XXV - O segundo começo
::N/A :: Bem, eu quero ser enterrada num lugar com Lírios. Lírios são bonitos, sabe. De cores claras de preferência. Ou talvez buquês de Dama da Meia-Noite. Por que tem um cheirinho tão bom. O Caixão tem que ser preto, logicamente. Aliás, se não fosse pedir muito, eu gostaria de ser enterrada com os pergaminhos de Análise Frontal junto... Kisses para vocês... Agradecimentos á Suzi, Lina, Princess Warlike, Kirina-Li, Deb Flor e Ni Kuzko.
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..:: O SEGUNDO COMEÇO ::..
"Capítulo XXV"
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Não percebi muito bem ao certo quando chegamos na plataforma. Nas próximas jogadas perdi tão continuamente que acabei me cansando.
Era engraçado ver uma das ultimas discussões de Any e Catherinne.
Quando o trem parou os corredores se encheram imediatamente. Parvati e Lilá fizeram questão de puxar conversa ao lado da porta.
Uma palavrinha aqui e ali e derrepente Any me puxa pelo braço avisando para nos apressarmos.
Colin mal conseguira falar, a última coisa que ouvi dele foi que possivelmente mandaria uma coruja.
Any não gosta muito de Parvati.
Sai do vagão ao menos feliz por que iria rever meus pais. Eles vinham á ser mais apegados desde as férias anteriores. Essa coisa de muitos dos meus irmãos viverem suas vidas no momento sobre seus próprios pés. Vi meu pai com cabelos grisalhos logo adiante numa das pilastras.
- Oh querida – disse Mamãe enquanto me abraçava fortemente – Tudo bem? Como você está? – perguntou ela com aquela preocupação excessiva.
Era um daqueles abraços quebra-ossos.
Ás vezes dá até medo abraçá-la, sabe...
- Sim – disse tranqüilizando-a – cadê meu Irmão?
- Ainda não o encontramos – disse meu Pai.
Achei um pouco estranho, no entanto, não quis comentar o fato. Rony era estranho mesmo, estávamos quites.
Pedi então a Mamãe se podia conversar rápido com Any e Catherinne sobre meu aniversário dali á algumas semanas. Queria de alguma forma ver elas nesse dia e não tínhamos combinado nada ainda. Realmente, tinha me esquecido desse detalhe.
Ela concordou e meu Pai só alegou para que não demorasse muito.
Ah, não me considerem uma irmã desnaturada. SEMPRE reclamei com Mamãe que Rony me excluía então era praticamente normal isso, de chegarmos na Plataforma de direções diferentes.
Uma coisa muito estranha a pensar é que tudo á partir daqui é só pela minha memória.
Se eu usei a Capsas para relembrar de determinadas coisas, não poderei fazer o mesmo agora.
Eu posso lembrar perfeitamente o que ocorreu nas últimas horas desse dia, já que não faz tanto tempo assim mesmo que aconteceu.
Porém é tudo tão confuso. Estou ciente da loucura que estou fazendo, eu sei.
No entanto, não tenho culpa de tudo. A lógica Bruxa moderna diz, por exemplo, que os eventos que ocorrem na vida de um bruxo, tem como influência 50% de fatos intermediários.
E todos os acontecimentos foram tão rápidos...
Ah não, não vou jogar a culpa em outras pessoas, dessa vez a responsabilidade é minha mesmo.
Explicando: Havia Capsas na plataforma 9 ½ , no Hospital St. Mungus e entre outros lugares só que nenhuma dessas Capsas estão ligadas as de Hogwarts (As que estou usando).
Então, como dizia, não que não gostasse de meu irmão, ele podia ser meio cabeça-dura mas era o jeito dele.
E eu nem tinha visto ele no trem, por falar nisso.
A minha "conversinha" acabou se esticando. Tinha certeza que quando eu voltasse, Mamãe ia me dar uma bronca "daquelas" por ter demorado tanto.
Por que com certeza Rony resmungaria comigo e já estava até preparando-me para algumas respostas mal-humoradas por parte dele.
A plataforma estava quase vazia e fiquei esbabacada quando vi meus Pais ainda naquele canto do mesmo modo que os deixei.
Convenhamos. Algo estava errado. Extremamente errado. Tinha visto Catherinne sair com a Tia dela. Any já tinha atravessado a barreira ...
"Cadê Rony?" me lembro de perguntar preocupada.
Meu Pai contorcia as mãos freneticamente, também me lembro da minha verdadeira
confusão mental que fiquei perante aquilo.
