O Encontro Inesperado
- Como assim ela vem o quanto antes, Gina? – Rony perguntou quase berrando.
- Ué, como? Vindo oras. Eu escrevi para ela e pedi que ela viesse antes, porque eu queria conversar com ela.
- Sobre o quê?
- Coisas de mulher Ron, você não entenderia.
- É verdade..., desde quando eu entendo as mulheres?
Gina deu um sorriso compreensivo ao irmão.
- Por que você não vai se alegrar um pouco? Passa lá na loja dos meninos. Eles estão cheios de novidades.
- É, talvez eu faça isso. – disse e deu um beijo na bochecha da irmã, acrescentando – Obrigado. – e foi se afastando.
- De nada, maninho. Eu vou adorar ter a Mione de cunhada hein.
- Vamos ver o que acontece. - e subiu para o quarto.
Hermione tomou um banho e vestiu uma roupa básica: camiseta, jeans e tênis . Resolveu dar uma passada no Beco Diagonal para comprar uma roupa nova para o casamento de Gui e Fleur, mas não queria chamar atenção no caminho usando alguma capa. Pegou a varinha, colocou em uma bolsa e desceu.
- Vai aonde, Hermione?
- Ah, mãe, vou até o Beco Diagonal. Preciso de roupas novas para o casamento.
- Roupas novas, filha? Não tem muito tempo você comprou vestes novas para Baile.
- É, eu sei, mas aquela não é tão bonita e eu quero aparecer linda para o Ro... – e parou de falar. Devagar olhou para a mãe, que a observava atentamente.
- Para quem você quer estar linda, Mione?
- Para mim, claro! A senhora sempre diz que temos sempre que nos gostar, senão ninguém gostará da gente? Então, me sentirei bem assim.
- Filha, a quem está querendo enganar? A mim que sou sua mãe ou a você mesma? Você ía dizer o nome de alguém. Com certeza de algum garoto. Você está namorando alguém?
- Não, mãe! Claro que não! – e ruborizou imediatamente.
- Mione, você fala isso como se fosse a coisa mais absurda do mundo. Você tem 17 anos, filha. Não pense que eu ache que você nunca namorou alguém.
- Pior que nunca, mãe.
- Mas por quê? Nunca se interessou por rapaz nenhum? Você não está sendo exigente demais? E aquele garoto que escrevia para você, aquele búlgaro?
- Somos só amigos, mãe.
- E aqueles seus outros amigos? Quais são os nomes mesmo?
- Harry e Ronald? Como você mesma disse, são só amigos.
- Ronald hein. Você disse que queria estar linda para um tal de Ro e parou de falar abruptamente.
Hermione sentou-se, sem graça.
- É aquele ruivo né? Aquele que mora naquela casa que eu e seu pai sempre levamos você antes de ir para Hogwarts? A família dele é muito boa. Bem numerosa né?
- Mãe... – começou ela, com os olhos cheios de lágrimas.
- Filha, não chora. O que é que está havendo com você? – chegou perto e abraçou a filha – Você não é assim, Mione. Você sempre foi forte, decidida. Esse menino fez algo para magoar você? Nunca vi você assim.
- Não, mãe, ele não me magoou. Talvez a única coisa que ele fez foi me ignorar, inconscientemente.
- Ignorar? Mas ele não é seu amigo, querida?
- Pois é, mãe. Serei sempre só a amiga dele – disse enxugando as lágrimas – Ele não me olha como uma menina, a senhora entende né? Ele me olha só como a Hermione, a amiga que ajuda ele nos deveres. Droga! – e se levantou num impulso.
- Espera aí, mocinha, ainda não terminamos. – e puxou-a novamente para o sofá.
- É para a casa dele que você vai amanhã?
- É.
- Então pensa bem no que você está sentindo e é a sua chance de colocar tudo em ordem.
- Como assim?
- Hermione, sentimentos não são apenas para ficarem guardados ou para serem sentidos. Eles existem para serem expressados, demonstrados. Faça isso, filha. Demonstre o que sente por ele. Se não puder ser em palavras, faça com atitudes, com gestos, expressões. Se mesmo assim ele não entender, ele não serve para você, porque significa que o coração dele está fechado para o seu sentimento.
- Mãe, a senhora é melhor conselheira do que eu.
- Que você? Como assim?
- Nada não, besteira. Deixa eu ir logo lá, para voltar logo também. Nunca se sabe o que está rondando por aí. – Deu um beijo na mãe e saiu.
Na Toca, Rony decidiu aceitar o conselho de Gina e ir ao Beco Diagonal, à loja dos irmãos. “Vai ser divertido”, pensou. Iria tirar Hermione um pouco da cabeça. Pelo menos iria tentar, mas nem tinha certeza se queria. Tomou um banho, se vestiu e desceu. Encontrou Gina sentada na cozinha, olhando para a porta.
