Prova de Amor




Prova de Amor

James ficou parado na rua sem saber o que fazer. Emmy tinha ido embora há alguns minutos, mas ele ainda permanecia em choque com a notícia que ela tinha lhe dado.

Não podia acreditar que Emmy estava doente. Era simplesmente impossível! Ela era jovem, alegre e solidária. Não podia estar morrendo.

Tomando uma decisão, foi andando o mais rápido que pode até uma rua que estava meio deserta. Tinha que fazer alguma coisa pela namorada. Não podia deixar as coisas acabarem dessa maneira. Não agora que ele finalmente achou uma pessoa com que realmente se importasse!

Olhou de relance para ver se alguém estava por perto. A rua estava completamente deserta. James estava um pouco nervoso, ele já havia feito isso outras vezes, mas nunca para um lugar tão distante. Sem falar que ele ainda não tinha licença.

James se concentrou, lembrou dos três d’s: destinação, determinação e deliberação. E rodopiou.

Quando abriu os olhos após a aparatação James se encontrou na sua casa, no jardim. Não tinha certeza se seu pai estaria em casa, apesar de ser sábado, mas não correria o risco de aparatar ilegalmente no Ministério.

Foi até a varanda e bateu na porta uma vez, mas ninguém pareceu. Começou a ficar desesperado e bateu na porta com mais força.

- Pai, mãe, abra a porta! – gritou, já batendo com toda a força que tinha. Desceu da varanda sem saber o que iria fazer agora. Eles não estavam em casa. Escutou passos vindos de dentro da casa. Harry abriu a porta.

-James? – ele subiu a varanda novamente e parou na frente do pai.

- Preciso de sua ajuda! – disse com pressa.

- Você esta bem? – perguntou preocupado. Ele olhou o filho de cima a baixo, procurando algum sinal de machucado.

- Minha namorada, Emmy... – começou James. Ele engoliu em seco. Falar era muito mais difícil do que ele tinha imaginado. De alguma forma, parecia que a doença dela se tornava real - Ela tem câncer! – ele pegou no braço do pai e começou a puxá-lo - Eu preciso que você me ajude, você tem muita influencia no ministério e deve conhecer algum medibruxo competente!

- Se acalme – pediu o homem, amarrando o roupão que vestia. James parou de andar e virou de frente para ele.- Como você veio parar aqui?

-Aparatando.- James estava sem paciência. Não importava como ele havia chegado. Será que seu pai não entendia a gravidade da situação.

-Mas você ainda não tem licença. Você aparatou ilegalmente. –Harry falou severamente.

- Você pode me ajudar ou não? – perguntou irritado com a demora dele. Cada minuto perdido era crucial para a vida de Emmy.

- Não sei James, eu teria que conversar com algum medibruxo, e hoje é sábado e as coisas não funcionam assim. – explicou. James fechou os olhos. Ele sabia que isso ia acontecer.

- Eu sabia! – James virou as costas e saiu em direção ao jardim.

- Quer esperar? – pediu Harry, ao ver o filho se preparar para aparatar- James espere!

James não deu atenção ao que o pai dizia. Concentrou-se e aparatou em Hogsmead.
Já estava anoitecendo e com certeza receberia uma detenção por voltar a essa hora para o castelo, mas não se importava. Ele percebeu que não tinha mais nada que pudesse fazer para ajudar Emmy. Sentiu-se um inútil, por não poder ajudar a mulher que ele tanto amava e que o fez mudar.

Pensou em todos os momentos que tinha vivido com ela até ali. Momentos que ele iria guardar em seu coração para sempre! E pela primeira vez, desde que Emmy tinha contado sobre sua doença, algumas horas mais cedo, James chorou.

Chorou como nunca havia chorado. Chorou por saber que não podia fazer nada. Chorou porque ia perder Emmy. Chorou porque ele viveria sem ter ela ao seu lado. Chorou por ela, por todo sofrimento que estava passando.


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James estava em pé em frente ao lago nos jardins de Hogwarts. Nunca tinha imaginado que sua vida pudesse mudar como tinha mudado na noite passada.