"Como..??"
Rony comentou que ia visitar os Grangers e não fazia sentido ele ir sem antes deixar suas bagagens.
Então nesse momento, algo fez sentido.
OS GRANGERS!! Era isso!
Te juro que aquilo tinha me pego bem no meio da testa.
Onde estavam Harry e Hermione?
Corri feito uma louca pela plataforma. Numa parte isolada permanecia os Grangers como era de se esperar. Eles pareciam um pouco apreensivos também.
Hermione não estava lá tampouco.
Percorri o resto da plataforma com os olhos, era perceptível a ausência dos Tios de Harry.
Por sensatez chamamos os Grangers conosco para falar com o Maquinista.
Um homem de cabelos grisalhos possuidor de face solta e dois olhos afiados nos atendeu.
Suas vestes bruxas eram impecáveis.
Papai com uma calma invejável explicou o caso.
Em resposta ele não sabia de nada e pareceu surpreso pelo que estava ocorrendo.
- Tem certeza que não vieram na locomotiva? – perguntou ele com seu pequeno cenho franzido.
Havia um outro bruxo de aparência mais jovem, além da "Moça-do-carrinho" cujo nunca virá em minha vida. Aliás, ela olhara para minha cara inquisidoramente e sorriu levemente.
Ouvi o resto do diálogo evitando encará-la...
Explicaram que realmente, uma chamada prévia ocorria (executada pelo Filch) mas uma chamada dentro do trem não tinha ocorrido por causa de um atraso na estação. Mesmo que era ilógico se fossemos analisar, porque até os alunos do primeiro ano sabiam que o trem levava os alunos de volta no último dia de aula e quando não sabiam sempre havia avisos explicando.
Ilógico, não?
Sei que Rony também era tapado mas não a ponto de esquecer de embarcar no Expresso.
E na hora achei que estava mais do que na cara que nem Rony, nem Harry e nem Mione não tinham voltado.
O Sr. Granger foi o mais calmo de todos. Tive que ficar ao lado de Mamãe, sabe como é, ela começara a soluçar, sempre foi bem mais sensível que todos os Weasleys lá de casa.
Ele desculpou-se pela descortesia e explicou que isso era MUITO estranho por que pelo menos os companheiros de quarto deviam ter percebido isso.
Olhei a volta e fiz uma pergunta muito besta a mim mesma:
"Por que só veio meus Pais para receber-nos?"
Poxa, bem que Fred podia ter deixado alguém cuidando da loja; pensei mal-humorada.
Aquele jovem, num estado um pouco alvoroçado negou, todas as bagagens tinham sido recolhidas e depois do café-da-manhã a maioria dos alunos já se preparavam para pegar o Ponche.
- As bagagens deles estão aí? – perguntou Sr. Granger energeticamente um tom que já vira Hermione utilizando algumas vezes.
- Boa idéia... – replicou meu Pai.
No bagageiro somente restavam as bagagens deles.
Papai os agradeceu, eles pareciam tão confusos como nós.
Um terço de hora desde então se passara.
- Precisamos mandar uma coruja a Prof Minerva e contatar alguém do Ministério. Jimmy Blurz talvez poderá cuidar disso.
Quando finalmente saímos da plataforma fui saber que Jimmy além de ser um amigo de Papai ele era um funcionário de alto escalão no Ministério.
Espantei-me um pouco quando soube que íamos a casa dele e não ao Ministério, Papai não quis explicar o porque.
No entanto onde ele morava funcionava como Casa/Escritório, o que poderia explicar um pouco essa atitude.
A casa em si parecia ter um constante movimento de pessoas.
Seguimos direto para uma sala nos fundos.
Uma salinha retangular, com cara de "Sala espera" (Oooh! Por que será? Será por que ela era realmente uma Sala de espera?).
Nela tinha alguns quadros pendurados, cadeiras de espaldares baixos, um tapete esdrúxulo e uma cômoda com algumas revistas e semanários pendurados.
No fim Jimmy Blurz era um Senhor sorridente de bochechas coradas e ar Juvenil e animado esperando-nos no centro da Saleta.
Ele bem que quis ser simpático (E útil! E útil).
Mas estava conseguindo mais irritar do que agradar.
Jimmy perguntou se queríamos chá, café, torradas, suco de abóbora, bolo ou "qualquer outra coisa". Quase que respondo que "No momento só o meu irmão cabeça-dura". Papai, percebendo a situação, acenou para o Sr. Granger, ele seguiu-o com Jimmy a frente para uma porta com um simbólico "J" no fronte.
