Vinhos e Licores
N/A: Olá pessoal! Agora é que é! Capítulo seis! Espero que todos gostem, apesar de ser bem longo, comparado com os outros capítulos... De qualquer maneira, este capítulo é para a minha beta-reader!
N/T: Olá pessoal! =P Eu nem vou pentelhar muito aqui... passem logo para a leitura, ok? Só não leiam tudo em cinco minutos, porque eu não consigo mandar o próximo capítulo tão rápido assim! Ainda por cima capítulos enormes como estes!! Mas espero que gostem...! Vemo-nos daqui a 3 semanas, espero também... =) *e tentei responder a todas as reviews que deixaram em todos os sites... ainda não respondi às do 3v, pq o site está fora do ar... mas tenciono fazê-lo! =)*
Cheers,
Vanilla
A Noiva da Serpente
Capítulo 6
Vinhos e Licores
Vladimir Malfoy suspirou enquanto se sentava confortavalmente no seu sofá favorito com o seu livro favorito, bebendo lentamente o seu vinho favorito em frente ao alegre fogo da lareira, naquela noite. Nada podia ser melhor, ele pensou. Depois de receber a carta do Draco duas semanas antes, Vladimir não conseguia pensar noutra coisa a não ser a festa de noivado aproximando-se e o casamento do seu único neto.
Ele posou o livro por momentos e levantou o seu copo de vinho, tomando um pequeno gole do potente líquido. Ele franziu as sobrancelhas um pedacinho ao sentir o calor do álcool descendo pela sua garganta, só para ficar dentro do seu estômago. Ele riu por entre os dentes. Pensaria Draco que ele era estúpido?
Sem dúvida alguma que estava acontecendo algo muito suspeito sobre este casamento repentino. Não interessa como Draco dizia ou provava que já estava abandonando a sua maneira mulherenga, mesmo assim Vladimir não podia impedir de pensar que ele não estava a ser completamente 'honesto'. Ele riu por entre os dentes de novo e levantou o livro.
"Pensa que pode enganar o velho Vlad." Ele murmurou. "Maldito parvalhão. Não sabe que eu fui outrora tão miserável quanto ele!" Acrescentou. Estava para tomar outro pequeno gole do vinho quando de repente o seu criado fantasma particular flutuou através das portas pesadas do quarto. Vladimir olhou para cima, as sobrancelhas levantadas interrogativamente.
"Sim, Fields?" Ele perguntou.
"Sr. Chandler está cá para vê-lo, Senhor." O seu criado particular respondeu sem emoção.
"Ah, sim, Chandler." Vladimir disse, levantando-se. "Eu estou esperando-o. Manda-o entrar, manda-o entrar!" Ele acrescentou.
"Muito bem, Mestre Malfoy." Fields disse e com aquilo, flutuou de novo através das portas desaparecendo completamente de vista. Vladimir alisou o cabelo e ficou esperando. Depois de um momento, as portas do seu quarto abriram-se e Bartholomew Chandler entrou.
"Bart, ora viva!" Vladimir disse activamente andando até ao pequeno homem e dando-lhe uma calorosa palmada nas costas como comprimento. O homem avançou para a frente pela força da grande mão de Vlad a lhe bater nos ombros. "Como é que estás?"
Bartholomew Chandler ficou ali, com o seu dominante casaco posto descuidadamente sobre os seus ombros arqueados. Ele percorreu suspeitosamente com os seus olhos pequenos e brilhantes o quarto sombrio, antes de olhar para a cara alegre de Vladimir, com os lábios numa fina linha. Vladimir franziu as sobrancelhas levemente, visto que Chandler nunca se importou em tirar o casaco. Ele franziu as sobrancelhas ainda mais ao reparar que Chandler nem estava incomodado com o calor e humidade que estava dentro do quarto.
Vladimir não pôde impedir de reparar no pesado tecido do casaco gasto, do seu confiante homem. Ele perguntava-se mesmo por que é que Chandler preferia casacos em vez das capas que a maioria dos feiticeiros usa. Uma coisa estranha sobre aquele homem, era também o facto que ele recusava sempre os casacos que Vladimir lhe dera. Mas então, julgando-o pela sua disposição inquieta, olhando tudo à sua volta com suspeita, não era mesmo de admirar que a maioria dos feiticeiros achavam Bartholomew Chandler estranho e arrepiante. Era um facto sabido que quase todos pensaram que Vladimir estava louco quando ele decidiu contratar aquele homem lunático para trabalhar para si. Vladimir admitia que ele tinha arriscado muito ao contratar um homem de tal carácter, mas depois de dezasseis anos de lealdade e bom serviço, Vladimir tinha a certeza que tinha feito a coisa certa.
"O que é que tens para mim, Bart?" Ele perguntou jovialmente ao tirar o seu cachimbo. Fez uma pausa, colocando o cachimbo de madeira nos lábios e acendeu-o com a varinha. "Espero que valha a pena." Ele murmurou contra o cachimbo.
Chandler deu um largo sorriso - um sorriso arrepiante - mostrando os espaços pretos dos intervalos dos dentes. "Na verdade sim, Mestre Malfoy." Ele disse na sua habitual voz oleosa. "Eu penso que irá achar isto muito interessante." Ele continuou enquanto coçava o seu longo nariz arqueado.
Vladimir franziu as sobrancelhas e soprou uma nuvem de fumo pela boca. "Então diz lá, homem." Ele disse alto.
"Eu manti um olho em cima do jovem Mestre Draco como ordenou." Ele começou, os seus olhos pequenos e brilhantes percorrendo o quarto de novo, e indo fixar-se na cara do seu mestre. "Aparentemente, o jovem Malfoy tem estado a ver esta mulher." Ele respondeu, andando para a frente e para trás no quarto. "É a mesma ruiva que eu vi ontem e anteontem e-- bem, eu penso que--"
"Sim?" Vladimir interrompeu seriamente. "Continua, continua!"
"Bem, eu-- eu penso que o jovem Mestre Malfoy e esta ruiva estão no momento, em termos trouxas, saindo." Chandler terminou, sem ter a certeza se tinha usado a palavra certa. Ele franziu a testa e parou com a trajectória só para coçar o seu nariz, uma coisa que ele parecia gostar de fazer.
Vladimir acenou com a cabeça pensativamente. "Sim, sim..." Ele murmurou distraído enquanto andava até à secretária com o fumo branco atrás de si. Ele então parou e encarou Chandler de um modo penetrante. "É a mesma mulher?"
Chandler acenou com a cabeça. "Sim, positivo." Ele respondeu. "É a mesma mulher que eu vi um mês atrás." Depois o seu empregado coçou a cabeça. "Posso perguntar por que é que o Mestre Malfoy tem um grande interesse nos casos amorosos do Mestre Draco?" Ele perguntou cuidadosamente.
Vladimir olhou para ele e disse, "Eu apenas não quero ser enganado por aquele rapaz, Chandler." Ele resmungou. Chandler acenou com a cabeça, aceitando a resposta vaga. Ele então fez uma pequena vénia.
"Mais alguma coisa, Mestre?" Ele perguntou.
Vladimir abanou a cabeça mordendo levemente o cachimbo. "Não, é tudo." Ele respondeu.
"Muito bem, então." Chandler disse. Ele começou a sair do quarto, deixando um carreiro de lama no tapete limpo de Vladimir. Uma vez sozinho, o meio-vampiro abanou a cabeça e murmurou pragas audíveis. Agitou a varinha e instantaneamente as manchas de lama desapareceram do tapete. Observando agora o seu limpo tapete, Vladimir grunhiu com satisfação e sentou-se de novo no sofá. Estava para levantar o livro de novo quando uma ideia surgiu de repente na sua mente. Ele sorriu maldosamente.
"Fields!" Ele chamou na sua voz activa. Instantaneamente, o seu criado fantasma apareceu à sua frente, a sua face com a mesma expressão monótona.
"Chamou, Senhor?" O fantasma perguntou na sua voz idosa.
Vladimir acenou com a cabeça. "Trás Henry Walters aqui." Ele disse autoritariamente.
Fields acenou. "A que horas, Senhor?" O seu criado particular perguntou educadamente.
Vladimir olhou para cima e coçou a cabeça levemente. "Por volta das nove da noite..." ele respondeu pensativo. Depois de um momento de pausa, ele olhou para a forma transparente do seu criado e acenou com a cabeça. "Sim, trá-lo cá às nove horas da noite."
