Trio ?



- Mas a Rosa não pode saber, entendeu?
- Cara, foi errado.
- Eu sei. Não vou fazer de novo. Ah Scorpion, não me olhe com essa cara, eu não vou jogar a poção fora... Ela pode ser útil! – Disse Alvo, diante do ar reprovador do amigo.
- Não sei porque acredito em você – Disse, com um risinho de deboxe.
Foram andando em direção aos jardins, onde Rosa estava, para se encontrarem com a garota. Alvo, no dia anterior, tinha mandando uma coruja para os pais contando sobre a nova amizade com Scorpion. Harry se mostrou um tanto decepcionado, já Gina apoiou totalmente, dizendo que ele era um bom menino e nada parecido com pai. Menos o cabelo, claro.
Assim que pisaram na grama verde, uma mão forte e pesada bateu nos ombros dos garotos. Logo após, uma voz familiar ecoou pelo local.
- Faaaaaala, maninho. E aí, Lorão, como vai ? – Perguntou Thiago, zombeteiro.
- Não sou lorão – Retrucou, ríspido.
- Não me chama de maninho, pelo menos não pra meio mundo ouvir.
- Ta, eu não queria falar com vocês mesmo. O negócio é o seguinte, hoje terá uma festa na sala precisa, no sétimo andar. Eu não sei porque eu to convidando vocês, o nogócio é que a gente precisa de... Gente.
- Não estou muito a fim de desrespeitar as regras, sabe. – Retrucou Alvo, olhando para os pés.
Thiago bufou, olhando para o céu, como se estivesse decepcionado.
- Deixa de ser covarde, Alvo. É só uma festa, não tem nada demais, você não vai pra Askaban por causa disso. Além disso, pode levar sua namoradinha, não me importo.
- Não é minha namoradinha. – Disse, vermelho.
Scorpion olhou para Alvo, e depois, para Thiago. Antes que qualquer um, falasse qualquer coisa, ele tomou partido.
- Iremos a essa festa. Que horas?
- Isso aê, Lorão! Bem, vai ser as oito horas, assim que acabar a aula de Poções de vocês. Bem, vou indo, tenho mais gente para convidar.
Dizendo isso, saiu, indo em direção aos corredores. Alvo estava boquiaberto, e olhava para Scorpion incrédulo.
- Cheirou pó de flu, né?
- Apenas acho que essa festa pode ser uma boa oportunidade.
- De que? – Perguntou, impaciente
- Conhecer... Pessoas.
- Eu já conheço. E aí Patil, tudo bem? – Cumprimentou, enquanto acenava para uma garota que passou dando risinhos para ele – Viu? Eu conheço.
- Talvez para conhecer melhor uma pessoa que a gente já conhece.
- Não sei aonde você quer chegar. Sinceramente.
Scorpion riu, enquanto jogava o cabelo para trás, a fim de tirá-lo dos olhos.
- Você vai descobrir.

* * *


Estava uma noite excepcionalmente bonita e escura, aquela. Alvo caminhava calmamente pela orla do lago, solitário, porém por opção. Naquele momento, queria ficar sozinho, pensar um pouco, apenas ele e ele mesmo.
Nenhum de seus amigos sabia onde ele estava, provavelmente estariam preocupados naquela hora. Porém, Alvo não ligava muito para isso, a não ser pelo fato dos dois estarem juntos e sozinhos. Se enfureceu ao ter aquele pensamento, chutando com força uma pedra que ali estava.
- Droga de vida...
- AI!
Deu um pulo para trás, sacando a varinha, assim que ouviu aquele grito.
- Lumus! Quem está aí ?
- A pessoa que você acertou a pedra. E bem na minha testa, da próxima vez não vai ter restos de você.
- Engraçada – Disse, reconhecendo que era uma voz feminina. Estava mais tranqüilo agora, ao ver que não sofria nenhuma ameaça. – Mas você está bem?
- Assim que esse hematoma sair da minha cara.
Ao ouvir essa frase, notou um movimento atrás dele. Virou-se, ainda com a varinha em punho, e se deparou com uma Lufana. Era alta, possuía longos cabelos loiros e lisos, tinha os olhos castanho esverdeados. Aparentava ser do terceiro ano, e sorria sarcasticamente. Em uma mão segurava um pó cinza, despejando-o logo após no lago.
