira vez, seu marido está certo, querida. Estou muito cansado. Se não se importa vou até meus aposentos. – disse ele levantando.
-Ah! Pai! – exclamou Karen levantando também. – Não temos um quarto de hóspedes. Mas é claro, que eu e o Harry não nos importamos em ceder o nosso quarto para você.
-Não nos importamos?- perguntou Harry incrédulo, quase se afogando com o café que tomava.
-Claro que não! – respondeu Karen rispidamente.
-Bom, se não se importam eu também não me importo.
-Arrumarei a cama num instante, espere um momento. – disse Karen correu para ir até as escadas.
Alan bebeu mais um gole de café e olhou para Harry que fazia o mesmo.
-Muito trabalho? – perguntou Alan.
-Um pouco, mas... Estou de férias por algum tempo.
-Ah! – exclamou.
Harry daria tudo para ler a mente dele naquele momento, mas não sabia Oclumência.
-O Senhor não vai muito com a minha cara, não é? - perguntou Harry.
-Só agora percebeu isso? – Alan foi até ele, apertando seu ombro. - Tente fazer algum mal para a minha filha e verá a fúria de um pai.
Ele sorriu.
-Tudo bem, Senhor.
-Vejo que já estão começando a se entender. – disse Karen parada na porta.
-Pelo jeito sim, minha querida. – respondeu ficando de costas para ele. – Meu quarto está pronto?
Karen balançou a cabeça.
-Não se preocupem comigo. Se precisarem sair não precisam avisar.
-Tudo bem! – disse Karen sorrindo.
Quando se certificou que seu pai estava subindo as escadas, foi abraçar Harry e dar um beijo de bom dia.
-Vocês não estavam brigando, não é?
-Não, imagina! – respondeu irônico. - Seu pai acabou de me ameaçar na minha própria casa. Ele tem sempre essa bola toda?
Ela riu fracamente.
-Porque toda essa produção? Vai sair?
-Tava pensando em dar uma volta. Afinal ontem foi nosso aniversário de casamento, não é mesmo?
-Se você se comportar, talvez eu vá. – disse Karen sorrindo, dando as costas para ele. Precisava lavar a louça que se acumulava na pia.
-Estou comportado. – disse beijando seu pescoço.
-Isso não me parece uma atitude comportada, ainda mais com o meu pai aqui em casa.
-Ele não vai fazer diferença. Afinal ele está no nosso quarto. Espere que eu fique com dor nas costas?
-Achei que seria gentil oferecendo o nosso quarto para ele dormir. É só por alguns dias.
Ela puxou a varinha. Com um aceno, a louça toda começou a ser lavada.
-Seu pai adora dar surpresas e acaba sempre ficando uma eternidade.
-Harry?!
-Sinto muito, mas é a dura verdade.
Karen se virou e o abraçou.
-Então aonde vai me levar? – perguntou sorridente.


****


-Tudo bem! Cuidado! – disse Harry cauteloso.
-Posso abrir os olhos agora? – perguntou Karen com os olhos vendados pela mão dele.
-Só mais um pouquinho.
-Posso saber onde estamos indo?
-Calma! Você já vai ver.
Harry parou tirando a mão da frente dos olhos dela. Karen abriu depressa. A paisagem mais linda e perfeita que já vira. O sol pairava bem acima das montanhas e campos, flores por todos os lados.
-Gostou? – perguntou Harry sorrindo. Ele pegou a mão dela e a outra a colocou dentro do bolso, satisfeito com o que fez. – Prometa... Que nunca vai me deixar de novo.
-Porque ta falando isso? – perguntou Karen intrigada.
Ele respirou fundo olhou para Karen e disse.
-Sonhei que tínhamos nos separado. Como quando namorávamos. Era tão real, que achei que fosse verdade.
-Sabe que isso não vai acontecer de novo.
-Espero que tenha certeza disso. – murmurou ele.
Karen sorriu fracamente, ainda o observando.
-Duvido que pegue uma flor daquelas pra mim.
-Fala sério! Você ainda duvida? – perguntou incrédulo.
Ele largou sua mão e num pulo, como se estivesse mergulhando, o que fez Karen rir, ele aparatou sobre as flores coloridas, apanhando um punhado delas. Logo depois aparatou novamente.
-Continua duvidando? – perguntou ofegante, entregando o ramo de flores pra ela.
-Obrigado! – ela lhe deu um beijo, no que o deixou empolgado para lhe dar vários outros.


