O Jedi Desaparecido



Capítulo IV




O Jedi Desaparecido


A cidade das cem torres, a Paris do Leste, a Praga Dourada, a cidade no coração da Europa...esses e outros nomes pelos quais se apresente Praga, a capital da República Tcheca.Com sua história extensa e localização especial entre o Oriente e o Ocidente, é uma das maiores atrações da Europa Central.Seus 1.215.100 habitantes fazem desta cidade umas da menores capitais.
A Cidade Velha ( Stare Mesto), a Cidade Pequena ( Malá Strana ), Castelo (Hradcany ), Cidade Nova ( Nove Mesto ), Vysehrad e a Grande Praga (Velká Praha ), são bairros conhecidos que se desenvolveram em torno dos centros históricos.Também se destaca com uma identidade própria o bairro Josefov, a Cidade Judia, com suas sinagogas, Museu Judaico e o Velho Cemitério.
Josefov existe desde 1179, ano em que o Papa Inocêncio III decretou que cristãos deveriam afastar-se de judeus.A comunidade judaica, viveu durante 700 anos confinada em um gueto cercado por um muro que só foi derrubado em 1848.Mas, nada disso se comparou a pior de todas as tragédias, o Holocausto.
Enquanto lugares no resto da Europa eram sistematicamente destruídos, o Bairro Judeu, Josefov, foi preservado pelos nazistas que pretendiam usá-lo como um museu sobre o povo que exterminava.
Neste bairro, sessenta e oitos anos depois da tragédia da Segunda Guerra Mundial, em uma noite fria e chuvosa, que uma garota envolta num manto marrom caminha pelas ruas escuras, em frente à Velha Sinagoga Judaica.Caminha sem nenhuma pressa, segurando um jornal velho e amarelo nas mãos.A noticia, ocupava a primeira página, comentava de um homem com capuz marrom que salvara duas crianças de um incêndio não muito longe dali, e outros relatos de pessoas que foram salvas pelo mesmo homem naquela região e em outras partes da Europa, do mundo.
Mestre Obi-wan parecia querer que sua aprendiz o procurasse, ela sabia que se ele quisesse, essas pistas não existiriam, estas sempre foram as regras da Conduta Jedi.No entanto, Obi-wan não as seguiu ultimamente.Ali, sozinha com seu sabre-de-luz, Arken esperava algum sinal de seu mestre.Uma posição que denunciasse seu paradeiro de meses.
A casa de tijolos antigos e podre repousava no seu silêncio de anos, nenhum barulho, nem o cantar dos grilos ou o farfalhar das árvores do local.O vento frio arrepiava a nuca de Arken, mas ela tinha de continuar, sabia que ele estava ali.
-Mestre, eu sei que está aqui.Sinto sua presença, por favor, apareça.-disse Arken numa tentativa frustrada que Obi-wan respondesse.-Do que o senhor foge, e porque estas pistas que seguro na minha mão? Por favor, responda!
Nenhum sinal.Porém, Arken ouviu o barulho da grade enferrujada perto de sua posição.Uma pessoa comum, sem treinamento espiritual, morreria de medo ao ver no meio da noite a figura encapuzada onde não se via o rosto, parada em frente a grade.Mas Arken não teve, ela nunca tinha medo, aprendera com o seu mestre Jedi a enfrentar seus temores e libertar-se deles.
-Mestre!
A figura de capuz nada disse, saiu do lugar em que encontrava e desatou a correr com Arken logo atrás.Os dois correram pelo gueto fédito e escuro, até que ele entrou no antigo cemitério judaico.Entre inúmeras lápides, escondeu-se.
-Porque está fazendo isso? O que essa procura significa?- perguntou Arken em voz alta, andava devagar, observando casa lápide, a espera de algum movimento.
Ouviu-se o barulho de alguma coisa caindo do chão, era apenas um gato de rua, no entanto, Arken viu um objeto repousando na árvore próxima a uma lápide quebrada.Um livro velho e escrito a mão, ela o abriu mas não entendeu nada do estava escrito.Dumbledore, concerteza, ele saberia o que dizer ao ler o livro antigo.A grade enferrujada do cemitério fechara, e o vulto fugira para longe.


Rony esperava Harry no quarto, a expressão sonolenta lutando contra o desejo de saber o que se passou na cozinha.