- Isso é o que o feitiço reducto faz... Com uma pedra.
- Desculpa qualquer coisa.
- Não há problemas... Você seria o Alvo Severo Potter ?
O garoto corou levemente, não estava acostumado em ser reconhecido.
- Sim, sou eu.
- Logo notei – Disse, sorrindo. Notou que ela parecia um pouco mais interessada, e começou a se aproximar – Meu nome é Layla Lovegood, prazer.
- Ei, você é a filha de Luna Lovegood e Neville Longbottom ?
- Pois é – Disse, indo em direção a uma pedra e se sentando na mesma – Minha mãe vive falando de seus pais, por isso logo reconheci.
- Uau...
- Mas afinal, quem não fala de você e sua família, não é mesmo? – Perguntou, novamente sarcástica, seguida de uma risada zombeteira – Seu pai ‘’salvou’’ a nação bruxa – Disse, fazendo as aspas com os dedos.
- De fato – Falou, orgulhoso. Não gostava de viver na sombra de ninguém mas, tinha muito orgulho de seus pais.
- Bem, mas é melhor eu ir indo. Está um pouco tarde, e é perigoso ficar fora do castelo a essa hora...
Dizendo isso, levantou-se, jogando os cabelos loiros brilhantes para trás, e retomando a caminhada para os terrenos.
- Se eu fosse você vinha junto – Disse, sem se virar pra trás e continuando a andar.
Olhou para os lados, e assim fez.

* * *

- Essa noite... Você sabe que eu não posso, tenho treino da Armada – Disse Julia, impaciente, enquanto lia um pergaminho.
- Viu o que essa ‘’Armada’’ fez ? Nem tempo para a festa você tem... – Repeliu Thiago, sarcasticamente.
Ficou vermelha de raiva, sabia que ele estava fazendo isso para provocá-la. Aquela festa nada mais era do que uma tentativa de magoar a garota.
- Não vou desistir Potter, não adianta. Pode ser a melhor festa do mundo, eu não sairei da armada. E para de fazer esses joguinhos idiotas, só porque [b]você[/b] não foi convidado.
- Eu... Eu não estou fazendo joguinhos idiotas – Disse, balançando os ombros – E isso é uma babaquice.
- babaquice? Um grupo de alunos seletos por serem inteligentes e capazes é uma babaquice? Creio que não seria se você estivesse participando.
- Cale a boca.
Julia chegou perto ameaçadoramente, encostando a varinha com força no peito do menino.
- Nunca me mande calar a boca, Thiago.
O garoto engoliu a seco. Não tinha como se proteger, além do mais, ela era ótima em azarações. Mas era um grifinório afinal. Rapidamente, pegou sua varinha e, antes que ela fizesse qualquer coisa, encostou a mesma entre os seios da garota.
- E agora? Vai me azarar?
- Não me... Desafie. – Disse, um tanto vermelha de raiva – Posso acabar com você só sacudindo a varinha.
- Faça o que tiver vontade.
Hesitou. Abriu a boca, mas não emitiu som algum. Seus olhos se fixaram nos olhos castanhos esverdeados de Thiago Potter, aquele que realmente ela amava. Não podia perder a fama de durona, mas também não queria perdê-lo.
Devagar, e, com a mão um tanto frouxa, foi abaixando a varinha, dando sinal de que não iria mas atacar. Agora, a garota estava indefesa.
- Faça você se quiser.
O garoto arregalou os olhos, como se não acreditasse no que acabara de acontecer. Julia nunca deixaria isso acontecer em sã consciência, ainda mas se tratando dele.
- Se eu for fazer o que eu quero, era uma vez meu pescoço.
- Acho que sei quais são suas intenções – Disse, rindo irônicamente, e virando de costas para ir em direção ao sofá de sua comunal. – E vai para a festa logo, antes que eu mude de idéia, e lance um feitiço no meio da sua testa.
- Sei que não conseguiria. Você me ama, e...
A garota riu e, mais do que depressa, sacou a varinha, apontando para Thiago.
