Cobras, ataques e bilhetes



DANIEL LUVRINE não costumava sair de casa, menos ainda por meio da lareira. Ver as casas de vários feiticeiros passando desfocadas enquanto ele mesmo rodopiava entre chamas e cinzas não era sua sensação preferida. Além disso, tinha medo de não encontrar o lugar certo e acabar se perdendo.

Quando parou de girar sentiu seu corpo batendo fortemente num chão frio de pedra. Até aí tudo bem, isso sempre acontecia. Mas quando se levantou e correu a vista pelo lugar onde estava soube que não era o Três Vassouras. Não era nem mesmo um bar. Olhando em volta viu muitas estantes cobertas com potes, mas diferentemente dos da sua casa, podia ver seu conteúdo. Estavam cheios de animais mortos boiando em líquidos coloridos.

'- Posso ajudá-lo, senhor?

Ouviu uma voz e se virou. A mulher que lhe falava estava usando um avental preto com um bordado branco: "Richard & Richard Ingredientes para Poções".

'- Na verdade eu gostaria de chegar até o bar Três Vassouras. É perto daqui?

'- Não, você está no Beco Diagonal. Eu te daria um pouco de Pó de Flú para poder seguir viagem, mas acabou por aqui.

'- Como posso chegar até lá?- perguntou começando a sentir uma pontinha de nervosismo.

'- Sabe como chegar ao Caldeirão Furado?- ele negou com a cabeça.- Bem, siga até o começo da rua, é um pouco longe. Há uma porta de madeira, é a entrada dos fundos. Peça para Tom, o barman, lhe ceder um pouco de Pó de Flú. Diga que se perdeu de seus pais e tem que voltar para casa.- a última frase lhe causou um desconforto enorme. Em que estado estaria sua família e sua casa agora?

'- Muitíssimo obrigado.

Saiu da loja e andou para a direita. A rua estava lotada de mulheres carregando sacolas e mais sacolas, e algumas puxando crianças pela mão ou bebês no colo. Alguns vendedores ambulantes sacudiam embalagens de cores berrantes em frente ao seu rosto, mas ele ia tão rápido que quase os mandava pelos ares. Amaldiçoou a enorme extensão da rua, que parecia não terminar. Novamente se lembrou de casa, do corredor do quarto andar. Daniel era muito curioso, e já ouvira seus pais conversarem o bastante para saber que o que quer que a Cheovirk fosse, era procurada há décadas por muitas pessoas. E essas não sabiam que apenas alguém de sua famíla poderia reavê-la. O motivo ele desconhecia, mas sabia que era algo importante demais para qualquer um pôr as mãos nela.

Uma senhora corpulenta que caminhava na sua frente parou sem aviso e ele bateu nela, quase caindo. Ela ficou paralisada e, então, gritou. Daniel se recuperou do choque e deu dois passos para o lado para ver o que causara o pânico nas pessoas que agora gritavam e corriam.

Um pequeno grupo de encapuzados, como os que havia visto um pouco mais cedo, explodia tudo que seus feitiços alcançavam. Sentiu que foi avistado por um deles, e teve sua confirmação quando este virou para os outro e gritou "Ali!" apontando para onde ele estava. Se virou e desatou a correr para o lado contrário de onde deveria estar indo. "Droga!", pensou. Não conhecia nada do Beco Diagonal. Feitiços explodiam o chão por onde ele passava, perto de acertá-lo. Sem saber bem o que fazia, entrou por uma rua lateral igualmente cheia, sem parar para descançar. Não conseguiu despistar os que o seguiam. Começando a se desesperar e sentir muita falta de ar, concentrou-se um pouco e lançou um encantamento para trás. Não precisava de varinha para isso. Seus perseguidores ficaram momentaneamente cegos e pararam. Ele aproveitou para correr para a escada de incêndio de um prédio, lançar um Feitiço de Desilusão em si mesmo e se encolher em um canto, torcendo para que os outros não fossem persistentes o bastante para continuar a procurá-lo.

