Epílogo



Bem, meninas, depois de tanto tempo e com a fic quase fazendo niver...
Resolvi que era hora de postar o epílogo...
A Belzinha deu uma olhada nele, como sempre, e teve uma parte que gerou um pouco de controvérsia entre a gente (hehe... é o que dá ficar inventando casais diferentes do cannon, mas fazer o que... ) então, editei tirando a parte que ainda vamos ver se rola ou não... mas acabei deixando um pequeno spoiler de "Harry Potter e o Segredo de Grifinória"...

"Ha ha! ela ainda não escreveu essa!" - sei que vão dizer isso... pois é... mas não resisti, é uma parte tão fofa da fic que eu andei viajando na maionese e avançando a história. Mas duvido que descubram o que é! 

bem, deixando de lero lero... que a poção tá passando do ponto... lá vai.

ah, claro: a capa nova que a Belzinha fez, vou colar aqui  (tem uma pequena edição no título, é "Sonho de um Maroto", mas a imagem corrigida não salvou legal... )


Imagem

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EPÍLOGO
... muitos anos depois...
(é que estou com preguiça de contar quantos foram...)


...
Alvo, Rosa, Hugo e Lilian riram. O trem começou a se deslocar, e Harry acompanhou-o, olhando o rosto magro do filho já iluminado de excitação. Continuou a sorrir e acenar, embora tivesse a ligeira sensação de ter sido roubado ao vê-lo se distanciando dele...
O último vestígio de vapor se dispersou no ar de outono. O trem fez uma curva, a mão erguida de Harry ainda acenava adeus.
- Ele ficará bem – murmurou Gina.
Ao olhá-la, Harry baixou a mão distraidamente e tocou a cicatriz em forma de raio em sua testa.
- Sei que sim.
A cicatriz não incomodara Harry nos últimos dezenove anos. Tudo estava bem.


