A nova ordem de Voldemort



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Momento a momento, o dia cederia lugar ao entardecer e um nervosismo impregnava o ambiente dos corredores da escola enquanto Harry, Hermione, os integrantes da Armada dos Cinco e Lilá cruzavam o castelo, dirigindo-se para o sétimo andar. Com a chegada do grupo, imediatamente a sala precisa se materializou, fazendo surgir o centro de reuniões da A5. A diferença evidente era o número de poltronas que sofreu o acréscimo de mais três confortáveis cadeiras e a ordem de disposição das mesmas. Harry encabeçava uma das pontas da mesa, seguido de Hermione em sua lateral esquerda, ao passo que Rony assumiu o pólo oposto. Coube a Dino Thomas, curiosamente sentado em frente à Gina, iniciar as perguntas que inquietavam todos os integrantes da A5, desde a realização do plano de invasão às masmorras, e passariam a atormentar também Harry, Hermione e Lilá.

― Rony, como foi que Snape desconfiou de você?

― Ele encontrou fios de cabelos ruivos na mesa e concluiu que o invasor deveria ser alguém ligado ao Harry. Dá para acreditar? Se não fosse a Lilá, não sei o que poderia ter acontecido... acho que provavelmente ele iria me obrigar a tomar veritasserum, ou o que é pior, veneno! Quem sabe o que ele faria? - Ronald disse isto enquanto dispensou outro olhar agradecido a Lilá. - Aliás, obrigado, Lilá. Ainda não sei como você soube que eu precisava de ajuda, nem a razão de ter ajudado, mas agradeço. Depois de tudo que houve...

Gina interrompeu Rony por um momento, ao olhar para as faces de interrogação de Harry e Hermione, que até aquele instante permaneciam calados, na tentativa de compreenderem, sozinhos, o que se passava.

― Rony, melhor explicar para Harry e Hermione o que fizemos, não? Senão eles terão de recorrer às lições de adivinhação de professora Sibila para entender alguma coisa e não acho que ela seja uma professora tão primorosa - afirmou Gina, arrancando risadas de Dino e Neville enquanto colecionava também um olhar de reprovação de Lilá que gostava da professora Trelawney.

― É verdade, Rony - falou Luna numa voz sonhadora e calma. - Harry, Hermione e Lilá não sabem o que aconteceu. Tenho certeza de que o professor Snape teve ajuda das Papilas Linguados para descobrir que foi você... Meu pai me disse que provavelmente ele tem, mas é melhor esclarecer o que fizemos a eles.

Lilá fez clara menção de perguntar o que ou quem eram as Papilas Linguados, entretanto, antes que o questionamento saísse do mero murmúrio inaudível, Harry se adiantou:

― Enviamos uma coruja para você, Rony, pedindo que nada fizesse. Você não recebeu? - perguntou Potter, olhando o amigo com certa apreensão.

― Ah, recebi, mas estávamos na porta do Snape quando ela chegou, então achamos melhor prosseguir - informou Rony sem graça.

― A culpa foi minha! - afirmou Gina com o olhar duro e sério. - Eu descobri o Rony e exigi que me contasse o que iria fazer. Depois o obriguei a aceitar a minha ajuda e de alguns integrantes da antiga Armada de Dumbledore, pois seria arriscado entrar sozinho na sala.

― Seria arriscado entrar lá mesmo acompanhado - ponderou Hermione sombriamente. - O professor Snape sempre usa na sala um feitiço de proteção e nem imagino como vocês conseguiram entrar. Estou feliz que todos estejam bem!

― Tínhamos de tentar - interrompeu Longbottom. - Segundo Rony, o pergaminho secreto do professor Sna... Snape poderia pôr em risco a vida de Harry e de todos porque parece ser ordem direta daquele que não deve ser nomeado.

― Mais um motivo para não fazerem nada! - repreendeu Harry. - Voldemort não costuma deixar as coisas dele para serem encontradas facilmente sem uma intenção cruel por trás.

Lilá soltou um gritinho ao escutar o nome Voldemort e todos os demais se calaram.

― Bem, Harry, ninguém melhor do que eu para saber disso, não é? - inquiriu Gina com certa aspereza. - Você sempre se esquece de que muitos de nós já sofremos, direta ou indiretamente, a ação de Você-Sabe-Quem - todos notaram que a face de Potter corou ante as palavras de Gina.