-Hermione teve que ir, mamãe veio e não gostou de nos ver sozinhos. –respondeu Rony com as faces rosadas. –Mas, então, o que houve? Sentimos a casa estremecer ainda agora.
-E estremeceu, Brighid fez isso.
Harry repassou toda a conversa para o amigo que já não demonstrava mais sinais de sono.A compaixão logo o atingiu ao falar da morte da mãe de Brighid, e da nova vida que ela enfrentaria, da surpresa que teve diante a revelação de Sirius.
-A última pessoa que imaginei um dia se casar seria Sirius. –comentou Rony. –E com plenos dezoito anos!
-Eva chegou a esperar um filho dele, mas perdeu o bebê no ataque dos Comensais ao apartamento onde morava.
-Hermione devia estar aqui, ela explicaria esse ritual da qual Brighid participou. Quer dizer que parte dos poderes da Arca passaram para ela?
-Foi o que Sirius disse.Igual aos poderes que recebi, indiretamente, de Voldemort.Lembra?
-Lembro sim. Você fala a língua das cobras porque Você-sabe-Quem fala.Brighid tem conhecimento do sonho em que, bem, você viu o ataque dos Comensais na casa dela?
-Acho que não. Ela nem sabia que a mãe resistiu por uma semana, falecendo hoje.
A noite fora turbulenta para Harry, ela via, em seus sonhos, imagens difusas de mapas e objetos estranhos que ele desconhecia. Seu corpo doía, a pele com bolhas espalhadas pelo corpo e o rosto cheio de ataduras.
No dia seguinte, Hermione acordou os meninos para que lhe contassem sobre ontem.
-Mil duendes, Hermione!Não podia esperar a gente acordar?- resmungou Rony.
-Claro que não.Vamos, ao Beco Diagonal hoje, e usei essa desculpa de acordá-los para sua mãe não desconfiar.Anda Harry, conta toda a história.
Hermione quase não piscava, enquanto Harry repetia a conversa. No fim, permanecera alguns minutos em silencio.
-Há muitos rituais antigos, alguns deles, eram feitos com sacrifícios humanos.Mas, nunca ouvi falar de rituais com transferência de poderes.
-Acho que não era para ninguém saber. –disse Harry- Os Mellin receberam a missão de proteger a Arca da Aliança, de escondê-la do resto do mundo.
-Concordo com o Harry.E o pior é essa arca cair nas mãos de Voce-sabe-Quem.-disse Rony.
-Verdade. Bom, eu vou descer para tomar café.E vocês tratem logo de se vestirem, quero chegar o mais cedo possível no Beco Diagonal.
-Por quê? –perguntaram Rony e Harry.
-Vou procurar qualquer livro que fale mais da Arca da Aliança e referencias sobre rituais.
Porém, antes que Hermione pudesse sair do quarto, Sirius aparecera inesperadamente e entrou lançando um feitiço de privacidade.
-Sirius, eu só estava acordando os meninos.Pretendia descer imediatamente. –disse Hermione corando furiosamente.
-Não precisa mentir, Srta.Granger.Sei que vocês três conversavam sobre o episódio de ontem.Sabe, eu também já fui um adolescente.E não os culpo, vocês tem o direito de saber da verdade, são moradores daqui e merecem isso.
-Como ela está? –perguntou Harry.
-Bem, na medida do possível.A ouvi chorando a noite inteira.Esses dias tem sido difíceis para Brighid.É por isso que eu vim aqui, preciso da ajuda de vocês para que Brighid possa se adaptar aqui conosco.
-Mas, e os poderes dela? Sirius, ela fez um garoto pular da janela! –discordou Rony.
-Ela não sabia de seus poderes, além do mais, o garoto batia numa criança aleijada quando Brighid o enfrentou.E, concorda comigo de que nada aconteceu de ruim enquanto ela esteve aqui.
-É verdade, mas sei lá, o que vocês acham?
-Por mim, tudo bem. –disse Harry e Hermione.
-Ok, vocês me convenceram.Espero que ela não me faça gostar de aranhas!
-Assim que se fala!Bem, quando forem para o Beco Diagonal hoje, a convidem para ir junto com vocês. Estou indo agora, e lembrem-se, jamais tivemos essa conversa.-disse Sirius piscando seu olho esquerdo e saindo.
-Porque seu padrinho está tão empenhado em ajudar essa ajudar essa garota, hein?-perguntou Rony.