O seu criado acenou com a cabeça de novo. "Muito bem, Mestre Malfoy." Ele disse, flutuando para trás, encarando-o. "Mais alguma coisa?"
"Não." Vladimir respondeu, acenando com a sua mão direita num sinal de dispensa. "É tudo."
Com aquilo, o seu criado fantasma acenou com a cabeça e desapareceu do quarto, passando suavemente pela parede. Vladimir Malfoy levantou o livro de novo e prosseguiu com a leitura, pensando que o seu neto ia ter a maior surpresa da sua vida.
*****
Ginny mordeu o lábio nervosa ao olhar as caras maldispostas dos seus irmãos (excepto Bill) à sua frente. Ron estava sentado no meio do Charlie e do Bill Weasley, com os braços cruzados, um sorriso maldoso tremeluzindo nos lábios. Charlie weasley olhou o seu relógio, assobiou suavemente e decidiu ocupar-se com o Profeta Diário, posto descuidadamente na mesa do café. Bill, por outro lado, olhou para Ginny, encontrou os olhos dela e sorriu de modo bondoso e tranquilizador. De todos os seus irmãos, parecia que Bill era o único que estava feliz pelo seu futuro casamento, o que fê-la mais culpada que nunca. Dispensando tais pensamentos, ela forçou um sorriso, respirou fundo com calma e olhou para o seu relógio. Viu 7:30. Ginny deixou escapar uma praga e levantou-se andando até à janela.
"Onde raios estará ele?" Ela pensou furiosamente. Afastou a cortina da janela e olhou para fora, seus olhos encontrando a escuridão. Nada de Draco. Ela mordeu o lábio, ao ser percorrida por preocupaçao e raiva. O que é que estava a demorar Draco?
"Eu acho que o imbecil não vai aparecer." Ron disse casualmente depois de um momento. Ele olhou para o seu relógio e suspirou. "Aceita Gin, o rapaz é um maldito idiota. Ele provavelmente--"
Ginny virou-se para ele e franziu as sobrancelhas zangada. "Ele VAI aparecer!" Ela quase gritou. Os olhos verdes de Ron esbugalharam-se de surpresa pela repentina explosão dela. Ginny, ao ver o olhar chocado na face do seu irmão, virou-se e olhou pela janela de novo. "Ele vai aparecer."
Então, ela olhou para o seu pai que estava ocupado com a sua nova aquisição trouxa - um celular. Ginny franziu as sobrancelhas levemente ao ver o seu pai tocando com a varinha, separando-o aos pedaços. Quando Arthur sentiu Ginny observando-o, ele olhou para ela e sorriu.
"Não te preocupes, querida." O seu pai disse. "Eu tenho a certeza que o Draco estará aqui a qualquer momento." Ele acrescentou, sorrindo também de modo tranquilizador.
Ginny abanou a cabeça. "Mas não é essa a questão, pai." Ela disse. "Eu tenho a certeza que ele vem mas ele está atrasado! Ele nunca está atrasado!" Ela fez uma pausa ao se lembrar das muitas vezes em que ele fizera daquelas visitas súbitas à sala de estar da faculdade (quase todos os dias), sempre depois das aulas, sempre na hora certa. Com aquilo, Ginny olhou para a janela de novo.
Ainda nada de Draco.
Ginny suspirou de maneira deprimida e andou até ao sofá, no lado oposto ao Bill, resmungando audivelmente. Charlie levantou os olhos da leitura e ergueu as sobrancelhas.
"Estás preocupada pelo miúdo Malfoy, Gin?" Ele perguntou.
Ginny virou-se para ele e franziu as sobrancelhas, surpreendida pela pergunta repentina. Depois, ao se lembrar do acordo feito com Draco e do horrível disfarce que eles estavam fazendo, Ginny acenou devagar com a cabeça. "Bem, é claro que eu estou preocupada!" Ela replicou. "Ele é meu noivo e ainda não chegou! Claro que estou preocupada!" Ela acrescentou numa voz aguda.
Charlie levantou ambas as mãos como num sinal de rendição. "Está bem, eu estava só a perguntar." Ele disse. Depois rolou os olhos com irritação. "Credo, Gin, não tens de responder assim com esse tom de irritada."
Apesar da tensão e do nervosismo, e a preocupação que o Draco lhe estava a causar, os olhos de Ginny suavizaram-se. Então sem dizer nenhuma palavra, ela suspirou e afastou-se dos olhares confusos que os irmãos lhe lançaram. Ela estava meia tentada a pedir desculpa por ter sido impertinente com Charlie mas para sua surpresa, nenhuma palavra de desculpas saiu da sua boca. Então, muito para sua surpresa também, ela encontrou-se mesmo preocupada e ansiosa pelo Draco. Não apenas porque hoje à noite iria ser a noite em que ele ia pedir formalmente a mão dela em casamento, fazendo a grande charada deles realidade, mas também por causa do facto que ELE não estava ainda ali. Por causa do facto que estar tão atrasado assim não era nada comum no Draco. Ela mudou de posição no seu lugar. E se alguma coisa lhe tinha acontecido? E se alguma coisa horrível lhe tinha acontecido no caminho para cá? Mas então, ele preferia sempre aparatar, certo? Mas se ele aparatou, por que é que ele ainda não estava ali? Então ele não tinha aparatado mesmo? Ou talvez ele tinha decidido fugir ao acordo? Então o que é que ela ia dizer à sua família? E então e as crianças? Ginny suspirou. Tantas perguntas... Desde quando é que ela tinha começado a se preocupar por ele, afinal? Então, para continuar com o estado de espírito, ela lembrou-se da semana quase maluca que tinha passado com ele.
Depois daquela rude interrupção à sua aula que ele tinha feito duas semana atrás, Ginny encontrou-se a passar a maior parte do seu tempo com o Draco numa rotina diária. Apesar de estar agradecida o suficiente de ele se ter livrado de "entrar de repente na sala de aula sem ser anunciado", ela ainda não conseguia dizer se estava feliz ou zangada durante os dias em que estava com ele. Não era nem triste nem encantador, a sério... Para ela, era outra coisa qualquer... o despertar, talvez...
Ginny não podia negar o facto que ela tinha conhecido alguma coisa sobre Draco Malfoy durante aqueles dias que passara com ele. Alguma coisa que o seu irmão, Hermione, Harry e todos os outros não sabiam. Ela tinha aprendido, muito para sua surpresa, que Draco não era bem o irrogável presunçoso, idiota que todos em Hogwarts odiavam (excepto os Sonserinos, claro). Ela tinha descoberto que ele era um homem agradável, numa maneira um tanto quanto esquisita. Outrora, Draco agira como um miserável idiota por causa do seu pai. Apenas sabendo o que se passou durante a guerra, com ele virando as costas ao pai e ao Lord das Trevas, era o suficiente para convencê-la de que Draco era apenas alguém a quem não lhe tinham dado escolha. Lucius Malfoy esperava que o seu filho fosse como ele, que seguisse as suas pegadas. Assim para agradar o seu pai, Draco tornou-se o miúdo mais insuportável em Hogwarts. Mas ela notou que depois da graduação, como se ele não se conseguisse suportar, de repente ficou desnorteado, não se submetendo aos desejos do pai. De qualquer maneira, ela supôs que a atitude miserável que Lucius ensinou e mostrou ao seu filho tinha se instalado tão profundamente nele... nunca seria esquecida. O facto que ele esteve também rodeado de magia negra nos dezassete anos da sua vida não tinha ajudado nada para ele tornar-se completamente numa nova pessoa. Apesar do Draco ter tendência agora a ser acessível e muitas vezes tolerável, havia altura em que ele não conseguia resistir em ser terrível e aterrador.
Outra coisa que ela tinha descoberto sobre Draco fora que ele na verdade era, bem... sensível. Ela franziu as sobrancelhas com a palavra. Sensível? Draco Malfoy? Mas então... ela abanou a cabeça. Apesar de odiar admitir, Draco era sensível quanto às necessidades dos outros e especialmente aos seus sentimentos. Apesar de Draco ter tendência a ser um idiota e estúpido por aborrecer, irritar ou pior, magoar de PROPÓSITO as outras pessoas, ela ainda estava certa de que ele estava bem CIENTE do estrago que fazia e o quanto cruel era. Mas então, ele era Draco Malfoy, certo? E o Draco Malfoy era conhecido por ser assim. Ginny abanou a cabeça de novo. Não, ele era apenas estúpido e nada sentimental, ela pensou. Podia até dizer que ele era sensível quanto ao que ela queria... A sua face de repente escureceu enquanto ela lembrava o beijo quente que eles partilharam na primeira vez que saíram.