A mulher que lia com voz pausada e suave tinha um ar tristonho no rosto maduro, emoldurado por longos e negros cabelos, mas mesmo assim era impossível definir sua idade correta. Afinal, as mulheres são muito boas nisso, e se forem bruxas, são melhores ainda.
Ela terminou a leitura e fechou o livro, cerrando por alguns instantes os olhos rasos de lágrimas. Quando os abriu novamente, seu olhar estava perdido num ponto indefinido, tomado pela emoção, enquanto suas mãos levemente trêmulas acariciavam a capa do livro. Ela sempre se emocionava, não importa quantas vezes já o lera ao longo de todos aqueles anos...
Mas suas reflexões, quaisquer que fossem, foram interrompidas por uma voz infantil:
- Dinha, porque ela mentiu?
- O que? – ela voltou o olhar vivo para o garoto de cabelos negros à sua frente.
- Ela mentiu, Dinha. Não foi assim que aconteceu!
- É mesmo! – outro garoto concordou, e a mulher estendeu o olhar pelos rostos ansiosos à sua volta.
- E o Ted não é filho do Vovô Remus. É neto! – uma menina exclamou, enquanto o garoto a que se referia concordava enfaticamente, balançando a cabeleira verde que gostava de dizer ter “herdado da avó”, mas que na verdade, seu tio Lipe é que transfigurava pra ele, sempre que o sobrinho pedia.
Aqueles garotos eram espertos e não se deixariam enganar por qualquer desculpa, ela constatou com um sorriso de orgulho. Fitou a cada um do grupo com atenção, armando um clima de suspense que muito a divertia e mantinha os meninos e meninas à sua volta atentos e quietos.
O que ela esperara escutar ao terminar a leitura de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” – livro ainda enfeitiçado pelo Ministério da Magia e no qual nenhum bruxo na Inglaterra conseguia ao menos tocar? Fora os Laurents, Thompsons e alguns outros, ela tinha à sua volta descendentes de praticamente todos os presumivelmente mortos na “Batalha Final”: Weasley, Lupin, Creevey, Snape... sem contar os Black, Potter, Weasleys, Schakebolt, Malfoy e até... Longbottom.
Sim, ali estava o filho de Neville, o mesmo rostinho risonho e rosado, abraçado protetoramente ao pequeno “Filo” (porque todos achavam Filoctemo um nome muito grande, até mesmo para um centauro), ouvindo atentamente a história da Batalha Final entre Harry Potter e Voldemort (aquele-que-mais-ninguém-tinha-medo-de-chamar-pelo-nome), maravilhado pela demonstração de coragem de seu pai, pelo menos pelo que aquela trouxa contava.
Mas a bruxa que desafiava o Ministério lendo o temido livro para eles (se bem que no Brasil a tal “lei de restrição” não funcionava e, afinal, ela era uma Snape, pra quem essas coisas nunca fizeram diferença) explicava com voz levemente divertida:
- Bem, eu e sua Tia Ana pensamos muito nisso, e achávamos que era porque a morte de Dumbledore havia interrompido seu contato com “nosso mundo”. Mas Severus pensava diferente.
- Vovô Sev? Aposto que estava certo! – um dos garotos mais novos empinou o nariz um pouco mais, fazendo a mulher sorrir. Ele não imaginava como se parecia com o avô, mesmo seu pai não sendo um Snape de nascimento.
- Lá vem o Rich defender o tio Morcegão de novo... – uma outra menina falou, rindo e balançando a cabeça.
- Não chame ele assim! – o garoto não gostou e já queria brigar com a prima.
- Calma, crianças! Richard, seu avô não se importa com o apelido. Ele até gosta, pois significa que ainda mete medo nas pessoas. – ela sorriu, amável, antes de continuar – Mas como eu ia dizendo... ele tem uma explicação melhor: foi para proteger os descendentes da Ordem da Fênix, ou seja, seus pais e tios e até vocês. Era importante que a geração seguinte fosse preservada, e a revelação aos trouxas do ocorrido no mundo bruxo com toda a exatidão poderia comprometer o futuro... o seu futuro- ela apontou para eles genericamente -. Da forma como ela fez, anunciando a morte de vários personagens, a história teve uma repercussão diferente e mesmo os bruxos que tomaram conhecimento acidental dos livros, ou os nascidos trouxas ainda não atingidos pelo feitiço de inibição, tiveram sua atenção desviada da verdade.
- Nossa, que inteligente! Aposto que isso também fazia parte dos planos do Professor Dumbledore. – a menina de cabelos castanhos com fortes reflexos ruivos exclamou.
- Com certeza, Belzinha.- Serenna concordou, sorrindo.
- Mas é muito estranho... – a menina continuou – Ouvir que minha mãe se chama Rose. O nome dela é Helena!
- Eu sei, querida. Mais estranho é nem existir, não é mesmo? – A mulher piscou, sorrindo de um jeito maroto, e os garotos balançaram a cabeça, um pouco assombrados.
Richard foi rápido para expressar em palavras a súbita constatação de todos:
- Se o Vovô Sev tivesse morrido mesmo, como ela disse, ele não teria vindo para o Brasil e encontrado você. Meus pais, também... não existiriam, e nem eu!
- Que horror! – Belzinha exclamara, assustada e os outros meninos murmuravam, igualmente assombradas.
Era um choque perceber que, para J.K.Rowling e os fãs “trouxas” de Harry Potter, sua tia-avó que tanto amavam e que tanto os divertia com suas histórias, bruxas ou não, nem sequer existira.
O que significava, concluíram a seguir, que Sirius Black também não saíra do véu da morte e eles não se divertiriam tanto em férias como aquela, na Casa dos Black no Brasil.
E todos os olhares infantis convergiram para o imenso cão deitado ao lado da cadeira da mulher. Ele tinha os pelos negros já salpicados aqui e ali por fios brancos, mas ainda parecia mais um urso que um cão e assustava a qualquer um que não conhecesse o velho Almofadinhas.
As orelhas empinadas demonstraram que ele percebera ser o alvo das atenções dos garotos, mas ele não se moveu.
A mulher o observou por alguns segundos, depois soltou uma gostosa gargalhada que quebrou o clima entre as crianças. Ao mesmo tempo, um mico leão prateado vinha de dentro da casa, encarapitando-se no seu ombro. Ela entendeu prontamente o recado e avisou-os:
- Tia Berê já terminou de fazer o lanche. É melhor vocês já irem lavar as mãos.
Os meninos e meninas não esperaram uma segunda ordem, levantando-se e correndo todos para dentro da casa, na sua algazarra natural, rapidamente esquecidos das apreensões de minutos atrás.
- Crianças... são sempre iguais. É só falar de comida que esquecem de tudo e saem correndo. – a mulher comentou divertida, enquanto coçava as orelhas do cão.
- Acho que é porque não tem pipoca com guaraná na escola. E eu continuo adorando quando você faz isso... – o cão se transformara em homem, e a abraçava, beijando seu pescoço.
- Sirius Black!
- Sim, Senhora Black? – ele a fitava com o velho ar de cão sem dono que sempre a desarmava.
- Você é impossível! Sempre foi.
- É por isso que você me ama tanto, confesse!
- Convencido!
- Lindo...
- Presunçoso!
- Adorável...
- Inacreditável! – ela ria, lembrando-se da velha discussão.
- Bem... acho que estamos mais uma vez empatados, o que me lembra... Você sabe que dia é hoje, minha querida?
- Claro que sim, quinta-feira, ora!
- Errou... – e ante seu olhar curioso, ele explicou com sua voz rouca – É nosso aniversário... Não faça essa cara, eu sei que você pensou que eu ia esquecer este ano... de novo.
- Não, não pensei. – ela apressou-se em retrucar, mas seu olhar profundo a fez sorrir – está bem, admito, pensei sim, mas sem problema. Afinal, pra quem tem três datas de aniversário de casamento, fica difícil mesmo lembrar de cada uma...
- Então... – ele fez um ar displicente de quem desistira de algo sem importância - podemos esquecer a surpresa.
-Que surpresa?
- Esta. – e sem esperar que ela se preparasse, abraçou-a, aparatando em seguida, sem ao menos ver o amigo que se aproximava e gargalhou com gosto.
- O Bolt não toma jeito mesmo... – Murilo, que viera ver porque eles demoravam, voltou para dentro da casa, balançando os cabelos que já deixavam de ser loiros mas continuavam tão longos quanto antes, para dizer a Bere que podia esquecer, sua irmã talvez não voltasse a tempo do jantar... de novo.

