Lílian Evans
PREFÁCIO
Houve uma época, não faz muito tempo, em que vivíamos em um mundo encantado de elegância, palácios, e grandes bailes. O ano era 1967.
Meu nome é Elizabeth Romanov e meu filho, Nícollas Otávio, era o Czar da Rússia Imperial.
Estávamos comemorando o 300º aniversário do governo de nossa família com um baile e, naquela noite, nenhuma estrela era mais radiante do que nossa doce Lílian, minha neta mais jovem.
À época, ela tinha apenas 7 anos e, por ser muito apegada à mim, me suplicou para que eu não voltasse para minha mansão em Paris, por isso preparei um presente muito especial para ela, para tornar a separação mais fácil para nós duas.
Eu estava sentada em meu trono, observando ela dançar com Nícollas, quando ela veio até mim toda sorridente, trazer um desenho que ela havia feito naquela tarde. Aproveitei a oportunidade para dar-lhe o presente.
- Para mim? – ela perguntou surpresa – É uma caixinha de jóias?
Lembro-me também que havia um criado no palácio que era muito amiguinho de Lílian, e ele estava por perto naquela noite, nos espiando.
- Severo Snape! Seu lugar é na cozinha! – bronqueou um dos guardas, tirando o menino do salão à força.
Lílian olhou-o penalizada e sorri para ela, chamando sua atenção novamente, tirando um colar de minha bolsa e girando seu pingente no buraquinho da caixinha, dando corda nela.
- Escute – falei.
Lílian arfou quando a caixinha se abriu e uma bailarina ruiva, como ela, começou a dançar ao som da música.
- Toca nossa canção de ninar! – ela exclamou impressionada.
- É para você tocar todas as noites, antes de dormir, e fingir que sou eu cantando – expliquei antes de começar a cantar para ela:
“Vento uivando no mar
Quando eu ouço me lembro
Você vai vir pra mim
Foi no mês de dezembro. ”
Ela dançava na minha frente enquanto eu cantava, e curvou-se para mim quando terminei. Nós rimos juntas.
- Agora leia a inscrição do colar – pedi a ela.
- “Juntas em Paris” – ela esforçou-se para ler as letras miúdas – Verdade? Ah, querida vovó! – exclamou, abraçando-me, emocionada.
Mas jamais nos juntaríamos em Paris, porque uma sombra negra caiu sobre a casa dos Romanov. O nome dele era Tom Riddle. Pensávamos que ele fosse um homem bom, mas era uma farsa. Perigoso e sequioso de poder.
Ele chegou ao nosso baile, recebendo olhares espantados de todos, e foi até Nícollas, como se fossem velhos amigos se reencontrando.
- Como se atreve a voltar ao meu palácio? – perguntou Nícollas.
- Mas sou seu confidente – Riddle se fez de inocente.
- Confidente? – debochou – Você é um traidor! Vá embora!
- Acha que pode expulsar o grande Lord Voldemort? Com os poderes a mim investidos e desconhecidos por trouxas como você, eu os expulso com uma maldição. Ouça minhas palavras Czar Nícollas Otávio: você e sua família morrerão dentro de 15 dias. Não descansarei enquanto não ver o fim da linhagem dos Romanov, para sempre!
Consumido por seu ódio por Nícollas e nossa família, Voldemort vendeu sua alma em troca de poder para nos destruir.
- Vão – ele falou a seus Comensais da Morte – realize seu objetivo sombrio. Destruam o Czar e sua família de uma vez por todas!
Daquele momento em diante, a centelha do ódio e da infelicidade em nosso país, foi consumida por uma chama que logo iria nos destruir para sempre.
- Depressa, Lílian! – eu tentava puxá-la no meio da correria do palácio.
- Minha caixinha de música! – ela lembrou-se e correu para o lado oposto.
- Lílian! Volte! Volte!
Desesperada, eu a segui até seu quarto e fechei a porta para que ninguém entrasse.
- Lílian, por favor, depressa!
- Não acho minha caixinha!
- Vamos logo, Lílian! Deixe-a aí!
Eu, com dificuldade, puxei-a para a porta, mas então o amiginho dela, Severo Snape, apareceu desesperado.
- Venham por aqui! – ele nos chamou, apontando uma passagem que eu nunca havia visto pela parede.
- Severo? – Lílian olhou-o surpresa.
- Venham pelos aposentos dos criados, Alteza. É mais seguro para a princesa e sua avó! Depressa!
- Mas minha caixinha de música, Sev! – Lílian chorou.
- Eu pego para você! Vá na frente! Vá! Salve-se!
Ele nos empurrou pelo buraco e rapidamente conseguimos sair do palácio para a neve lá fora, mas o menino magricelo não estava mais atrás de nós e Lílian estava muito preocupada com isso.
- Vovó... – ela chamava chorando.
- Temos que ir, querida.
Passamos por baixo de uma ponte, e vi, por minha visão periférica, um vulto pular dela até nós, mas não me virei para ver o que era até ouvir o grito de Lílian.
- Voldemort! – gritei assustada.
- Largue-me! – Lílian implorava.
- Jamais escapará de mim, criança! Nunca! – ele falou maldosamente, dando uma gargalhada fria e perversa.
Não sabia dizer como aconteceu o que se seguiu. Em um momento Lílian estava presa à ele, e no outro houve uma explosão e Voldemort tentava se segurar à beira do buraco de gelo no chão, para não se afogar, enquanto Lílian saia correndo me puxando. Há 6 anos, quando descobri os dons de minha neta, consegui entender o que havia acontecido naquela hora. Minha neta estava demonstrando seu primeiro sinal de poder.
Foram muitas vidas destruídas naquela noite. Toda a tradição de um passado desaparecida para sempre. Sendo assim, a minha Lílian, a minha adorada netinha, fora obrigada a se mudar comigo para o palácio de minha sobrinha Sofia, a rainha da Inglaterra que tinha uma filha, Petúnia, que era um pouco mais velha que minha neta e lhe serviria como uma boa companhia.
Para que Lílian não fosse reconhecida, mudamos seu sobrenome para Evans, e Sofia a adotou como filha, e quando as coisas se ajeitaram novamente, senti que eu poderia voltar para Paris, não sabendo à época, que Lílian ainda corria um grande perigo... algo maior do que qualquer um poderia imaginar... algo que nem o destino seria capaz de mudar...
Comentários (4)
Hey, uma pequena divulgação do meu RPG da era marota no tumblr, estamos precisando de personagens, quem estiver interessado(a), o link do site: http://eramarota-rp.tumblr.com/
2012-06-29vou ler, com certeza!
2012-05-17muito boa essa fic por favor não demore a postar
2012-02-10goostei da ideia da fic , super legal *---*voce nao vai mais postar ?
2012-02-06