Eles iam utilizar a lareira, eu sabia. Nós três nos sentamos um pouco receosas. Havia uma outra porta no lado oposto da Saleta, com a letra "F". Comecei a sentir pena, como é que esse pobre ser devia agüentar trabalhar ali? E ainda mais com Jimmy?
Percebi o movimento vagaroso do relógio colorido em contraste com a parede branca, um metro acima da cômoda.
Uma longa tarde, no mínimo.
Enquanto eles estavam no escritório utilizando a lareira para falar com outras pessoas, via a Sra. Granger (Cujo não decorará o nome ainda) Consolando Mamãe.
Apenas me limitei a falar que "Tudo vai ficar bem". Uma expressão que me era muito familiar.
Não sei o que me fez sentir não apta para essas coisas, talvez o fato delas duas serem mães, talvez porque esses sentimentos maternos a faziam mais compreensivas perante o problema.
Recolhi-me á um canto naquela salinha informalmente mobiliada.
Queria pensar no que seria tudo isso.
Já ocorrerá de vir para Hogwarts sem meu irmão estar no trem e também não percebi sua ausência.
Céus, ás vezes acho que eu não sou normal (Eu DEFINITIVAMENTE não sou normal).
Mas como eu poderia ter percebido?
Eu lembrei claramente da expressão de Draco.
Fechei os olhos brevemente para esquecer daquilo, não podia pensar nisso no momento.
Eu nunca me perguntei o porque de procurá-lo mesmo depois daquele plano.
Parece que é sempre o mesmo feitiço, a mesma poção. Viciante pensar nisso ás vezes.
Teria que tratar de parar.. Teria que parar... Tinha fechado os olhos e quando os abro dou de cara com a Sra. Granger.
- Calma, eles vão localizá-los.
- Ah obrigada.
Os dentes dela eram muito brancos.
E no meio de tudo isso um grupo de pessoas saíra da porta com o tal "F" de identificação, aquela porta do lado extremo da saleta.
Uma moça com Tweed balançava folhas dobradas de um jornal qualquer ao ar num gesto indignado.
- Segunda edição? Eles enlouqueceram? Ah, se Rita estivesse aqui...
- ... Você sabe, os Comensais... – disse um outro baixo para as outras três pessoas.
Aquela palavra me sobressaltou.
Jimmy sairá da mesma porta em que meu Pai entrou.
- Minerva disse que os nomes deles estão na chamada – falou ele esfregando as mãos – Arthur está alertando mais pessoas lá dentro fora isso, só nos resta esperar!
Está última frase até saiu num tom alegre.
Vejamos, será que se eu perguntar a Jimmy se ele é um débil mental por estar tão animado, ele ficaria chateado?
- Teve alguma 2 edição do Profeta Diário? – perguntei solenemente.
Inclinei mais no espaldar da cadeira, ela se sentará ao meu lado.
- Ocorreu um ataque no Ministério pela manhã - disse ele tenso – os Aurores estão agora ansiosos para capturá-los houve um alarde denunciando, pelo que parece e alguns dispersaram na hora.
Acenei apreensivamente ainda meio "no ar".
Aquele grupo estava atravessando somente naquele momento as portas laterais e vocês não devem saber o quão difícil é escutar duas conversas ao mesmo tempo.
A moça de Tweed soltará uma última frase, está de relevante importância que me fez crer que não somente tinha tido um ataque de Comensais, e sim também descobriram algum lugar de encontro entre eles.
"As coisas estão mais complicadas do que parece" pensei.
Aí eu tive mais um ataque de burrice
Sabe aquela escrivaninha que lhe falei? (Ah, essa Capsa está mexendo comigo, só pode.
Desde quando tem mais gente aqui?) Pois é. Ela tava abarrotada de semanários, revistas. Tenho certeza que teria um "Profeta diário" meio perdido por lá. E meu medo bobo fez com que eu não chegasse um metro sequer perto de tal escrivaninha
Logo eu saberia mais tarde que seria bem pior se aquelas folhas caíssem nas minhas mãos lá e naquele instante.
Não sei bem reprimir expressões de susto, sou péssima em fingir, representar e derivados.
Papai e o Sr. Granger bateram a porta com estrondo.
- Achamos, Estão no St, Mungus.
- O quê – disse Sra. Granger levantando-se – o que ocorreu? Como eles foram parar lá? – o tom era assustado e eu também estava por causa daquela informação.
