Dia de Sol



— CAPÍTULO VINTE E QUATRO —
Dia de Sol




Parecia um apito, era um som alto e agudo, inacreditável, ela pensou, mas parecia ser o canto de um pássaro. De vários pássaros, na verdade. Hermione abriu os olhos, mal acreditando que conseguira dormir um pouco. A imagem da janela aos poucos se desanuviou e ela pôde enxergar um céu inacreditavelmente azul e sem nuvens, acompanhado do canto, sim, dos pássaros. Como era possível um dia daqueles? Sol, pássaros... Então eles não sabiam do que acontecera na noite anterior?
Talvez fosse menos assustador se o céu estivesse avermelhado e o único som que se ouvisse fosse o grito das pessoas, fugindo de um fogo que se alastrava por cada canto do planeta. Assim, com tudo tão aparentemente normal, ficava uma sensação de que a qualquer momento tudo poderia desmoronar. Aquele perigo imperceptível era como uma chama invisível, angustiante porém não palpável, passava ainda mais insegurança e medo do que um cenário de caos típico.
Ela abraçava o travesseiro, com a cabeça descansada sobre ele e as cobertas na altura dos ombros. Olhou para a mesa de cabeceira. Havia ali uma foto sua com os pais. Pensou em escrever-lhes uma carta, mas o que escreveria? Contaria sobre Voldemort? Sobre a morte de Cedrico Diggory? Ao lado do porta-retrato, porém, havia um vidrinho, e dentro dele o besouro que ela capturara. Olhou bem para ele, imaginando se besouros dormiam.
Após agarrá-lo na ala hospitalar, o trouxera para o dormitório e o pusera dentro do vidro, lançando nele depois um feitiço antiquebra para evitar que o animago retomasse sua forma humana. Na mesa de cabeceira o deixara, ali ele ficara. Estava imóvel agora. Hermione suspirou. Olhou o relógio de pulso e viu que já eram oito horas. Talvez já houvesse pessoas tomando café no salão principal, talvez a sala comunal já estivesse cheia, os alunos ainda em seus pijamas comemorando o final dos exames, mas havia algo que ela queria fazer sozinha, antes de ver Rony, antes de conversar com Harry, antes de relembrar a nova situação que se impusera.
Ela decidiu-se, então, e levantou. As companheiras de quarto ainda dormiam em suas camas, provavelmente sabendo menos do que ela sobre os acontecimentos obscuros da noite da última tarefa do torneio Tribruxo. Ela vestiu-se, pôs o vidro do besouro em um bolso, a varinha no outro e desceu.
Hermione passou rapidamente pela sala comunal, saiu pelo buraco do retrato e desceu até o primeiro andar. Entrou no banheiro feminino, deserto como sempre e lançou um feitiço para trancar a porta.
— Visitas? — perguntou uma voz chorosa.
— Olá, Murta. Posso usar o seu espaço? Há uma coisa que eu preciso fazer longe dos olhares dos outros, e se você quiser assistir, garanto que será bem divertido.
Murta-Que-Geme surgiu de dentro de seu boxe habitual.
— Não trouxe seus amigos? Harry... — o fantasma deu um raro sorriso.
Hermione mordeu o lábio inferior.
— Estão dormindo ainda.
— Que sem graça! Você nunca mais os trouxe aqui, só vem sozinha ou... com alguma outra garota!
Murta cruzou os braços, indignada.
— E quanto àquela história de que você andava visitando outros banheiros?
— Mas não tem nenhum garoto tomando banho no banheiro dos monitores a essa hora!
— Quer assistir? — Hermione disse, impaciente, sacudindo o vidrinho do besouro.
— Seja lá o que for, não.
Murta atirou-se dentro do vaso, produzindo um barulho de água jorrando para todos os lados. Hermione balançou a cabeça e tirou a tampinha do vidro. O besouro continuava imóvel. Quando ela virou o vidro para baixo, o besouro simplesmente caiu no chão.