Felizmente, seus perseguidores seguiram em frente ao se recuperarem, sem desconfiar que ele se escondera. Depois de um tempo ali, encolhido, para se certificar que eles não voltariam, o garoto voltou à avenida principal, mas as portas estavam todas fechadas. "Ótimo", pensou, "era só o que faltava!". Então, ainda Desiludido, o garoto procurou um bom esconderijo, e se conformou que teria que passar o resto do dia e a noite escondido, até achar algum lugar em que houvesse uma lareira e Pó de Flú.

Então, Daniel, pela primeira vez dormiu na rua.

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Os dias passavam rápido, os jovens iam entrando no clima de aulas e, infelizmente, os professores também. Decididamente o sexto ano não era mais tranqüilo que o quinto, como todos esperavam. Haviam os gloriosos tempos vagos, mas a maioria era dedicada à pilha de deveres de casa que recebiam.

O JANTAR surgiu nos pratos de ouro no Salão Principal, enchendo os olhos dos estudantes depois de mais um dia exaustivo de aula. Pedrinho se servia de tudo que podia alcançar. Sirius e Tiago comentavam sobre algumas passagens secretas bastante úteis. Remo conversava com as meninas, que tinham sentado perto deles por falta de opção.

'- Meus pais ocupam altos cargos no Ministério da Rússia, a família vem de lá. Minha odiável irmã Clarissa está agora na embaixada russa da Itália, da onde vem a outra parte da família.- Larissa falava.

'- Essa é aquela que se formou quando estávamos no primeiro ano?- Remo perguntou entre uma garfada e outra.

'- Sim, graças a Merlim. A praga foi monitora-chefe e se formou com N.I.E.M.s sufucientes pra seguir qualquer carreira, mas claro que escolheu a que Melissa achava melhor.

'- E quem é essa Melissa?

'- É a mãe dela.- Carol respondeu vendo que a amiga não iria se manifestar.

'- Você chama de mãe, eu chamo de monstro.- disse severemente. Virou para Remo para explicar:- Você acredita que desde os doze anos ela me manda a cada férias para um lugar diferente só pra não ter que me aturar? Aliás, esse motivo e as notas são os únicos assuntos das cartas que ela me escreve. Aposto que o maoir sonho dela é me mandar para a Sibéria.

'- Sabe, você devia conversar com o Sirius.- assim que falou percebeu seu erro.- Ahn...Esquece.

'- Eu ouvi meu nome?

'- Não, Almofadinhas, é só que...

'- Ei, isso aí é o Profeta Diário de hoje?- perguntou apontando para o jornal que caía da mochila de Lílian.

'- É...mas por que esse súbito interesse nas notícias?- ela pegou o jornal antes que ele o fizesse, olhando desconfiada.

'- Ah, nada importante...

'- Não minta. É feio mentir.

'- Okay, ruivinha, desculpe, mas eu não posso te responder. Assunto confidencial.

Gota d'água. Ela agarrou a mochila com uma mão, levantou e parou em frente a Sirius, atraindo olhares dos mais próximos.

'- Não me chame de ruivinha.- disse sibilante, batendo na cabeça do garoto com o jornal enrolado ("Ai!") e fazendo o mesmo com Potter.

'- AI! O que eu fiz dessa vez, ruivinha?- perguntou massageando a cabeça.

'- Isso- apontou para Sirius, abandonando o tom de voz baixo- é influência sua, Potter! E não me chame de ruivinha!- jogou o jornal na mesa e girou para sair do Salão, seguida pelas amigas.

'- Ai, Pontas, sua influência faz mal à minha saúde. Essa doeu!

'- Não reclama. Eu que não fiz nada também apanhei.

'- Calem a boca, os dois! Pelo menos ela deixou o jornal aqui.- Lupin pegou o Profeta e folheou procurando alguma manchete significante.