"Não era isto o que querias?"
Apenas se lembrar do beijo trazia de novo dúzias de perguntas não respondidas dentro da sua cabeça. Ela não podia negar o facto de que se o Draco tivesse continuado e continuado, 'alguma coisa' poderia ter acontecido entre eles. Era como se, ela sempre se esquecesse do que estava a fazer toda a vez em que ele a beijava ou a tocava daquela maneira. Era tão viciante. Ela nunca se sentiu assim com o Harry ou Seamus (quando eles ainda namoravam)... ela tinha beijado outros rapazes... mas com Draco... sabia tão-- Ginny levou inconscientemente os dedos aos lábios-- Sabia a uma maneira tão proibida... tão deliciosamente perverso. Mas então por que é que ele se afastou de repente? Não havia dúvida que Draco gostava de beijá-la, certo? Apenas ouvi-lo gemendo de prazer ou sentir as suas mãos à sua volta de propósito para a manter mais perto dele, era suficiente para convencê-la de que ele também queria... mas então... por que é que ele tinha se afastado de repente? E depois daquilo, apesar de eles terem a tendência a partilhar beijos de vez em quando (a maioria eram involuntários), era como se ele estivesse mantendo uma certa distância. Aqueles beijos eram apenas... simples beijos. Tão diferentes dos beijos quentes que a mantiam acordada toda a noite. Surpreendentemente o pensamento magoou-a. Draco achava-a atraente? Ou estaria ele encontrando-se com alguém sem ser ela? Mais... estaria ela já se apaixonando por ele?
"Não!" Ela ouviu a sua mente gritar. "Tem qualquer coisa a ver com o teu ego feminino, Virgínia Weasley! É isso! Apenas o teu maldito ego feminino! Claro que sabes que não és a única mulher que ele já beijou, certo? Então é apenas o teu ego... o teu ego está magoado e não tu, sua cretina." Repetiu.
"Hey, Gin!" Ron chamou suavemente, tocando-lhe levemente no ombro.
Ginny voltou agitada para a realidade, pestanejou e ficou surpreendida ao encontrar os seus irmãos olhando-a estranhamente. Ela franziu as sobrancelhas. "O que foi? O quê?"
Ron também franziu as sobrancelhas com confusão. "O que é que tu tens, Gin?" Ele perguntou. "Tu estás de novo com essa cara."
Ginny manteve o olhar sério. "Qual cara? O que é que queres dizer?" Ela perguntou com espanto. Bill pressionou os lábios, como tentando não rir. Ginny franziu mais ainda as sobrancelhas. "O que foi?" Ela ordenou.
Charlie deu um longo e baixo assobio. "Oh, a mimada e fedelha Ginny retorquiu." Ele arreliou. "Tu estavas a fazer umas caras estranhas como se tivesses sendo possuída ou assim. Num momento franzias as sobrancelhas, depois resmungavas e no momento seguinte abanavas a cabeça e logo depois sorrias--"
"Eu- eu estava a pensar numa coisa." Ela gaguejou. Não tinha noção que estava assim tão óbvio. Depois ela fez beicinho. "Eu não sou mimada e não sou fedelha." Ela exclamou.
"Sim, tu és." Todos os seus três irmãos responderam ao mesmo tempo.
"Não, não sou."
"Sim, tu és sim." Bill disse, afastando o seu longo cabelo da cara. "Não interessa o quanto cresças ou o quanto madura és, Gin, tu serás sempre o membro mimado desta família." Então os seus olhos embaciaram-se. "Mesmo que já estejas casando..." A sua voz perdeu-se, e o olhar estava longe dali. Depois, ele deu um sorriso largo. "mas tu estavas mesmo engraçada à pouco." Ele riu por entre os dentes.
"O que é que eu fiz? Eram apenas caras, ok? Então vamos esquecer!" Ela disse zangada. Quando os três trocaram sorrisos misteriosos, o beicinho de Ginny acentuou-se. "Isto não é justo! Lá estão vocês de novo!"
"O que é que queres dizer?" Charlie perguntou inocentemente. Ron acenou com a cabeça e riu por entre os dentes. Este era um dos seus momentos favoritos: arreliar Ginny sem misericórdia.
"Vocês estão me provocando e arreliando de novo como costumavam fazer quando eu era pequena!" Ela choramingou.
"Ooh, a Ginny já está ficando aborrecida." Ron brincou. "Impressionante! Normalmente, Fred e George teriam de trabalhar em conjunto connosco para fazer alguma coisa engraçada, antes que ficasses aborrecida e zangada."
"Tu chamas isso engraçado?" Ginny exigiu abanando a cabela. "Estava muito longe de ser engraçado. Fred e George! O que eles faziam não era engraçado. Eles são loucos! Malucos e--"
"E engraçados." Ron completou com a verdade.
Com aquilo, Ginny não pôde impedir de sorrir. "Sim, engraçados." Ela disse suavamente. Olhou à volta e sorriu com satisfação. Mesmo estando preocupada e ansiosa pelo Draco, sabia mesmo bem estar ali sentada sendo arreliada pelos seus irmãos mais velhos como nos velhos tempos. Quase a surpreendeu pensar que tinha sentido saudades. Agora, se o Percy arranjasse um tempinho para lá ir seria perfeito.
Com aquilo, Charlie clareou a garganta. "E falando do Fred e do George." Ele dise olhando à volta. "Onde é que eles estão?"
Bill tirou-lhe o Profeta Diário. "Lá em cima no quarto deles, como habitualmente." Ele respondeu enquanto folheava as páginas do jornal bruxo. "Junto com a pequena Sylvia, sem dúvida convencionado alguma coisa para dar "as boas-vindas" ao Malfoy." Ele acrescentou, pestanejando na direcção de Ginny.
"Bill, isso não é simpático."
Bill levantou o olhar só para ver a forma rechonchuda da sua mãe emergindo da cozinha, a sua varinha cortando o ar. À sua frente estavam duas grandes bandejas flutuantes cheias de doces, bolos, biscoitos, chávenas de chá e pires. Ela olhava severamente para Bill. "Vá, não arrelies a Ginny de novo, está bem?"
"A mãe está toda preparada para isto, sabes." Ron sussurrou ao Bill. Ele aumentou de propósito a sua voz para ser ouvido. "Eu acho que ela gosta da ideia de unir a família Malfoy com a nossa." Ele acrescentou com óbvio desagrado.
Bill apenas encolheu os ombros. "Eu não me podia importar menos se a Ginny quer casar com o diabo em pessoa." Ele declarou. "Desde que ele a faça feliz." Depois ele estalou os nós dos dedos. "Mas é melhor que ele não faça a Ginny chorar ou então--"
"Idem!" Charlie exclamou. Ele olhou então para Ron, que estava a lançar olhares furiosos para ele. "O quê?" Ele perguntou. "Oh Ron, não sejas tão antiquado! Ginny ama-o então podes apenas ficar calado?"
Com aquilo, Ginny sentiu-se terrivelmente doente... doente de remorsos.
"Casar com o diabo é bem melhor do que casar com o Malfoy." Ron disse sombriamente.
"Ronald Weasley, pára com esse disparate imediatamente." Molly ralhou enquanto se sentava ao lado do seu marido que não estava a prestar muita atenção. Com aquilo, Molly tocou furiosamente no ombro do Arthur com a varinha. "Podes pôr essa coisa de parte, por favor, Arthur?" Ela perguntou zangada, os seus olhos focados no celular desmontado que desarrumava a mesa inteira do café. "Mas que raios é que estás a fazer?" Ela ordenou.
Arthur olhou para cima. "Oh Molly, devias ver isto!" Ele respondeu excitado. "Isto é completamente diferente do telefone que eu desmontei anteriormente!" Ele olhou as partes separadas do telemóvel à sua frente com admiração. "Sério! Estes trouxas--"
"Afasta isso para eu poder colocar as bandejas." Molly ordenou. Arthur olhou para cima e percebeu as bandejas e tabuleiros pairando no ar, mesmo por cima da mesa de café. Com aquilo, ele sorriu.
"Claro, querida Molly." Ele disse rapidamente. Com um simples gesto da sua varinha, os pedaços partidos desapareceram.