-Talvez porque, ele amou a mãe da Brighid um dia. –respondeu Hermione olhando tristemente para a porta.-Porque está me olhando desse jeito, Rony?
-Quem é você e o que fez com a Hermione Granger?
-Ora, Ronald Wesley!Também sou uma garota ou você não percebeu isso!-disse Hermione saindo furiosa.
-Puxa vida!O que deu nela? Essas garotas de hoje em dia, vai entender!


Brighid estava de pé e vestida. Observava a rua por trás da janela. O cheiro das cortinas a fazia lembrar-se de casa, da mãe, do pai.Ambos mortos.Ela não tinha mais um lar, não tinha mais nada, apenas a ajuda de pessoas que jamais vira na vida.No fundo, ela queria descobrir que era especial e que existiam pessoas com dons iguais aos dela, porém, nada valia o preço de estar sozinha.De perder quem amava.Seus pensamentos e lembranças a levaram para longe dali, seus pais a levaram uma vez para o zoológico.Brighid tinha quatro anos, Eva preparava o piquenique, enquanto Amyr levou a filha para dar uma volta e ver os animais.Brighid gostou das águias, com a idéia de voar.
-Quero voar também, papai!
-Um dia, minha pequena, dentro de um avião bem grande.
-Eu quero agora!E sem avião!
Uma das águias, um belo falcão, caiu da árvore em que se apoiava. Os turistas se espantaram com a altura e o chão manchara-se de sangue.O tratador viera socorrer o animal que não se movia.
-O que houve, papai?
-Acho que ele morreu, minha pequena.
-Por quê?
-Todo ser vivo cumpre sua jornada na Terra, e quando esta jornada chega ao fim, dormimos meu bem, e emigramos para o paraíso.
-Eu não quero!O pássaro grande tem que ficar aqui!
Brighid fixara seus olhos no falcão, até hoje jamais soubera se foi coincidência, ou não, mas o falcão voltara a se mexer e voou para a árvore em que estivera pousado. Foi a partir daquele dia que Amyr contava histórias de bruxos, varinhas, e feitiços...
-Pensando no passado? –perguntou Sirius.
-Sirius!Me assustou, eu não o vi entrar.
-Seria impossível, sua mente estava longe.
-Eu me recordava do passado, meus pais me levando para o zoológico.Era bem pequena, mas eu lembro de tudo como se fosse ontem sabe.
-Molly levará os meninos para o Beco Diagonal, vá com eles.Tenho certeza que se divertirá bastante lá.
-Porque está sendo tão legal comigo?
-Você lembra muito sua mãe, e prometi a ela que a protegeria.Como devia ter feito com nosso filho.
Brighid não chorou como uma frágil criança nos braços de Sirius.Seus olhos estavam vermelhos e inchados por causa da noite mal dormida, por tudo que descobrira a respeito de seu passado e futuro.
-Tudo ficará bem, querida, logo esse pesadelo vai acabar.
-Sinto tanta falta de minha mãe, do meu pai.Não quero ficar sozinha.
-E não vai ficar, eu prometo isso a você.
-E se aqueles homens maus me encontrarem?
-Eles não a encontrarão, e mesmo que ache, a Ordem protegerá você.
Brighid desceu as escadas sem medo, em direção a cozinha, com o rosto lavado e sem medo. Notou que as pessoas a tratavam melhor, possivelmente se acostumaram com sua presença, ou já tivessem conhecimento do acontecido. Uma coisa que ela menos suportava era sentirem pena dela, mas manteve-se em silencio e respondia a todas as perguntas que lhe faziam enquanto comia.
-Vamos ao Beco Diagonal agora pela manhã, não gostaria de ir conosco, meu bem? –perguntou Molly.
-Seria um prazer, Sra.Wesley. -respondeu Brighid.
-Tenho certeza de você irá gostar, é uma rua cheia de livros, varinhas e todos os tipos de artigos para bruxos. Não é mesmo Rony?- perguntou Hermione, que após um discreto ponta pé por debaixo da mesa, o ruivo respondeu um singelo “sim”.
-A loja que Fred e Jorge montaram no Beco Diagonal está ótima, eles estão ganhando mais e mais galeões de ouro com os produtos que eles mesmos criaram. - disse Gina. –Posso ir lá, mamãe?
-Depois de passarmos na Floreios e Borrões, todos nós visitaremos seus irmãos na loja.