'- POTTER! O homem que eu queria ver!- uma menina vinha andando em sua direção. Vitória Jupert era uma setimanista loira de cabelos escorridos e olhos pretos. Sargento Vicky, como era conhecida pelo time, apesar de bonita, era o tipo de garota que definitivamente não precisava de um namorado. Como capitã de Quadribol da Grifinória, tinha sob seu comando seis soldados. Seus "homens", como ela gostava de chamá-los, eram todos garotos (nada contra as garotas, mas nenhuma que comparecera aos testes se saiu muito bem) entre o terceiro e sétimo anos, e ela fazia questão de treiná-los para que fossem os melhores.- Derrick se formou ano passado, temos um enorme desfalque. O teste pra novo artilheiro é semana que vem, sexta às 7h. Sua opinião tem peso na decisão final.- deu um tapinha no ombro dele.- Não esquece, sexta às 7h!- se virou para avisar os outros jogadores.- Ei! Vencily!

'- Sim, senhor, sargento!- Tiago bateu uma continência militar distraidamente.

'- Achei.- Remo disse ligeiramente alto, atraindo mais atenção do que o esperado.- Vamos.- enfiando um último pedaço de carne na boca, recolheu seu material e saiu do Salão.

Quando já estavam no silencioso dormitório, longe dos ouvidos curiosos, ele desdobrou a folha e leu uma notícia mínima, escondida entre outras de maior tamanho e menor relevância.

"Pela manhã houve um pequeno tumulto na rua principal do Beco Diagonal, que foi rapidamente controlado. Os desordeiros vestiam longas capas pretas com capuzes, e desaparataram antes que os Aurores pudessem identificá-los, mas sem causar maiores estragos."

'- Pois é. Parece que alguém não está dando muita importância a essas coisas estranhas...

'- Concordo, Pontas, e aposto que esse tumulto não foi nada pequeno.

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COBRAS. Animaizinhos asquerosos que fazem o estômago embrulhar só de pensar. Najas, jararacas, cascavéis, corais, uma mais venenosa que a outra. Uma única mordida pode ser fatal. Mas não havia nenhuma dessas perto de Hogwarts, portanto não ameaçavam seus habitantes. Entretanto existem quatro, as mais peçonhentas, que residiam dentro dos muros do castelo. Essas sim representavam perigo: Marjorie Bowglin, Nicole Hang, Milena Miller, e a "líder", Nina Reich. As quatro garotas mais nojentas do sexto ano, se não fossem as da escola.

Atualmente parecia que mais pessoas do que o normal eram selecionadas pra Sonserina, e de onde seriam as ditas cujas se não dessa Casa formadora de maus elementos? As outras sonserinas do sexto ano eram de igual irritantes, mas se preocupavam tanto com o próprio umbigo e eram tão insignificantes que dificilmente sua presença era notada.

Em seu dormitório se desenrolava a seguinte conversa:

'- E vocês viram o que aquela Andrew fez com o cabelo?- zombou Milena Miller, tão magra que a semelhança com um cabo de vassoura era assustadora. Cabelos ralos, olhos pequenos, boca pequena, nariz pequeno, mãos pequenas, pés pequenos, pernas finas.

'- Ela deve ter algum problema. Todo ano chega com aquilo de um jeito diferente, sempre querendo chamar atenção.- disse Marjorie Bowglin, bonita, mas tão esnobe que quase ninguém conseguia ficar muito tempo com ela.

'- Isso deve causar uma sensação de mudança para os milhões de garotos com quem ela sai, deve ser bem útil.- concluiu Nicole Hang, fungando por seu nariz particularmente grande.

'- Eu acho que ela tá dando em cima do Black.- lamentou Nina Reich, que saía do banheiro secando seus cabelos pretos que iam até um pouco depois do queixo, em sintonia perfeita com seus grandes olhos azuis. Era bem bonita, apesar de seus quilinhos a mais.

'- Ela e metade do colégio.

'- Mas aquela lá é diferente. Aliás, as três grifinórias são um perigo. Andrew sempre por aí falando com todos, Evans se fazendo de difícil para continuar com o Potter correndo atrás dela - porque convenhamos que quando ele conseguir o que quer vai dexar ela de lado -, e Divulyon com aquela cara de santa, sonsa! Não sei, mas tem algo nela que me dá nos nervos. Quero ela bem longe do Sirius.

'- Ih, Nina, vai ser difícil manter alguém longe daquele "praticamente deus grego".

'- Mile, meu bem, tira o olho que ele já é meu.

'- Claaaro, e de toda parte feminina do castelo.