- Expelliarmus! – O feitiço fez efeito, e a varinha do menino saiu voando pela sala, indo parar debaixo de uma mesa.
- Viiiu ?? Eu consegui. Te falei pra não me desafiar...
- Sua sem graça. Accio varinha!


* * *


Alvo, Rosa e Scorpion finalmente chegaram ao sétimo andar, ofegantes. A garota se apoiou em uma armadura, respirando fundo, enquanto olhava para a parede lisa que logo mostraria a porta da sala precisa.
- Nunca corri... Tanto... Na minha vida.
- Também né, vocês queriam subir sem nenhum feitiço da desilusão – Retrucou Scorpion, despindo a calorenta capa da Sonserina.
- Ninguém aqui sabe realizar esse feitiço. E o meu pai não quer me dar a capa de invisibilidade, o que eu posso fazer? Além do mais, lançaram abaffiato por aqui, o som de nossos passos não pode ser ouvido.
- É apenas o som da voz...
Nisso, ouvem um rangido, e logo se deparam com Thiago e uma imensa porta negra.
- Vocês pretendiam acampar aí, não é? – Perguntou, ironizando, e logo depois fazendo um sinal receptivo com a mão direita – Venham, podem entrar.
Cautelosos, os três se olharam por alguns segundos, e logo depois foram de encontro a tal sala.
Estava amontoada de gente, de diversas idades. O lugar era enorme, e todos dançavam ao som de uma banda trouxa que Alvo conhecia muito bem. Rapidamente, sentiu seu corpo sendo empurrado para o meio do salão, por mãos femininas que segurava seus ombros.
- Vamos Al, vamos dançar! Vem você também Scorpion!
- Não, não – Dizia o loiro, tentando se desvencilhar – Prefiro ficar quieto aqui no meu canto.
- Eu também – Retrucou, tentando dar meia volta.
Rosa lançou-lhes um olhar mortal, agarrando os dois pelo colarinho da camisa e puxando até a pista de dança.
- Algum de vocês terá que dançar comigo, e eu não aceito um não como resposta.
Rapidamente, Scorpion se projetou para frente de Rosa, como se dançasse junto dela. Ela se empolgou, fazendo a mesma coisa, e jogando as mãos para o alto. Quando deram conta, os dois estavam dançando completamente juntos, e Alvo estava boquiaberto, furioso.
- Eu também sei dançar!
Chegou para o lado, se metendo entre os dois, enquanto mexia os pés no ritmo da música, tentando parecer o menos desajeitado possível.
- Isso Al!!
Rosa colocou a mão direita em seu pescoço, enquanto ia dançando perfeitamente, se chegando mais para o lado do garoto. Pensando bem, era até uma visão muito engraçada, os dois disputando a ruiva.
Alvo também chegou perto, de modo que sua boca ficou muito perto da orelha da menina, e uma vontade louca de sussurrar para ela ‘’eu te amo’’ tomou conta dele. Mas, racional, se segurou, tentando olhar apenas para frente.
- Você chama isso de dançar?
Scorpion continuava implicante e, dessa vez, pegava a mão de Rosa, puxando-a para si, tentando dançar com a mesma.
Alvo começou a ficar irritado, nunca gostara de disputas, ainda mais com seu melhor amigo. Ele, ao contrário, parecia estar gostando muito daquilo, dava pra ver no sorriso zombeteiro de seus lábios, e nos olhares de esguelha para o garoto.
- Ei, Potter – Aquela voz feminina lhe era familiar... Virou-se, lentamente, e se deparou com a mesma garota loira que vira no dia anterior.
- Oi Layla! – Disse, com entusiasmo, não deixando em reparar em Rosa que erguia a sobrancelha direita levemente, olhando para os dois.
- Você viu a Julia, da grifinória? To precisando falar com ela...
- Acho que ela não vem, se não estaria com o Thiago.
- Eu sei... – Disse, maliciosa, enquanto se abaixava para falar no ouvido do garoto- Acho que eles tem um caso.
- Sempre desconfiei – Sorriu ao dizer isso, e sorriu ainda mais ao notar Rosa furiosa olhando para eles. Nem dançar direito ela conseguia, e Scorpion parecia bastante irritado.