― Sabemos, Gina - disse Hermione brandamente para acalmar a amiga -, e justamente por sabermos o quanto muitos de nós já sofremos e por nos preocuparmos com nossos melhores amigos que não queríamos que corressem riscos. Foi apenas isto que Harry quis dizer.

Foi a vez de Gina corar de vergonha e, para evitar maiores discussões, Dino tornou a intervir:

― Bom, acho que todos entendemos, mas o que importa agora é esclarecer o que houve e escutar o que Rony e Neville têm a dizer sobre o pergaminho. É o melhor que faremos - ponderou Dino com uma sobriedade que arrancou um interessante olhar de Gina.

― Dino tem razão - falou Longbottom. - O fato é que estamos todos bem e o importante é discutirmos o que faremos depois do pergaminho. Como foi Rony quem leu, acho que ele pode dizer agora aquilo que tem nos preocupado todo esse tempo... - O grupo inteiro fitou Ronald Weasley, tomado por uma ansiedade e medo. Aqueles que viram a reação de Rony após ler o pergaminho tinham consciência de que somente algo muito grave o faria se comportar daquela forma tão aterrorizada.

Rony imediatamente encarou os amigos numa expressão que dava a compreender que ele carregava o peso do mundo sobre os ombros. Era como se procurasse a melhor maneira de informar a Harry e a todos ali presentes algo muito ruim, embora soubesse que inexistia uma forma boa de dizer tudo aquilo que o sufocava, porque boa também não era a notícia que deveria dar. Lilá observava Rony com uma curiosidade evidente na face, ao passo que Harry apenas encorajava o amigo, para que ele dissesse sem temor aquilo que conseguira ler no pergaminho secreto.

― Rony, o que quer que tenha sido não pode ser pior do que tudo aquilo que você já sabe - explicou Harry para o amigo de um modo que pôde ter parecido enigmático para alguns daquela mesa, mas não para Rony -, e ficará mais fácil se você dividir o peso - acrescentou Potter com firmeza.

― Pode sim. Infelizmente, pode ser pior - falou Ronald numa voz fraca.

― Bom, mas se é algo relacionado a mim, e sei que é, será mais fácil me defender se eu souber da existência - encerrou Harry.

― O... bem... o pergaminho continha instruções, sabe? Parece que uma nova ordem que Você-Sabe-Quem deu... Não dá para saber a quem... - disse Rony, que já tinha as orelhas avermelhadas e não era por vergonha.

― Rony! Seja direto! Como não dá para saber? O pergaminho estava na sala do professor Snape, não foi? Acho que sabemos somar as coisas! - Gina estava nervosa e não conseguia conter a irritação.

― Quer ter calma? Como você acha que me sinto tendo que dizer isso ao Harry e a todos vocês? Como, hein? Eu apenas não sei como dizer! É isso! - esbravejou Ronald em resposta. Lilá, que estava próxima a Rony, estendeu a mão e a colocou no ombro de Weasley num gesto de compreensão.

Dino olhou para Gina a sua frente e não disse nada, mas deixou transparecer no olhar o que pensava e prontamente ela respondeu:

― Desculpa. Não tem sido fácil para nós também, mas sei que tem sido muito pior para você, Rony.

― Tudo bem, Gina, eu entendo sua preocupação. A ordem Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado foi direta e no sentido de que não poupassem Harry quando conseguirem alguma coisa... não sei o quê... - confessou Ronald.

― O professor Sna... Snape recebeu uma nova ordem de ... de... Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado para... para matar Harry? - questionou Neville incrédulo.

― Sim - informou Rony com ar pesaroso -, mas, não é só isso!

― Tem mais? - perguntou Lilá horrorizada com o que ouvira e com a possibilidade de haver algo pior que isso.

― Tem... a autorização foi direta também com relação a todos que estiveram no Departamento de Mistérios e, por isso, não creio que seja somente Snape o destinatário daquela ordem. Foi o novo elfo de Lúcio Malfoy quem a entregou a Snape! - Todos se entreolharam como se uma bomba de bosta muito potente estivesse prestes a explodir e o perigo iminente rondasse cada parte do lugar onde se encontravam. Hermione, que estava silenciosa, encarou repentinamente Harry, mantendo a mudez. Ele tinha a respiração profunda e parecia agora realmente angustiado ao escutar o final da nova ordem de Voldemort.