Quando Emmy lhe contou o que tinha, parecia que seu mundo tinha acabado. E para falar a verdade, ele não parecia estar melhor naquele momento. Ele havia tentado falar com ela o dia inteiro, mas ela havia sumido. Passara quase o dia inteiro na porta de entrada do salão comunal da Corvinal. Mas Emmy não apareceu em momento algum. James sabia que ela estava se escondendo dele.

Pegou uma pedra e jogou com força na água. Escutou alguém se aproximando, mas não se virou para ver quem era. Scorpion parou ao seu lado e ficou olhando o amigo.

- A Rose me contou – disse preocupado. Eles tinham se afastado um pouco depois do incidente que James e Hugh tiveram, mas Scorpion nunca deixou de considerar James como seu melhor amigo. James ficou calado, observando o horizonte, pelo visto seu pai já tinha espalhado para a família toda o que estava acontecendo com a Emmy - Fala comigo cara! – implorou Scorpion preocupado.

- Sobre o que? – sua voz saiu fraca e sem empolgação.

- Sobre você, sobre a Emmy– pediu. James virou o rosto e olhou para o amigo. Era impressionante como sentia uma forte amizade por Scorpion Malfoy. A vida era bem irônica mesmo. Seus pais se odiaram muito quando eram jovens e agora Scorpion era namorado de sua prima e seu melhor amigo.

- Falar o que? Ela é a melhor pessoa que eu já conheci! – ele virou novamente.

- Eu não entendia – começou Scorpion, tentando justificar sua reação diante o namoro de James e Emmy. – Logo eu, que sofri tanto para poder namorar a Rose.

- Tudo bem cara – ele bateu no ombro do amigo e continuou olhando para frente, ele sabia muito bem o quanto Rose e Scorpion haviam sofrido para ficar juntos – Está tudo bem – ele se abaixou e pegou mais uma pedra, jogando-a no lago.

Eles ficaram ali vendo o sol se pôr. Trocaram poucas palavras durante o tempo que ficaram juntos, logo escureceu e Scorpion foi embora.

No dia seguinte, James saiu cedo da torre da Grifinória em direção a entrada da Corvinal. Era segunda feira e Emmy não perderia aula por nada. Ela não iria mais fugir dele. Ele ficaria esperando por ela.

O sol tinha acabado de nascer, e os corredores estavam iluminados com sua luz. James teve uma idéia, com um floreio na varinha fez surgir um lindo buquê de flores do campo. Eram as flores favoritas dela

Estava sorrindo satisfeito imaginando a reação de Emmy e não percebeu que o professor O’Conner estava parado na entrada do salão o observando.
James congelou.

- James... – começou o professor, mas James o interrompeu.
- Não vou abandoná-la! – disse olhando firme para o homem a sua frente - Diga isso a Emmy! – o professor deu um fraco sorriso concordando. James entregou o buquê para ele e saiu. Não sabia por que, mas tinha certeza que o professor iria entregar as flores para Emmy.
O resto do dia James tentou encontrar Emmy, mas ela não foi às aulas. Na hora do almoço James estava sentado isolado, apesar de voltar a falar com Scorpion, ele preferia ficar só.

Estava concentrado pensando em como fazer para matar a aula e encontrar Emmy, que se assustou quando sentiu alguém tocar seu ombro. Era Emmy.
Ela sentou do lado dele e ficou olhando para as mãos, pensando como começar a dizer o que tinha a dizer. Ela suspirou e olhou para James, eles ficaram se olhando. Ela parecia nervosa, arrependida. James estava ansioso e com medo.

- Eu sinto muito – disse Emmy depois de longos minutos em silêncio - Eu queria ter te contado antes! – falou rápido, mexendo com as mãos num movimento frenético.
James aproximou-se dela e pegou em suas mãos.
- Você esta com medo? – perguntou olhando nos olhos dela.

- Morrendo – brincou. Os olhos de James brilharam de tristeza – Não fique assim! – consolou ela, passando a mão no rosto dele. James fechou os olhos enquanto sentia o toque macio de Emmy.

