Olivaras IV
Capítulo 4 - Olivaras IV
Aqui estamos nós, no bom e velho Beco Diagonal, não é a primeira vez que venho aqui, já vim outras vezes para comprar o material dos meus irmãos e também para fazer uma visitinha na loja do meu tio, apesar da mamãe nos querer bem longe de lá, mas hoje é diferente, estamos aqui por minha causa, finalmente! Nem sei quantas vezes eu já disse isso, mas sabe? Eu to tão feliz! E ainda tem meu irmão, ou irmã, sei lá, esse bebê que está se formando na barriga da minha mãe, ou seja, não serei mais a ‘caçulinha do Potter’, não sei se dou vivas, ou fico triste, eu não terei mais as atenções voltadas para minha pessoa, mas é melhor esquecer. Todos os nossos livros já haviam sido encomendados pelo meu pai há um bom tempo, agora é só pegá-los na Floreios e Borrões, mas antes passaremos no Olivaras para a ‘alegria’ do meu pai, que só fala nele, o como ele o ajudou, e aí vem o nosso velho “O que?”, “Porquê?”, “Onde?” e “Como?”, mas ele responde para a Lílianzinha aqui? Nãnanina NÃO, mas fazer o que? Depois de uma caminhada quilométrica, de mais ou menos uns 600 km chegamos no nosso ponto, a loja Olivaras é - diga-se de passagem, isso é, se alguém mudá-la – estreita e feiosa, com uma vitrine muito brega com uma única varinha, numa almofada meio púrpura, escrito bem em cima "Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 a.C", com letras que, diz meu pai, serem douradas, pois agora estão parecendo, não sei ao certo que cor é essa, mas é um certo tom de marrom, talvez seja pela sujeira. E ficamos ali, observando a vitrine, até que o silêncio foi quebrado pelo Tiago. - Pai, vamos na loja de artigos para quadribol, por favor, se tudo der certo esse ano eu entro para o time de quadribol da Grifinória. Essa história que já teve inicio no carro, já está mexendo com os nervos do meu pai, talvez seja por essa enxessão de saco, que minha mãe tenha optado ficar em casa, por que, senão, tenho certeza absoluta, que: Ou ela explodiria, ou ela seria também ficaria em cima do meu pai para ir até a loja de artigos para quadribol. - Lílian, você se importaria de entrar sozinha, depois nós a encontramos aí? - Sem problema nenhum, não me importo. - ‘Qualquer coisa para não escutar mais esse falatório. ’ - Ótimo! Não saia daí sem antes nós chegarmos! - OK! - Vamos garotos! E eles se foram, eu não estava com a mínima vontade de entrar lá, mas a curiosidade tomou conta de mim, misturada com a ansiedade de comprar a minha primeira varinha. Eu entrei, a loja é bem vazia e empoeirada, não há muitos móveis, somente uma cadeira e as paredes são completamente cobertas por caixas empoeiradas e cheias de teias de aranhas, também existe um balcão e... Bem, atrás dele está um menino, com um crachá com a descrição ‘Olivaras’, ele deve ser o Senhor Olivaras, mas, confesso que ele não parece tão velho como meu pai falou, é mais ou menos do meu tamanho, talvez seja somente alguns centímetros mais alto, é um tanto magricelo, seus cabelos loiros são bastante bagunçados, seus olhos, ai meu Merlin! Que lindos olhos, são azuis, azuis da cor do mar... fiquei ali o encarando por um bom tempo, talvez segundos, minutos, horas ou até mesmo dias, perdida na imensidão dos olhos dele, verde no azul, azul no verde, pois é ele também me encarava, não sei descrever o que senti, acho que viajei para um lugar distante, mas agora ele me trás a realidade, interrompendo a nossa troca de olhares. - É... Bom dia, algum problema? - Ele me perguntou, meio que sem jeito, talvez eu não tenha demorado tanto tempo o encarando. - Na-na-na-d-d-a naaaaaum – gaguejei, falei baixo, demorei, falei em câmera