- É uma pena... Mas enfim, eu já vou indo, não quero interromper você e a ruivinha aí...
- Não, não está interrompendo! De jeito nenhum. Ela está muito ocupada, pelo menos parece.
Layla olhou para Rosa e depois para Scorpion, e ficou assim por um bom tempo, até soltar uma exclamação quase inaudível.
- Hm! Já entendi... Parece que os dois disputam a mesma garota.
Alvo corou levemente antes de responder.
- É... Acho que sim.
- Boa sorte então, garoto. – Disse, com uma piscadela.
Ao ouvir isso, Alvo sorriu, e no momento seguinte sentiu alguém segurando com força seu braço. Era Scorpion, e ele parecia bastante irritado.
- Preciso falar com você. Agora.
Sem esperar uma resposta, saiu puxando o garoto em direção a enorme porta negra, andando contra a multidão que ali estava, e deixando as duas meninas muito confusas lá trás.
- Ai... Scorpion, você bebeu ? – Perguntou Alvo, assim que os dois saíram do local, aparecendo novamente no corredor do sétimo andar – Alguém pode nos descobrir aqui !
Ainda segurando o braço de Al, continuou andando até chegarem na sacada, que dava para os jardins. Então parou, virando-se para ele, seu olhar praticamente mortal.
- Dá pra se decidir com quem você quer ficar?
- Como assim? – Perguntou Alvo, confuso.
- Pois é. Você não de decide, uma hora dá em cima da Rosa, outra, daquela garota loira que estava com você na festa. Ou quer ficar com as duas ao mesmo tempo?
Sentiu sua temperatura subir, seu rosto começar a ficar vermelho, e uma enorme vontade de sacar a varinha e estuporar aquele garoto loiro que se encontrava a sua frente.
- Eu?! Você é que vivia dando em cima da Rosa em todos os lugares, principalmente nas aulas de poções. Layla é apenas uma amiga, a-mi-ga minha, e a Rosa gosta de mim!
- Como você pode afirmar com tanta certeza?
- Pois eu sei. Convivo com ela há anos.
- Aposto que ela já não consegue olhar mais na sua cara. Só anda com você por pena, e para manter a imagem das famílias amigas.
- Se fosse para manter imagens, eu não andaria com você.
- E quem disse que precisa?
O vento despenteava os cabelos morenos do rapaz, e seus olhos verdes cintilavam. Então era isso? Scorpion não queria andar com ele, não fazia questão. Abriu a boca para falar, mas logo tornou a fechá-la. Não tinha coragem de dizer nada, apenas queria sair dali.
- Você nunca foi meu amigo então – Disse, por fim, sem abaixar a cabeça. – Eu realmente acreditei em você.
Pensou em sair do local, porém não conseguiu. Apenas virou-se, encostando no parapeito, e olhando para a grama verde do jardim.
Scorpion olhou para o chão, parecia constrangido.
- Me desculpe.
Alvo abriu um pequeno sorriso de triunfo, sem que o garoto visse.
- O que disse?
- Você ouviu muito bem – Disse, raivoso- Pedi desculpas, quando fico nervoso falo coisas sem sentido. Você é meu amigo sim, sabe disso.
Virou a cabeça para Scorpion, a franja caindo cinematograficamente em cima dos olhos, e estendeu a mão.
- Está desculpado.
O loiro sorriu, apertando a mão do amigo, e logo depois falou.
- Precisamos parar de dar em cima da Rosa.
- Como disse? – Alvo não esperava por aquilo.
- É... Veja bem, se continuarmos assim, nossa amizade pode acabar. Por causa de uma garota. Então, iremos agir naturalmente, se ela quiser ficar com um de nós dois, que fique. E claro, iremos respeitar a opinião dela.
Tudo aquilo fazia sentido. Seria melhor mesmo aquilo? Ou ele não podia deixar a oportunidade de ficar com a ruiva passar? Na dúvida, resolveu concordar com o amigo, talvez ele estivesse mesmo certo. Mas de qualquer modo, ele tinha vantagens, era amigo da garota há muito mais tempo, e eles se viam constantemente nas férias.
