O padrinho
Gina estava dormindo, quando Hermione escancarou a porta do seu quarto, pálida, e gritou:
- Levante-se, Gina! É urgente! Estamos te esperando na sala da McGonagall.
Deu para ver que a amiga usava apenas um roupão de seda fino por cima do pijama, então percebeu que o assunto era tão urgente que não tinha tempo sequer de se trocar.
Aparentemente os demais pensaram a mesma coisa, porque estavam todos vestidos com pijamas na diretoria, sendo que “todos” eram Harry, McGonagall, Madame Klinghoffer, Mione e ele, O Intragável. Mas como estavam em uma momentânea trégua, Gina acenou para ele com a cabeça, enquanto tentava inutilmente assentar os cabelos revoltosos sobre a cabeça. Draco, por outro lado, continuava com o cabelo impecável, muito bem penteado e muito elegante... tem como alguém ser mais irritante?
- Não vou fazer grandes rodeios: os nossos planos sobre a Monarquia vazaram para o Ministério, então teremos que nos apressar para anunciar Malfoy como rei legítimo antes que eles façam estratégias para nos deter.
- E isso seria quando? – Gina perguntou, desistindo de manter os cabelos soltos e prendendo-os com um nó no alto da cabeça. Harry hesitou por um instante, antes de olhar para Madame Klinghoffer e dizer:
- Amanhã.
A mulher fez uma careta de desespero, mas, eficiente, não respondeu nada: apenas chamou dois elfos domésticos saiu do escritório depressa, dando ordens e recomendações.
- Falta muita coisa... – murmurou Draco, mais para si que para qualquer outra pessoa, mas Harry lhe disse:
- E é melhor que até amanhã, às seis da tarde, não falte mais nada. – havia um tom de ameaça no tom de Harry que fez com que Gina suspeitasse desconhecer alguma coisa importante. Hermione, contudo, a fez se esquecer do assunto quando abriu uma caderneta e começou a anunciar, com a voz apressada:
- Será no antigo castelo dos Malfoy, ao sul da Inglaterra, e deve ser um lugar perfeitamente seguro até amanhã. A população bruxa inteira será convocada, e chaves de portal serão espalhadas pelo país. Ninguém poderá ultrapassar o pátio interno, então vocês, da sacada, não correrão riscos...
- Calma, vocês? – Gina perguntou, apontando para si mesma.
- Naturalmente, Gina. Como os Malfoy estiveram envolvidos com comensais, não podemos apresentá-lo sem demonstrar claramente que Harry e você estão ao lado dele, então amanhã mesmo ele deve te pedir em noivado, perante toda Inglaterra... – e então, como se tivesse dito alguma coisa totalmente casual, continuou a tagarelar: - as demais famílias reais que já concordaram conosco devem estar aqui até o almoço....
E então saiu da diretoria, fechando a porta. Em seguida, lembrando-se de uma coisa, a reabriu e falou:
- Deixem os dois a sós! Eles precisam discutir acertar os detalhes.
Gina bufou, vendo todos os outros saírem, e sentou-se na poltrona da diretora, inclinando-a para trás, já que, aquela pequena transgressão era o grito de protesto mais intenso que poderia dar.
- Sabe, Malfoy, Rony contou aos meus pais, mas até agora eu não sei como eles estão se sentindo a respeito disso... não conversamos.
- Weasley, acho que você me entendeu mal. Não vamos brigar, mas isso não significa que eu me interesso pelos seus problemas.
Gina preparou-se para respondê-lo com palavrões tão feios que estouraria seus tímpanos, mas escolheu, ao invés disso, contar até dez e dizer, em um sorriso:
- Não é um problema meu, sabe? Imagine cinqüenta pessoas como o Rony no seu pé...
- Então você está me ameaçando?
- Então você se sentiu ameaçado?
- Vamos ao que interessa, por favor – ele desviou do assunto, mas a garota percebeu que ele engolira em seco - Eu andei pensando e acho que uma paixão reprimida durante Hogwarts não seria má idéia. Poderíamos ter nos contido porque você é da Grifinória e eu da Sonserina.
- Entre outros motivos óbvios...
- Evidentemente. Mas como eu ia dizendo, pensei que nós pudéssemos ter ignorado nossas diferenças assim que o Lorde das Trevas conseguiu tomar Hogwarts e o Ministério...
- ... por ter percebido que a vida é frágil e é uma só.
- Justamente.
- Clichê, mas deve dar.
- É, deve dar. Te vejo mais tarde, alteza – Draco fez uma reverência exagerada e saiu da diretoria, deixando-a sozinha. Só ela então percebeu o que estava prestes a acontecer e sentiu o pânico subindo pela garganta... vomitou na poltrona da McGonagall, antes de sair correndo.
Quando deu por si, tinha saído do castelo. Se estivesse na velha Hogwarts, teria o lago ou a floresta para ficar sozinha, mas, ali, viu que o mais longe que poderia fugir seria para o pátio externo.
Apoiou-se em uma coluna e ficou respirando pesado, sem perceber que não estava sozinha.
