Magia do Amor




Olá, queridos (leitores cadastrados ou anônimos),
 


Em primeiro lugar, espero que se divirtam com a leitura tanto quanto me diverti escrevendo a fic. Hermione e Ron são personagens fascinantes (mérito de J. K. Rowling) e parecem ter vida própria. Muitas vezes era como se eles aparecessem em minha frente, encenando, e eu apenas precisava descrever aquilo que “presenciava”. Devo esclarecer ainda que essa fanfic é Canon, ou seja, aqui você não vai encontrar algo que contradiga o enredo da história traçada por Rowling. Claro que imaginei situações e diálogos que não estão nos livros, mas podiam perfeitamente estar (como páginas arrancadas das obras). 


Um forte abraço a cada um, 


Morgana


 


Um recadinho particular para Gego: Fiquei muito feliz em saber que você está acompanhando também essa fic. Por favor, continue comentando!!! Nem que seja para dizer “estou aqui”. Você talvez não imagine, mas foram os seus comentários que me impulsionaram a atualizar com frequência a primeira fic (Entrelinhas 1 – Intuições). Aliás, não sei se você voltou lá (fiz uma última revisão no texto, acertando alguns detalhes e postei um link com sugestão de músicas incidentais ao fim de cada capítulo), mas dediquei a fic a você (foi espontâneo, por questão de justiça). Bom divertimento, então!


 * * * * *


 


 


 


 


Hermione sentia uma estranha atração por aqueles vidrinhos rosa e, quando Fred e Jorge informaram que continham a poção do amor, recuou um pouco sem graça. Enquanto olhava outros artigos da Gemialidades Weasley, os dois irmãos se aproximaram. Fred parecia esconder algo e, com um gesto rápido, tirou as mãos de trás das costas e ofereceu um daqueles vidros para a menina.


- Cortesia da casa! – anunciou com um sorriso.


- Não costumamos oferecer para ninguém e recomendamos com restrições – completou Jorge.


- Essa poção costuma ser muito forte e tem efeitos colaterais – explicou Fred


- Mas no caso de uma menina interessada em conquistar um cabeça-dura, achamos que é a única solução! – disse Fred com uma piscadela.


- Muito obrigada, eu não preciso disso – respondeu a menina.


- Tem certeza? – provocou Jorge.


- Leve uma sem compromisso – sugeriu Fred.


A menina virou as costas, antes que os gêmeos a convencessem a levar a poção. Será que precisaria mesmo daquilo para Ron tomar coragem de se declarar?


Sacudiu a cabeça assustada com os próprios pensamentos. Ron parecia em alguns momentos gostar dela mais do que como amiga, mas Mione sabia que, mesmo se essa impressão fosse verdadeira, dificilmente ele teria coragem de se declarar. Ainda assim tinha que reconhecer que Ron estava muito diferente. Tanto que pediu desculpas a ela com simplicidade e sinceridade depois que se desentenderam por conta de Fleur.


Perdida nesses pensamentos, ela se surpreendeu ao chegar ao último corredor da loja e se deparar com Lilá Brown e Ron conversando de forma muito animada. Hermione não gostou nada de ver os dois juntos novamente.


Quando Ron veio em sua direção, foi logo perguntando:


- O que Lilá estava falando com você?


- Disse alguma coisa sobre continuar na escola, perguntou se meus pais não estavam preocupados... Parece que os pais dela por pouco não a proibiram de continuar em Hogwarts.


- Ela estava muito sorridente para quem estava dizendo algo tão sério!


- Hermione! Por que você tem tanta implicância com Lilá?!


- Cadê o Harry? – perguntou, na tentativa de escapar da pergunta do ruivo.


- Eu sei lá! Tem tanta coisa aqui para ver que ele deve estar distraído em algum corredor. Vou até a sessão de artefatos trouxas, que ainda não visitei – disse o rapaz, saindo de perto da amiga.


Hermione observou Ron passar novamente perto de Lilá, que deu um sorrisinho, e falar alguma coisa para a menina. Saiu na direção contrária, bem chateada, e esbarrou em Harry.


O menino logo notou que a amiga não estava em seu estado normal.


- O que houve, Mione?


- Aquela metida da Lilá Brown! Acho ela insuportável!


- Desde o ano passado ela já demonstrava estar interessada em Ron. Não sei por que a surpresa...


- Harry? Eu não ia dizer nada disso...


- Sei... Mas escuta, Hermione, Ron é tão desligado que nem percebeu.


- Ele não é tão desligado assim não. Pelo menos quando se tratam de meninas bonitas. E garanto que já percebeu que Lilá está interessada nele.


 xxx 


Harry, Hermione e Gina estavam no andar de cima da Toca. Ron tinha descido até a cozinha para “beliscar” alguma coisa – não estava conseguindo esperar até a hora do lanche – e a mãe o presenteou com uma deliciosa mousse de chocolate.


- Mãe, isso aqui está bom demais... Em Hogwarts as sobremesas são ótimas, mas não se compararam às suas – disse o rapaz.