'- Nick, não vou discutir esse assunto com vocês. Esperem e verão.- se enfiou nas cobertas sem correr as cortinas verdes da cama.

'- O que pretende?

'- Bem, primeiro nós vamos namorar, em pouco tempo ele não mais terá olhos para nenhuma outra, só para mim. Ou ao contrário, ainda não me decidi.

'- Aham, e vai começar a preparar a poção do amor quando?- Marjorie alfinetou, enquanto lixava as unhas.

'- O que você está querendo insinuar?

'- Eu estou insinuando que são poucas as garotas que já saíram com o Black.- quase não conteve um "eu fui uma delas".- Não é qualquer uma que consegue.

'- Que bom então, querida, porque eu não sou qualquer uma! E você está errada, sair com ele vai ser fácil.- as outras tiveram que disfarçar expressões de descrença.- Díficil seria com alguém como...Lupin. Até mesmo pra você.

'- Lupin? Aquele tímido do sorriso bonito? Mais fácil ainda. E eu posso sair com quem eu quiser. Seja quem for que eu escolha.- ela disse arrogante.

'- Hoho, temos uma aposta então?- Nina perguntou pretensiosa. Os olhos da outra brilharam de maldade.

'- Claro.

Sem dúvida, se as cobras vivessem em bando, esse tipo de conversa seria constante: planos para o próximo bote.

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NA AULA de Tranfiguração, a primeira do dia, a professora andava de um lado para o outro em frente à classe explicando uma matéria muito importante, que caía em todos os testes que fariam dali pra frente. Carol estava na primeira fileira com o rosto apoiado na mão e o olhar perdido em um ponto qualquer, os pensamentos longe. MacGonagall parou em frente à ela, mas ela nem percebeu.

'- Srta. Andrew?

'- Ahn? Sim, professora?- todos abafaram risinhos.

'- A Srta. poderia responder a pergunta que eu fiz?

'- Ahn...-olhou para o lado tentando ganhar tempo, na esperança de que alguém lhe soprasse a resposta.- A parte principal é se concentrar enquanto recita o encantamento!

'- Na verdade eu não fiz nenhuma pergunta, mas vejo que não está muito atenta à aula não é?

'- Desculpe, não vai mais acontecer...

'- Acho que já ouvi isso antes da sua boca, Andrew. Espero que esteja muito bem nessa matéria pra se dar ao luxo de não prestar atenção. E por favor, acorde antes de vir para minha sala.- Continuou a andar, deixando a garota extremamente sem graça.- Como eu dizia antes...

Carol era do tipo que não assiste aula direito, não estuda e não vai bem nas provas. Se esforçava apenas o necessário para conseguir 'Aceitavél'. Pelo menos tinha a consciência tranqüila de que qualquer que fosse a carreira que optasse por seguir, não precisaria de muitos créditos em Tranfiguração. Ouviu o sinal e quase não conteve um "Graças a Merlim!".

Indo para a aula seguinte, Carol andava um pouca à frente das amigas, que comentavam sobre a aula. Ia tão destraída, que ao virar a direita no corredor trombou com alguém, levando os dois ao chão. Ela já começava a dar um escândalo...

'- Idiota! Não olha por onde anda?

...quando viu quem era:

'- Will! Desculpa!

Willian Andrew era primo dela. Estavam no mesmo ano, mas ela era da Lufa-lufa. Fisicamente era a cópia da prima na versão masculina. Quanto ao caráter, fazia jus a sua Casa: gentil, atensioso, companheiro e amigo. E desde o ano passado tinha uma "quedinha" bem "quedona" pela Larissa.

'- Tudo bem, Carol, só olha com quem você está gritando antes de descontar nos outros.- ele disse a ajudando a se levantar e recolher o material.- Oi Evans, oi Divulyon!

'- Oi, Will.- elas responderam.- Carol, se importa se formos indo?

'- Não, tudo bem, meninas, encontro vocês na aula.

Elas foram e a garota ficou converando um pouco com o primo, que fez várias perguntas sobre Lary. Quando se despediu dele e seguiu seu caminho, parou novamente. Havia um papel amassado no chão. Ela o pegou e desamassou. Era um bilhete.