"Obrigada." Ela disse, enquanto pousava as bandejas de chá suavemente. Depois, ela virou-se para a Ginny e sorriu bondosamente. "Então querida, onde está o Draco?" Ela perguntou.
Ginny ficou um pedacinho vermelha. "Ele ainda não chegou." Ela respondeu com seriedade. Molly franziu levemente as sobrancelhas.
"Não te preocupes, Gin." Bill começou, olhando para ela. "Ele chegará a qualquer momento."
Ron apenas deu um sorriso afectado e esperava por Deus que o quer que fosse que o Fred e o George estivessem fazendo, desse mesmo ao Malfoy as "boas vindas" que ele tanto merecia. Ele estava quase a se levantar e indo verificar os seus irmãos gémeos quando de repente, Ginny levantou-se.
"Ele-- ele chegou!" Ela gritou, levantando-se do seu lugar. Ela sentiu. Ela sentiu-o! Correu até à porta e abriu-a só para ver a estrutura alta do Draco parado à sua frente, sorrindo, os seus olhos focados nos dela. Instantaneamente, Ginny sentiu-se toda fraca quando retribuiu o olhar, absorvendo a sua bonita forma. Ele estava a usar as suas vestes familiares e elas ficavam tão-tão bem nele. Ela não podia impedir deixar de admitir que ele ficava bem de preto.
A face de Draco iluminou-se quando um sorriso divertido pairou no canto dos seus lábios. Ele deixou os seus olhos percorrerem de uma forma apreciadora, o simples vestido pelo joelho que ela usava antes de olhar de novo para o rosto dela. E ela estava-o olhando de novo.
Ele estava bem ciente que a família dela estava observando-os então sem um momento de exitação, Draco puxou a mulher para os seus braços e deu-lhe um sonoro beijo nos lábios.
"Desculpa o atraso, Virgínia." Ele falou de modo lento e arrastado depois do rápido beijo.
Pestanejando com força, Ginny voltou à realidade. "Não- não faz mal." Ela gaguejou. Então afastou-se, trazendo-o para dentro de casa. "Entra e vem conhecer a minha família." Ela disse.
Draco sorriu e entrou só para ver cinco pares de olhos observando-o. Num instante, tensão encheu o quarto enquanto os Weasley olhavam o homem, de quem o pai tinha causado, especialmente ao Arthur Weasley, um grande conjunto de problemas. Draco, ao sentir a altmosfera afectada, sorriu charmosamente e falou. "As minhas sinceras desculpas pelo atraso." Ele começou.
Arthur Weasley levantou-se imediatamente. "Não, não foi nada." Ele disse com autoridade. Levantou a mão exitantemente e Draco apertou-a com firmesa.
"Sente-se, por favor." Molly disse com rigidez. Draco esperou que Ginny se sentasse no sofá oposto ao dos seus irmãos. Draco então sentou-se ao seu lado, o sorriso sem deixar o seu rosto, enquanto via todos os pares de olhos olhando-o prudentemente. Molly então ocupou-se a preparar o chá e começou a distribui-lo.
Ginny, sentindo a tensão crescendo no ar, clareou a garganta alto. "Eu presumo que conheças os meus irmãos?" Ela começou olhando para o seu noivo.
Draco acenou com a cabeça. "Claro." Ele respondeu cordialmente apesar de não ter escapado o olhar assassino que Ron lhe lançou. Com aquilo, ele olhou para Charlie que estava observando-o meio incerto. "Eu ouvi que o Ministério está lhe dando um mau bocado por causa da disparatada caça aos dragões? Antípoda-Opalino, se não estou enganado?" Ele perguntou.
Charlie acenou com a cabeça relutantemente. "Sim." Ele disse. "Aqueles estúpidos bruxos comerciantes não têm nada melhor para fazer."
"Eu acho que é por causa das escamas dos dragões." Draco respondeu. Ele então fez uma pausa apenas para aceitar a chávena de chá que Molly lhe ofereceu. Virou-se para a mãe de Ginny e sorriu. "Obrigada." Ele disse calorosamente. Molly deu-lhe um sorriso calmo e rígido.
"Então o que têm as escamas?" Bill perguntou com interesse inesperado.
Draco tomou um pequeno gole de chá rosa antes de responder. "Bem, as escamas de um dragão Antipoda-Opalino são muito bonitas." Ele disse. "Elas são irridescentes e com aspecto de pérolas, então não é de admirar que os comerciantes bruxos tenham grande interesse nelas. É uma pena, porque aqueles dragões são criaturas inofensivas--"
"Precisamente!" Charlie disse concordando. "E o facto que aqueles são dragões não-agressivos... eles matam apenas ovelhas ou cangurus para comer... eles são praticamente inofensivos e--"
"Charlie." Ginny interrompeu. "ELES são dragões."
"Dragões INOFENSIVOS." Charlie observou sarcasticamente. Depois ele virou-se para o Draco. "Eu nunca soube que tinha um interesse em dragões, Sr. Malfoy?" As suas sobrancelhas levantadas interrogativamente.
"Bem, eu já li sobre eles." Ele respondeu. "São mesmo umas criaturas interessantes. É uma pena que a maioria das pessoas acreditem que eles são altamente mortais."
Ginny, naquele momento, soube que Draco já tinha conquistado Charlie. Era um facto sabido que todos os Weasley achavam Charlie louco por se aventurar numa coisa tão perigosa. Como resultado, toda a vez que o Charlie ia a casa passar férias, ele nunca tinha ninguém para discutir sobre dragões - o seu assunto favorito. Charlie continuava a insistir que os dragões eram umas criaturas fascinantes. Para eles, dragões eram perigosos e uns monstros aterrorizadores.
A face de Ron ficou mais sombria quando viu o olhar de acordo na face do Charlie e o vacilo de interesse do Bill, e da sua mãe e do seu pai também. Ele olhou para Ginny que também estava olhando-o com profunda atenção e admiração.
"Então, Draco." Arthur Weasley começou pondo gentilmente a sua chávena de chá na mesa. "Se não te importas que pergunte, o que te fez demorar tanto? Alguma coisa aconteceu?" Ele perguntou calmamente. Ginny reparou que o seu pai estava a tentar o seu melhor para parecer suave e leve sobre tudo. Mas ela podia sentir a tensão crescendo no rosto do seu pai. Bem, ela não podia culpá-lo ou ao resto na família, na verdade. Lucius Malfoy tinha sido insuportável para os seus pais, enquanto que o Draco Malfoy tinha sido desprezível para os seus irmãos. Ela podia mesmo imaginar o que o seu pai estava a sentir agora, falando com o filho do seu mortal inimigo - brevemente seria seu futuro sogro.
Draco virou-se para o pai de Ginny e abanou a cabeça. "Oh, coisa sem importância." Ele respondeu com educação, o que surpreendeu Ginny. "Eu só não esperava que a minha reunião com os duendes de Gringotts demorasse tanto."
"O que é que estavas a fazer em Grigotts, afinal?" Ginny perguntou com curiosidade. Ela olhou para a sua família e mordeu o lábio. "Querido?" Ela acrescentou rapidamente.
Draco abanou a cabeça. "Já te esqueces-te, Virgínia?" Ele disse delicadamente como se nada estivesse errado. "Eu fui arranjar toda a nossa propriedade. Sabes, direitos conjugais..."
Ginny franziu as sobrancelhas com confusão. Draco olhou para ela longamente e com segundo significado. Ela começou a sentir um calor na face, com a noção de que a sua família estava olhando para eles esperando que ela dissesse alguma coisa. Depois de um momento, ela falou. "Oh, sim." Disse, acenando com a cabeça. Draco franziu as sobrancelhas levemente e voltou a sua atenção para a família. Ginny nunca se sentiu tão estúpida.
"Duendes pomposos, é o que eles são." Draco começou, abanando a cabeça. "Sério, se querem saber, aqueles duendes..." Ele abanou a cabeça com pena e desagrado. Bill acenou, concordando.
"Bolas, como estás certo!" Ele disse. "Não podia fazer o meu trabalho decentemente quando estava no Egipto. Aqueles duendes teimavam em me aborrecer... Eu digo-te que quando se trata de dinheiro, razão e senso comum desaparece da cabeça deles." Ele acrescentou.
Molly olhou para Draco. "Então eles deram-te um mau bocado?" Ela perguntou.