****


Um despertador toca distante, despertando-a dos sonhos mais profundos e bonitos que já vira. Pâmela levou um susto ao saber que ainda estava dormindo. Toda escabelada olhou a sua volta, principalmente do seu lado esquerdo, onde se encontrava um moreno, que dormia profundamente. Não se lembrava nada da noite passada, a dor repentinamente em sua cabeça, fizera lembrar de tudo, tinha bebido demais.
-Eu não acredito! – murmurou ela esfregando a cabeça.
Ela levantou e ainda esfregando a cabeça, vestiu um roupão e correu para o banheiro. Uma idéia passou pela sua cabeça, mandar uma carta para Karen com urgência. Esperava que ela não estivesse nos momentos românticos com Harry, sonhava em fazer o mesmo quando encontrasse a pessoa certa. Escreveu algumas palavras de entendimento em um pergaminho e entregou a sua velha coruja. Depois disso, pensou em tomar um banho, mas não seria uma boa idéia, já que estava hospedando um cara desconhecido em sua casa. Resolveu esperar por Karen, para saber o que fazer. Teve que esperar sentada, Karen demorou um tempão pra chegar.
-PÂMELA, VOCÊ ESTÁ AÍ EM CIMA?! – gritou Karen do sofá da sala.
Pâmela correu desgovernada pra baixo.
-Fique quieta! – xingou ela.
-Oi, pra você também! O que houve? Parece que viu um basilisco. – disse Karen sorrindo. -Porque não posso falar num tom de voz mais alto? – perguntou desconfiada.
-Estou acompanhada. – respondeu aflita.
-Safadinha! Então porque me chamou?
-Você não entendeu? Tem um cara deitado na minha cama, que eu não faço a menor idéia de quem seja.
Karen excitou um instante.
-O quê? – perguntou.
-Foi o que você ouviu. – disse envergonhada.
-É bonito pelo menos? – perguntou despreocupada.
-Karen?
-Desculpa! – disse ela levantando as mãos em sinal de que se rendia. – O que vai fazer?
-Pensei que você tivesse uma resposta para essa pergunta.
-Pâmela! Você precisa maneirar pô! Porque tava bebendo?
Ela a olhou por alguns instantes.
-Senti falta dos nossos tempos de escola.
-E do Malfoy.
-Só um pouquinho ta legal. Mas que sinto falta dele, eu sinto.
-Deu um pé na bunda dele há dois anos atrás. Ele é um comensal e ainda você sente alguma coisa por ele?
-Sinceramente sinto. – respondeu cabisbaixa.
Karen observou a amiga com pena. Um rangido da parte de cima da casa quebrou o silêncio entre as duas. As duas não acreditavam no que viam. O homem alto descia as escadas, sem nenhum constrangimento, pois estava nu.
-Será que dá pra você colocar alguma coisa, por favor? É uma casa de família! – xingou Pâmela zangada.
Vendo que tinha pessoas vendo seus documentos, ele sussurrou algumas desculpas e subiu correndo para o quarto. As duas gargalharam muito.
-É melhor você subir e explicar o que aconteceu ontem à noite. – disse Karen risonha. – Ele é trouxa?
-Não faço idéia.
-Tenho que voltar. Antes que Harry e o meu pai quebrem a casa.
-Seu pai está na sua casa?
-Está. Veio sem avisar, sabe? Pena que Theury não veio.
-É uma pena mesmo.
-Até mais, Pâmela e... Boa sorte. – acrescentou sorrindo.
-Até mais.
E ali aparatou.


****


-Karen! – Chamou Alan descendo as escadas, em direção a cozinha.
-Karen não está! Ela saiu. – disse Harry saindo da cozinha.
-Hum! Sabe quando volta?
-Não faço a menor idéia.
-Me esperavam? – perguntou Karen aparatando ao lado de Harry de repente.
-Seu pai estava...
-Perguntando onde você estava querida! Sua irmã acaba de me escrever. Vem pra cá amanhã á noite.
-Eu não acredito! – exclamou ela sorridente. - Isso não é ótimo amor?
-É ótimo, querida! Ótimo! – respondeu Harry sem emoção.
Karen censuro-o.


N/A: Caraca! Não tenho o que escrever aqui. Mas antes de qualquer coisa... Oi! :D E como semper... Peço para que comentem! Eu necessito saber o que estão achando da fic, é sério! Beeijos 

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