Uma longa conversa...



>>>>Só um aviso, esse capítulo é extremamente explicativo, tenham paciencia...

Boa leitura!


____________________________________________________________________________


Cap.4: Uma longa conversa...



As pesadas portas do escritório foram abertas repentinamente... Por elas passou primeiramente uma jovem, o semblante sério, a pele branca, olhos castanhos e o cabelo castanho levemente avermelhado...retirava grossas luvas da mão enquanto sua capa esvoaçava...

-Padrinho, tem certeza que não podemos conversar a sós...não há nada que eu vá dizer que depois você não possa explicar pra ele..._ tentava pela décima vez, ao se jogar em uma poltrona no canto do aposento bem iluminado...

Aquela insistência em distância o estava deixando desconfortável...Era alguém tão detestável assim?

-O Harry está diretamente ligado a esta guerra_ sua voz transparecia cansaço_ e se o que você descobriu tem a metade da importância que eu imagino que tenha ele tem que saber...O que você tem menina? Você não é assim..._ finalizou com carinho.

-Diretamente ligado a guerra é?_ disse estreitando os olhos_ demorou um pouco pra admitir não?

Dumbledore nada respondeu... se mostrou impassível...

-Sabe que não gosto quando me olham desse jeito...

-Sabe que não gosto quando tenta me enrolar...

-Não estou enrolando... Você que não fez nenhuma pergunta...

Encostado na parede já com as portas fechadas Harry não pôde deixar de reparar que ela parecia uma criança tentando evitar um castigo...

-Está bem, por onde você andou?_ Dumbledore estava rápido.

-Muitos lugares, Zona perdida, Floresta élfica do norte, pela Rússia e por uns lugares que eu nem imagino o nome..._ terminou com cara de desentendida.

-Floresta élfica do norte?

-Humhum... Quando eu vi, já estava lá...Sabia que você não estava conseguindo o apoio deles, por isso decidi tentar. Passei uns dois dias por lá, e digamos que consegui mais do que uma chance de ser ouvida...

-Como assim?

-Eu já chego lá... Ano passado eu fiz umas viagens..._ respondeu como quem comentava o tempo.

-O que não é novidade...

-...e em uma delas eu consegui esses pergaminhos_ continuou como se não tivesse sido interrompida, estalou os dedos e logo após em cima da mesa surgiram pergaminhos, cheios de runas_ eles falam sobre uma lenda perdida e pouco conhecida: a das Pedras Sagradas...

-Já ouvi falar_ comentou o professor observando os pergaminhos de aparência frágil, eles lembravam papiros...

- Pois é...eu pesquisei. _ disse eficiente_ São cristais criados por Merlin, diretamente ligados à natureza e possuem grande poder, pois deixaram de ser criados somente por Merlin, a natureza se uniu tanto àqueles simples cristais que os aperfeiçoou...No meio do processo de criação, as coisas tomaram um rumo que nem Merlin imaginava. Ele tinha em mente a união dos bruxos com a natureza, nisso ele criou as pedras. São cinco, dentre elas: a da água, a do fogo, a da terra e a do ar. Estas quatro representam o poder da natureza. Separadas são poderosas juntas são perigosas, por isso Merlin decidiu separá-las. Designou a cada uma um guardião que aprenderia a usá-las e as passariam adiante, à descendentes, discípulos ou simplesmente àqueles que eles achavam puros de coração.

-Diretamente ligadas? Essa expressão tem sido muito usada não?_ Harry comentou.

-Pois é... expressão muito usada ou não , imagine o estrago que poderiam causar... podem controlar tudo..._ Harry não estava gostando da profundidade que os olhos dela ganhavam_ desde o ar que você respira ou a água que você bebe...à um vulcão inativo, florestas mágicas e as plantas ali existentes...até mesmo animais como os dragões... ou ainda raças mágicas: sereianos, centauros, gigantes...e por fim humanos...tanto bruxos como trouxas...Tudo isso por meio de simples e patética barganha.

Dumbledore já ouvira realmente falar das tais pedras, mas não acreditou que fossem reais, embora Samantha não tivesse dito novidades, ouvir aquilo... daquela forma tão ameaçadora e quase real o fez acompanhar Harry no movimento de arregalar os olhos.

-Você disse que eram cinco e a última?

-A última talvez seja a mais importante, exatamente por ser menos mencionada... Essa Merlin criou com a intenção de dar equilíbrio. Pra que as outras não perdessem o controle. O problema é que ele não achou um guardião certo pra ela. Todos os que a possuíram se mataram...

