Por Muito Pouco...



Gina já estava entediada de esperar pela carta de Hermione, quando finalmente Errol apareceu batendo as asas pela cozinha. Gina se adiantou e logo pegou a carta dela. Levou para o quarto e a leu. Uma lágrima rolou pelo canto do seu olho. A amiga estava certa, ela deveria compreender a aflição de Harry naquele momento. Só em pensar nele novamente, ela se sentiu mais aliviada. A oportunidade iria surgir, segundo Hermione, e ela confiava nela. Sorriu, deixou a carta em cima da cama e saiu do quarto.


No Beco Diagonal, Rony e Hermione desciam até a loja de roupas conversando.
- E então? Quando vai lá para casa? – ele quis saber.
- Bem, a Gina me mandou um coruja e me pediu para ir logo, ela quer conversar. Então eu vou amanhã.
- Amanhã, que legal! – ele sorriu para ela – Por que não vai hoje? A gente pode sair daqui direto.
- Ron, eu tenho que fazer a mala ainda. Não tenho nada aqui comigo.
- Ah é... claro.
- Mas obrigada pelo convite – apressou-se em dizer.
Ele deu mais um sorriso. Aquilo a estava deixando nervosa. Cada vez que Rony sorria daquele jeito para ela, era como se nada em volta existisse, só os dois. Desviou o olhar e seguiram conversando amenidades. Ao chegarem na loja, encontraram ela fechada.
- Por Merlin, está fechada! O que será que houve? – dizendo isso, Hermione chegou próximo a um bruxo que estava sentado mais adiante, em frente a uma loja de tabaco.
- Com licença, senhor, mas por que a loja de Madame Malkin está fechada?
- Você não soube, srta.? Madame Malkin foi para Paris. Seus modelos estão fazendo sucesso por lá. Não sei se sabe, mas lá é a capital da moda bruxa. Ela era doida para montar seu negócio lá.
- Ah – suspirou meio decepcionada – pelo menos é por um bom motivo, e não porque foi atacada por Comensais. – sussurrou para Rony.
- Que droga, Mione! Vai ficar sem vestido para a festa! - disse cabisbaixo.
- Bem, eu tenho uma roupa que eu comprei recentemente para alguma festa de gala qualquer que pudesse haver em Hogwarts, mas não gostaria de ir com ela.
Rony lembrou-se do vestido que ela usava no Baile do 4º ano.
- Hermione, se essa roupa for minimamente parecida com o vestido que você usou naquele Baile do Torneio Tribruxo, há 3 anos, você não precisa se preocupar, porque você estava muito lin... – e ele parou, corando imediatamente.
Ela notou e também ficou tão vermelha como ele. Procurou não incentivar a vergonha que ele estava sentindo e apenas comentou:
- É, eu gostava daquele vestido... você achou que eu fiquei bem, Ron? Achei que você estava com tanta raiva de mim naquele Baile, que nem notou o que eu vestia. – então se arrependeu na mesma hora de ter falado aquilo. Droga, precisava aprender mais com a sua mãe. Olhou de esguelha para ele que estava com uma expressão que ela não pôde distinguir.
- Hermione, desculpe. – ele falou de repente.
- Desculpe por que, Ron? Eu que não deveria ter falado o que falei agora, eu...
- Desculpe por ter tratado você tão mal naquele Baile.
Aquilo a desconcertou completamente. Não esperava aquilo dele. Sorriu intimamente, mas ao olhar para ele se deparou com um olhar triste, mirando os sapatos.
- Ron... – ela chegou perto dele e levantou seu queixo para que ele a olhasse. – Você não precisa se desculpar por aquilo. Eu já esqueci aquela droga de Baile há muito tempo.
- Então por que você lembrou que eu estava com raiva de você no Baile? – perguntou nervoso
- Porque foi você quem me lembrou daquele vestido. – retrucou e parou - Droga, Ron! Por que não conseguimos manter uma conversa amena por pelo menos uma hora? Por que a gente sempre tem que discutir?
Ele desfez a cara emburrada e a olhou com ternura. A última coisa que queria era brigar com ela.
- Vamos mudar de assunto então? Que tal um sorvete?
- Mas a sorveteria não havia fechado?
- Ela reabriu, veja! – disse apontando para as novas instalações da sorveteria.
- Ih, Ron, não sei. – disse olhando o relógio – falei para minha mãe que não me demoraria. Não sabemos se há Comensais a nossa volta. A última coisa que eu quero é ter que me deparar com Belatriz Lestrange, quando voltar para casa.
- Eu entendo, mas a gente estaria na loja agora, escolhendo o vestido. Então – falou solenemente - esse tempo será revertido em prol dos amigos carentes de sorvete. – e riu.
Novamente aquele sorriso para deixá-la sem ar. Procurou rapidamente disfarçar e aceitou o sorvete. Entraram na sorveteria, se sentaram e fizeram os pedidos.