Papai olhou todos ao redor (Que já estavam de pé) como se avaliasse o que deveria dizer.
- Vamos – falou ele por fim ofegante.
Minha ida foi um pouco infeliz. Havia muita tensão no ar.
Ouvi dizer que quando estamos apreensivos, respiramos oxigênio mais rápido do que o normal o que nos leva a um estado de torpor temporário (Se isto for verdade, meu irmão sempre respirou oxigênio de menos).
Achei injusto não falarem nada, quero dizer, para mim pelo menos, era sempre assim.
Sei que é feio mas... Tá, eu soube o porque de Rony, Hermione e Harry estarem no St. Mungus. "bvio. Meu pai se esforçava ao máximo para não ter que falar nada, no entanto a boca de Sr. Granger se crispara e ele dissera algumas coisas.
Toda essa agitação de ataques não era á toa. Era com muito espanto e horror que digo que Você-sabe-quem atacará novamente e meu irmão estava metido numa dessas encrencas.
Minha preocupação recaiu sobre Harry.
Ele, vivo, era um bom presságio. Sei lá, ultimamente ele falará de uns sonhos bem estranhos.
Não vou dizer também como era entrar no St. Mungus, pois tive vendo tudo em flashs desde que o Sr. Granger mencionara as palavras "Chave do portal", "Floresta Negra" e "Você-sabe-quem".
O balcão estava muito lotado de modo que demorou um pouco para nos atenderem.
Nos informamos rapidamente na recepção e soubemos em que andar eles estavam.
Seguimos reto somente.
Sentia que aquele corredor estava com ar agitado, portas enumeradas, marcadas com caracteres grandes.
Foi assim durante alguns minutos até a começar a ser visível uma bifurcação no fim do corredor.
Todos se precipitaram para lá.
- Desculpe – uma moça esbarrara em mim.
O estranho é que seu rosto estava vermelho e ela chorava.
Papai atravessou por aquelas pessoas em frente à porta talhada, facilmente.
Havia um Senhor brandindo palavras ásperas ao grupo, tinha os olhos esbugalhados e sua cara parecia uma pimenta gigante.
- QUAL É A PARTE DE "NÃO PODEM ENTRAR" QUE VOCÊS NÃO ENTENDERAM? – Então se dirigindo a nós (Parecia um verdadeiro monstro raivoso; Me dá medo, sabia?) ele completou – Ei vocês aí!?
Céus, a educação no mundo Mágico ainda é incrível.
Dispomos a explicar ao mesmo tempo o que se prosseguia, ele então retomou numa expressão mais calma.
- Ah sim, vejamos. Não há muito tempo que chegaram. Deram poção do sono para os três, os ferimentos que tinham não eram muito graves, não se preocupem muito.
"Ferimentos". Muito bom, o desgraçado tava conseguindo assustar minha Mãe mais do que tinha se conseguido pelo caminho todo.
E esse "Não se preocupem muito" parecia ser dirigido á ela.
- Esse quarto é o de quem? – perguntou o Sr. Granger.
- Hun hun, Sr. Potter – disse ele coçando a barba – há os Aurores que estão internados nesse corredor também – ("Internados? Quem?" – perguntara uma jovem alvoraçada) Ele cortou-a como uma pessoa mal humorada que espanta uma mosca – como dizia, ninguém está ferido gravemente, ah não ser dois Aurores que estão há um andar acima.
Passou-se um quarto de hora. Uma verdadeira burocracia para ver Rony e os demais. Quando finalmente podemos entrar no quarto, vi-o numa atitude esparramada na cama, inconsciente com a cabeça e o pulso cheios de pasta e ainda sobre o efeito da Poção.
Mamãe parecia não querer desgrudar do espaldro da cama de modo que fiquei somente cinco minutos no quarto.
Sai para mandar cartas para os meus irmãos, Papai queria que eles viessem o mais rápido possível.
Os Grangers deviam estar no quarto de Hermione, duvidava muito que ela tivesse num estado muito diferente do de Rony.
Ao abrir a porta duas pessoas segurando penas voaram em minha direção fazendo vários tipos de perguntas.
Ah sim.
"Ei Senhorita Weasley (Senhorita? Nossa...) Qual é a sua opinião..." ; "Como se sente ao ver as vitimas e...".
Pessoas que são muito sensíveis com palavras, por favor tampe os ouvidos.
Não, não xinguei ninguém. Apenas abanei o ar e sai apressadamente dizendo sinceramente que não sabia de nada.