- Senhora Malfoy – alguém, claramente, debochou. Sem nem pensar, sacou sua varinha e a apontou na direção da voz. Encontrou um homem negro, careca, sorrindo com seus dentes muito brancos. Ele estava de terno, sem gravata, e mostrava uma camisa branca que tinha os primeiros botões abertos.
- Zabini – sussurrou de volta – Pensei que estivesse morto.
- Não, eu sou um desertor. Não é muito nobre, mas costuma manter vivo.
- O que você está fazendo aqui? Como soube onde nos encontrar?
- Abaixa a varinha, Sra. Malfoy. Seu noivo me chamou.
- Quem mais ele chamou? – perguntou, ignorando seu pedido.
- Mais ninguém. Os outros estão mortos ou estão do lado errado... mas você não deveria estar mais feliz para alguém que vai se casar logo, Sra. Malfoy?
- Pare de me chamar assim!
- Por quê? Qual o problema?
Gina pensou em retrucar, mas percebeu que ele estava sendo sincero e realmente não sabia que o casamento era falso.
- Blaise...- Draco apareceu, então, atrás de Gina e o saudou com um sorriso contido – Estava esperando por você – em seguida, colocou uma mão no ombro de Gina, que sentiu como se um elefante tivesse se sentado ali, tamanho era seu desconforto. Ele estava muito perto, intimamente perto.
- Sinto muito se Gina não está vestida apropriadamente. Acho que me esqueci de avisar que meu padrinho chegava hoje – Gina estranhou muito ouvir seu nome saindo da boca de Malfoy, quase como se ele estivesse falando um palavrão.
- Esqueceu de avisar, também, que eu era o seu padrinho, não é? Ela achou que eu estivesse morto.
- Desculpe, Zabini... – Gina pediu, como se morrer fosse falta de educação, mas ainda queria ficar sozinha, então falou: Vou deixar vocês mais a vontade.
Virou-se para voltar para o castelo, mas Draco pressionou com força seu ombro e falou:
- Boa noite, meu amor – e antes que ela pudesse evitar, deu-lhe um selinho.
Seus olhos se arregalaram e ela ficou muito vermelha. Queria estapeá-lo! Queria rir! Queria sair dali! No entanto, não conseguiu fazer nada, porque estava petrificada.
- O que foi? – Draco perguntou, tentando fazer com que Blaise não percebesse que aquilo era anormal entre eles – Aconteceu alguma coisa?
- Não... hm... acho que só estou um pouco ansiosa. Bem, boa noite – e saiu antes que ele resolvesse fazer mais alguma coisa estranha.
Foi para o seu quarto, agora completamente sem sono, mas assim que abriu a porta viu que não foi uma boa ideia
-- Gina, você está maluca? Onde você estava? Temos que te transformar em uma rainha em menos de 24 horas! – ouviu Hermione dizer, eufórica. Junto a ela, viu outras três mulheres que não conhecia e Madame Klinghoffer.
Sem pedir licença, elas foram puxando a ruiva para o lavatório, molharam seu cabelo, colocaram seus pés e mãos dentro de bacias de água e lambuzaram-na com cremes.
- Você deve sorrir, mas não demais, para não parecer que tem um problema mental. Você não deve beijá-lo ou chamá-lo de apelidos carinhosos, use apenas Draco.
- O que obviamente será a parte difícil...- Gina comentou, com ironia, mas as mulheres que não sabiam da farsa deram risadinhas abafadas. Madame Klinghoffer ignorou a interferência:
- Segure sua mão, acene para o público, seja discreta...
- Fala devagar, pra eu ir anotando!
- Não se preocupe, está tudo aqui – e jogou um livro grosso sobre seu colo, decidida a fingir que não sentia a ironia nas palavras da ruiva. – Estude tudo até amanhã.
Uma hora mais tarde, Draco entrou no quarto sem bater. A ruiva estava com um creme verde na testa e tentava não dormir enquanto lia.
- Posso conversar com a minha noiva por um minuto? – ele perguntou, colocando certa malícia no “conversar”, o que as fez soltarem gritinhos. Merlin, como eram bobas. Quando estavam sozinhos, o loiro virou-se para ela, irado:
- É demais pra você, Weasley?
- Do que você está falando? – perguntou, realmente confusa e sonolenta.
Então, sem aviso, ele se inclinou sobre ela e a beijou. Gina lhe deu um tapa forte no rosto.Vermelho e despenteado, Draco segurou seus pulsos e a beijou outra vez, de forma mais demorada. Ela virou o rosto.
- O que você está fazendo, Malfoy?!
- Acostume-se, Weasley! Não me interessa os problemas que você tem comigo: vai ter que aprender a lidar com eles.
E então saiu do quarto, pisando duro.
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N.A.: Pessoal, este capítulo ficou pequenininho porque eu tive que dividi-lo! Mas prometo que próximo é maior xp
Ana Slytherin: duihasiduhsauidsa
é que eu não sou uma grande fã do Harry ;x
Obrigada por estar acompanhando (:
Comentários (1)
Eu amei o capitulo ,me sinto na obrigação de comentar !!Vc devia tentar promover a fic !bjos e ate o proximo
2011-05-09