-Mas, porque não posso ir sozinha?
-Eu já expliquei Gina Wesley. Com esses tempos perigosos, não se pode confiar em ninguém, e se me aparece um comensal e seqüestra você!De jeito nenhum, vamos andar juntos.
Gina permanecera aborrecida todo o café-da-manhã. Alguns membros da Ordem apareceram para escoltar o grupo que iria ao Beco Diagonal, Olho-Tonto Moody, Lupin, e Tonks, disfarçada de uma velha segurando uma bengala.
-Não vem conosco Sirius? –perguntou Brighid.
-Infelizmente, eu não posso.Sou um foragido da prisão de Azkaban. –respondeu Sirius tristemente. –Mas, meu afilhado tomará conta de você, não é Harry?
-Claro. Vamos, Brighid?
-Está bem. -respondeu a garota timidamente.
Fora do Largo Grimmauld, após cinco minutos em que Moody praticamente vasculhou toda a rua com seu olho mágico, as oito pessoas saíram. O vento frio passeava por entre ao ar, Lupin acendeu a varinha e logo um Noitibus surgira parando bem em frente ao Largo Grimmauld.
-Chama-se Noitibus, é um transporte para bruxos. Leva você a qualquer lugar, basta acender a varinha e levantá-la. -explicou Harry a Brighid.
-Me parece perigoso.
-Verá que não, é desconfortável.
De dia, o transporte tinha cadeiras e mesinhas onde as pessoas podiam pedir uma xícara de chá, por onze cicles, chocolate-quente, por doze nuques. Durante a noite, as cadeiras e mesas eram substituídas por camas de colunas. O condutor do Noitibus, Stanislaw Shumpike, olhava de esguelha para Harry, que estava totalmente protegido por Moody que sentara-se bem a sua frente impedindo que Shumpike o visse de verdade.Quando o condutor tomara coragem para chegar até ele, mudou completamente de idéia sob o olhar amedrontador de Moody.Como da última vez, a viagem fora totalmente desconfortável.A cada parada brusca que o ônibus fazia, quase a metade dos passageiros era lançada para frente e ficava praticamente impossível se segurar em alguma coisa.Brighid ficou encantada, nunca imaginara um ônibus que pudesse andar pelas calçadas e entre os carros sem provocar nenhum acidente.Se perguntara quantas passou por um desses e percebera.Perto dela, Rony, Hermione e Harry conversavam o mais baixo que podiam.
-Você não está ajudando em nada, Rony. –reclamou Hermione. –Eu praticamente te obriguei a falar com ela.
-Não é simples assim sabia, deixa eu me acostumar primeiro!Isso é totalmente desconfortante, falar com uma pessoa que pode fazer você imitar uma galinha!
-Não seria uma má idéia!
-Ah, Hermione!Dá um tempo!
-Ela me parece legal. –concordou Harry. –Além do mais, prometemos a Sirius.
-Se me lembro bem, você ficou desconfortável com a Arken no começo, mas depois se acostumou com a presença dela.
-Mas isso foi diferente!Ela salvou as nossas vidas naquela floresta, e o Harry gostava dela!E AHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!
Mais um baque do Noitibus e foi a vez de Rony ser lançado para frente, batendo num senhor que carregava excrementos de boi. O condutor anunciara a chegada ao Caldeirão Furado, parte dos passageiros desceu e a outra tentava limpar com as varinhas os excrementos e o mau cheiro que inundara o local.
-Odeio esse ônibus!Definitivamente, eu odeio esse ônibus!
-Vamos logo antes que percebam a nossa presença por aqui. -disse Lupin.
Havia poucas pessoas dentro do Caldeirão Furado, algumas encapuzadas tomando goles e mais goles de uísque de fogo. O estaleiro do lugar, o velho Tom ofereceu drinques, mas Lupin recusou o convite e puxou Brighid para perto a levando apressadamente para os fundos do bar, diante do muro de pedra.
-Você é noticia de primeira página no Profeta Diário. Não podemos nos arriscar de que alguém te reconheça. –explicou Lupin.
-Todos sabem o que aconteceu comigo? –perguntou Brighid.
-Sim. Você está em todos os jornais, conhecida como A menina a quem Voldemort temeu. Para se ter uma noção, faz semanas que não sai noticias de Harry. –disse Tonks.