Eles dispersaram, resmungando frases não muito bonitas.
Por que sou tão educada com as pessoas que não merecem?
Consegui arranjar corujas facilmente lá dentro, existe uma parte somente para isso.
Percebi que não era somente aquele corredor que estava agitado. A moça em que esbarrei, ainda tinha o rosto inchado, chorando, e o lugarzinho que representa uma espécie de Corujal no St. Mungus permanecia com muitas pessoas que ora saíam; ora entravam.
E havia um falatório interminável o que tornava impossível de distinguir as vozes.
Tentei ser o mais rápida possível, tarefa difícil se fosse avaliar.
Depois de enviar os pergaminhos e colocar bem no destaque para que não enviassem respostas (Já imaginou que lindo saindo no Profeta Diário "... E então as corujas deram para invadir os corredores de St. Mungus." Ah mas que belezura...) eu sai daquele local ainda olhando para trás, vendo dezenas de pessoas.
Era assim mesmo, é? Parecia que a St. Mungus inteira estava mandando cartas.
Fora que as janelas eram tão estranhas. Duvidava um pouco que corujas conseguiriam deixar suas cartas através delas. Talvez sim, mas coitadinhas das pobres corujas!
Quando voltei, ainda tinha aquele bolo de gente na frente do quarto de Harry.
Ninguém sobreveio á mim porque com certeza eu era uma ruiva intragável que não falaria nada. (Ah, sim...)
E desse jeito seria difícil ver Harry mesmo quando ele tivesse acordado.
Havia um grupo de pessoas conversando com meu pai do lado de fora, deviam ser do Ministério. Meu humor começou a azedar, só queria saber o que ocorria. Nem que fosse um galeão pra saber de algo. Por que tenho certeza que valeria á pena.
Esperei um pouco impaciente.
Alguns minutos depois vejo Lupin aparecer no corredor, saindo de um quarto que seria dos possíveis Aurores.
- Olha só, então vieram! – o tom era animado mas seu jeito de esfregar as mãos denunciava um certo nervosismo – Estava pensando aqui comigo para onde deveria realmente mandar uma coruja.
Captei Lupin com um verdadeiro brilho esperançoso, ele trajava algumas vestes desgastadas.
- Nem queira! Está uma verdadeira confusão por lá.
- É, acho que isso seria o mais provável mesmo – falou ele pensativo para si.
Observamos silenciosamente os dois grupos formados no corredor.
Já estava claro que aquele grupo barulhento ao pé da porta do quarto de Harry era uma trupe de Jornalistas ou qualquer coisa do gênero.
Acreditava que Lupin já tinha conversado com o meu Pai na verdade pela Lareira pois ele não foi cumprimentá-lo ou qualquer coisa do tipo enquanto ele falava com o pessoal do Ministério.
- Hun... Há uma sala de espera – falou ele em tom de observação.
- Não vou sair daqui.
Eu sou um bicho tão teimoso.
- É, eu também não quero – concordou ele de súbito – somente me sugeriram isso – Lupin cruzara os braços.
Olhei curiosa para ele.
- Você conseguiu falar com eles?
DESCULPA! Desculpa mesmo!! Eu não consegui me segurar, mas queria tanto que alguém me explicasse!
- Sabe... Eu consegui conversar brevememte - Lupin grifou a última frase, o seu tom de voz era baixo - Quero dizer; menos com Hermione. Trouxeram ela para cá já desacordada e pelo que soube, Rony estaria pior senão fosse por ela. No entanto não se dá pra apoiar numa pessoa á toda hora...
Franzi um pouco o cenho.
Por que raios aquela última afirmação?
- Entendo. Hermione com certeza é uma grande bruxa – disse eu com um certo orgulho.
Ele sorriu tirando uma das mechas grisalhas do rosto.
- Lupin, o que ocorre? – perguntei sem evitar a nota de curiosidade e desespero.
- Sei pouco.
- Mas sabe.
Olhou para os cantos, receoso. Então inclinou-se virando de costas para a porta.
- Soube dos ataques?
- Ataque, ataque do Ministério? Sim. Invadiram o Ministério, isso? – eu mais gesticulava do que falava - Parece que vai sair em tudo que é lugar amanha – comentei absorta.
Ele meneara a cabeça negativamente.
- Hoje. Fizeram a segunda edição hoje e parecem querer fazer a Terceira ainda mas há uma lei que proíbe isso ou algo do Gênero.
- Terceira?
Ele não respondeu. Lupin parecia muito pensativo.
