A descoberta e a conversa escl

A descoberta e a conversa escl



No dia seguinte, Ron acordou muito contente e foi para as aulas. Os amigos estavam a achar aquilo estranho, isto é, o Harry, por que Hermione também parecia que lhe tinha corrido muito bem a noite anterior. Depois das aulas, o trio almoçou com a Ginny e contaram as últimas novidades.
- Porque vocês estão tão contentes hoje? Por acaso nós não sabemos de algo? – perguntou Ginny.
- Não me digam que se encontraram na festa?! – disse Harry.
- Não. – gritaram Ron e Hermione em uníssoro.
- Então, Ron, sempre encontras-te a mulher dos teus sonhos? – perguntou Hermione, sarcástica.
- Talvez, tive uma noite maravilhosa e tu?
- Nem queiras saber o quanto.
Eles começaram a contar tudo a Harry e a Ginny, bem alto, para o outro ouvir.
- Se tu visses, Harry, ontem passei a noite com uma menina tão linda... – contava Ron a Harry, bem alto, enquanto Hermione lhe dava o troco.
- Ginny, não vais acreditar, um menino lindo veio-me pedir para dançar...
- Harry, tive a melhor noite da minha vida, aquela menina levou-me à lua...
- Foi o melhor beijo que já dei na minha vida, ele chamava-se...Lius.
Aí, Ron parou de falar, ficou petrificado e caiu do banco. Não podia ter sido a Hermione, era uma brincadeira. Ele nem ouviu a parte em que ela disse que foi p melhor beijo da vida dela, ele só ouvia a voz dela ecoar na cabeça a dizer “Lius, Lius, Lius...”
- Estás bem, Ron? – disseram os três preocupados, a olhar para ele que continuava no chão. Acabou por se levantar, mas ainda com cara de quem viu um fantasma.
- Eu? Bem? Talvez. Ah, tenho que me ir embora.
Ron saiu do Salão Principal e foi para o pé do lago. Estava desesperado e não sabia o que fazer. Isto não podia estar a acontecer, eles eram amigos e ele estava a tentar esquecê-la. Era o segundo beijo que davam em menos de uma semana. Se Ron já adorava Hermione durante sete anos , quando recordou tudo o que sentiu na noite anterior, o beijo, o toque, os sentimentos, as palavras, foi tudo tão intenso.
Harry acabou por encontrá-lo.
- Olá, Ron. – disse Harry.
- Olá.
- Posso-te fazer uma pergunta?
- Acabas-te de fazer uma.
- És tu o Lius, não és?
Ron ficou parado e desconfiado. Dizia a verdade ou não? Sim, ele confiava em Harry, afinal, era o seu melhor amigo.
- Sou. Como sabes?. – disse Ron, triste.
- Ron, eu conheço-te à exactamente sete anos, é lógico que percebi logo. Eu vi muito bem que tu estavas a falar e quando a Hermione disse Lius, tu caís-te do banco.
- Não é preciso me fazeres lembrar disso.
- Então quer dizer que beijas-te a Hermione? Isso não se está a tornar um pouco repetitivo, ou melhor, um hábito? – disse Harry a rir às gargalhadas.
- Não sei onde está a piada, Harry. Eu e ela somos amigos, tá? E eu estou desesperado. Fogo, Harry, controla-te!
- Já parei. Desculpa. A Hermione não sabe, pois não? Acho que lhe devias contar.
- Não. Ela não pode saber.
- Mas a Hermione gostou bastante do Lius. O Lius não pode desaparecer assim da vida dela, percebes?
- Tu não compreendes, Harry? O Lius não é o Ron e o Ron não é o Lius. Querias que chegasse ao pé dela e dissesse “Olha Hermione, não leves a mal dizer-te isto assim, mas quem beijas-te no outro dia foi a mim, eu sou o Lius.” Ela matava-me.
- Não, o Lius e o Ronald Weasley são a mesma pessoa e a Hermione adora os dois. E que tal se juntasses o útil ao agradável?
- Estás enganado, Harry. Não percebes que ela gosta de uma maneira do Lius que não gosta do Ron. Se eu lhe contasse, ela ia ficar confusa e depois nós afastavam-nos.
- E tu achas que a vossa amizade está bem assim? Vocês já estão a afastar-se, porque vocês à anos que estão a fugir do inevitável.
- Estamos a fugir do quê?
- Do amor. Será que não percebes, Ron? A Hermione ainda gosta mais do Ron do que do Lius. O Lius era a maneira que ela arranjou para esquecer que o Ron existia por uma noite. Havia clima e ela aproveitou-se disso. E tu fizeste exactamente o mesmo que ela.
- Não. Ela disse para o Lius que nunca o ia esquecer.
- E tu ias esquecer a Nany mesmo gostando da Hermione? Tu podias até nunca mas vir a saber quem ela era. O mistério que havia fazia com que as emoções e os sentimentos fossem o dobro, não era? Não foi o que sentiste?
- Chega, não quero ouvir mais nada. Não vou contar a ninguém. – gritou Ron.
- Faz o que quiseres. Eu respeito a tua escolha, apesar de não estar de acordo. Só não percebi como não reconheceram-se pela voz.
- Nós usamos o Feitiço da Voz os dois, apesar que eu acho que a última vez que ela falou o Feitiço perdeu o efeito, mas não ouvi bem porque estava vento.
- Que bela ideia que tiveram os dois. Olha, tenho que ir ter com a Ginny. Pensa bem no que eu te disse. – disse Harry, saindo, deixando para trás um Ron pensativo.
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