- Não tem graça – disse abrindo os olhos.

- Tenho medo de não ficar com você! – admitiu. James pegou numa mecha do seu cabelo e enroscou no dedo.

- Isso jamais vai acontecer – disse firmemente, olhando-a nos olhos - Vou estar ao seu lado! – ele soltou o cabelo dela e a trouxe para si, não contendo mais o desejo de beijá-la.

Ficaram juntos e abraçados assim por algum tempo, sem se preocupar com os outros estudantes que os olhavam. Queria aproveitar todos os momentos ao lado dela, pois sabia que aquilo não ia ser para sempre, mas Emmy disse que não faltariam as aulas da tarde e que a noite na torre de Astronomia eles se encontrariam.
James não teve aula no último tempo, mas Emmy teria, então ele foi para o salão comunal da Grifinória. Lily estava no sofá lendo um livro. Ele chegou perto da irmã e parou na sua frente. Lily abaixou o livro, assim que percebeu que James estava querendo falar alguma coisa.
- Lily pode me fazer um favor? – perguntou apreensivo.

Lily arqueou as sobrancelhas surpresa. James nunca fora de pedir nada a ninguém, nem mesmo quando era pequeno. Sempre dava seu jeito de resolver as coisas.

Mas nada poderia prepará-la para escutar James pedindo para que ela o ensinasse a dançar. Não conseguiu segurara a risada. Era realmente hilário. Aceitou com prazer a difícil tarefa e foram para os jardins, onde teriam sossego. James era péssimo, mas surpreendentemente, em alguns minutos ele começou a acertar o passo.

À noite James pegou seu violão velho que seu tio Jorge o havia dado de presente quando tinha 11 anos e foi encontrar-se com Emmy na torre de Astronomia. James não era muito bom em tocar violão, mas aprendera a enfeitiçá-lo para tocar sozinho qualquer música que quisesse. Quando Emmy o viu carregando o instrumento se surpreendeu. James sempre a surpreendia.

- Não sabia que você tocava violão. – falou ela meio risonha.
- Na verdade eu não toco. Eu conheço um feitiço que o faz tocar sozinho. James respondeu astutamente.

Ele deu umas batidinhas no violão com a varinha e ele começou a tocar uma música que Emmy conhecia.

-Esta música- disse ela sorrindo- foi a que tocou em Madame Pudfoot quando nos beijamos pela primeira vez. Nós vamos dançar? –Emmy perguntou ao vê-lo chamá-la para dançar. Mas você disse que não sabia dançar.
-Bem é que eu andei ensaiando com a Lily- ele falou meio encabulado- e queria que você dançasse comigo.
Emmy sorriu e deu sua mão para ele. Realmente parecia mágica. James agora dançava muito bem. Emmy pousou a cabeça no ombro do namorado enquanto era embalada pelos acordes do violão. Como era possível amar tanto uma pessoa assim. James Potter era a razão de sua vida agora. Agora mais que nunca queria lutar para viver. Lutar para poder ficar ao lado do seu amor.

Quando o violão parou de tocar James e Emmy, sentaram no chão de pedra e passaram admirar o céu estrelado.

- As noites estão cada vez mais bonitas. – James comentou
- É o verão que se aproxima, e logo o cometa Hyakutake vai passar e meu telescópio ainda não está pronto. Emmy respondeu triste.
- Não se preocupe, eu termino para você. - James sorriu para ela.
- Obrigado amor. Emmy se aninhou nos braços dele.
- É impressionante como eu não sabia admirar as coisas bonitas da vida. Tudo ao meu redor e eu não enxergava.
Eles ficaram calados por alguns minutos contemplando o céu.
- James por que você não aprende a tocar violão. Não deve ser tão difícil.
Emmy perguntou olhando para ele.
- Bem, quando meu tio Jorge me deu, era essa minha intenção, mas logo fui para Hogwarts e não pude aprender. Quando voltei para casa o Alvo havia aprendido a tocar com o meu tio. –James falou isso meio amargurado.
Emmy percebeu e comentou.
- Você fala muito pouco do seu irmão.
- Falar o que sobre ele? Que é o preferido do meu pai. Santo Alvo. Nunca deu trabalho. - Falou com desprezo.
Emmy ficou triste. James tinha magoa do irmão.
- Como você pode James, me amar tanto e demonstrar isso, mas ter tanta magoa e rancor do seu pai e seu irmão?
James pareceu envergonhado. Mas era exatamente isso que ele sentia em relação ao seu pai e seu irmão. Ele virou o rosto.
- Talvez eles tenham errado, principalmente seu pai. Mas todos somos humanos, estamos sujeitos a falhas. A vida é muito rápida meu amor e não devemos desperdiçar nossos sentimentos com ódio e rancor, principalmente por aqueles que estão ao nosso redor.