-As pessoas falam muito sobre mim. Porque eu derrotei Voldermort quando tinha apenas um ano de idade. –explicou Harry a Brighid.
-Eu sei. Sirius me disse sobre você. Sinto muito.
-Isso foi há anos atrás, eu nem lembro como aconteceu. Mas, as pessoas nunca deixam de comentar. Sou conhecido como o Menino-que-Sobreviveu.
Lupin puxou Brighid para perto, e enquanto Moody e Tonks olhavam para a porta da cozinha, a fim de que ninguém visse, ele e Molly executavam feitiços de transfiguração na garota que apresentava uma nova aparência: cabelos loiros, olhos verdes e pele sardenta.
-Pronto. Está linda, querida!-disse Molly.
-Terminem logo com isso, aí.Antes que comecem a desconfiar!-resmungou Moody.
-Já terminamos, Moody.-respondeu Lupin.
-Ótimo.Agora, o seguinte: nenhum de vocês deve andar sozinho.Não se separem de mim, Tonks, Lupin ou Molly.E Harry, não diga o nome do Lorde das Trevas em hipótese nenhuma.Ele tem virado um nome amaldiçoado agora, diga-o e os comensais aparecem.Ouviu?
-Mas, Dumbledore...
-Dumbledore não vai estar ao seu lado para proteger se algum Comensal o enfrentar.Vamos, andando e lembrem-se: vigilância constante!
-É melhor ficar perto de mim, Hermione, caso esteja c-cheio de g-gente, ok.-disse Rony.
-Eu sei me defender muito bem, Rony.
-Certo, então!Eu só quis ajudar!-respondeu Rony zangado.
Lupin tocou com a varinha no tijolo da parede três vezes, e esta começara a desaparecer revelando uma ruela cheia de vitrines, carrinhos contendo objetos esquisitos e pessoas com roupas estranhas.
-Era só manter-se perto dela, não precisava perguntar se ela queria sua presença.-sussurrou Gina a Rony, onde somente Harry escutou e fingiu prestar bastante atenção num morcego equilibrando-se no poste à medida que o grupo avançava pelas ruelas do Beco Diagonal.
-Não enche, Gina!
Da primeira vez que estivera aqui, Harry ficara pasmo.Era preciso vir mais vezes durante semanas para decorar todas as lojas, porque simplesmente, em cada esquina, em cada beco era uma loja vendendo roupas invisíveis, animas com dois rabos, carrinhos que vendiam poções do Amor.A loja de animais com corujas empoleiradas, gatos espiando por entre as janelas.No fim do Beco, ficava o grande Banco Gringotes e a direita, a loja do Olivaras.Molly e Tonks seguiram para o Bando, enquanto, Lupin e Moody seguiram com os meninos a loja de Olivaras.
-Eu também fiquei assim quando andei por aqui pela primeira vez, há seis anos.-disse Harry para Brighid.
-É realmente mágico, e bem debaixo das pessoas que não tem magia, quer dizer, nunca imaginei que isso existisse em toda a minha vida.
-Verdade, antes de ser escolhida para estudar em Hogwarts, eu lia sobre tudo a respeito de magia sabe, de certa forma, sempre acreditei que isso fosse real.-lembrou-se Hermione.
-O que é Hogwarts?
-A escola dos bruxos da Grã-Bretanha.Todos os estudamos lá, e a maioria dos membros da Ordem também já estudou.O professor Dumbledore, é o diretor de Hogwarts.-respondeu Harry.
-E em breve você também fará parte.Vamos comprar uma varinha pra você.-disse Lupin.
-Pra mim? Mas, eu não tenho dinheiro.E além do mais, eu nem sei fazer magia.-respondeu Brighid assustada.
-Tem certeza de que não sabe fazer magia? –perguntou Lupin.-Porque acha que é tão conhecida, agora pelo entre os bruxos?
-Mas onde está a Gina? –perguntou Rony.
De repente Gina desaparecera, os seis olharam por todas as direções e nada dela.Quase meio-dia e o movimento de pessoas aparatando de desaparatando eram intensos.
-Ela estava aqui ao meu lado não fazia cinco minutos!-disse Rony um tanto apavorado.
-Calma, Rony.Acho que vi Gina indo com sua mãe, quando ela foi para o Banco.-respondeu Hermione desconfiada.
-Para o nosso próprio bem, espero que seja verdade, ou a Molly nos mata a unha!-alertou Moody assumindo a frente e entrando na loja.