"Pôr o nome da Virgínia na minha propriedade foi uma tarefa fácil. Eu tinha-os informado uma semana antes e esperava que tivesse apenas de assinar tudo lá." Ele começou. Depois abanou a cabeça. "Mas não! Aqueles estúpidos duendes tornaram mesmo as coisas complicadas, verificando e verificando a propriedade familiar tudo a dobrar. Foi por isso que eu demorei tanto." Ele continou na sua voz mais calma. "Na minha opinião, aqueles duendes não confiam muito quando se trata de nós, bruxos."
"Eu não podia concordar mais." Molly disse, acenando com a cabeça relutantemente, lembrando-se das muitas vezes que aqueles duendes lhe tinha feito passar um mau bocado quando os seus filhos andavam em Hogwarts.
Draco clareou a garganta e olhou para Ron. "Como vão as coisas no departamento da Execução das Leis Mágicas, posso perguntar?"
Os olhos de Ron estreitaram-se. "Bem." Ele respondeu curtamente. Depois, sorriu sarcasticamente. "É realmente aborrecido, sabes. Depois da morte do Quem-Nós-Sabemos..." Ele acrescentou de propósito. Com aquilo, Ginny franziu as sobrancelhas com desaprovação, enquanto a sua família se virava para Draco, todos esperando que ele dissesse alguma coisa. Ginny virou-se também para ele, o seu corpo tremendo levemente de nervosismo. Ela apertou as mãos, que estavam surpreendentemente cheias de suor.
"Bem, é lamentável, sim." Draco começou a dizer suavemente como se ele não fosse afectado por nada daquilo, mesmo que a sua familia fosse conhecida por ter os maiores Devoradores da Morte. "Mas nunca se sabe, ser Auror nestes dias." Ele fez uma pausa e virou-se para o Sr. e a Sra. Weasley. "Ter um Auror na família é mesmo--"
Mas então, Draco parou quando uma alta explosão abanou a casa. Arthur Weasley levantou-se imediatamente enquanto Molly foi segurar rapidamente as coisas do chá, que estavam chocalhando devido à força da explosão. Ginny olhou para Draco, que estava franzindo as sobrancelhas com confusão, e depois para o quarto dos seus irmãos gémeos, o seu rosto ficando vermelho.
O que é que Draco iria pensar da sua família? Ela encontrou-se a perguntar a si mesma com relutância. Não que ela estivesse embarrassada ou emvergonhada da sua família mas francamente... esta não era a altura para aquilo. Ela clareou os pensamentos e viu Bill e o Charlie rindo enquanto Ron deixava escapar uma praga audível, sem dúvida sentindo-se furioso pela repentina interrupção (ele estava bem perto de encurralar Draco).
Um momento depois, altas gargalhadas ecoaram na sala de estar quando Fred e George apareceram do quarto, parecendo um grupo de trouxas malucos e doidos, com penas a sair pelas suas camisas. Mesmo atrás deles estava uma pequena menina aos risinhos, toda cheia de nódoas e coberta de sujidade, espalhando penas a cada passo. Instantaneamente, Molly levantou-se do seu sofá, esquecendo completamente a visita.
"Fred e George Weasley!" Ela disse zangada, com as mãos nas ancas. "O que raios-"
"Tia Wheezy!" Sylvia guinchou correndo até ela, os seus pequenos braços abertos. "Tia Wheezy, Tia Wheezy!" Ela berrou de novo e de novo enquando se atirava para Ginny. Dando uma pequena arfada de surpresa, Ginny agarrou a menina risonha nos seus braços e sorriu enquanto Fred e George começaram com as infinitas explicações sobre a repentina explosão no seu quarto.
"Sylvia!" Ron chamou. A sua filha virou-se por momentos e sorriu. "Vem já aqui!" Ron ordenou, olhando para o estado deplorável da sua filha. Ele então abanou a cabeça. "A tua mãe vai me matar, se ela te vê assim quando voltar do Ministério." Ele lamentou-se.
Mas Sylvia ignorou-o, voltando os seus olhos de novo para Ginny, depois para o estranho sentado ao lado. Apontando, ela puxou o cabelo da Ginny e falou. "Quem é ele?" Ela disse numa voz fininha. Draco olhou para ela e deixou escapar um pequeno e relutante sorriso. Se havia uma coisa que Draco tinha medo, além de compromissos, era crianças.
"Ele é o Draco, querida." Ginny disse, para a fazer calar.
"Por que é que ele está aqui?" Sylvia perguntou, os seus olhos verdes esbugalhados.
"Bem, ele vai ser o novo tio da pequena Sylvia." Ginny explicou enquando limpava a sujidade da bochecha da sua sobrinha com um lenço.
"Porquê?"
"Por que nós vamo-nos casar."
"Porquê?"
Draco olhou para Ginny e não pode impedir de se admirar de como ela soava amável e carinhosa... Ele não espera que ela fosse assim, pois ela tinha sempre aquela estranha tendência para responder sempre irritada toda a vez que se viam. Ele prendeu os lábios e ouviu com diversão a troca de palavras entre Ginny e Sylvia, ficando completamente surdo às outras vozes à sua volta.
"O que é que pensam que estão a fazer?" Molly perguntou num tom alto. "Fazendo uma coisa dessas na minha casa!"
"B- bem, o que se passou--" Fred começou incerto, enquanto Arthur Weasley desaparecia com Ron para verificar o estrago da explosão.
"Nós estávamos a tentar ver o efeito destas uh-- Penas JobberKnoll com o Feitiço de Batota--" George gaguejou, mostrando à Sra. Weasley um monte de penas azuis e brancas.
Mas a Sra. Weasley não ligou a isso. "Não vêem que nós temos uma visita agora? E Sylvia! Olhem como ela está suja. Vocês nem pensaram sobre o que lhe poderia acontecer! E pelo som daquela explosão--!" Ela disse cansada enquanto Fred e George tiravam as suas varinhas e punham-se limpos. "Oh, quando é que vocês vão começar a crescer? Não admira que não consigam casar! Pelo Amor de Deus, sete longos anos... sete longos anos..." Molly começou de novo o discurso enquanto limpava a sala de estar, O Bill ocupava-se dos bolos e o Charlie com o Profeta Diário. De repente, Fred acotevelou George, os seus olhos pousados na nova face sentada ao lado de Ginny. Ignorando a sua mãe, os gémeos andaram até Draco, olhando-o estranhamente.
"Ah, és tu." Fred começou olhando para o rosto dele com desaprovação não escondida.
Draco afastou os seus olhos de Ginny e acenou com a cabeça. "Fred e George Weasley, eu presumo?" Ele admitiu, levantando-se e estendendo a sua mão. Os dois ruivos olharam-na por um tempo. Depois lembrando-se da Ginny, eles finalmente deram as mãos relutantemente, olhando também de modo prudente.
Tirando a mão, Draco sentou-se de novo, Fred deixou-se cair no lugar de Ron e George no lugar do seu pai, ambos cruzando os braços em frente ao peito. Draco clareou a garganta. "Vão me desculpa com certeza mas eu não pude deixar de ouvir qualquer coisa sobre feitiços de batota?" Ele perguntou suavemente.
"Yeah." George respondeu de uma maneira dura. Ele colocou um biscoito na boca e sorriu abertamente duma maneira grosseira.
"Nós estamos a tentar descobrir a fórmula das penas de copianço que o Zonko costumava fazer. Sabes, penas com feitiços de batota? Óptimo para exames e tal." George respondeu tirando também um biscoito. "Mas claro, as nossas seriam muito melhores. Seriam 100 por cento eficazes, tendo menos hipóteses de serem descobertos e--"
"Não sejas estúpido." Bill disse de repente quando a Sra. Weasley desapareceu para a cozinha. "Tu sabes muito bem que é contra o Ministério da Magia fazer penas como essas. Não te lembras que todas as penas e pergaminhos feitos pelo Zonko foram queimados?"
Fred abanou a cabeça. "Agora Bill, tu estás a começar a ficar parecido com o Percy." Ele observou sarcasticamente.
"Bem, vocês podem se meter em sarilhos por causa disso." Bill respondeu.
"Não é como se nós fossemos vendê-las." George disse. "Nós só queremos saber como é que eram feitas."
"Ah, as Penas Maravilhosas do Zonko--" Draco exclamou. Giny virou-se para ele espantada enquanto Sylvia começava a brincar com o cabelo vermelho. Qual seria o próximo truque que ele tinha na manga?
"Tu sabes sobre as Penas Maravilhosas do Zonko?" Fred e George perguntaram ao mesmo tempo. Quando Draco acenou, Fred e George abanaram a cabeça com descrença.
