Mudando a trilha sonora?



Gente, tô aqui ouvindo "Close to you" pra entrar no pic da fic... hihi... já que não estou com a Belzinha no msn...

Mas, como o título já diz, este capítulo teve outra inspiração: Lonely days, lonely nigths" do Bee Gees.

Espero que não chorem muito... como eu disse, as coisas não iam demorar pra se resolver...


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Mudando a trilha sonora? ( ou “Lonely Days, lonely nights”*)

Good morning mister sunshine, you brighten up my day.
Come sit beside me in your way.
I see you every morning, outside the restaurants,
The music plays so nonchalant.
Lonely days, lonely nights. Where would I be without my woman?

Bom Dia Luz do sol, Você anima meu dia
Venha, sente do meu lado, do seu jeito
eu vejo você todas as as manhãs, fora dos restaurantes
A música toca lentamente
Dias solitários, Noites solitárias, Onde eu estarei sem minha mulher?

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“Dias solitários, noite solitárias. O que farei sem minha mulher?”


- Por Merlin, eu tenho que fazer alguma coisa! – a exclamação saiu de chofre, enquanto uma xícara de café se espatifava ao ser batida contra a mesa.
Lupin brandiu a varinha num feitiço de reparo e outro de limpeza e fitou o amigo, preocupado.
Já havia se passado um mês, desde que Serenna ganhara alta do St Mungus e voltara pra casa. Literalmente: viajara para o Brasil com os filhos, para uma boa temporada de descanso, longe do mundo bruxo e seus perigos, numa tentativa desesperada de conseguir se recuperar totalmente.
Quanto a Sirius, ele estava começando a se parecer novamente com um prisioneiro fugitivo, pois parecia não ligar pra nada.
E, nessa manhã, Sirius mais uma vez deixou a casa de Lupin, caminhando sem rumo por várias horas. Atravessou a parte trouxa da cidade, observando as pessoas irem e virem, em suas vidas normais. Algumas tranqüilas, outras esbaforidas, todas pareciam ter para onde ir, para onde voltar...
Viu restaurantes cheios, famílias ou casais reunidos, e isso o fez sentir-se ainda mais miserável e só. O sol morno da manhã batia em sua face, e ele ergueu os olhos para o céu, desalentado.
Por Merlim, saíra de um inferno para cair em outro. Vivia deslocado, perdido, mesmo entre os amigos. Todos tinham suas famílias, filhos, trabalho... Até Lupin, o velho Aluado sempre solitário, encontrara alguém, e logo sua prima Tonks! Sirius sorriu, triste. O velho amigo agora fazia parte da família. Família!

Por que? Por que, justamente quando ele conseguira se aproximar da sua relutante salvadora, fora acontecer tudo aquilo? Ela não quisera permanecer ao seu lado, desde o início, ao contrário do que prometera, ao tirá-lo do véu. Não soubera a gravidade do voto inquebrantável que havia selado com seu sangue, desde o início, e isso não facilitara sua aproximação. Talvez, se eles tivessem se acertado logo de cara, aquele “acidente” não teria acontecido.
Se... talvez... Sua vida estava de novo cheia de incertezas e ele não agüentava mais.
Lembrou-se do primeiro beijo suave e quente, lembrou-se da noite em que finalmente haviam passado juntos, da manhã em que acordara vendo-a olhando para ele com um sorriso nos lábios ... E da solidão inexplicável depois disso.

Eram apenas dois meses, e parecia uma vida inteira. Dois meses compostos por longos dias, longas noites solitárias. Ele estava só, sem a mulher de seus sonhos, sem a SUA mulher!

Sirius recordou a dura chegada ao hospital, naquela manhã que parecera tão feliz e de repente se transformara num dia de tragédia.