- Sem brigas? – Perguntou Alvo
- Sem brigas.
- Ok, então ta. Valendo desde agora.
- Claro. Mas então, vamos voltar para a festa?
- Vamos. Mas nós dois dançamos com ela, igual a três amigos normais.
- É... Isso aí – Concordou Scorpion, um pouco decepcionado. – Ou então... Não dançamos, por via das dúvidas.
- Mas ela vai desconfiar, nos achar distantes.
- É, você tem razão. Mas vamos, antes que alguém nos veja.
- Ok. Mas, só um minuto, deixa eu pegar mais ar fresco antes de voltar para lá. Está apinhado de gente, muito calor.
Dizendo isso, virou-se novamente para os jardins, e afrouxou sua gravata corvina, abrindo alguns botões de sua camisa. O vento despenteava seus cabelos, e o garoto fechou os olhos, aproveitando por um bom tempo aquela sensação prazerosa.
De repente...
POW
Um barulho, pessoas gritando e correndo. O garoto deu um pulo, virando-se para trás, e deparando com Scorpion apavorado, a varinha em punho.
- Que barulho foi aquele? – Perguntou o loiro, olhando para os lados.
Alvo saca a varinha também. Se sente vigiado, e um medo enorme lhe passa pelo corpo. Mas precisava ser corajoso. Ainda com a varinha em punho, virou-se para trás, em um ato digno de coragem.
E ela estava lá, flutuando ao lado da sala precisa. Grande e verde, uma caveira com uma cobra.
- MERLIN! OLHA LÁ! – Disse Alvo, apontando em direção ao símbolo.
- Não pode ser verdade...
A garganta do menino bloqueou, ele parecia não conseguir respirar. Suas mãos soavam bastante
- A... Marca Negra.

* * *

- Alvo, VAMOS CORRER! – Disse Scorpion, desesperado, enquanto puxava o menino. Uma grande massa de alunos corria e gritava pelos corredores.
- Não, não podemos... – Disse, se desvencilhando
- Como não? – Perguntou, desesperado
- ROSA ESTÁ NA SALA PRECISA!
Os dois gelaram. Num ato de impulso, se olharam, e começaram a correr em direção a mesma, como se pensassem juntos.
- Sai da frente... Dá licença... ROSA? CADÊ VOCÊ ? – Gritava Alvo, enquanto empurrava alguns alunos a fim de conseguir entrar na sala.
Levou alguns tapas e empurrões, e seu pé já estava dolorido de tanto que pisoteado, mas mesmo assim persistia. Abriu espaço entre a multidão eufórica, Scorpion em seu encalço, e finalmente chegaram na escancarada porta da sala precisa.
- ROSA... ROSA!! – Gritava Alvo, percorrendo os olhos pelo salão. Pôde ver um grande rombo ao alto, provavelmente o causador do barulho. Pelo buraco dava para ver nitidamente a marca negra, e seu corpo estremeceu
- Ela deve ter saído junto com o grupo... Vamos sair daqui, Aquele-que-não-dev...
- VOLDEMORT ESTÁ MORTO SCORPION, MEU PAI O MATOU!
- Mas a mim não... – Uma voz ecoava pelo salão, graça ao feitiço ‘’sonorios’’. Impossível ser descrita como feminina ou masculina. Alvo percorreu os olhos pelo mesmo, procurando o autor do som.
- QUEM ESTÁ AÍ? – Estava com medo, e por isso gritava, tentando ver se conseguia intimidar aquela pessoa. Segurava firme a varinha.
- Vamos sair daqui ... – Murmurava Scorpion, tremendo
- Estão malucos?? Saiam daí AGORA – Alvo e Scorpion se viraram, deparando-se com Julia e Thiago, varinhas em posição de ataque e olhando o local. A voz era de Julia, e a mesma parecia furiosa – Isso não é uma brincadeira garotos, vamos, saiam!
- Isso, eu ia dizendo justamente isso – Disse Scorpion, puxando o amigo – Vamos sair daqui.
- NÃO ATÉ EU ACHAR ROSA!