lenta, sabe não sei se ele está me entendendo – Quer dizer, bom dia pra você também. - Você tem certeza que está tudo bem? Parecia que você não estava aqui. - É que... Pra falar a verdade, você me parece bem mais novo, muito mais novo mesmo, você toma algum tipo de poção? Ele não falou nada, só ria, ria e ria... Aquilo estava ficando irritante demais pro meu gosto! - Oiê! Será que dava pra você parar de rir, eu preciso comprar uma varinha! - Desculpa, mas, bom, meu nome é Olivaras IV, o Olivaras, dono da loja, meu bisavô, foi na Floreios e Borrões comprar meus livros para Hogwarts. - Hum... está explicado então. Ele vai demorar muito? - Não sei, ele ta meio caduca, mas o pessoal de lá entende ele, mas creio que ele possa demorar um pouco, se você quiser, eu posso te atender. - Ficaria muito agradecida se você fizesse isso. Posso escolher a minha varinha? - Não - Porque não? Isso é injusto!Eu quero escolher a minha varinha! – Me alterei ‘ Que palhaçada é essa? Eu não tenho direito de escolher a minha varinha? Sou eu quem vai usar não é?’ - Calma, não precisa gritar, como meu bisavô diz “Não é o bruxo que escolhe a varinha, e sim, a varinha que escolhe o bruxo”. - E como a varinha pode me escolher, ela é só um pedaço de madeira, não é? Ela não tem sentimentos. - Ela não é só um pedaço de madeira, na verdade é sim, externamente, mas dentro ela possui um cerne mágico e além do mais a varinha mágica é o que permite reunir a energia e o poder mágico para se lançar um feitiço, encantamento, azaração ou maldição, enfim, porque você não começa por essa aqui. Ele me entregou uma de mogno, com mais ou menos uns 23 centímetros, com cerne de pena de Fênix. - E o que eu faço agora – perguntei, sem ter a mínima idéia do que fazer. - Experimenta – ele disse a mim com uma cara de aproveitador da falta de conhecimento de uma menininha para poder rir. - Como? - Você gira e sacode assim, ó – Dito isto ele segurou no meu braço, que calafrio eu senti, girou o meu braço e depois sacudiu, depois de maravilhosos três segundos, ele soltou meu braço, olhou pra mim e sorriu – Agora faça você. Eu fiz os mesmos movimentos com a varinha na direção do rosto dele, uma luz azul saiu da varinha deixando os lindos e loiros cabelos do Olivaras azuis. - O que você fez?!?!?! – Ele me perguntou, com muita raiva - Eu só girei e sacudi e... E... E... – eu não soube continuar - Meu cabelo ficou azul! Você não é uma... – ele foi interrompido pela chegada do meu pai. - O que está acontecendo aqui? Que gritaria é essa na loja? – Perguntou meu pai, desesperado, com ele estavam Thi e Al, com vários embrulhos da loja de artigos para quadribol. – Vocês não vão me responder? – silêncio – ótimo! Terei que tomar outras medidas... - Espera! Foi ela! – disse o Olivaras apontando para mim com aqueles seus lindos olhos banhados pela raiva. - Alguém vai ficar ferradinha – Tiago comentou com Al, bem baixinho, seguido por risadinhas. - Calma, Calma, muita calma, Lílian, o que, exatamente você fez? – Perguntou meu pai, com a maior calma possível. - Eu só girei e sacudi, e o cabelo dele ficou azul! – Enquanto falava, repeti os mesmos gestos, e jatos de luzes verdes saíram da varinha derrubando várias caixas deixando meu pai e meus irmãos irritados e o Olivaras mais ainda. - Não há motivo para tanta irritação! Certamente essa varinha não a quer. – Disse um senhor bem velho, muito velho que acabara de entrar, com uma agitação de varinha ele arrumou todas as caixas e colocou a cor do cabelo de Olivaras de volta ao normal – Que tal essa aqui, é do mesmo material da varinha de sua avó.
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