"Vá lá! Como é que podias saber sobre isso?" George perguntou. "Aquelas penas foram feitas antes de nós nascermos!"
"Yeah!" Fred acrescentou.
Draco enrugou as sobrancelhas pensativamente. "Bem, pelo que me lembro..." Ele começou. Depois pestanejou. "Eram aquelas que tinham penas estranhas, certo? E vinham em três estados: azul, branco e vermelho, estou certo?" Ele perguntou.
"Sim, nós ouvimos isso." George respondeu, acenando com a cabeça.
"Mãe e Pai não nos contaram sobre elas." Fred acrescentou pensativo.
"Se me lembro correctamente, eu devo ter três dessas penas na Mansão." Draco disse levemente, colocando os seus elegantes dedos nas têmporas como se estivesse a pensar. Com aquilo, Fred e George olharam-no surpresos.
"Sério?" Ambos disseram com entusiasmo. Fred então clareou a garganta, lembrando-se que aquele era o Draco Malfoy, o maldito imbecil que sempre fazia batota no Quidditch. "Eu-- eu quero dizer, e daí?" Ele perguntou precipitadamente, olhando com confusão para George.
"Tornou-se um item de colecção." Draco respondeu normalmente. "Eu lembro-me do meu avô me mostrar uma, outrora."
Fred e George acenaram, enquanto ouviam com profunda atenção. "Então, usaste-a?" Fred perguntou.
Draco abanou a cabeça. "Infelizmente, não." Ele respondeu. "Eu estava proibido de a usar. O meu avô escondeu-a tão bem que até mesmo eu, usando uns quantos feitiços e encantamentos, não fui capaz de a encontrar." Ele acrescentou, fazendo uma pausa. "Mas agora que já me formei... Gostariam de vê-las vocês mesmos?" Ele perguntou suavemente, levantando uma sobrancelha.
"Isso-- isso seria demasiado, sério." Fred forçou.
"S- sim, claro." George acrescentou relutantemente.
Draco apenas sorriu e acenou com a cabeça. "Como queiram." Ele disse. "Mas vocês são sempre bem vindos para examiná-la, se alguma vez o desejarem."
Fred e George acenaram enquanto murmuravam, concordando. Ginny estava para levar a Sylvia para o seu quarto quando a Sra. Weasley apareceu de repente da cozinha e o Sr. Weasley e Ron apareceram do quarto dos gémeos, parecendo cansados.
"Então, Draco." Molly começou. "Quando é que você e a Ginny começaram a namorar?" Ela perguntou curiosa e tentando começar uma conversa calma, 'normal' e feliz.
Draco clareou a garganta e sorriu enquanto Ginny falava. "Apenas há-- há um mês, Mãe." Ela respondeu.
"Todos sabem que eu e a Ginny andámos juntos em Hogwarts, estou certo?" Ele acrescentou, olhando amorosamente para Ginny. Ginny retribuiu o olhar, sorriu e resistiu ao esforço de mentir ali e agora. Ele estava mesmo determinado a fazer com que resultasse!
Ron bufou de indignação. "Quem podia se esquecer disso?" Ele disse sarcasticamente, cruzando os braços no peito. Fred e George apenas acenaram com a cabeça em silêncio, Bill e Charlie clarearam a garganta sem graça.
"Nós-- nós começamos a namorar qu-- quando--" Ginny falou precipitadamente ao ver a sua mãe à espera. "Isto é-- nós--"
"Eu não consigo me lembrar exactamente quando a vi..." Draco interrompeu, colocando a sua mão em cima da mão de Ginny para causar o devido efeito. "Tudo o que me lembro é como ela estava na altura..."
"Sim?" A Sra. Weasley incitou, encorajando-o a continuar.
Os olhos de Draco suavizaram-se. "Ela estava vestindo aquelas simples vestes vermelhas... Eu posso dizer que ela chamou mesmo a minha atenção porque ela estava sentada ali, com o vento soprando contra, o seu cabelo brincando com a brisa... e com um sorriso na face. Mas ela não estava ciente que estava a ser observada..."
A Sra. Weasley suspirou enquanto Ginny corava. Apesar de nada daquilo ser completamente verdade, Ginny não pôde impedir de dar um pequeno suspiro por quanto romântico ele tinha sido.
"Naquele momento, eu seria capaz de definir a beleza, por simplesmente olhar para Ginny." Draco acabou suavemente. "E desde aí, ela nunca mais deu paz à minha mente."
"Caraca! Isto está ficando doentio." Fred brincou e riu. George cotovelou-o enquanto tentou desesperadamente segurar o riso. Draco virou-se para eles e sorriu.
"Digam tudo o que quiserem mas eu posso vos dizer isto... esperem até encontrarem aquela pessoas especial e por tudo, vocês serão muito piores que eu." Ele declarou jovialmente. "Eu fui outrora assim mas depois--" Ele parou e virou-se para Ginny. "Eu conheci Virgínia." Ele acrescentou suavemente.
"Esquisita combinação, se querem saber." Ron disse impaciente. "Ruivas e loiros não se misturam."
"Ron, não sejas desagradável." A sua mãe repreendeu.
"Se não te importas que pergunte, para onde é que foste durante a guerra?" Charlie perguntou de repente.
"Eu fui embora com a minha mãe. Na verdade, o Professor Dumbledore fez o feitiço Fidelius e tem sido o nosso fiel do segredo. Nós fomos para a Roménia e ficámos lá temporariamente com os amigos da minha mãe." Draco respondeu com sinceridade. "Eu serei mesmo honesto aqui e não tenho vergonha de admitir que fui embora sem lutar."
"Então o que é mais novidade? Dumbledore é um velho homem a quem se pode confiar." Ron murmurou sombriamente. Draco decidiu apenas sorrir e ignorou-o.
"Eu admito que fiz algumas coisas das quais não me orgulho." Ele começou olhando para as caras à sua frente. "Mas eu digo-vos isto, eu pensei sobre tudo o que fiz antes... e não há um dia em que não me arrependa--"
"Agora, isso já é alguma coisa!" Ron intrometeu-se.
"Ronald Weasley!" Molly disse violentamente, como aviso. Ron fechou a boca e franziu as sobrancelhas.
"Eu desapareci durante a guerra não por cobardice." Draco começou, as suas sobrancelhas enrugando-se. "Mas por medo. Medo do que Voldemort ou o meu pai fariam à minha mãe se eu RECUSASSE lutar, ou ESCOLHESSE ir contra eles. E naquele espaço de tempo, durante o meu desaparecimento, eu descobri que tinha enganado todos, especialmente a mim próprio." Ele abanou a cabeça. "Eu tenho vergonha de admitir que estava assustado... assustado pela segurança da minha mãe... então, agora..." Ele parou e abanou a cabeça uma vez mais. "Agora eu estou a dar o meu melhor para endireitar quaisquer estragos que o meu pai tenha causado, primeiro à minha mãe, depois para todas as pessoas que ele enganou. Quanto à Virgínia..." Ele virou-se para ela e sorriu. "Sem o seu conhecimento, ela tornou-se a minha força. Tornou-se a única razão pela qual eu desejo mudar. Eu quero ser bom o suficiente para ela. Eu quero merecê-la."
Ginny corou de novo enquanto Molly acenava com seriedade, depois do pequeno discurso. Os homens entretanto respiravam fundo e olhavam para Draco com uma aprovação relutante (excepto Ron, que continuava carrancudo). Só depois, Ginny levantou-se e sorriu abertamente.
"Wow! Está a ficar tarde." Ela começou, deixando a pequena Sylvia sair do colo, provavelmente indo aprontar mais estragos de novo.
"Então, quais os planos do casamento?" Molly perguntou de repente.
"Bem, eu estava a planear levar a Ginny para conhecer a Mãe e o Avô esta semana, possivelmente depois de amanhã." Ele respondeu. "Depois haverá uma festa de noivado três dias depois e nós, eu e Virgínia, concordámos em realizar o casamento uma semana depois da festa de noivado."
"S- sim." Ginny gaguejou para os pais, sentando-se de novo. "Estaria bem assim?" Ela perguntou.
"Bem, eu não posso deixar de admitir que é demasiado cedo." Molly respondeu pensativamente enquanto Arthur decidiu ficar calado. "Poderiam preparar tudo neste pequeno espaço de tempo?" Ela perguntou em dúvida.
