O fim, o recomeço, a revelação
Capítulo 9:
O Fim, o Recomeço, a Revelação.
Havia chegado o dia. O dia do adeus à Harry Potter. Colocaram-no deitado numa grande cama de dossel branca no meio dos jardins. Toda a família Weasley, Hermione, Dumbledore, Mc' Gonagall, a Família de Colin Creevey, e muitos alunos da Grifinória e outros fãs e amigos de Harry estavam com ele. O doutor e o filho ficaram postados perto de Harry. O dia estava acabando. A claridade estava escassa e o sol estava se pondo. Harry já nem respirava direito. Começou a ter um dos "ataques" na frente de todos. A ar lhe faltava. Ele sentia a morte se aproximando, o frio que o vazio sem vida emanava. Todos começaram a chorar. Já não podiam fazer mais nada. Ninguém movia um músculo sequer. Zion mexeu-se repentinamente. Aproximou-se de Harry e o levantou, deixando-o sentado.
- Dumbledore, o que ele está fazendo?? - Disse a Sra. Weasley entre lágrimas.
- Acho que sei, Molly. Ele lhe dará o abraço da vida.
- O quê???
- Sim, ele lhe dará a vida dele, e vai morrer.
Tudo ocorreu muito rapidamente. Zion abraçou Harry com muita força, que, unida pelo amor que sentia pelo amigo, fez Harry melhorar. Ele estava voltando a ficar rosado nas bochechas, mas o outro ficara pálido. O doutor já não podia fazer mais nada. Este poderoso feitiço não pode ser feito duas vezes. Não havia mais salvação. Sim, Harry Potter estava vivo, mas viveu a custo e amor de um amigo, que morreu em seu lugar. Zion caiu com um baque surdo no chão. Ninguém respirava. Todos estavam tão chocados e impressionados com a total bravura do garoto que mal podiam falar. Harry e o doutor abraçaram Zion, mas este abraço não o salvou de seu fim. Era um abraço cheio de dor e gratidão. Era o fim de Zion e o recomeço de Harry.
A história correu pelo castelo. Todos estavam felizes por Harry não ter morrido e estar recuperando a saúde rapidamente. Mas a morte de Zion e sua atitude de bravura fora estrondosamente nobre, o que comoveu todos, até os que não conheciam o garoto.
Dois dias depois Zion foi enterrado no cemitério de Hogsmeade. Uma cerimônia discreta, mas muito bonita. O caixão era cor de marfim. Zion jazia ali dentro, com uma expressão tranqüila e serena no rosto. Os olhos estavam fechados, mas Harry sabia que estavam brilhando de qualquer forma. Muitas flores brancas estavam dispostas ao longo do cemitério. Uma brisa fresca levantou o cabelo de todos e agitou as flores. Depois que todos foram embora, Faye aproximou-se do caixão. Um vento leve agitou os longos cachos negros dela. Ela pegou uma tulipa vermelha que levava numa das mãos, colocou-a sobre o túmulo, sussurrando:
- Acho que nunca mais nos encontraremos, Zion. Não sei ao certo onde você está agora, só espero que esteja bem. Estou muito grata pelo que você fez, por mais que ache que eu deveria ter salvado Harry, e não você. Minha missão está cumprida. Mas só agora me dei conta que a minha missão e a sua eram a mesma. Só que eram complementares.
Algumas semana depois Harry estava completamente curado. Dr. Culler estava fazendo as malas. Harry bateu na porta.
- Entre.
- Dr. Culler.
- Olá, Harry.
- O senhor já está indo?
- Sim. Vou abandonar o castelo, voltar para o Canadá e para os trouxas. Mas sinto que nunca mais estarei completo depois de passar por aqui. Um pedaço meu sempre estará aqui com vocês. Este pedaço fará e já faz muita falta para mim. - Respondeu ele, com lágrimas brilhantes escorrendo pela face branca.
Neste instante ele fechou a última mala com um pequeno ruído surdo. Pegou uma em cada braço e se dirigiu para fora do castelo. Harry olhou-o com gratidão. Entrou em uma carruagem encantada que o levaria até Hogsmeade, e de lá para o Canadá.