***

Ainda bem que estavam acompanhados do comandante dos Aurores e de dois de seus subordinados. Ou melhor, a presença de Harry Potter no pequeno grupo já faria o atendimento funcionar mais rápido, de qualquer forma… mas a autoridade firme de Schakebolt se fez sentir em instantes. Era um caso quase tão grave quanto uma maldição imperdoável, ele dissera, com necessidade de atendimento urgente.
Até os pacientes que aguardavam atendimento, uma fila ainda tão pitoresca como a que Harry ainda se lembrava de ter visto em seu quinto ano, deram passagem para o estranho grupo. Ainda mais que reconheceram um ex-fugitivo de Azkaban e um ex–assassino, ambos atualmente considerados heróis de guerra, mas mesmo assim… era melhor ter cuidado.
Uma mulher de roupas mais berrantes que o normal, ainda mais para um ambiente hospitalar, aproximou-se do grupo, uma pena automática já escrevendo sem parar em um pergaminho que levitava ao seu lado.
Harry Potter apenas a fitou, sibilando entre os dentes:
- Fique fora disso, Skeeter!
- Não me impeça de fazer meu trabalho, Potter. Que não impeço o seu.
Ela dissera simplesmente, mas a um olhar fulminante de Snape, recuou.
Harry sacudiu a cabeça, como quem reconhece um caso perdido, e eles seguiram os medibruxos que já indicavam para onde ir, já que Sirius se recusara a soltar a mulher e deixar que eles a levitassem.
Quando ele finalmente consentiu em colocá-la sobre um leito, os medibruxos puderam então fazer seus exames.
Tonks continuava contendo a mulher que atacara Serenna, segurando também sua varinha. Snape relatou aos medibruxos o que vira ao testar a varinha, e Sirius relatou em voz baixa como tinha acontecido.
Dois medibruxos aproximaram-se da atacante, examinando-a também, pois era visível seu estado de alienação e loucura, até que um deles exclamou:
- Mas é a Doris!
- Quem? – um coro perguntou.
- Doris foi nossa paciente por um tempo, até que um familiar se responsabilizou por cuidar dela. Sua doença não é resultado de nenhum feitiço, então, não pudemos mantê-la internada. Sempre foi obcecada por Sirius Black e…
A mulher se calou, ao reconhecer o homem ao lado do leito: Sirius Black.
- Eu me recordo do caso. O Profeta Diário chegou a publicar uma de suas cartas. – ao olhar interrogativo de Sirius, Kingsley explicou – Eu mandei-lhe o jornal, não se lembra? No dia da audiência de Harry…
Enquanto isso, após uma rápida explicação de Snape sobre o teor da maldição que ele reconhecera, os medibruxos estavam providenciando algumas poções que ele indicava, sem que ninguém contestasse seu papel, afinal era sua especialidade, além de ser o único que tinha conhecimento dos efeitos que sua irmã poderia sofrer.
Todos foram tirados do quarto, menos Snape, e Sirius passou a próxima hora andando de um lado pro outro, aflito e atormentado.