- Só não podemos demorar muito, ok?
- Ok, se você passar da hora, eu mesmo a levo em casa.
- E como você voltará, Ron? Minha lareira é de trouxas, não tem pó de flu.
- A gente dá um jeito, Noitibus, coruja com recado para irem me buscar, sei lá. Quem sabe seus pais não me deixam dormir na sua casa? Aí e eu aproveitaria e voltaria para a minha casa com você, amanhã.
O sorriso dela valeu o dia. Mas logo ela voltou à razão.
- Minha casa não é tão grande quanto a sua. Não tem quarto de hóspedes.
- Então eu teria que dormir no seu quarto. – ele disse em tom de brincadeira.
Ela resolveu entrar na brincadeira e olhou-o de cima abaixo.
- Ah sim, claro. Você sabe, a minha cama é bem grande! Acho que você caberia nela.
- Claro, claro, então eu dormiria na cama da srta. Granger. E você, onde dormiria?
- Na mesma cama, no lado em que você não estivesse. – disse-lhe e olhou-o bem nos olhos.
Sabia que ele não esperava que ela levasse a brincadeira tão adiante. Ela mesmo enrubesceu pelo que disse, mas sustentou o olhar no dele. Os olhos dele brilhavam de uma maneira que ela nunca havia visto. Devagar ele foi aproximando o rosto do dela, chegando perto, suas bocas a uma distância cada vez menor e menor ...
- Maninho! Granger! O que estão fazendo aqui? – Fred chegou, quebrando o momento.
Como Rony não respondeu, Fred insistiu:
- Ronald, estou falando com você.
Hermione fingiu que procurava algo na bolsa e Ron encarou o irmão com raiva. Tentou disfarçar na voz, mas não teve muito sucesso.
- Estamos aguardando nosso sorvete. O que poderíamos estar fazendo numa sorveteria? – disse meio ríspido.
- Eu hein, Ron, que grosseria! Eu interrompi alguma coisa? Granger? – E olhou para ela com um sorriso maroto na boca.
- Claro que não, Fred. Estávamos conversando, né, Ron?
Rony estava absorto, mexendo no guardanapo. “Será que ela não notou que eu iria beijá-la? Será que ela está só disfarçando, ou será que meu gesto de aproximação não significou nada para ela?”
- E o que você faz aqui, Fred? Pelo que vi na porta da loja, eles vão sentir sua falta lá para ajudar. – Rony quis saber.
Fred deu uma risada.
- Você viu, meu irmão? O faturamento está bárbaro! Com a quantidade de gente que tem lá, a loja ficou meio abafada, muito quente. Vim aqui buscar um sorvete para mim e para o Jorge, para refrescar um pouco.
- Afinal, o que vocês estão vendendo? Não parava de chegar gente! – Hermione perguntou curiosa.
- Por sugestão do papai, colocamos alguns artefatos trouxas por lá, tipo celulares, discman entre outras coisinhas. Por incrível que pareça, estão saindo como cerveja amanteigada. Vamos ter que providenciar mais, para poder dar conta. Vocês acreditam que eles acham que tudo é criação nossa?
- E vocês, é claro, não contradisseram nada! – Hermione olhou-o séria.
Fred deu de ombros.
- Eles que pensem o que quiserem. Nas caixas, eles podem ler o nome do fabricante e até o país de onde veio.
Rony, que ficara calado, resolveu falar:
- E como vocês estão conseguindo os produtos?
- Lino Jordan tem muitos contatos trouxas. Só precisamos trocar nosso dinheiro por dinheiro trouxa em Gringotes. O Lino intermedia.
Vendo que Hermione o olhava desconfiada, Fred acrescentou:
- Não se preocupe, Granger. Estamos dentro da lei. Fizemos questão de questionar e procurar saber de tudo. É tudo legalizado. – Dizendo isso foi em direção ao balcão e pegou os dois sorvetes que já havia pedido. – Bem, vou deixar os dois aí, fazendo o que estavam fazendo. Estou voltando para loja. Se quiserem dar uma passada lá depois, apareçam pela entrada de trás que eu abro para vocês. – e deu uma piscadela para Rony.
Hermione e Rony ficaram conversando mais um pouco, mas o encanto havia ido embora. Rony prometeu a si mesmo que lançaria uma maldição imperdoável em Fred, assim que pudesse. Quando deu certa hora, Hermione disse que estava ficando tarde e se levantou para ir embora. Rony a acompanhou até a saída do Beco.
- Tem certeza que não quer que eu acompanhe você?
- Ficará tudo bem, Ron, não se preocupe. Amanhã a gente se vê.
Eles se olharam meio desconcertados, então ela se aproximou e deu-lhe um beijo no rosto. Ele fez o mesmo com ela, sendo que seus lábios ficaram no rosto de Hermione um pouco mais que o normal.
- Ok, aguardo você amanhã, então.

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