Seis anos e apresentava o mesmo aspecto de antes.As estantes repletas de varinhas guardadas em caixinhas.Em cima da mesa, a fita métrica repousando numa almofada de veludo vermelho.Olivaras veio ao encontro do grupo, e abriu um grande sorriso.Olhou Harry por alguns segundos, o garoto teve receio de que ele comentasse o episódio de outrora em que uma luz surgira do nada, no momento em que ele tocou na varinha gêmea de Voldemort, porém, o vendedor nada disse e cumprimentou cada um com uma simples reverencia.Seus olhos azuis, e o cabelo ficara ralo e branco intenso.
-Vejo que uma jovem precisa de varinha, estou certo?-perguntou Olivaras.
-Sim.Esta é Brighid e iniciará seus estudos em Hogwarts.-explicou Moody.
-Hum...mas me parece ser esperta de mais para iniciar no primeiro ano, ou isto é uma das suas longas histórias, Olho-Tonto?
-A segunda é, como sempre, a resposta mais conveniente.Agora, se o senhor pudesse...
-Não adiante pedir pressa, Olho-Tonto, o tempo que demorar, será o tempo necessário.
A mesa, minutos depois, abarrotara-se de caixas e caixas.Brighid experimentava uma, outra, outra, outra e nada acontecia.A garota começava a tremer a cada nova varinha que segurava.Olivaras pedira alguns segundos, pois iria buscar uma varinha que, segundo ele, totalmente nova e especial.Porém, esses segundos tornaram-se cerca de meia-hora.
-Onde, por mil duendes e galeões se enfiou essa criatura?- implicou Moody, impaciente.
-É como costumo dizer aos meus clientes, paciência é uma virtude que se adquire com o tempo e não com a impaciência.-respondeu Olivaras aparecendo do alto de uma escada, assustando a todos.
O vendedor pediu que a menina fosse até onde ele estava e lhe entregou uma varinha, vinte e oito centímetros, mirtheil, azevinho, ele disse.Assim que Brighid a segurou, ela esquentou e produziu fez o ambiente começar a chover como se uma nuvem tivesse entrado pela janela e inundado o local.
-Perfeito!Perfeito!-respondeu Olivaras.
Antes que Brighid saísse juntos com os outros, Olivaras a puxou para o canto e sussurrou em seus ouvidos:Está é uma varinha especial, minha querida, use-a com sabedoria e jamais com ganância.Se escolher o caminho errado, ela a aniquilará, ao invés de lhe obedecer.Pois, Mirthiel é uma liga de aço bastante poderosa, que aliada objetos mágicos ajuda apenas a quem tiver bom coração.
-Fantástico o evento que presenciamos, não acham?- perguntou Hermione
-Você considera fantástico sair de uma loja completamente encharcada?-perguntou Rony sarcasticamente.
-Eu quero dizer,o evento em sim.Quando recebi minha varinha, da primeira vez, dela saíram livros e papéis com anotações.E não fez nenhum local chover.
-Nada mais do que lógico, você ama estudar.-retrucou Rony-Afinal de contas, o que é Mirthiel?
-Uma liga de aço bastante forte.-respondeu Lupin-Há tempos que fabricadores de varinhas estudam esse tipo de aço e tentam unir esse tipo de metal com varinhas.Significa que a varinha que Brighid ganhou é totalmente resistente a qualquer feitiço e somente obedecerá a ela, nenhuma outra pessoa poderá usá-la.
-Adiantamos as compras, enquanto vocês compravam a varinha de Brighid.E onde está Gina?-perguntou Molly chegando da Floreios e Borrões junto com Tonks.
-Ela não está com você, mãe?-perguntou Rony.


Assim que entrara no Beco Diagonal, Gina viu a figura de um loiro passando pelas suas costas, ele deixara um bilhete em suas mãos sem que ninguém percebesse, o visse. Com o coração batendo acelerado, esperou ansiosamente pela oportunidade certa de escapar e ela veio logo em seguida. Aproveitando um momento de distração da mãe, e dos outros, se misturou a um grupo de crianças e escondeu-se atrás de uma barraquinha de fadas encantadas vendidas dentro de potes. Tirou do bolso o bilhete que recebera: Encontre-me na esquina do bando Gringotes.