- Fique com isto, por favor – disse ele me entregando um maço de folhas – já não agüento mais ler.
- Mas teve mais ataques além do Ministério? – perguntei sobressaltada.
REPETINDO: Sou um bicho tão teimoso...
- Havia Espiões. Algumas pessoas uma ou duas, conseguiram informações valiosas. Foi um tipo de traição talvez; Se fosse contar quantas batalhas foram travadas hoje para você, passaria a tarde toda falando.
Ele falava coisas tão complexas de um modo tão descontraído e simples, não? Tive que esperar alguns minutos para me recompor, Mamãe dizia que isso não era muito educado, ainda mais quando você deixa o queixo escancarado, aquela falada expressão de "Queixo caído".
- Harry, Hermione e Rony foram levados para um local da reunião deles através do... O que foi isso??!! – A briga com um dos Jornalistas parecia ter entornado, o estardalhaço era visível, ele então voltou á seu tom calmo – Como dizia, levaram eles através de um Portal.
Então eu me dispus também a menear a cabeça negativamente.
Ninguém sabe. Ninguém viu. Incrível como tudo isso passa tão despercebido.
- Mas só por isso farão a 3edição? É muitas edições para um dia só, não acham?
- Não, Não. Há uma notícia que não pode esperar.
Se eu imaginasse só por um momento as coisas incríveis que Lupin me diria naquela conversa, eu teria sérias dúvidas para sequer começá-la.
- Gina, responda sinceramente: O que você acha que causa toda essa agitação? – disse ele fazendo um gesto aberto como se incluísse á todos. Sua voz estava extremamente baixa e achava que ele fazia de propósito, para que ninguém pudesse saber o conteúdo da conversa.
Olhei intrigada para ele.
Então Lupin tomou grande ar ao falar, fazendo-o num tom baixo.
- Voldemort – me senti levemente desconfortável com esta menção - foi derrotado hoje – ele falou com grande pausa e cruzou os braços como se quisesse ver minha reação.
Devia ter ficado desapontado quando percebeu o que eu respondi, pois demorei mais alguns minutos pra captar a mensagem.
- Não...
- Sim.
- Não.. Não. Você... Você tem certeza? – estava ridiculamente balbuciando as palavras numa imitação perfeita de Neville quando faz alguma coisa errada.
- Gina! Eu acabei de falar com um dos Aurores agora! – disse Lupin um pouco sobressaltado como se aquela informação também tivesse muito efeito sobre ele - Por causa de suas providências contra a morte física, ele foi aprisionado e...
Não deixei Lupin terminar, dei um verdadeiro berro e corri para abraçá-lo.
Devo tê-lo assustado e havia algumas pessoas me olhando com uma leve curiosidade. Tudo bem; não estava nem aí para elas mesmo.
- Não fique tão contente assim – disse ele num tom sério enquanto eu me recompunha – Sofremos grandes perdas também. Crouch morrera na sua própria sala. Aliás, vocês tiveram notícias de Percy ? – Fiz um gesto negativo – Bem, bem, e Alvo – nesse momento eu engoli em seco – se arriscou por Harry. Infelizmente... Ainda não sabemos ao certo; mas creio que se não fosse assim não estaríamos com a varinha que usamos.
- Ei, Lupin!
Uma das pessoas que estavam falando com meu pai parecia chamá-lo com ar grave.
- Um momento; depois eu volto – disse ele.
Não percebi muito bem o que ele falará em seguida por que mais gente estava vindo pelo lado esquerdo do corredor.
- Vejamos se não é a nossa maninha.
Os Gêmeos haviam chegado.
- Tentamos distribuir algumas amostras de caramelos incha-língua, novos sabores.
- Mas eles não queriam pagar.
- É. Espero que o pestinha não tenha engolido três de uma vez só.
- E por acaso vocês avisaram que era Caramelos Incha-Línguas? – perguntei desconfiada.
- Precisava? – perguntou Jorge fingindo-se intrigado e inocente.
- Queríamos falar com Mamãe – interrompeu Fred.
- Está no quarto. Não se pode entrar muitas pessoas.
Dei um abraço neles dois para posteriormente eles abrirem a porta.
Agora eu me pergunto: Que raios de amostra é essa que tem que se pagar?
É... Teria que ir para a maldita Sala de espera, ou aguardar ali mesmo.
Então se foi mais um quarto de hora até ter-se uma nova agitação.
Os Gêmeos saíram do quarto e Papai pediu a nós para que não fizéssemos perguntas de espécie alguma para Rony, pelo menos por hoje. Concordamos com uma ponta de desânimo.