— Isso não vai me convencer, Rita. Acho que você está se arrependendo de ter achado que eu era uma menininha boba, não é? Pois eu saquei o seu jogo, e aí está você, um besouro nojento se fingindo de morto. Retorne à sua forma normal; quero olhar nos seus olhos.
O besouro continuou imóvel, no chão. Hermione tirou a varinha do bolso e apontou para ele, em ameaça. Alguns segundos depois, ele começou a crescer e transformou-se em uma Rita Skeeter com a roupa amassada e os óculos tortos no rosto.
— Bom dia, mocinha adorável. — disse ela, forçando um sorriso, levantando-se e ajeitando a saia e os óculos. — Parece que me enganei mesmo, não é? Até que você é esperta! Talvez não devesse ter me tirado do vidro, no entanto, digamos que isso foi uma burrice.
Hermione levantou a varinha, apontando-a agora na altura do nariz da bruxa.
— Você não vai fugir. Sabe por quê? Porque a primeira coisa que eu farei, se você fizer isso, é denunciá-la para o ministério. E aí, minha querida, serão poucos segundos até sua carreira desmoronar completamente. Isso se não for presa.
— Presa, eu? Por me transformar em um insetinho tão indefeso?
— Indefeso? Você usa dessa capacidade de se transformar em um inseto para destruir a vida alheia, e ainda se acha indefesa? Você é... é... monstruosa!
Rita riu um risinho sarcástico e irritante.
— A conversa está muito boa, garotinha, mas eu tenho muito a escrever.
Skeeter já ia se retirando, mas Hermione encostou a varinha no pescoço dela, a mão ligeiramente trêmula de raiva.
— Exatamente, Rita, este é o nosso próximo assunto! — ela sorriu por entre os dentes cerrados de raiva. — Estou interessada em fazer um acordo.
Rita Skeeter recuou, pela primeira vez evidenciando no olhar que se sentia ameaçada. — Você guardará aquela sua linda pena de repetição rápida em uma gaveta, e só escreverá, uma palavra que seja, em seu diário pessoal, se tiver um, durante um ano!
A jornalista franziu o cenho numa expressão de vítima.
— Como você espera que uma profissional da minha importância suma do cenário jornalístico por tanto tempo? Um ano, inteirinho? E quanto ao meu contrato com o Profeta Diário?
— Peça demissão.
— E há vários outros meios em que colaboro...
— Não se preocupe, pois depois de um ano sem ouvir falar de você, eles já a terão esquecido.
Agora o teatro de Rita aprimorou-se. Ela pôs as duas mãos sobre a cabeça, fingindo desespero, e aveludou a voz para choramingar:
— O que farei durante este tempo todo? Como ganharei a vida, como ocuparei meu tempo?
— Quanto a ganhar a vida, eu sei que você dispõe de uma quantia suficiente para não passar fome durante alguns anos, pelo que andei pesquisando. Quanto à ocupação, você deveria se dedicar à vida que mais merece a sua atenção e preocupação, que é a sua. Viaje, faça alguma coisa que tiver vontade, tente perder esse hábito feio de procurar os problemas e defeitos dos outros para comentar...
— E por que eu deveria seguir as ordens de uma fedelha como você?
Hermione baixou a varinha, com um sorriso de triunfo.
— Porque eu acho que você não gostaria de ser a notícia, para variar, não é mesmo? Imagine, na primeira página do Profeta Diário uma linda foto da sua cara feia com a manchete “Rita Skeeter é uma farsa”, e na matéria os detalhes de como você esteve o tempo todo se aproveitando de recursos ilegais para conseguir suas matérias, isso quando não as inventava totalmente. Isso se não resolverem escrever sobre você uma daquelas mentiras que você adora escrever sobre os outros...
— Mas isso é um exagero! Eu não escrevo mentiras, simplesmente acrescento um pouco mais de emoção à realidade. Pense bem, jornais são chatos, entediantes... as notícias escritas como realmente aconteceram não têm a menor graça!
— Não me interessa o que você pensa. Como jornalista, devia ter um compromisso com a verdade. — disse Hermione, agora muito séria.
