A Expicação



- Nosso relacionamento te incomodava tanto assim?! – Lupin a fitou por uns segundos, mesmo quando sério, ela tinha que ser divertida. Tonks entendeu o olhar dele e se calou.

- A quase 17 anos atrás, enquanto todos comemoravam a derrota de Voldemort, eu sofria com a perda deles, meus três únicos amigos, todos mortos na mesma noite. Tiago fora morto pelo próprio Voldemort; Sirius foi acusado de assassinato e traição e foi mandado para Azkabam e Pedro ... – Lupin não conseguia falar de Pedro, apenas suspirou e continuou a falar.

- Não conseguia acreditar naquilo. Minha vida estava de cabeça para baixo, sem sentido nenhum. Mas a vida continuava e eu precisava seguir em frente, não podia parar. Não tinha como parar. Então quatro anos atrás, Dumbledore me chamou para trabalhar como professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts. Era um bom homem ele. – mais uma vez Lupin suspirou – Ele me acolhera quando estudante e me acolhera novamente quando adulto, me oferecendo um emprego, enquanto ninguém mais fazia. Sabe, não é fácil achar emprego sendo lobisomem, as pessoas não confiam na gente. Mas Dumbledore me aceitou!!

Tonks o examinava atentamente, escutando cada palavra que Lupin falava, embora não entendesse muito bem onde aquilo iria chegar.

- A partir daquele ano minha vida começava a melhorar novamente. Conheci o Harry, filho do meu melhor amigo. Ele é a cara do Tiago!! E descobri mais tarde naquele ano, que Sirius não era um traidor e nem um assassino. Ele foi acusado injustamente. Tive meu melhor amigo de volta. Tinha alguém para conversar!! Mas não era fácil, ele ainda estava sendo acusado e era procurado pelo Ministério, mas mesmo assim, minha vida melhorou, eu estava mais alegre.

- Dumbledore sabia que Voldemort estava retornando os poderes e refez a Ordem. Queria agir antes dele. Ai você entra para a Ordem, uma garota para eles e mulher para mim, com esse seu jeito desastrado, sempre alegre e divertido. E pouco tempo depois você entrava em minha vida, como um furacão, deixando marcas profundas em minha mente e coração. Minha vida estava cada dia melhor. Eu estava lutando contra Voldermort, tinha meu melhor amigo de novo por perto e tinha você ...

- Você TEM a mim Remo!!

- Mas ... – Lupin continuou a falar, ignorando a interrupção de Tonks - ... mas como tudo que é bom um dia acaba, não deu outra. Eu sabia que não seria feliz assim para o resto da vida, não é minha sorte. Não é coisa para um lobisomem. Então vi Sirius morrer e você estava inconsciente no St. Mungus. Eu estava sofrendo de novo, perdi meu amigo, único amigo, pela segunda vez. E aquilo doía muito, muito mais do que na primeira vez. – Lupin deu uma pausa, respirou fundo e continuou - Ainda tinha você, que estava internada. Não suportaria perdê-la também, era muito para mim. Aí você se recuperou, estava ótimo de novo, perdeu um primo e conseguiu seguir em frente, mas isso não bastava para mim.

Lupin agora estava chorando, lágrimas escorriam pelo seu rosto. Os olhos de Tonks se enchiam de lágrimas.

- Não suportaria passar pela dor da perda de novo. Não suportaria perder alguém que amava muito de novo, então pensei ... – Lupin suspirou, enquanto soluçava - ... pensei que se me afastasse de você, pararia de te amar e não sofreria tanto. Era fácil tirá-la da minha mente, já estava acostumado com isso, e minha missão para a Ordem me ajudaria nisso. O difícil seria tirá-la do meu coração, porque mesmo quando transformado, isso não muda.

- Mas meus planos não deram muito certo. Eu apenas a fiz sofrer durante todo esse ano e não consegui parar de te amar. Não é uma coisa fácil de fazer, mas eu precisava tentar. Mas ai acabou que aconteceu de novo. Outra pessoa que eu gostava muito morreu. Alguém que eu nunca me preocupei, foi um choque. Estava acostumado com a presença dele, nunca me passou pela cabeça que Dumbledore estava velho demais, que sua luta contra Voldemort o matava um pouco a cada dia que passava.

- Eu estava acabado, sofrendo e sozinho novamente, mais sozinho do que jamais estive. Só que você não desistiu de mim e no momento que mais precisei você esteve comigo, me ajudando, mesmo eu sendo estúpido com você ...

Tonks aproximou sua cadeira da dele, ficando bem mais próximos. Ela então colocou suas mãos no queixo dele, fazendo-o levantar a cabeça e a encarar nos olhos. Os olhos dela ainda estavam cheio de lágrimas, mas não escorriam. Já os olhos dele continuavam com a expressão de medo, mas não apresentavam o desespero de antes. Seu rosto estava molhado devido ao choro. Ela passou seus dedos finos e quentes no rosto dele, enxugando-o.

- Não precisa me agradecer!! – disse ela baixinho, lhe dando um beijo.

Ela encostou seus lábios no dele, sentiu aquele beijo molhado e salgado. Ela lhe dava um beijo calmo e suave, que era respondido por ele. Ela queria apenas demonstrar que estava ali e não o deixaria. Continuou dando beijos suaves nos lábios dele, antes de se separarem.

Eles se encararam de novo. Agora uma lágrima escorria no rosto de Tonks. Lupin a enxugou, assim como ela fizera, com a ponta do dedo, acariciando também seu rosto. Ela fechou os olhos, deixando-o acariciar seu rosto e aproveitando o momento. Gostava daquela mão em seu rosto, sentia tanta falta dele. Ela apenas suspirava! Ele então lhe retribuiu o beijo.

O que começou devagar e calmo, como antes, passou para mais intenso e selvagem. Pareciam querer recuperar o tempo perdido. As mãos dele passavam pelas costas dela e acariciavam seu rosto. As mãos dela o acariciavam na nunca, o que ela sabia que o deixava louco e desarrumava o cabelo dele.

E, sem perceberem, já estavam de pé, seus corpos colados um ao outro. Lupin estava ficando louco, aquela mulher sabia como deixá-lo louco. Ele mais do que nunca desejava ela, queria senti-la, tocá-la de novo. Tonks não sentia diferente. Enquanto Lupin passava a mão na sua barriga, ela sentia arrepios no corpo todo que ele também podia sentir, e em resposta, fazia mais carícias em sua nuca.

Estavam cada vez mais colados um ao outro, se isso era possível. A respiração ofegante de ambos, o peito subindo e descendo, a mente a mil. Lupin sabia que não podiam ficar assim ali na cozinha. Podia entrar qualquer membro da Ordem ali, mesmo que não aparecia ninguém há muito tempo. Mas ele não queria correr esse risco, então, com um pouco de dificuldade, Tonks não queria se soltar dos lábios dele, ele se separou dos lábios dela. Ambos continuavam respirando muito ofegantes, parecia que tinham corrido muito. Ele ficou olhando nos olhos dela, que brilhavam bastante e deu um sorriso maroto, com um pouco de malícia, mostrando o que queria. Com isso, desaparatou dali da cozinha, com ela, abraçados. Deixando o copo ainda quebrado no chão.

Aparataram no quarto dele. Ela ao perceber apenas retribuiu com outro sorriso maroto, mais malicioso. Voltaram a se beijar como antes, as mãos não tinham mais restrições. Não seriam incomodados ali. Não demorou muito e logo roupas estavam sendo jogadas no chão ...

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