Draco acenou. "Oh sim." Ele respondeu. "Todos lá em casa estão desejosos para ajudar." Ele acrescentou. Ginny não deixou escapar o tom de modéstia na sua voz, quando ele usou a palavra 'todos' em vez de 'servos', e 'casa' em vez de 'Mansão'.
"Claro que o Bill e o Charlie levam a sua família?" Draco perguntou virando-se para o Bill e Charlie na espectativa.
"Bem, tenho a certeza que a Grace vai adorar ir ao vosso casamento." Charlie respondeu acenando com a cabeça.
"Eu não tenho a certeza se a Fleur estará cá com o meu filho, Robert." Bill disse relutantemente. "Eles estão em França agora, ficando com a minha sogra." Depois ele abanou a cabeça. "Sério, eu não entendo em que é que a Fleur estava a pensar quando insistiu para Robert estudar em Beauxbatons em vez de Hogwarts." Ele acrescentou em visivel descontentamento.
"Bem, de qualquer forma, todas as vossas famílias estão convidadas para a festa de noivado e o casamento, claro." Draco esclareceu.
"Até hoje, eu me pergunto," Fred começou, olhando pensativamente para Bill. "Como raios conseguiste convencer aquela veela, Fleur Delacour, a casar contigo?"
"Fred, não comeces." Bill respondeu parecendo cansado.
"Bem, eu penso que está tudo combinado agora." Ginny disse de repente, levando as coisas do chá. "Eu vou só pôr isto na cozinha e--"
"Eu ajudo-te com isso." Draco disse tirando a bandeja das mãos dela e antes que Ginny pudesse dizer mais alguma palavra, Draco andou à frente dela, fazendo sinal para Ginny segui-lo. Uma vez dentro da cozinha, Ginny encarou-o e sorriu de modo desagradável.
"Bravo." Ela disse cruelmente. "Eu juro que se tu fosses o Pinóquio, o teu nariz estaria agora pelos 20 metros." Ela acrescentou com sarcasmo.
Draco apenas ergue uma sobrancelha depois de pôr o tabuleiro na mesa da cozinha. "Tu ficarias surpreendida, Virgínia." Ele disse apenas. "Há algumas coisas que tu não sabes sobre mim."
"Bem, de qualquer forma. Eu sinto-me péssima." Ela meditou, afundando-se cansada na cadeira. Draco olhou para ela e sorriu intencionalmente.
"Eu disse-te que tu não eras uma boa mentirosa." Ele disse suavemente, aproximando-se dela.
"Por acaso tu és?" Ginny comentou, olhando para os olhos dele. Draco manteve o olhar fixo, os seus olhos estreitando-se perigosamente.
"Eu disse-te, há algumas coisas que tu não sabes sobre mim." Ele repetiu, parando finalmente a polegadas de distância dela. Ele então colocou as mãos nos ombros dela e puxou-a, até que a face ficasse contra o seu peito. Ginny olhou para cima, incapaz de dizer alguma coisa, os seus olhos sem deixar os dele.
Depois, sem uma palavra, Draco pegou na mão dela, beijou-a e colocou a palma para cima. Ginny sentiu a sua face ficar vermelha com a acção repentina. Franziu as sobrancelhas quando Draco colocou uma pequena chave dourada no topo da sua palmna. Ela olhou para ele, confusa.
"Considera isto um anel de noivado." Ele falou de modo lento e arrastado. Com aquilo, Ginny reparou que ele tinha acabado de entregar a sua chave para o seu cofre de Gringotts. "Gasta-o bem."
"Tanto para ser romântico." Ginny murmurou, os seus olhos sem deixar a chave.
"Foste mesmo a Gringotts, foi por isso que chegaste atrasado?" Ela perguntou.
"Pensaste que eu estava a mentir?" Ele perguntou, passando os dedos pelo cabelo. "Estavas preocupada comigo?" Ele acrescentou, a sua voz sedosa.
Ginny respirou fundo e forçou-se a pensar direito. Ela sabia bem o que Draco estava a planear. "Ele está seduzindo-te! Responde torto!" O seu cérebro gritou. Então, reuniu toda a sua coragem e afastou-se dele.
"Se pensas que me conquistas fazendo coisas como essas, estás enganado." Ela disse firme mas calmamente.
Draco deu um largo sorriso. "Oh, eu não apostaria nisso, Weasley." Ele falou de modo lento, arrastado e arrogante. "Tu NÃO sabes o que eu sou capaz de fazer."
Ginny apenas sorriu sem humor. Ela virou-se, e estava para sair da cozinha quando de repente, o seu pai entrou. "Poderia falar com o Draco em privado, querida?" Ele perguntou.
Ginny virou-se para o Draco interrogativamente. Draco acenou com a cabeça. "Claro." Ela disse.
"Bom." Arthur Weasley respondeu. "Vamos, então." Ele disse acenando para Draco o seguir. Ginny franziu as sobrancelhas com confusão enquanto via Draco seguir o seu pai fora da cozinha até ao escritório. Agora, o que era aquilo? Ela pensou, enquando Draco olhava para ela uma última vez antes de fechar a porta gentilmente.
*****
"Agora, Sr. Malfoy." Arthur começou, enquanto andava para trás e para a frente, de propóstio, no escritório.
Draco olhou à sua volta pelo escritório arrumado e cheio de coisas trouxas, livros e aparelhos, antes de franzir as sobrancelhas com a repentina formalidade. Ele reparou no ambiente grosseiro do escritório de Arthur Weasley, com o fogo, brilhando alegremente ao lado; com a grande e robusta secretária de madeira no centro. Pela sua suposição, este quarto tinha sido construído depois da família Weasley ter enriquecido subitamente. Ele virou os seus olhos para Arthur e acenou com a cabeça.
"Sr. Weasley?" Ele perguntou.
Arthur clareou a garganta, de modo importante. "Eu, na verdade não estou a dizer que não quero que cases com a a minha filha, desde que ela escolheu-te sozinha." Ele começou. Draco acenou com a cabeça e esperou. "Mas eu também não estou a dizer que podes casar com ela assim sem mais nem menos."
"Então o que sugere--?" Draco perguntou com a voz perdendo-se.
Como resposta, Arthur Weasley tirou uma grande chave do seu bolso e começou a destrancar uma das grandes gavetas da esquina. Depois para o espanto de Draco, o pai da Ginny afastou-se para revelar um conjunto de vinhos e licores trouxas. Os olhos de Draco esbugalharam-se enquanto ele olhava as garrafas multi-coloridas à espera de serem abertas e bebidas. Logo depois, Draco engoliu em seco quando realizações abateram. Ele não podia estar a falar a sério, pois não?
"Fazemos o seguinte." Arthur começou, encarando-o. "Vamos fazer um pequeno concurso de bebidas." Ele disse, olhando para a face surpreendida do homem à sua frente. "Isto," Ele completou, as suas mãos gesticulando sobre as garrafas de licor. "é a minha colecção de licores. Como podes ver, eu ainda não tive oportunidade para abrir ou beber nenhuma pois todos os meus filhos preferem muito mais cerveja de mateiga e aquele uh-- whisky... como é que vocês chamam aquele whisky, já agora?" O Sr. Weasley perguntou estalando os dedos.
"Ogden's Old Firewhisky." Draco respondeu.
"Sim, sim, Ogden's Old Firewhisky." Arthur disse acenando com a cabeça. "De qualquer forma, se tu me ganhares neste pequenho jogo de bebida, então podes casar com a minha filhinha." Ele continuou.
"E se eu não ganhar?" Draco perguntou.
"Então--" Arthur apenas abanou a cabeça como resposta. Draco permaneceu ali por momentos, examinado as garrafas. Pela aparência, todo o licor era trouxa, pos ele não conseguia reconhecer o nome e as etiquetas. Meu Deus! Nunca na porra da sua vida-- Ele nunca tinha bebido ou seuqer provado licor touxa! Não somento porque era feito por trouxas mas também porque licor trouxa tinha uma percentagem muito mais elevada de àlcool do que a maioria de bebidas bruxas que ele conhecia. Ele estava habituado a vinhos, champanhes, cerveja de manteiga e tal, mas whisky trouxa? Vodka? Brandies?
"O que é que diz, Sr. Malfoy?" Arthur perguntou depois de uma pausa.