— E você é muito correta, não é? Pois que bom para você. Escute aqui, já estou começando a perder minha paciência. Façamos assim: eu escrevo um pequeno artigo reiterando o que eu tinha escrito sobre você e estamos conversadas.
— Nada disso. — retrucou Hermione, levantando outra vez a varinha. — Não pense que irá me enrolar, pois isso está fora de cogitação. Eu adoraria entregá-la, mas acho que vai ser mais doloroso para você viver na dúvida entre sua vontade de escrever e o medo de ser punida por seus crimes...
Rita suspirou, agora não se esforçando muito em esconder que sabia não ter armas para lutar contra Hermione.
— Está enganada a meu respeito. — disse, com desânimo.
— Não tenho dúvidas disso. Certamente, você é bem pior do que eu imagino. — ela retirou novamente do bolso o vidrinho, e Rita empertigou-se ao vê-lo. — Façamos assim... você ficará aqui dentro até que eu a solte, e depois que eu a soltar, começa seu prazo de um ano sem publicar um mísero artigo. Espero que isso a faça perder a mania de mentir sobre os outros.
— E quando é que você vai me soltar? — disse a outra, visivelmente envergonhada.
— Bem, acho que até a viagem de volta a Londres você terá um bom tempo para refletir... Você ficará aqui dentro, sendo um besouro em tempo integral e planejando o que fazer durante as suas férias. Quando o trem deixar os alunos de Hogwarts na estação de Londres, eu a liberto.
— Você é malvada, sabia? Não me admiraria se terminasse como comensal da morte.
— Só sou malvada com quem merece. — disse Hermione com dignidade, sem levar em conta o insulto e sacudindo o vidrinho. — Vamos, tenho mais o que fazer.
Foi incrivelmente prazeroso ver Rita Skeeter abaixando a cabeça, impotente, e entrando dentro do vidrinho por livre e espontânea vontade, já em forma de besouro. Foi uma sensação revigorante, mas que durou muito pouco.
No salão principal, o café da manhã ocorria um pouco menos barulhento que o normal, e um Rony tristonho à mesa da Grifinória levou Hermione de volta à atmosfera de medo e tristeza da noite anterior. Ele olhou-a, com aqueles olhos desanimados, e murmurou:
— Bom dia.
— Bom dia, Rony — disse ela, sentando-se à frente dele.
Rony comia devagar, com os olhos baixos, pensativo. Hermione não sabia que assunto introduzir, pois era uma situação em que não era qualquer coisa que seria digna de ser comentada. Tocou o bolso e sentiu o vidrinho de Rita Skeeter, mas não quis falar desse assunto. Deu uma olhada ao redor e percebeu que apesar de os alunos de Beauxbatons estarem sentados à mesa da Corvinal, como de costume, os de Durmstrang não estavam à mesa da Sonserina.
— Por que será que eles não vieram para o café? — murmurou, os olhos ainda na mesa da Sonserina.
— Talvez eles não tenham conseguido acordar sem Karkaroff. — disse Rony, com um tom de irritação na voz.
Hermione não retrucou; apenas suspirou e voltou-se para a frente, servindo um copo de suco de abóbora.
— Vamos ver Harry depois do café? — disse.
— Claro. — Rony respondeu, sem levantar os olhos.
Harry ainda não estava pronto para dar detalhes do que acontecera na noite anterior, mesmo porque ele acabara de receber a visita dos pais de Cedrico, a quem relatara a história toda novamente. Hermione e Rony não o pressionaram, embora quisessem detalhes.
— Eles não quiseram levar o ouro. — disse Harry, com desânimo. — Não quero esse ouro. Não quero mesmo.
Hermione e Rony passaram o restante do tempo até o almoço sentados nos jardins. Estava calor e havia pouco vento. Não falaram muito, detendo-se nas paisagens, ela divagando na oposição entre aquele lindo dia e a noite trágica que o antecedera. Abraçava as pernas, sentindo as esperanças um pouco apagadas e uma tristeza crescente semelhante a uma dor de estômago desenvolvendo-se dentro de si.