Molly deu um sorriso. Era tão fácil conquistar o filho. Bastava uma comida caprichada, uma palavra, um carinho. Percebeu que aquele era o momento de falar de um assunto delicado e importante.


- Ron, eu e seu pai gostamos muito da Hermione. Ela tem ótimo coração, é muito responsável e percebemos o quanto o ajuda e estimula nos estudos – disse Molly introduzindo o assunto.


- Hermione é legal, sim. Mas tem horas que se intromete demais em tudo, é autoritária... – contrapôs o rapaz.


- Mas quem não tem defeitos, Ronald?


O menino olhou intrigado para a mãe, tentando entender onde ela queria chegar. Antes que pudesse dizer alguma coisa, Molly continuou:


- Hermione vai fazer aniversário daqui a alguns dias e gostaria de repassar a você algo muito valioso para presenteá-la – disse, logo se apressando a completar – Se você achar que deve, é claro.


A mãe fez um gesto rápido com a varinha e no mesmo instante se materializou em suas mãos um delicado cordão dourado com uma pedra em forma de estrela como pingente. “Foi um presente que recebi da minha avó materna e transmite uma atmosfera mágica muito envolvente. Estava com esse cordão no dia em que eu e seu pai começamos a namorar. Pensava em passar para Gina, mas depois decidi que daria para um dos meus filhos presentear uma menina muito especial. Desde que Hermione chegou aqui, tenho sentido no meu coração que esse colar deve ser dela”, justificou a mãe.


- Mas por que a senhora mesma não entrega esse presente a ela? – perguntou o menino, que intuía que dar aquele cordão era o mesmo que fazer uma declaração de amor e não sabia se tinha coragem ou se esse era o momento para aquele gesto tão comprometedor.


- Meu filho, Hermione é sua amiga e foi por causa da sua ligação com ela que pensei em dar esse presente. Mas se você não quiser, passo para outro dos seus irmãos – disse a mãe.


O rapaz de repente percebeu quão especial era aquele presente. Por alguns segundos enfrentou um dilema. Uma parte dele desejava aproveitar todas as oportunidades de fazer chegar o seu afeto à menina. Outra queria guardar segredo daquele sentimento tão forte, mas ainda tão confuso, que ganhava cada vez mais espaço no seu peito. O olhar de incentivo de sua mãe, misturado ao maravilhoso sabor da mousse, fez optar pelo seu lado mais irracional. Mesmo correndo o risco de se expor por completo, Ron decidiu que não deixaria passar aquela chance. “Mãe, muito obrigada. Eu aceito, sim. Acho que Mione vai ficar muito feliz. Mas devo dizer que foi você que pensou em dar o cordão para ela?”, perguntou o rapaz.


- Diga que pertenceu a mim e que passei a você para presentear uma pessoa que considerasse muito especial em sua vida – explicou a mãe.


Com um novo rodopio da varinha, a mãe colocou o cordão numa delicada caixinha lilás e a entregou ao filho. Ron guardou a caixa no bolso e, como já tinha terminado a mousse, se levantou e deu um beijo em Molly. “Te amo, mãe”, falou e, em troca, ganhou um sorriso, seguido por um beijo e palavras afetuosas. “Eu também te amo, Ron. Tenho muito orgulho de você”.


Quando chegou à sala do segundo andar, Ron encontrou Hermione, Harry e Gina conversando animadamente. O rapaz entrou muito quieto e logo seus olhos e os de Hermione se cruzaram. Ele deu um sorriso um tanto misterioso para a menina, que era sempre muito desconfiada. “Alguma coisa aconteceu”, pensou ela, lembrando que o amigo tinha dito que iria à cozinha e já voltava.


- Você demorou, Ron. O que estava fazendo? - perguntou.


Será que a amiga deduzira que havia conversado sobre ela com a mãe? Claro que não, concluiu o rapaz. “Ron? Você não me respondeu!”, insistiu Hermione.


- Estava com fome e mamãe me serviu uma mousse deliciosa. É uma receita trouxa, você deve conhecer. Acho que vai ser a sobremesa do jantar – respondeu.


-Você só pensa em comida, Ron – disse Gina se metendo na conversa.


O rapaz se limitou a fazer uma careta para a irmã. Sentou em frente à Hermione, que escutava atentamente Gina falar que os rapazes em geral se preocupam com comida e outros assuntos banais. Indiferente à  conversa, Ron contemplava o rosto da amiga com um olhar perdido, imaginando como ela ficaria surpresa com o presente.


Mione olhou para ele de repente e se surpreendeu com a expressão sorridente e distante do amigo. “Ron?”, chamou. O rapaz permaneceu quieto, sem mover um músculo. Foi apenas na segunda vez que falou o nome do ruivo que ele pareceu despertar.


- Estava lembrando da mousse de chocolate? - questionou Harry com uma fisionomia divertida.


- É... mais ou menos – disse o rapaz, que não sabia mentir.