***

- Não... ainda não. Espere só mais um pouquinho...
A voz rouca de seu marido falando baixinho bem perto de seu ouvido a arrepiou, mas Serenna não abriu os olhos. Ao invés disso, sua memória voou para a primeira vez que aparatara em conjunto com ele, levada para sua casa em Grimmauld Place contra a vontade, ou nem tanto assim...
- Pronto. Pode abrir agora.
Ela obedeceu, devagar. Primeiro, viu os olhos claros do marido brilhando e seu sorriso amplo e sedutor, que tanto a encantara desde a primeira vez, mesmo quando afirmava o contrário. Depois, percebeu que ele alterara suas roupas com um feitiço não-verbal de transfiguração: ela usava um vestido de baile, todo verde – o mesmo de seu antigo sonho. Ele usava o que parecia uma versão bruxa – e grifinória com certeza – de uma farda militar antiga. E estavam numa cópia perfeita do salão de Hogwarts, as velas suspensas, o céu visto pelo teto transparente, a alfa de Cão Maior brilhando como nunca sobre suas cabeças.
- Permita-me acompanhá-la nesta dança, milady. – ele sorria ainda mais sedutor ao fazer uma profunda reverência, antes de tomar sua mão e conduzi-la ao som de uma música suave.
Ela mal percebia o chão que pisava, quanto mais a música, encantada com a materialização de seu antigo sonho de menina. Mas a música se fazia ouvir um pouco mais alta, embora ainda suave, e seus versos inconfundíveis faziam seu coração cantar, enquanto dançava nos braços do homem de seus sonhos, seu marido, seu amor.

Why do birds suddenly appear
Every time you are near?
Just like me, they long to be
Close to you


A música doce dessa vez era mágica mesmo, porém mais real do que em qualquer dos sonhos que tivera outrora. Ele dançava com a garota dos seus sonhos, sua mulher, seu amor.

Why do stars fall down from the sky
Every time you walk by?
Just like me, they long to be
Close to you


Ele a fazia girar docemente, ao som da música, pensando em como poderia viver sem aquela mulher tão doce e tão linda, e em como a amava ainda mais a cada dia que passava ao seu lado.

On the day that you were born
The angels got together
And decided to create a dream come true
So they sprinkled moon-dust
In your hair of gold
And starlight in your eyes of blue

That is why all the girls in town
Follow you all around
Just like me, they long to be
Close to you


Ele cantarolou os últimos versos em seu ouvido, percebendo que sua voz rouca ainda fazia com que ela se arrepiasse.
E ela respondeu, em voz trêmula, os grandes olhos negros brilhando de amor.
- Também quero estar sempre perto de você.
Ele sorriu, cantando em seu coração a vitória de seu amor, e se inclinou para beijá-la.
E desta vez, não houve nada nem ninguém para interromper seus sonhos, porque eles não estavam mais sonhando. Estavam vivendo seu amor, juntos, para sempre.

Oh... oh oh oh oh...
Close to you...


THE END FINALLY

(mas esperem outras aventuras do Casal Black e de alguns outros personagens. daremos notícias em breve... )
e. claro, meu agradecimento a todas vocês que acompanharam esta maluquice por tanto tempo. como tenho pouco tempo na net hoje, não vai dar pra copiar o nome de cada uma pra cá, mas deixo meu beijo pra todas.
claro, pra Belzinha e pra Sally owens que me apoiaram desde o início, mesmo significando uma mexida nas próprias fics, meu agradecimento super especial. Amo vocês.

p.s.: desculpem a parte excessivamente melosa no finalzinho, é que me lembrou uma certa música do Silvio Caldas... hehe, perguntem pras mamães ou vovós... esqueço que sou de outra geração... hehe...
falando nisso... foi só eu que achei que o epílogo da JK lembrava uma certa música do Milton? Aposto que o Murilo pensou nisso!

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