-Porquê?

-Merlin dizia que a chave para o controle dessa pedra é amor. Ninguém entendeu o que ele quis dizer com isso...A pedra do equilíbrio teve tantos portadores que se perdeu no tempo. Mas imagino que o senhor saiba onde ela está não é padrinho?

-Talvez uma suposição..._ murmurou Dumbledore...Nunca imaginou que se tratava daquilo.

-O problema é que se as quatro estiverem sob o poder de um único ser vivente, a pedra do equilíbrio não faz seu trabalho... nesse ponto o que fará diferença é o poder do bruxo que possuir a uma ou as quatro.

-Onde estão as outras?_ Harry agora entendia a gravidade de ter ignorado o que ela lhe pedira naquele aposento de paredes lisas.

-Merlin escreveu um livro de magia branca e nele conjurou um tipo de vida própria pra que se auto-renovasse...

“Aonde ela tá querendo chegar?..” não segurou esse pensamento.

-...será que dá pra esperar...; ele entregou esse livro aos elfos da Floresta do Norte como prova de amizade, disse que quando chegada a hora às pessoas certas da maneira certa o utilizariam... Com o tempo, já na época em que Hogwarts foi fundada, todas as cinco pedras foram parar nas mãos de um único descendente de Merlin...ele sem saber o que fazer com tanto poder decidiu designá-las à novos guardiões...Eram eles Helga Hufflepuff, que ficou com a pedra da água, Rawena Ravenclaw, que ficou com a pedra da terra e por último Godric Gryffindor, que ficou com a pedra do fogo...

-Mas e Slytherin?

-Essa é a parte estranha...o descendente de Merlin disse que ele não tinha a alma pura o suficiente para portar as pedras do ar ou do equilíbrio. Então ele fez tudo o que podia, se mordeu de raiva...

-Até aí não há nada de novo, Sonserinos não prestam mesmo..._comentou Harry recebendo um olhar de reprovação de Dumbledore.

-...nisso a pedra do ar foi entregue a uma família desconhecida e a do equilíbrio se perdeu no tempo por falta de um guardião digno..._ notou que ela continuara de forma ríspida e até com raiva, como se não houvesse tido comentário_ Depois de um tempo, Helga com sua bondade se compadeceu dos elfos que estavam em guerra; sendo massacrados por povos que queriam tudo, menos paz;....e entregou-lhes a pedra da água, o estranho é que nesse mesmo dia o livro de Merlin se abriu perante aquela demonstração de união....

-Quer dizer então que os elfos, hoje tem todos os segredos de Merlin?!

-Não, eles tem uma pequena parte, pois só duas páginas mostraram seu conhecimento, elas ensinaram aos elfos como utilizar a pedra da água pra se defender e viver em paz. As outras páginas continuaram em branco... Quanto à Rawena não se sabe o que ela fez com a pedra da terra. Já a do fogo que pertenceu à Gryffindor, o importante é que agora eu não faço nem idéia de onde ela está graças à você!_ completou com a voz ameaçadora e um olhar fulminante pra Harry.

-Calma, é melhor contar como foi que se meteu com aqueles vampiros..._ interrompeu Dumbledore.

-Quando eu saí da floresta élfica eu me encontrei com o meu informante, ele disse que Voldemort receberia um grupo de vampiros e os mandaria buscar algo de grande importância...

-Uma das pedras...

-A do fogo pra ser mais precisa, pra chegar até o ponto de encontro com Voldemort eles passariam pela Zona perdida. Então eu resolvi segui-los.

-Não vou nem dizer que foi irresponsabilidade, seguir um grupo de vampiros sozinha! Deveria ter me avisado... contado tudo isso antes, teria mandado integrantes da Ordem...

-E me mandado de volta pra cá, achando que pode dar conta de tudo, pensar em tudo... me deixaria participar de algumas reuniões com a esperança de que eu achasse ter a sua confiança e esperasse por missões que não viriam...não é? Quantas vezes tenho que repetir que você é humano!_ disse tudo de uma vez e com ironia.

-Mais alguma coisa a dizer?_ continuou Dumbledore, tentando não se mostrar abalado pelas palavras diretas da jovem...Realmente ele teria feito aquilo, que ela tão bem descrevera.

-Os elfos tem a pedra da água, é ela que protege a floresta deles, o velho conselho deles aceitou falar com você, virão a Hogwarts depois do Natal, passarão alguns dias...quando estive com eles, descobri que posso ler o livro de Merlin..._ ela parecia escolher cuidadosamente as palavras finais

-Em que proporções?_ pela primeira vez Harry vira o velho diretor hesitar...