Após alguns minutos, Ana Weasley também chegava, apreensiva. Seu olhar logo recaiu sobre Sirius, e ela ficou penalizada por seu estado. Ele estava longe de parecer o mesmo homem que fora capaz de se defender dos terríveis dementadores de Azkaban, a ponto de conseguir fugir de lá.
Quando, finalmente, um medibruxo deixou a sala, as notícias não eram muito animadoras.
- Ela acordou e está bem. – ele disse de pronto, mas sua expressão não era feliz. – Entretanto, alguns dos efeitos parecem ser de longo prazo.
- Como assim? O que era aquela maldição? – Harry se adiantou ao seu aflito padrinho.
- Era uma variação do Obliviate, um feitiço dirigido a uma lembrança específica, causando a tentativa de se lembrar algo tão doloroso quanto um cruciatus. Os efeitos físicos foram revertidos com as poções e ela despertou, mas ela sofreu danos na memória recente. Esses danos são de pouca extensão e talvez sejam temporários, graças ao encanto de proteção do seu medalhão. O professor Snape nos disse que é uma jóia de família com essa característica, que inclusive já reagiu de forma semelhante em outra ocasião, protegendo a ele próprio.
- E vocês conseguiram avaliar o que exatamente ela esqueceu? – Ana foi direta ao assunto, verbalizando a dúvida de todos.
O medibruxo não foi capaz de responder a isso.
- Eu poderia vê-la? – Sirius indagou – Sou seu marido.
O medibruxo o olhou de forma estranha.
- Er… não sei se seria conveniente… quer dizer… - ele parecia sem palavras, enquanto observava o pequeno grupo. – Está bem, vocês podem entrar, talvez a presença de mais rostos conhecidos ajude.
Sem entender o que ele queria dizer, eles entraram no quarto, em silêncio. Sirius se aproximou devagar, respiração suspensa.
Serenna falava devagar, aparentando cansaço, e Snape a ouvia sem responder, segurando sua mão. Ela dizia não entender porque estava num quarto de hospital, porque não se lembrava de nenhum acidente, como ele dissera que ela sofrera, quando percebeu os outros.
- Ana, o que vocês estão fazendo aqui? Nossa, Tonks, Schakebolt… Ninguém mais trabalha não, é? Um batalhão de aurores dando sopa? – ela olhou para o homem que se aproximara mais da cama. – Você também é auror?
- Eu sou… - ele começou a dizer, mas Snape o cortou.
- Este é Sirius Black, o padrinho de Harry.
- Ah, sim! O que fugiu de Azkaban. – ela sorriu, de forma simpática, mas que não demonstrava nenhum reconhecimento. – Pensei que tivesse morrido. Mas, de repente, a tal JK Rowling não sabe de tudo, não é mesmo, Ana?
A auror concordou, com um sorriso embaraçado, e tocou no braço de Sirius, antes que ele se adiantasse mais e fizesse ou dissesse alguma bobagem. A situação era delicada.
- Como você está se sentindo, minha amiga? – ela perguntou – Você nos deu um grande susto.
- Eu me sinto um pouco zonza…
- Isso vai passar logo, e você poderá ir para casa. – Snape falou, como se falasse a uma criança.
Antes que alguém falasse alguma coisa, André Laurent chegou, acompanhado de seu amigo músico. Serenna sorriu ao vê-los, embora estranhasse a presença de Murilo.
- Não sabia que você estava em Londres, que surpresa boa! – ela exclamou para o amigo, que olhou em volta, confuso, recebendo um sinal de cabeça de Snape. Então, ele se aproximou e tomou as mãos da amiga.
- Estamos passando uns tempos aqui, tenho um novo conjunto. – ele respondeu – Chama-se “Dois Amassos e Um Gato”.
- Verdade? Eu… que estranho, parece que já sabia disso, mas desde que vim para Inglaterra que não tinha notícias suas… - ela coçou sua testa num gesto nervoso, que lembrou a Harry do tempo que sua cicatriz ardia, e isso lhe soou como um alarme.
- Pessoal, acho que estamos cansando a Serenna, é melhor a deixarmos sozinha, para que possa descansar. Sirius, ainda preciso de seu depoimento sobre o ataque.
- Foi você que me atacou? – Serenna fitou-o com assombro e medo – Por isso está aquí? Para algum tipo de reconhecimento oficial ou algo assim? Eles o prenderam?
- Não, não, eu… estava ao seu lado quando… - ele soltou um longo suspiro. – Harry tem razão, você precisa descansar. Perdoe-me por minha intromissão, com licença.
Sem dizer mais nada, ele saiu da sala, seguido por Harry. Murilo observou-o saindo, pensativo, mas depois tomou as mãos de sua amiga e tentou animá-la.
- “E aí, gata. Sabia que trouxas não costumam entrar nesse lugar? Eu e André fomos barrados na portaria, pensaram que viemos sozinhos, enquanto a Susan perguntava no balcão por você, queriam nos obliviar porque tínhamos conseguido romper a barreira mágica e…”
Sirius ouvira apenas as primeiras palavras do brasileiro, faladas em sua língua natal, enquanto deixava o quarto.
Olhou em volta, perdido por um minuto. Todos os outros deixaram o quarto, apenas André e Murilo ficaram lá dentro. Susan Bones estava sentada, aguardando o marido, e lhe sorriu suavemente.
Não era necessário que ninguém dissesse o que acontecera com a memória de Serenna, estava claro. Ela esquecera-se de que alguém chamado Sirius Black fazia parte de sua vida.
Ela esquecera-se de que era sua mulher.

****

Depois de um dia e uma noite inteira, vagando sem rumo, Sirius tomara uma decisão. Faria o que fosse preciso para trazer sua mulher de volta, para fazer Serenna se lembrar do que haviam vivido.
Era graças a ela que ele estava ali, de volta ao mundo dos vivos, e era apenas com ela que ele queria continuar vivendo.

Só lhe restava uma alternativa, alguém a quem apelar. E não hesitaria mais em fazê-lo, por mais difícil que isso pudesse ser.

Sem vacilar, aparatou, direto para Hogsmead. Iria a Hogwarts, falaria com Snape. Se ele não o ajudasse, não haveria mais nada a fazer.

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* esta música dos Bee Gees é antiga, do final dos anos 60... (o Barry nem tinha barba ainda... hehe...)

pra quem quiser ver videos da música, tá aqui o link:

http://www.youtube.com/watch?v=EHmZhNhuyNs&feature=related
(video mais antigo)

http://www.youtube.com/watch?v=UqXxQy7iY9Y&feature=related
(nesse, num visual já anos 70, o Barry tem um cão... pena que é branco e não "black"...

http://www.youtube.com/watch?v=3Pn1SGRq7_Y&feature=related
este é do último show - "live" - em 1997

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