"-E aí? Já sabe como vai fazer para conquistar o 'menino tímido do sorriso bonito'?-

-Na verdade não, mas algo me diz que você não quer ajudar, certo?-

-Certo, já tenho meu próprio desafio a cumprir.-

-Bem, então sorte a nós duas.-"

O que veio a seguir fez seu queixo despencar até o chão:

"-Eu não vou precisar de sorte. Mas você sim, se quiser conquistar Remo Lupin-"

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'- Srta. Andrew, entre rápido, por favor, já começamos a aula.

Carol foi até o fundo da sala de Feitiços, se sentou atrás dos marotos, único lugar onde havia mesas desocupadas. Se o que lera no bilhete era verdade, tinha alguém no castelo afim do garoto logo à sua frente. Não dava pra saber de que casa ou série era a apaixonada, todo mundo passava por aquele corredor. Por um momento pensou se devia entregar ao próprio depois da aula. Mas isso faria parecer que ela que escreveu aquilo. Talvez pudesse colocar na mochila dele quando ninguém estivesse olhando. Será que Lupin, com seu jeito tímido, iria querer descobrir a identidade da pessoa? Olhou mais para o lado e viu a solução do problema. Black! Ele iria ficar mais curioso do que o amigo, e investigaria!

Deu propositadamente uma colovelada no estojo, e esse caiu no chão aberto, espalhando seu conteúdo. Enquanto catava suas coisas, Carol colocou discretamente o bilhete no bolso lateral da mochila do Sirius.

Feliz por ter feito uma "boa ação", colocando dois coraçõezinhos mais perto um do outro, ela passou sua atenção à aula.

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CAROLINE agora virava monotonamente as páginas do seu livro Padrão de Feitiços 6ª série. Ela mesma sugeriu as amigas que fizessem os deveres, mas não estava com a mínima disposição. Livros, pergaminhos, tinteiros e penas estavam espalhados em cima de uma mesa, sobre os quais Lily e Lary se curvavam e escreviam ininterruptamente.

De repente quatro garotos entraram no Salão Comunal falando e rindo alto. Tiago as avistou e cochichou algo com os outros, que o seguiram para onde elas estavam. Eles largaram as mochilas e se sentaram. Carol continuou folheando o livro, Lary levantou o olhar para os recém chegados e ficou olhando com curiosidade por um momento, Lily não teve nenhuma reação, mas o furo que fez no papel indicou que viu quem tinha chegado.

Incrivelmente, eles pararam de fazer bagunça e pegaram seus materiais para começar as tarefas. Lily olhou para os garotos trabalhando silenciosamente e terminou seu dever escrevendo muito, muito rápido. Se levantou para seguir ao dormitório.

'- Já acabou?- Carol perguntou.

'- Já. Boa noite.- virou e andou.

'- Liliziiinha... você não quer--

'- Não!- respondeu sem se voltar para olhá-la.

'- Chata!- ela sibilou.- Larynha?- chamou em tom de pedido.

'- Tá bom.- a garota suspirou.- Guarda no lugar depois, tá?- a loira deixou os pergaminhos - 70cm de Transfiguração, 50cm de História da Magia e um metro de Poções - e subiu também.

'- Andrew, quanto tempo ela levou pra fazer tudo isso?- Black perguntou horrorizado com a quantidade de dever.

'- Ah, não sei, um pouco mais de meia hora, eu acho.

'- Como?- Potter quis saber.

'- Ela diz: "Ah, você sabe, é só fazer umas frases grandes e colocar mais palavras bonitas do que informações pra conseguir uma boa nota."

'- Larissa Divulyon, a aluna e monitora exemplar, enrolando os professores?

'- Ha! Vocês têm que conhecer melhor a Lary.- ela percebeu um risinho de Sirius à menção de "conhecer melhor".- Mas, acreditem, só ela consegue. Quando eu tentei fazer isso ganhei um "Zero" escrito por extenso daquela Madrasta Má.

'- Quem?

'- É como a Lily apelidou a velha Schrueben.

'- Ah.