— É engraçado esse medo de algo que nem mesmo conhecemos. — ela comentou, em um determinado momento. — Ainda éramos pequenos demais para entender quando Você-Sabe-Quem perdeu suas forças.
Rony sorriu, os olhos apertados por causa do sol, e disse:
— Você não acha que o mais maluco de tudo isso é que o responsável pela queda de Você-Sabe-Quem, naquela época, era uma criança do nosso tamanho, que mais tarde veio a ser nosso melhor amigo?
Hermione sorriu também.
— Não sei se isso é maluco ou assustador... Eu, que um belo dia descobri que era uma bruxa, de repente estou aqui, já se passaram quatro anos, e estou presenciando tão de perto o retorno do bruxo das trevas mais poderoso que já existiu... Parece que o destino nos quis trazer até aqui. Talvez tenhamos mesmo que ajudar Harry a derrotá-lo de vez.
— Você acha mesmo? Bem, nós somos três alunos do quarto ano, como é que poderíamos enfrentar Você-Sabe-Quem?
— Não creio que esse confronto será agora. — Hermione olhou-o por um longo tempo antes de concluir a idéia. — Eu não sei, mas penso que haverá muita preparação, dos dois lados, para o confronto final. Você-Sabe-Quem evidentemente não quer perder, não é? E é fato que o alvo principal dele é Harry. E é fato também que estaremos ao lado dele, como devíamos ter estado ontem, independente de quem mais esteja nos apoiando.
A resposta de Rony foi um movimento afirmativo com a cabeça, e o silêncio outra vez caiu pesado sobre os dois.


Durante o café da manhã do dia seguinte, Dumbledore dirigiu-se aos alunos para avisar-lhes que não fizessem perguntas a Harry, sem dar maiores detalhes do que acontecera no labirinto. Naquela tarde, o diretor negou à sra. Weasley o pedido de levar Harry diretamente para a Toca nas férias.
— Parece que ele tem suas razões para querer que no início, pelo menos, ele fique na casa dos tios. — relatou ela, despedindo-se de Hermione e Rony antes de voltar para casa.
E naquela noite Harry voltou da ala hospitalar. Foi então que ele deu aos amigos os tão esperados detalhes, ainda que eles não fossem tão imprevisíveis. Hermione e Rony ouviram sem fazer interrupção, sentados perto do amigo na sala comunal vazia.
Ao tocarem, juntos, a taça do torneio, Harry e Cedrico foram transportados para um cemitério, mais precisamente para os arredores do túmulo de Tom Riddle, pai de Voldemort, que dera ao filho seu nome. Rabicho aparecera, então, carregando uma criatura envolta em vestes negras, uma criatura do tamanho de uma criança mas com uma aparência de cobra, uma pele escamosa e olhos vermelhos. A criatura tinha uma voz aguda e fria, com a qual ordenou que Rabicho matasse Cedrico. Em milésimos, a maldição Avada Kedavra deitou o corpo de Cedrico ao lado de Harry, morto.
Rabicho conjurou cordas e com elas prendeu Harry à lápide do pai de Voldemort. Trouxe a seguir um caldeirão enorme, contendo alguma poção, e pôs fogo sob ele logo depois de posicioná-lo próximo à lápide. O passo seguinte foi desenrolar aquele corpinho pequeno e assustador e pô-lo dentro do caldeirão, quando o líquido lá dentro já borbulhava e soltava faíscas flamejantes. Com um movimento da varinha, Rabicho fez surgir do túmulo um osso de Tom Riddle, “o osso do pai, dado sem saber”, e acrescentou-o à poção. A seguir, cortou com um punhal um pedaço do próprio braço, “a carne do servo, dada de bom grado”. Por último, com o mesmo punhal, o servo de Voldemort fez um corte no braço de Harry para recolher uma boa quantidade de sangue, “o sangue do inimigo, tirado à força”. A poção estava pronta.