- Está esperando alguém?
- Ah não, só Errol. Estou esperando uma resposta da Hermione.
- Depois você me diz se ela perguntou de mim na carta. – disse esperançoso e seguiu para lareira. Iria via flu.
Pegou o pó, entrou na lareira e disse:
- Beco Diagonal – e desapareceu nas chamas.
Hermione chegou ao Caldeirão Furado decidida a ficar o menor tempo possível na rua. Olhava para todos os lados, desconfiando de tudo e de todos. Com tantos Comensais por aí, nenhum lugar era seguro. Foi até os fundos, bateu com a varinha nos tijolos e estes se abriram, revelando o Beco Diagonal. Hermione entrou e seguiu direto para a loja de Madame Malkin. Não havia muita gente por lá. Hermione foi passando entre as lojas e verificou que o movimento maior vinha da Gemialidades Wesley. Apesar de achar os gêmeos um tanto desregrados e meio malucos, Hermione admitia que gostava deles e eles eram bem engraçados. Ao passar pela loja deles, ela deu uma parada. Havia muita gente na porta, se acotovelando para entrar. Devia haver alguma novidade lá dentro para atrair tanta gente. Curiosa, ela ficou na ponta dos pés tentando olhar a vitrine e também o interior da loja. No meio das cabeças ela viu um ruivo alto que também tentava, a muito custo, entrar na loja. Seu coração subiu até a garganta e voltou ao lugar, batendo forte. Ela sentiu aquela sensação do arrepio quente que ela sentia quando lembrava dele a envolvendo com os braços. De repente ela se viu gritando o nome dele no meio da aglomeração.
Rony achou ter ouvido uma voz gritando o seu nome, mas o barulho das pessoas era grande e ele achou que se enganara. Não queria nem se distrair olhando para trás, senão seria empurrado de novo do local onde ele estava, e já estava bem próximo à entrada.
- Ron! – Hermione gritou de novo, mais alto desta vez, pois com certeza ele não ouvira a outra.
Rony ouviu seu nome de novo e desta vez bem claro. Não quis acreditar a princípio, mas seu coração deu-lhe a certeza, pois estava batendo descompassado. Era ela. Hermione estava ali, em algum lugar, chamando ele. Olhou para trás e começou a procurá-la. Até que viu sua mão acenando para ele. Ele, então esqueceu completamente a loja dos irmãos e saiu empurrando todo mundo para chegar aonde ela estava.
Quando ficaram de frente um para o outro, eles apenas sorriram meio envergonhados. Rony tinha o rosto quase da cor do cabelo. Parecia até estar com febre. Hermione, pensando no que a mãe lhe dissera, tomou a iniciativa e o abraçou. Ao soltá-lo, deu outro sorriso e disse:
- Puxa, pensei que você não fosse me ouvir. Seus irmãos estão distribuindo cerveja amanteigada de graça? Caramba, quanta gente!
Rony nem ouviu direito o que a menina falou, pois não conseguia tirar os olhos dela, hipnotizado. Como ele não tinha percebido Hermione antes? Ela era e estava linda!
- Ron! Ronald! – deu-lhe um cutucão, acordando ele. – Você não está me ouvindo?
- Ah, claro, Hermione. Eu não sei o que há na loja. Estava tentando entrar, quando você me chamou. Está tudo bem com você?
- Tudo ótimo e com você? – mentiu ela.
- Também. – disfarçou – O que faz no Beco?
- Ah, vim comprar uma roupa nova na Madame Malkin.
- Roupa nova é? Para o casamento do Gui?
- É. – disse sem graça.
- Nossa, depois eu vou contar para o meu irmão o prestígio dele com você. – e riu.
- Deixa de ser bobo, Ronald. - Hermione não pôde deixar de rir também.
- Posso ajudar você a escolher?
Hermione foi pega totalmente de surpresa pela oferta dele. Na verdade ela queria que ele a achasse bonita na festa, então pensou e achou que ele escolheria com ela o que achasse mais bonito, então sua intenção inicial permaneceria, mesmo que vista de um ângulo diferente.
- Então? - Insistiu.
- Você não vai se entediar, Ron? Normalmente os homens não gostam de escolher roupas com mulheres. Eles acham um saco.
- Não esse homem aqui. Vamos srta. Granger! - e fez uma reverência para que ela passasse.
Hermione estava adorando toda aquela atenção e aceitou a companhia dele com prazer.
Rony não acreditava no que estava fazendo. Não era ele! Odiava ir com a mãe ou Gina comprar alguma coisa, porque elas demoravam um século para decidir o que levar. Roupas então, era um inferno! Mas com Hermione ele não sentia nada disso. Para sua surpresa, estava até ansioso em ajudá-la a escolher o vestido. Ele iria ajudar a escolher o mais lindo. Porque assim ele a via agora: linda!
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