Alvo saiu andando pelo local, percorrendo os olhos freneticamente, olhando principalmente para o buraco onde pairava a marca negra. Ele pingava, estava bastante nervoso. Mas do que medo, ele estava com raiva, de que todo o infortúnio começasse novamente.
Ouviu-se, ao longe, um gemido familiar. Era angustiado, e parecia perdido e confuso. Rapidamente foi reconhecido.
- Rosa! Rosa, você está aí !
Alvo correu em direção ao som, que logo descobriram estar embaixo de uma mesa derrubada. A garota estava sentada, um tanto suja e tinha um corte no lado direito do rosto. Seus cabelos ruivos estavam absolutamente desgrenhados. Ele levantou a mesa, tentando parecer um tanto heróico, e logo depois se sentou em frente a ela, segurando sua mão.
- Rosa... O que aconteceu ?
Logo de juntaram a eles rostos aflitos, como o de Julia, Thiago e Scorpion. Todos estavam bastante temerosos, e Julia toda hora olhava para o buraco da parede, como se esperasse que o próprio Voldemort saísse de lá.
- Você está bem? – Perguntou, preocupada, se aproximando da ruiva.
- Não muito... Ai minha cabeça. Ta doendo – Disse, fechando os olhos e abrindo logo depois.
- Como você foi parar aí? Você viu quem conjurou a marca? – Perguntou Thiago, se pronunciando pela primeira vez.
- Para dizer a verdade não... Só senti uma pancada forte na cabeça, depois meu rosto arder. Antes de desmaiar eu ouvi um estrondo, e fortes gritos,caí, provavelmente derrubando essa mesa e batendo com a cabeça de novo.
- É, sua cabeça está sangrando, e seu rosto também – Disse Julia, se aproximando de Rosa cuidadosamente, a apontando a varinha para a cabeça dela – Férula!
Bandagens se prenderam ali, com o intuito de estancar o sangue. Rosa murmurou um ‘’obrigado’’, antes de ser coberta de perguntas.
- Bem, a diretora está vindo para cá, logo você será encaminhada para a enfermaria. Mas tente se lembrar Rosa, conseguiu ver alguém? – Perguntou Julia, atenciosa
- Pra dizer a verdade não. Não vi se foi homem ou mulher, e acho que só me bateu porque eu estava muito perto dessa pessoa, e perto do lugar onde foi feito o buraco.
- Ou porque te conhece – Disse Thiago, andando de um lado para o outro – E provavelmente estava perto de você, e quisesse acabar com as pistas.
- Com quem você estava conversando no momento? – Perguntou Julia, erguendo a sobrancelha direita.
- Bem... Com a Mariana Patil, Robert Chang... Mais alguns, só que não lembro.
- Deve ter sido algum deles. Eu sempre desconfiei que o Chang não cheirava bem – Disse Alvo, irritado.
- Não avalie ninguém antes – Disse Thiago, ríspido, com uma ruga na testa – Acho melhor deixarem esse trabalho para os diretores.
Naquele momento, um outro barulho penetrou a sala. Foi muito maior que o anterior, de modo que Rosa se encolheu novamente, protegendo a cabeça, Scorpion deu um pulo para trás da mesa, e Alvo, Julia e Thiago empunharam as varinhas.
- Quem está aí? – Perguntou Julia, avaliando o local
- Olha lá... Aquilo seria um vulto?
De fato, havia mais uma pessoa no local. Estava em pé, no buraco da parede, e usava uma capa preta com uma máscara. Sua semelhança com um comensal da morte era óbvia.
- Apenas quero o menino – Sua voz era indefinida e firme, de fato, metia medo. O ser estendia a mão, apontando para Alvo, dando um efeito drástico – Aquele.
Rosa se levantou na mesma hora, segurando com força o braço do amigo e puxando.
- Temos que sair! ALVO, POR FAVOR! É VOCÊ QUE ELE QUER
- Que venha me buscar. Se conseguir. – Dizia, não tão corajoso quanto aparentava, suas pernas sentindo um enorme empulso para correr.
Julia sorriu zombeteira, acompanhada por Thiago.