Caminhando bem atrás de sua mãe e Tonks, pensava a todo o momento correr do caminho que estava indo.E se a pegassem? O que faria? Se, de repente, alguma amiga ou conhecido de Hogwarts a visse ali, sozinha.Mas, não tinha jeito, ele a vira e vinha na sua direção.Pegou na sua mão, não demonstrava nenhuma preocupação de que os vissem juntos.Parecia até querer que vissem, mas a levou até um lugar seguro, longe de qualquer curioso.
-Isso é uma loucura, Draco.Não podemos ficar aqui, e se alguém nos ver?
-E que importância tem? Não ligo que comentem sobre a minha vida.-respondeu o loiro segurando carinhosamente a mão da ruiva, beijando-a.
-Mas eu ligo, principalmente, depois do que aconteceu ano passado.
-Gina, foi meu pai que estava naquela caverna.Não eu.
-Mas ele quis matar meu irmão.Quis matar todas as pessoas que eu amo.
-Eu sei, e não a culpo.Eu não sou o meu pai, e provei isso a você.Lembra-se?
-Claro que sim, eu nunca me esqueço disso.
-Então porque continuar a discutir sobre coisas que sequer fomos nós que provocamos, hã.Vem, estou com saudades.
Abraçaram-se, e passaram um bom tempo assim.O medo ia embora quando Gina estava com Draco.No início de seu ano letivo em Hogwarts, o achava desprezível e arrogante e tinha medo dele.Naquela época, sentia medo de tudo e seu medo piorou com o passar do tempo.Nem fazia idéia de que dormia ao lado do inimigo, o diário, que descobrira em suas coisas.Momentos que devaneava sem sonhos loucos, e acordava em lugares que não se lembrava de ido parar ali, cada vez mais pálida e sem forças, penas de galinhas aparecendo nas suas vestes, e manchas de sangue.
Contudo, vieram ao seu auxílio.A pessoa que não esperava, que achava que a odiava, mas ele veio.Jamais deixara de vir.Numa noite, deitava no dormitório das meninas, sozinha, uma coruja negra pousara em sua cama trazendo um bilhete de caligrafia fina e caprichada:¬
“ Gina provavelmente você não irá acreditar em mim, ultimamente, percebi que estou cercado de pessoas que nunca acreditam.Mas, peço que use sua razão e descobrirá que estou certo.Você tem estado fraca e pálida esses dias, e creio também sofrer de sonambulismo.Acorda sem saber onde esteve e o que fez, eu sei o que fez e sei quem a manda fazer isso.É o diário que carrega, ele é maligno, uma parte da alma de Voce-sabe-Quem a domina através desse diário.Meu pai, Lucius Malfoy, pos nas suas coisas na livraria naquele dia que nos vimos.Livre-se dele e estará salva.Seja forte Gina,eu entendo, como ninguém jamais entenderá, o que sentir-se sozinho.Mas você é uma pessoa boa, e merece encontrar amigos que a amem e não usem você.Esse diário não quer o seu bem.Draco”
Duvidara das palavras dele no começo, depois que se livrou do diário, percebeu que era verdade.Principalmente com a confirmação de Dumbledore.Após esse episódio, percebeu que Draco procurava vê-la sempre que podia, escondido, obviamente.E, um dia quando, Crabble tentou lançar um feitiço para que suas saias voassem perto da biblioteca, Draco o nocauteara.Quando ela estava no quarto ano, viu Harry beijando Cho na sala da AD, correra para o jardim aos prantos; gostava dele, porém não era amor correspondido.
-Porque se ilude tanto esperando por um destino que não é seu?
-O que faz aqui, Draco?
-Eu vi você correndo.Se o Harry é cego a ponto de te ignorar, esquece.
-E o que tem a ver com isso? Vai fazer o que? Me entregar para Umbridge?
-Não, Gina.Nunca contra você.
-Eu sei que você odeia meu irmão e o Harry, desde do primeiro e agora faz parte da Brigada Inquisitorial.Anda, me prenda!Ou então me deixe sozinha, todos fazem isso!- disse Gina chorando sem parar.
-Eu não vou prendê-la.Vim aqui te salvar, Gina.Como da última vez.
E a beijou.Achou que ela o esbofetearia, mas não fez.E passaram a se encontrar, escondidos, e trocar carinhos.Raros momentos que os faziam esquecer quem eram, e o que tinham a mostrar para as pessoas que amavam.

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