Draco pensou sobre as suas hipóteses. Pela aparência daquilo, se ele quisesse casar com a Ginny, não tinha outra escolha. Se decidisse não aceitar aquele desafio, por mais que Ginny insistissse em casar com ele, o que ele duvidava, a palavra do seu pai iria importar. Já que ele fizera aquele pequeno discurso em frente à família Weasley, sobre mudar para melhor, Draco não teria outra escolha a não ser aceitar a decisão do Sr. Weasley. Isto não era uma situação ganhar-ganhar e Draco não estava habituado a isso. Despois daquilo, ele iria de certeza fazer a Ginny pagar por todo este sarilho. "Pensa só nos 262 milhões de galeões." O seu cérebro aliciou.
Draco sorriu. "Podemos começar?" Ele perguntou calmamente.
Arthur sorriu e com um simples gesto da sua varinha, 2 garrafas apareceram na mesa. Draco sentou-se enquando o pai da Ginny começou a encher o seu copo com aquela coisa potente. Draco engoliu em seco quando Arthur lhe entregou o primeiro copo.
"Saúde?" O pai da Ginny perguntou calmamente.
"Saúde." Ele disse, levantando o seu copo um pouco e depois trazendo-o, os seus lábios tocando a borda suavemente. No momento em que o pesado licor tocou a boca do Draco, ele encontrou-se a franzir as sobrancelhas com desagrado. Tomou um pequeno gole. Os seus olhos esbugalharam-se de repente ao sentir o doloroso líquido quente escorregando pela garganta, ficando então no seu estômago. E NÃO ERA MUITO BOM.
"262 milhões de galeões... 262 milhões de galeões..." Ele deixou o seu cérebro cantarolar. Depois, fechando os olhos, ele respirou fundo e bebeu o resto do conteúdo do seu copo rapidamente. Ele pressionou os lábios para esconder o aperto, que estava desesperadamente tentando jorrar da sua boca. Ele pousou o copo e respirou fundo de novo.
"Nada mau." Arthur disse enquanto Draco entregava-lhe o copo. Ele sorriu e levantou o seu copo um pouco.
"Saúde." Ele disse e para surpresa de Draco, Arthur Weasley entornou todo o conteúdo num rápido gole. "Pronto para a segunda rodada?" Ele perguntou a Draco depois de pousar o copo.
"S- sim." Draco respondeu enquanto erguia o copo para encher. Depois sem um momento de exitação, ele forçou o líquido para descer, a sua face distorcendo-se com o súbito desagrado.
E lá foi continuando. Copo atrás de copo. Quando Draco reparou que ele já tinha bebido a última gota de brandy do copo, suspirou agradecido. Graças a Deus já tinham acabado uma garrafa. Esperando que fosse o fim do concurso de bebida, ele estava agradecido por ainda conseguir pensar direito. Mas aí, Arthur levantou-se e andou até ao seu gabinete.
"Parece que já acabámos com o Brandy." Ele comentou observando a garrafa vazia à sua frente. Ele deu um sorriso largo, e para horror de Draco, colocou outra garrafa na mesa. "Agora, isto deve bastar." Ele falou alto, fazendo os seus óculos deslizarem do nariz.
"Mas que--" Draco viu o seu cérebro gritar enquanto o pai da Ginny enchia de novo o copo. Depois, ele suspirou derrotado quando Arthur lhe passou o copo. "Isto vai ser uma longa noite." Ele pensou, aceitando o copo.
*****
"Por que é que está a demorar tanto?" Ginny perguntou à sua mãe enquanto olhava o relógio. "É quase meia-noite." Ela acrescentou, olhando sem destino para o escritório do pai.
Molly Weasley desviou o olhar do seu bordado e franziu as sobrancelhas. "Eu não sei, querida." Ela respondeu igualmente curiosa. Todos já se tinham retirado menos elas.
"Eu vou subir agora." Ginny declarou, levantando-se. Antes que Molly pudesse impedi-la, a porta abriu-se de repente só para revelar um alegre Weasley e um Malfoy vermelhão. Arthur estava a rir, ajudando o cambaleante Draco. Com o seu braço direito sobre Draco, e a sua mão esquerda agarrando uma garrafa da sua colecção.
"Mas que--"
"Eu-- estou-- bem-- Virgínia..." Draco falou de maneira lenta e arrastada enquanto andava até ela. Arthur riu-se de novo, pois Draco andava de modo inseguro e para espanto de Ginny, Draco colocou o seu corpo contra o dela para apoio. Ginny segurou-o, lutando contra o peso dele.
Vendo aquilo, Molly levantou-se e encarou furiosa o seu marido. "Bêbado! O que é que estavas a pensar?" Ela ordenou zangada, enquanto Arthur sorria sonolento. "Eu devia ter sabido... Ginny querida, deixa o Draco se sentar no sofá..."
"Não, Sra. Weasley... Eu estou bem..." Ele falou articulando mal as palavras.
Ginny resistiu à tentação de rir ao ver Draco naquele estado. Era muito não-Draco. Ela não podia acreditar que ele estava lutando para parecer porreiro, calmo e suave apesar de estar tresandando a àlcool! Ooh... ela desejava ter uma câmara agora. Então, ajudou o seu noivo a se sentar no sofá e sentou-se também ao lado dele. Draco suspirou agradecido ao sentir a suavidade do sofá contra o corpo. Depois sem avisar, fechou os olhos e deixou a sua cabeça descançar no ombro de Ginny, finalmente deixando de lutar.
"O meu novo genro!" Arthur rugiu e riu ao ver Draco adormecido ao lado da sua filha.
"O que é que tu lhe deste?" Molly perguntou furiosa. "Por que é que fizeste isto, Arthur? Explica-te!" Ela ordenou.
Ginny virou-se para Draco, que estava respirando suavemente contra a sua orelha. Ele cheirava fortemente a álcool e ela olhou espantada para o pai. "Qual é o objectivo disto, pai?" Ela perguntou.
"Ele merece-te, minha filha." Arthur disse finalmente depois da torrente de riso.
"O que é que quer dizer?" Ginny perguntou.
"Era só um teste." Ele respondeu simplesmente. "Eu sabia, apenas olhando para ele, que este jovem não conseguia suportar licor trouxa. Licor trouxa tem elevada percentagem de àlccol." Ele acrescentou, agora aos soluços.
"E?"
"Ele sabe que não aguenta nem suporta esse licor, mas ele bebeu!" Arthur informou. "Ele podia ter apenas abanado a cabeça e recusado, eu ia deixar que ele casasse contigo de qualquer maneira, mas ele aceitou. Ele aceitou por ti, Ginny."
"Isso é completamente lixo!" Molly disse furiosa, ajudando o seu marido a manter-se direito.
"Diz o que quiseres, Molly querida, mas tu não sabes nada sobre nós, homens!" Arthur respondeu enquanto andava aos ziguezagues para o seu quarto. Molly então virou-se para Ginny, que estava a olhar incerta para Draco.
"Ele não pode ir para casa agora." Molly começou. "É melhor instalá-lo no quarto de Percy apenas por esta noite. Tem roupa lavada numa das gavetas e uma bacia na cozinha." Com aquilo, ela abriu a porta e desapareceu de vista.
Sozinha, Ginny olhou para Draco dormindo ao seu lado. De alguma forma, ela gostava do Draco dormindo em vez do Draco acordado e irritante. Ele estava a respirar suavemente, os olhos fechados... parecia tão gentil, tão inofensivo como um bebé, e sem dizer nada, Ginny tirou o seu lenço e começou a limpar as gotas de suor da testa dele.
"Ele aceitou por ti, Ginny."
Ginny rolou os olhos e levou os dedos suavemente para o cabelo dele. "Quem me dera." Ela murmurou, abanando a cabeça. Mas então, ela não podia impedir de pensar... ele aceitou mesmo por ela? Estaria o seu pai a dizer a verdade? Sobre o Draco não suportar álccol trouxa? Ou estaria ele apenas bêbado? Era tudo somente por causa do acordo, certo? Mas então... não fazia mal fingir que alguém faria uma coisa dessas por ela... Ginny suspirou, enquanto Draco mudava de posição confortavelmente, murmurando qualquer coisa inaudível e começando a adormecer de novo.
E com aquele pensamento, Ginny acariciou levemente os cabelos de Draco, enquanto deixava que ele deitasse a cabeça no seu colo. "De qualquer forma, há sempre amanhã para ser desagradável e maldoso." Ela pensou, ao limpar a face dele gentilmente com o seu lenço. "Até lá, descansa apenas." Ela acrescentou, observando o rosto sonolento dele.
Fim do Capítulo 6
Próximo capítulo: Vladimir Malfoy II
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