James olhou para Emmy. Ela tinha razão, sempre tinha razão. Será que valia a pena continuar magoado com seu irmão? James sabia que Alvo sempre fez de tudo para se tornar seu amigo. Mas ele sempre o repeliu. Talvez fosse certo oferecer uma chance a ele e seu irmão de recomeçar.

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James estava tentando descer com o telescópio de Emmy para os jardins a fim de terminar de construí-lo. Ele tinha planejado fazer um telescópio maior, para ela poder ver o cometa Hyakutake, que iria passar pela Terra daqui a algumas semanas. E decidiu começar esta tarde.

Estava descendo com muita dificuldade as escadas que levavam ao saguão de entrada quando percebeu alguém se aproximando.

Hugh caminhou com as mãos nos bolsos até ele. James ficou esperando que o primo dissesse alguma coisa.

- Então... - começou Hugh. Ele parou de olhar para os lados e olhou para James, que o observava desde que ele tinha chegado - Eu falei com o Scorp– James entendeu o que ele estava fazendo ali. Sabia que Hugh era muito parecido com ele e também sabia o quanto era difícil para o primo pedir desculpas a alguém. Deu um meio sorriso para o garoto, mas foi o suficiente, pois Hugh se encorajou - Precisa de ajuda com isso ai? – ele apontou para o equipamento no chão.

- Claro – aceitou. Hugh pegou de um lado o suporte do telescópio e Harry pegou do outro.

Ficou feliz por não estar brigado mais com Hugh, que além de ser um grande amigo era seu primo. É claro que a família não sabia que estavam brigados, se soubessem iria obrigá-los à volta a se falar. Ele ajudou James a levar o aparelho até os jardins, onde Emmy e seu pai estariam esperando. Quando os viu Hugh ficou constrangido. Emmy sorriu para ele. Percebera que eles haviam feito as pazes e não seria ela que os impediria de voltar a ser amigos. Hugh sorriu de volta e se despediu.

Emmy e James começaram a trabalhar na construção do novo telescópio. Seu pai estava sentado embaixo de um grande arbusto corrigindo algumas atividades de seus alunos. Emmy não tinha se sentido bem pela manhã por isso ele a acompanhou até o jardim.

James e Emmy trabalharam duro, boa parte da tarde. Emmy acabou cansando e decidiu descansar perto do pai. James continuou seu trabalho. Olhou para Emmy, ela estava muito pálida e estava com os olhos fechados. Ela abriu e sorriu para ele.

Emmy decidiu ajudar James, ele passou aquele restante da tarde trabalhando sozinho. Estava se sentindo tão fraca, mas queria ajudá-lo. Levantou-se com um pouco de dificuldade. Seu pai olhou para ela.
- Filha você esta muito pálida! Onde você vai?
-Eu quero ajudar o James... – Foram as ultimas palavras de Emmy antes de desmaiar nos braços do pai.

Ele a segurou firmemente e gritou pela ajuda de James. Olhou mais uma vez para o rosto da filha. Ela não podia morrer agora! Não agora!


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Desculpe pela demora, é que final de período na faculdade é osso!
Mas finalmente o capitulo está ai! Quero agradecer a todos que estão lendo e aos novos leitores! O capitulo ainda não está betado, mas vou enviá-lo para minha beta querida e logo posto ele revisado! E os agradecimentos também!

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