Hermione ficou intrigada. Achou a expressão de Ron muito parecida com a que tinha quando encontrava com alguma veela. O amigo não era de ficar com aquela cara abobalhada à toa. O que será que estava acontecendo com ele? 


xxx 


Depois que voltaram as aulas, os desentendimentos entre Ron e Hermione também retornaram. Não eram tão intensos como nos anos anteriores, mas ainda aconteciam. Ron estava mais tranquilo e paciente com a menina. A morena, no entanto, como já manifestara no ano anterior, exigia que o rapaz amadurecesse.


“Ele só pensa em comida, quadribol e momentos para relaxar. Imagina! Achar que teremos horários livres para ficar mais tempo sentado, sem fazer nada? Disse a ele que vamos precisar desse tempo para estudar, mas acho que nem me escutou”, queixou-se a Harry.


- Ron sempre foi assim, Hermione. Tudo bem que pode amadurecer um pouco e, acredite, ele já amadureceu bastante. Mas todos nós podemos melhorar, não é mesmo? – disse o rapaz que achava a amiga muito tensa, exigente consigo mesmo e com os outros.


Talvez Harry tivesse razão, pensou Hermione. Enquanto alimentasse qualquer expectativa que Ron fosse diferente, continuaria a se decepcionar. Era difícil admitir. Mesmo o rapaz tendo algumas características que detestava, era apaixonada por ele. Ron tinha qualidades que ela amava e, devia reconhecer, não possuía. “Dizem que os opostos se atraem. É, deve ser isso”, tentava se conformar.


No fundo, mesmo se não admitia, o que a deixava mais irritada era a indecisão do rapaz. Já dera tantos sinais que gostava dela, mas não conseguia se declarar. Ao mesmo tempo, era tão contraditório. Em muitos momentos implicava com Hermione, não aceitava as suas opiniões. E ainda flertava com mulheres bonitas na frente da amiga!


Foi com essa mistura de sentimentos que ela chegou à sala para a primeira aula de Estudos Avançados de Poções do professor Slughorn. Para a sua surpresa, Ron, que não estava matriculado nessa disciplina, chegou atrasado com Harry e foi aceito na turma. Deu uma olhada para o ruivo com certa decepção e se perguntou: “Será que ele nunca vai se decidir”?


Os três caldeirões no centro da sala de aula já tinham chamado a atenção de Hermione. Em especial um deles, que exalava um cheiro que a atraia fortemente.


Com sua inteligência rápida, Hermione logo identificou as poções que continham cada caldeirão. Quando o professor Slughorn perguntou se alguém sabia qual era a poção do primeiro caldeirão, a menina levantou a mão e acertou a resposta. Não foi diferente quando o professor perguntou sobre o conteúdo do segundo.


Ron olhou da menina para o professor, que parecia impressionado com a capacidade da nova aluna. Slughorn chegou ao último caldeirão e Ron tinha certeza que a amiga responderia qual poção era aquela. Das três, essa era a única que o próprio rapaz não identificara. No entanto, mesmo sabendo a resposta, ele jamais levantaria a mão como fazia Hermione com tanta desenvoltura.


- É Amortentia! – respondeu a menina.


 Para surpresa do ruivo, a menina informou com propriedade os seus efeitos.


“É a mais poderosa poção do amor no mundo”, disse. Hermione mudou o tom de voz e, com entusiasmado, continuou a falar. “Eu a reconheci também pela fumaça subindo em suas espirais características. E ela deve cheirar diferentemente para cada um, dependendo do que nos atrai. Eu posso sentir grama recentemente cortada, pergaminho novo e...”. A voz da menina sumiu de um jeito abrupto e ela ficou levemente rosada.


Ron estranhou a mudança, mas jamais suspeitaria do motivo. Era o cheiro cítrico, tão característico do cabelo do ruivo, que a menina sentira. Ela se afastou com o coração batendo forte, morrendo de medo que alguém, especialmente o amigo, que sempre se mostrava tão intuitivo, desconfiasse de alguma coisa.


O que para muitos foi apenas uma aula normal, para Hermione significou muito. Se precisava de uma confirmação de que era Ron o amor de sua vida, agora já tinha. Não havia ninguém mais que conhecesse que tinha esse perfume maravilhoso, que tão fortemente a atraia e a fazia se sentir tão bem. 


xxx


Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo: 


L-O-V-E

http://irpra.la/m/1107131

L is for the way you look at me 
O is for the only one I see 
V is very, very extraordinary 
E is even more than anyone that you adore 

Love is all that I can give to you 
Love is more than just a game for two 
Two in love can make it 
Take my heart and please don't break it 
Love was made for me and you
(…)


 

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Comentários (2)

  • Morgana Lisbeth

    Olá, Cedrella! Só comecei a postar a história depois que estava pronta. Mas a interação com os leitores é tão motivadora que venho fazendo algumas mudanças na história. Espero que continue acompanhando e curtindo :))

    2012-05-17
  • Cedrella Weasley

    Você sabe contar muito bem uma história, parabéns! O melhor é que está postando com regularidade. Tem autores que demoram meses para atualizar e a leitura perde o ritmo *.*

    2012-05-17
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