Se distraindo novamente, sem a menor vontade de copiar as redações da amiga, Carol pegou um livro qualquer e folheou. Tinha um bonequinho desenhado no canto da folha que andava, batia na margem e caía. Riu inconscientemente, chamando a atenção dos outros.

'- Ah, você gostou da minha criação?- Tiago perguntou.

'- É bem legal!

'- O Tibérius agradece.- ele disse orgulhoso.

'- Quem?- perguntou confusa

'- É o nome dele!- respondeu veemente apontando para o papel.

'- Deu nome pro desenho?- Remo perguntou perplexo.

'- Insensível! Tibérius é o meu único amigo nas aulas de Estudo dos Trouxas!- ele voltou à tarefa, mas lembrou que tinha dormido na aula.- Sirius, você fez anotações hoje?- sabia que Remo não emprestaria as dele.

'- Aham, procura na minha mochila.

'- Tá.

Ele abriu os milhares de bolsos, que estavam vazios, até chegar num deles, lateral, que tinha um papel dobrado e meio amassado. Ao ler o que estava escrito um sorriso maroto se formou em seu rosto. Carol achou aquele um momento ótimo para começar o trabalho de História.

'- Almofadinhas, como isso foi parar aqui?- ele perguntou curioso pondo o bilhete na cara do amigo, que teve a mesma reação ao acabar de ler.

'- Não faço idéia... E você, Rabicho?- o baixinho leu e riu.

'- Também não.

'- O que houve?- Remo era alguém bem curioso. Tiago, sabendo disso, continuou a brincadeira.

'- Caros Almofadinhas e Rabicho, parece que o senhor Aluado está fazendo sucesso na ala feminina de Hogwarts, não é?

'- Hein?

'- É, Pontas, o moço "tímido do sorriso bonito" arrasando corações! Finalmente está entrando nos eixos marotos!- mais risadas. Carol fingia estar concentrada em escrever, mas estava com as orelhas em pé.

'- Ahn? Do que estão falando?- os amigos riram mais ainda e ele arrancou aquele pergaminho estúpido da mão deles, com ar de tédio. Quando acabou de ler estava vermelho como um pimentão. Jogou a causa daquilo tudo na mesa e murmurou:- Besteira!

'- Não! Não, pára, pára, pára tudo! Você chamou esse tesouro de besteira?

'- Deve ser só uma brincadeira sem graça de alguém que não tem nada pra fazer.- Carol se elogiou mentalmente por não ter escolhido a mochila de Remo.

'- Como?

'- Se fosse de verdade a pessoa que escreveu não deixaria isso largado por aí... Muito menos na sua mochila! Pense!

'- Ah, não, Aluado! Pode deixar que gente vai descobrir quem é essa... Garota Apaixonada.- gargalhadas.

'- Vocês adoram perder tempo com besteiras!- ele se levantou, pegando suas coisas.- É só alguém querendo curtir com a minha cara!- disse antes de se recolher, ainda muito vermelho.

Os outros três reviraram os olhos.

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Ai ai, eu sou mesmo um ser magnanimo né? Nenhuma review pro último cap. mas eu postei um bem grande! Tudo bem, tudo bem.

Esse demorou um pouco porque eu não sabia o que escrever, mas pro próximo eu já tenho várias idéias na cabeça, é só passar pro pc.

OBS: eu errei em algumas partes e escrevi como se eles estivessem no sétimo ano, mas na verdade eles estão no sexto !

OBS2: a partezinha de cima, dos garotos Luvrine, só vai ter às vezes, e mais pra frente vai se entrelaçar com a história dos marotos.

Um pouco de propaganda das minhas outras fics:

Por que sempre os badboys? : eu não gostava mto dela antes, mas eu li de novo e agora gosto! Então leiam porque pra eu gostar de algo que escrevo é bom!

Procura-se um lar : Sirius quer porque quer comprar uma casa. Para isso, Remo, Tiago e Lily vão ajudá-lo! O gênero é de tudo um pouco.

No armário de vassouras : se passa no tempo do Harry, mas tem T/L pelas lembranças do Sirius, que eu fiz questão de manter vivo. É também H/G R/H S/O e R/O. A intenção era ser meio "humor trágico", tipo aquelas comédias românticas em que tudo dá errado.

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