-Todo ele_ ela respondeu num sussurro, desviando o olhar, sabendo exatamente a grandeza do que aquilo significava e a intensidade do olhar que Dumbledore dava sobre si...

-O que mais?_ aquele poço de informações parecia não ter fim.

-Voldemort aparentemente reconvocou a tríade negra.

-Tríade negra?_repetiu com ódio, Harry não acreditava que ele fizera isso novamente.

-Sim_ ela confirmou olhando nos olhos dele_ Logo o Profeta Diário deve anunciar o extermínio sanguinário de uma família de sete pessoas...

-Mas isso significa...

-Que agora ele não pode ser morto com magia, pelo menos enquanto a tríade existir...O pacto de sangue que os une ao Voldemort é pura arte das trevas, pelo que vi e consegui entender até agora no livro de Merlin acho que deve haver um meio de rompê-lo, o problema é decifrar as línguas.

-Todo ele Samantha?_ voltou a questionar Dumbledore, com pesar na voz.

-Todo ele padrinho..._ tornou a repetir agora fitando os olhos azuis e cansados.

-Já se perderam as contas de há quantos anos ele está em branco pra qualquer pessoa ..._ murmurou ainda estupefato.

Ela simplesmente foi até a prateleira de livros que estava ao canto puxou um livro velho e empoeirado sem título murmurando uma estrofe do código que perdurara por toda sua linhagem...

-Sob as leis da honra nasci, e sob elas quero ter o orgulho de morrer..._ recitou com os olhos fechados como se estivesse jurando.

E a prateleira desapareceu dando passagem a um aposento sem janelas, iluminado com velas... Estaria vazio, se no centro do aposento circular não houvesse um pedestal e sobre ele uma caixa, adornada em ouro e decorada com runas, no tampo um sol se mostrava como o ser reinante do universo, exalava magia antiga e intocada. Samantha abriu-a com cuidado e de lá tirou um livro.
Harry nunca tinha se interessado por livros, mas teve certeza que daria qualquer coisa pra ler aquele, ele tinha vida própria...exalava algo como... como uma magia milenar... não por sua aparência e sim pelo conhecimento que se desprendia dele sem nem sequer estar aberto.

Os olhos de Dumbledore brilharam ao tocar a capa em couro negro, impecável...no centro uma estrela de ouro reluzia, uma representação que ele nunca vira...mas Zairus mencionara...era o símbolo de Merlin...a prova de sua existência

Ela abriu o fecho do livro ainda seguro nas mãos tremulas de Dumbledore... deixando a mostra páginas antigas, corroídas pelo tempo, porém pareciam ser feitas de ouro...davam a impressão de que se desfariam na mão ao menor toque... e as letras se essas se deixassem ver certamente seriam detalhadamente trabalhadas.... porém somente Samantha podia vê-las...

-Os elfos... eles...eles... te entregaram o livro?_ Dumbledore nunca parecera tão abismado.

-Eu... Eu ainda acho que isso é um pesadelo ou uma alucinação._ ela se afastara...

Parecia hesitar perante tal responsabilidade... Harry notou, mas não poderia culpá-la.

-Tem certeza que consegue ver o que está escrito?_ Dumbledore parecia ainda não acreditar.

-Como já disse consigo, o problema é que está escrito em várias línguas diferentes, muitas delas eu nunca vi na vida...

-Tem que aprender Samantha, ler esse livro com todo o cuidado do mundo e acima de tudo não permita que ninguém saiba que livro é esse...Isso é uma dádiva.

-Pode deixar padrinho. Embora eu descorde e considere mais uma maldição...

-Tem certeza que aí tem um meio de romper o pacto de sangue?_ apesar de toda aquela importância isso era tudo o que interessava a Harry saber.

-Tenho._ ela respondeu simplesmente, olhando pro chão, embora com convicção.

Por um momento Harry usou legimência em Dumbledore, a mente dele estava uma bagunça, eram pensamentos completamente contraditórios unidos de uma vez só... o cansaço não era só físico.... Dumbledore estava tão esgotado que nem percebera que sua mente tinha sido “invadida”.

A coisa mais entendível que ele encontrou foi uma frase solta, dita por uma jovem muito parecida com a que estava naquele aposento, perdida na própria apatia... “Ela será grande... será poderosa... já é... é tanto que profecias não chegam a seus pés”.



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.