Muito tempo havia se passado desde que Harry fora curado, Zion morrera e o Dr. Culler fora embora. Era o último dia de aula. Mione havia se tornado monitora, foi também a melhor aluna do ano, pelo quinto ano consecutivo. Faye, Harry, Rony, enfim, todos, passaram com boas notas. Faye matou muitas aulas durante a doença do namorado mas conseguiu se recuperar com a ajuda de Mione. Harry recebeu uma pequena ajuda dos professores, já que não pode estudar durante a doença. Nath abandonou a escola. Não suportou a vergonha de se ver na forma de um sapo gordo e feio na frente de todos durante o jantar da noite anterior. Rony cuidara disso.
Tiveram a tarde deste dia livre. Harry caminhou com Faye até o lago, e sentaram-se embaixo de uma grande e frondosa árvore. Aquele brilho intenso e puro que Harry vira a algum tempo se tornou visível ao redor de Faye.
- Faye faz muito tempo que venho observando. Em alguns momentos, um brilho meio estranho aparece em volta de você... O que é? Não sei se é minha imaginação... Mas parece ser tão real...
- Ah... Harry. Está na hora de te contar. Aliás, vou te mostrar. Já adiei este momento demais, mais do que podia.
Faye se levantou e afastou-se alguns passos dele. Duas asas grandes, de um branco puríssimo apareceram em suas costas, coladas em suas omoplatas, rasgando suas vestes nas costas. As asas desdobraram-se e esticaram-se, mostrando três metros e meio de envergadura. A roupa de Hogwarts rasgara, amontoando-se no chão. Harry seguiu o movimento da roupa preta. Levantou os olhos. Agora Faye trajava um vestido de seda branco, tão leve e puro que parecia feito de fios de ar e água cristalina. O cabelo preto, antes preso, soltara-se magicamente, em grandes cachos, que caiam por seu ombro. Seu corpo também mudara, agora estava mais esguio e muito comprido.
- Harry, já cumpri minha missão neste mundo. Lembra naquele noite em que aquele comensal te atacou? Eu impedi que ele te matasse. Mas não sabia que ele havia colocado aquele vírus em você. Agora preciso voltar para o meu mundo. Anjos não são autorizados para amar, mas eu amei. Eu te amo, Harry. Saiba que ter o amor verdadeiro de um anjo é uma coisa tão boa, que nos oferece um tipo de proteção e reconforto nas horas difíceis. Lembre-se disso. Você é especial. Para mim e para todos. Sou filha de anjos, portanto um anjo fui e sempre serei. Se um dia você necessitar de ajuda e proteção, me encontrará. Você me encontrará no seu coração. Cada anjo é enviado para este mundo numa missão. A minha era te salvar. Mas como fiz algo que não devia, serei castigada. Mas não ligo. Nunca amei tanto alguém enquanto era viva. Isso é, antes de eu morrer. Por isso não me sinto culpada.
Harry olhava-a estupefato. Estava muito surpreso, mas sentia no fundo de seu coração que Faye iria embora para sempre.
- Harry, lembra-se de Zion? Ele também era um anjo. Anjos são imortais. A única coisa que pode acabar com a vida de um anjo e ele dando a vida dele para outra pessoa. No caso, ele deu a vida dele para você. Você perceberá novas características em você... Seus novos poderes se manifestarão em algum tempo.
- Mas... O Dr. Culler era um anjo também?
- Não. A esposa dele era um anjo. Zion descendeu mais características da mãe.
Lágrimas brotaram dos olhos dos dois. Faye andou em direção ao lago. Logo sumiu, magicamente, deixando para trás um pena longa e branca.
Harry continuou ali, sentado, tentando compreender tudo o que acontecera. Não tinha mais Faye a seu lado. Ela desaparecera, por assim dizer. Depois de muito tempo, ao pôr do sol, voltou para o castelo, tentando pensar numa maneira de explicar aquele acontecimento espantoso para os amigos.
No dia seguinte todos foram embora. Estavam no trem. Harry segurava a pena das asas de Faye que ficara para trás. Rony e Mione o fitavam apreensivos, sem saber o que dizer para consolar ou esclarecer. Sabiam que dali em diante, a vida deles mudaria, agora que sabiam da existência de seres como Faye. Harry continuava pensativo, pois perdera a pessoa que tanto amava. Era muito grato pelo que ela havia feito para ele, mas mesmo assim sentia a dor da perda. Ele pensou em um milhão de coisas que deixou de falar, perguntar e fazer com Faye. Mas mais nada valia agora. Com isso ele aprendeu que não se deve deixar nada pra amanhã, pois o amanhã pode simplesmente não existir.
Fim.
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