Voldemort ressurgiu, então, um corpo branco e esquelético, um rosto plano com olhos vermelhos e fendas no lugar do nariz. A voz era a mesma, e ordenou que Rabicho o vestisse com as vestes negras. Depois, Voldemort tocou a marca negra no braço de Rabicho para convocar os outros comensais da morte. E eles vieram, entre eles os pais de Malfoy, Crabbe e Goyle, e Macnair, que trabalhava no ministério e viera a Hogwarts no ano anterior para executar o hipogrifo de Hagrid.
Então Voldemort explicou a eles tudo o que acontecera desde sua queda. O sacrifício da mãe de Harry pelo filho, na ocasião em que fora morta, deixara no garoto uma proteção mágica muito poderosa, que acabou bloqueando a maldição da morte lançada por Voldemort, fazendo-a voltar-se contra ele mesmo, e só não o matando porque ele tomara providências para impedir a própria morte. Contou aos comensais como se apoderava dos corpos de animais e humanos para continuar sobrevivendo, contou de sua tentativa frustrada de roubar a pedra filosofal e do retorno de Rabicho, após ser desmascarado pelos antigos amigos Sirius Black e Remo Lupin.
Berta Jorkins, como contou Voldemort, aparecera inesperadamente no caminho de Rabicho e fora levada por ele até o amo, revelando-se uma fonte útil de informações, contando sobre Bartô Crouch Junior e sobre o torneio Tribruxo entre outras notícias preciosas. Dali em diante, Bartô Crouch infiltrou-se em Hogwarts para, através da vitória de Harry no torneio, levá-lo até Voldemort para ceder seu sangue para a poção que o reanimaria.
Depois da história, Voldemort se propôs a provar para os comensais que nunca fora mais fraco que Harry Potter. Mandou Rabicho soltá-lo e devolver-lhe a varinha, para que pudesse duelar de igual para igual com o lord das trevas. Depois que Harry caísse morto, não haveria mais dúvida alguma sobre o poder de Voldemort. Lançou no garoto a maldição Cruciatus, a dor mais intensa imaginável. E depois a maldição Avada Kedavra, ao mesmo tempo em que Harry lançava o feitiço de desarmar, Expelliarmus. Os feitiços bloquearam um ao outro, e houve uma espécie de conexão entre as varinhas. Dumbledore explicara, mais tarde, que as duas varinhas tinham sido feitas com penas da cauda da mesma fênix, que por acaso era a fênix de Dumbledore, Fawkes. Varinhas gêmeas, conforme explicação do diretor, podiam provocar um efeito estranho uma na outra; uma podia obrigar a outra a regurgitar os últimos feitiços realizados.
Foi o que aconteceu. A varinha de Harry obrigou a varinha de Voldemort a devolver as últimas pessoas que ele tinha assassinado com a maldição da morte. Primeiro Cedrico, depois Franco Bryce, Berta Jorkins, e os pais de Harry. Os vultos fantasmagóricos encorajaram Harry e disseram a ele para finalizar a conexão das varinhas, e correr para a chave de portal. Os vultos lhe dariam cobertura por alguns instantes, antes de tornarem a se dissipar. Cedrico pediu ao garoto que levasse seu corpo de volta para os pais.
— E foi isso o que eu fiz — disse Harry, com a voz já fraca depois de falar tanto. — Em sua sala, Moody, ou melhor, Crouch, me contou como seu pai encenou a morte dele e de sua mãe para tirá-lo de Azkaban; foi com poção Polissuco. A mãe dele tomou para ficar igual a ele, e ficou em Azkaban em seu lugar, acabou morrendo e sendo enterrada com a aparência dele. E, bem, ele esteve por trás das minhas vitórias no torneio durante o ano todo.
Houve um longo silêncio. Hermione respirou fundo e piscou insistentemente os olhos, como se estivesse acordando de um pesadelo ou como se estivesse assistindo a um filme e ele tivesse terminado naquele momento. Passou a mão pelo rosto e percebeu que ele estava encharcado de lágrimas. Olhou para Rony, tão sem palavras quanto ela.
Depois disso, os três não voltaram a comentar sobre a noite da terceira tarefa.

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