- Vejo que é um seguidor do falecido – O mais velho Potter fez questão de frisar essa palavra – Voldemort, famoso bruxo das trevas. E crê também naquela lenda antiga que envolve a minha família... ‘’O membro masculino mais novo deve ser sacrificado, assim o Lorde voltará com seu significado’’... É patético.
- Patético ou não, preciso do menino. Me dê.
- Eu tenho nojo de você – Disse Julia, fazendo um rápido movimento com a varinha – Estupefaça!
Um jorro de luz vermelho saiu da varinha da garota, atingindo o peito da pessoa coberta pela capa preta. A mesma tombou, caindo para trás.
- Meu Merlin, ele vai morrer! – Exclamou Thiago, correndo em direção ao buraco na parede, acompanhado pela sua amiga. – Ninguém resiste aquela altura.
- Deve ter mais alguém lá embaixo, ou em uma vassoura. – Disse Julia, e os dois chegaram rapidamente ao rombo. Colocaram a cabeça para fora, e logo perceberam a presença de duas pessoas no jardim. Estavam igualmente fantasiadas, e as duas corriam em direção oposta ao castelo.
- Eu disse – Completou a garota, se apoiando na parede, ofegante – Alguém deu um acorde nele, já estavam preparados. Mas onde estão os diretores, hein?
- Não sei... Você suspeita de quem seja?
- Provavelmente a mesma pessoa que atacou Rosa.
- E fez o buraco na parede.
Alvo continuava paralisado, olhando para seus amigos, que pareciam apavorados. Scorpion abraçava Rosa, perceptivelmente sem interesse algum, e a garota tremia bastante. Se aproximou dos dois, sorrindo um tanto que forçado.
- Está tudo bem, não precisam ficar com medo.
Rosa se levantou na mesma hora, pulando no pescoço de Alvo, envolvendo seus braços no garoto.
- Não deixa ele te pegar... Por favor...
Ficou sem reação, seu rosto corou fortemente. Olhou para Scorpion, confuso, e o mesmo estava sorrindo levemente, como se fosse um sinal para prosseguir. Então, sem medo de magoar o amigo, levou sua mão até os cabelos momentaneamente embaraçados da ruiva.
- Não se preocupe, não vai acontecer nada comigo.
- Sinto muito interromper o casal – Disse Thiago, indo em direção ao irmão e colocando a mão em seu ombro – Mas é melhor retornarem para a com...
- Não agora. – Disse uma voz feminina e rígida, que vinha da porta. Se viraram instintivamente e depararam-se com a Diretora Minerva, acompanhada de Dimitrius e Paola – Demorei pois a gárgula resolveu que eu não sabia a senha de minha própria sala – Seu lábio inferior tremeu levemente ao dizer isso – E ficamos presos lá dentro, sem poder avisar aos outros professores.
- Pois bem, é melhor que você fiquem a par dos acontecimentos. – Disse Julia, um pouco mais tranqüila, guardando a varinha no bolso das vestes – Algum aluno lançou um feitiço bombarda na parede, agrediu uma Corvina e, tentou seqüestrar Alvo Potter, com a finalidade de ressuscitar Voldemort. Eu tive o prazer de o estuporar, mas algum outro aluno lhe deu acorde e fugiu. Longa história.
- Como assim? – Perguntou a atônica diretora, olhando para Rosa com uma expressão assustada – Agrediu uma aluna ?
- E conjurou a marca negra. Fugiu, mas estava vestido com as mesmas roupas de um comensal.
- Esse assunto precisa ser tratado em minha sala imediatamente! Almeida, Potter, em minha sala agora. Os outros dois estão dispensados, e a garota vai para a enfermaria agora tratar desse corte. Que já deveria ter sido tratado antes. Vamos.
Sem pestanejar, Julia e Thiago seguiram os diretores, enquanto Alvo e Scorpion iam para suas respectivas comunais. Rosa foi para a enfermaria acompanhada de Paola.

Alvo entrou em sua comunal, estava cheia, todos comentando sobre os acontecimentos daquela noite. Quando passou, foi cercado de perguntas, porém não respondeu a nenhuma. Apenas se jogou na cama e dormiu, tendo pesadelos com pessoas mascaradas que aparatavam ao seu redor.

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