Tenho certeza de que Papai pediu a Jimmy que ficasse conversando conosco.
Jorge alegou qualquer coisa e ele e Fred conseguiram escapulir á tempo.
Já eu, uma vítima indefesa sem desculpas tive que agüentar o discurso.
Tá, sem exageros. Até que dessa vez Jimmy parecia mais gentil.
No entanto, ele com certeza me qualificava como uma criança. Já não bastava aquele comportamento na sala de espera e agora mais essa!
Por que, convenhamos, ele não quis falar tudo por que achava eu imatura demais pra saber.
Ele não quis falar sobre os acontecimentos que ocorriam naquele instante.
Nem sobre aquela bifurcação; nem sobre o peso retirado da consciência de saber que Você-sabe-quem (Segundo Lupin) finalmente foi derrotado.
Ele começou a falar sobre uma de suas inúmeras tarefas além do Ministério.
Minerva (Ele contou) que confiava muito nele o empregara para a manutenção das Capsas. Olhei para ele com uma leve curiosidade. Hun... até que podia ser interessante. Se estivesse naquele assunto só para dispersar minha atenção, seria uma tarefa difícil então.
Parecia que o Harry tinha acordado e o nível auditivo do corredor aumentou. Não fazia idéia de onde os Grangers estariam.
Contara que era uma tarefa difícil, muito difícil. Hogwarts tinha centenas de Capsas, de modo que eram guardadas não somente em um só lugar. Suas manutenções eram anuais e ultimamente tivera dificuldades para guardá-las por causa de um dos seus depósitos que fora desativado. Elas não podiam ser transfiguradas em réplicas menores por muito tempo, agüentavam alguns dias talvez mas não meses; até começarem a dar problemas e não se comunicarem uma com as outras.
Todas elas formam um conjunto e as imagens dentro dela ("Veja bem: É imagens tá?" Ele estava se empolgando. E eu me roendo por dentro para saber de Rony) eram montadas como se fosse uma só.
Não era necessário ter todas abertas ao mesmo tempo. Um pequeno número era o necessário para se ver o conteúdo de todas as outras. Se elas fossem do mesmo tipo, todo o conjunto estaria interligado por raios luminosos dourados e prateados. O que de certa forma facilitava a manuseação delas. Não seria necessário estar com todas elas abertas para que pudesse fazer a manutenção.
Mesmo assim era retirado de Hogwarts. Havia muita interferência lá e era um pouco difícil trabalhar com elas.
Incrível como Jimmy falava tanto em tão pouco espaço de tempo.
Disse que estava negociando com "Arthur" para guardar algumas no seu depósito de coisas trouxas. Levaria hoje na Toca se possível pois ele concordou e precisava urgente disso.
Acho que Jimmy percebeu meu leve interesse pois se aprofundou falando alguns detalhes. Quando explicava como desfazia a ligação, ele foi interrompido por Papai que o chamava de novo.
Fred e Jorge não haviam voltado ainda quando avisaram que Rony estava melhor e poderia deixar o St. Mungus.
"Não pergunte nada, em hipótese alguma". Ah claro, não queria mesmo...
Rony tinha um corte no supercílio e umas marcas estranhas no braço.
Quando mamãe veio com ele, apenas o abracei em silêncio. Não baguncei o cabelo dele como de costume.
Ele queria muito saber de Harry e Hermione mas não poderíamos vê-los.
Lupin tranqüilizou á todos dizendo que ficaria responsável por Harry enquanto ele tivesse no St. Mungus.
O caminho de volta não foi muito animador.
Fred estava empolgado com os negócios da loja; comentava alguns termos freqüentemente com Papai embora acho que os fizesse mais para evitar algum silêncio constrangedor.
Íamos para a Toca mesmo. Sim! A Toca. Quanto tempo...
Gui conseguirá de alguma forma vir (E eu baguncei o cabelo dele).
Foi um trabalho maior pois não só tivemos que preparar algo para Rony antes de ele ir dormir novamente como fiz um chocolate quente para Mamãe, que estava muito abalada.
Na sala reparei que tinha uns embrulhos muito estranhos pelo chão. Hesitei em perguntar. Gui e os Gêmeos estavam sentados em um canto enquanto Papai falava com Jimmy pela lareira.
Pedi para que alguém fizesse companhia para a Mamãe, que estava sozinha na cozinha e tive que me retirar reticentemente para o meu quarto.
Porquê? Bem, era uma coisa tão difícil de se dizer. Em primeiro; eles evitariam falar qualquer coisa sobre o assunto na minha frente. Isto é; como se fosse possível evitar ver as corujas que passavam de vez em quando pela janela e o fato de que faria 16 anos nas próximas semanas.
E de qualquer forma, saberia tudo amanha mesmo, pelo Profeta.
Dava uma sensação de aconchego, apesar de tudo, em ver seu próprio quarto.
Desarrumei a mala rapidamente.
Talvez amanhã eu poderia comemorar algo. Mas será que Lupin estava bem? Aquilo era verdade mesmo?
Depois de um banho e de me trocar, tomei um breve chocolate quente na cozinha.
A sala parecia muito silenciosa. Queria (E MUITO) saber o que discutiam no entanto tirei forças sei lá de onde para evitar qualquer tentação de escutar.
Não me sentia "Aquelas coisas" para tanto. Eu gostava de meu quarto. Ele tinha cores claras, uma cama, guarda-roupa (Ampliados por magia), cômoda e alguns pôsteres do grupo Pena de Fênix.
Na cama havia o maço de Jornais que o Lupin entregara.
Sentei-me reticentemente e comecei a passar as folhas levemente.
"O ataque contra o ministério"; "Aurores capturam comensais"; "Comensais mortos".
Nesta última, tive a impressão de um reflexo passar sobre meus olhos. Eu conhecia aquele nome de algum lugar.
Pisquei rapidamente e comecei a acompanhar a página mais devagar.
Em resumo dizia sobre algumas emboscadas em que os Aurores conseguiram descobrir o lugar de encontro dos Comensais, e uma impressão vaga de dispersamento por parte deles. Alguns pegos no encontro, em sua própria casa ou nas fronteiras.
Então por um momento, aquele súbito choque de conhecimento se tornou claro para mim.
Eles falavam da Mansão Malfoy. A Invadiram ou algo do gênero.
Não sei quantas vezes eu revirei a lista, umas 55 no mínimo, e o nome de Lucius Malfoy estava lá, destacado como um troféu junto com os do Crabbe, Nott, Goyle e etc.
Já o nome de Draco não estava lá.
Revirei a lista mais umas 10 vezes no mínimo e realmente era confirmado que não estava.
Se por um lado pudesse estar aliviada por outro eu estava desesperada.
Draco até podia não estar naquela lista no entanto nada impedia dele estar morto igual aos outros. Quero dizer, a mansão tinha sido invadida pelos Aurores, e o pessoal do Ministério ainda estava lá tomando conta.
O paradeiro dele e de Narcisa eram desconhecidos e estavam vigiando as fronteiras.
Cada minuto parecia mais dissoluto, aquilo se dissolvia vagorosamente na minha mente, parecendo um tanto pertubada e abalada. Deixei o maço sobre os travesseiros. Sentia-me enjoada demais para ler, as letras se embaçavam.
Incrível não? Também acho. Como as coisas podiam ocorrer tão depressa.
A questão é que me sentia mal. Achava que não devia nunca ter saído daquela cabine.
Os primeiro fato que absorvi de imediato foi que talvez nunca mais veria Draco.
Eu não podia mandar corujas, mãos atadas praticamente.
Fiquei durante 20 minutos mergulhada em topores de pensamentos negativos até que uma voz pequenininha começou a falar dentro de mim.
Vinha de uma parte de meu cérebro e falava bem baixinho.
"Gina, as Capsas"
"Gina, as Capsas"
"Capsas"
Jimmy apagaria a memória das Capsas no final das férias e numa meia hora atrás ele as deixara na oficina do meu pai.
Era loucura, eu sabia.
Mas não dizem que de louco todo mundo tem um pouco? Com passos de gato desci as escadarias, contornei a Toca e adentrei a oficina facilmente pois ela vivia destrancada mesmo.
Não havia ninguém na cozinha.
A questão era transfigurá-las, colocar no meu bolso e levá-las para o andar acima.
As Capsas só davam problema se ficassem longos dias transfiguradas, e ali só seria uns 10 minutos no máximo até chegar no meu quarto.
As letras (Uma em cada Capsa) formavam as palavras "Hoggy Hogwarts".
Tirando a parte de abrir todas ao mesmo tempo, realmente era um processo simples.
Vi-me dentro de um círculo de raios luminosos prateados;
Tinham se interligado.
Tinha adentrado as Capsas.
"Enviado por uma coruja especial...."
..:: Angelina Michelle ::..
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