― Preferia realmente que as ordens só se referissem a minha elim... a mim - Harry pensou em falar eliminação, mas mudou de idéia ao se lembrar de que Hermione estava presente. - Teremos que fazer alguma coisa para colocá-los em segurança! Quanto a Dino e Lilá... ainda não estão envolvidos e prefiro que se mantenham assim, porque não quero que corram mais riscos do que já enfrentaram.

― Harry, isso não é uma escolha sua! Se Gina corre perigo, ou qualquer dos meus amigos, eu vou lutar até o fim e isso é um ponto indiscutível para mim! - afirmou Dino com gravidade e Gina pareceu estranhamente inquieta ao final dessa afirmação.

― Eu já me arrisquei para tirar Rony da mira do professor Snape uma vez e não me importo em fazer o mesmo de novo - informou Lilá, que sorria para Ronald com uma expressão de “não vou te largar agora, Von-Von”, que fez o garoto intensificar o rubor nas orelhas e, desta vez, por flagrante embaraço.

Harry olhou contrariado para os amigos, porém tinha certeza de que não haveria possibilidade alguma de demover cada um deles do intento de lutar. Nesta batalha de resistência aos amigos, Potter se deu por vencido.

― Precisamos avisar ao professor Dumbledore, Harry - decidiu Hermione quase que saindo do transe de um choque. - Não sabemos o que vamos enfrentar, mas é certo que a orientação dele pode ser fundamental. Se eu não estiver errada, logo você receberá a correspondência dos Comensais para entregar a Poção da Felicidade, e nós temos de estar prontos.

― Mi, precisamos também de um plano, porque considerando a nova ordem de Voldemort... Espero que, desta vez, Dumbledore consiga ver o Snape do jeito que sempre vi, mas, sinceramente, não acredito que possamos contar com isso. Ele confia no Snape e não admitirá que eu questione isso mais uma vez! - falou Harry, transparecendo uma preocupação ainda maior.

― Ah, Harry, mas agora é diferente! Há uma ordem que ameaça vários alunos de Hogwarts. Creio que toda a escola está em risco porque, provavelmente, o ataque que os Comensais farão será aqui. É o melhor lugar para encontrar todos que estão na lista de Voldemort e tentar eliminá-los numa só investida. Precisamos, ao menos, tentar convencer Dumbledore e, dessa vez, o Rony poderá informar o que leu... não será uma desconfiança sua, Harry, será uma certeza de um grupo inteiro - insistiu Hermione determinada.

― Acho que Hermione tem razão. Eu sou prova de que havia uma planta ilegal na escola porque eu vi a Guardias Mortalis na sala e ela, por pouco, não matou a mim e ao Rony. Depois, o Rony leu o pergaminho, o professor Sna... Snape não poderá negar ante tantas testemunhas – continuou Neville.

― Esta não é a melhor opção - interrompeu Luna, sem tirar os distantes olhos azuis de uma pena com a qual brincava entre os dedos enquanto falava. - Estamos esquecendo algo importante - disse ela vagamente. Olhares curiosos pousaram sobre Lovegood, que inspirou intensamente, como se aspirasse o cheiro de flores no campo, e acrescentou: - Falar com o professor Dumbledore é assumir que invadimos a sala de um professor, que saímos dos dormitórios num horário proibido e que Lilá mentiu para o professor Snape. Acredito que tenhamos como única opção traçar um plano sem contar com o professor Dumbledore. A menos que queiramos ser todos expulsos - Luna advertiu a todos com uma sinceridade tão direta que impressionava.

― Não havia pensado nessa questão - confessou Longbottom visivelmente desanimado.

― Diante disso, sugiro uma nova ação da armada - recomendou Dino. - Não temos chance de contar o que sabemos sem dizer o modo como obtemos a informação. Nós nos complicaríamos muito se falássemos. Precisamos nos organizar para nos defendermos quando for necessário.

― Estou de acordo - falou Ronald. - Melhor preparado do que surpreendido!

― Não podemos esperar que eles ataquem, então sou mesmo a favor de traçar um plano sim. E mais, Harry, você poderia nos treinar um pouco. Dar algumas aulas até a batalha acontecer. Faríamos como na antiga AD, mas o “D” agora seria de defesa, já que nos livramos de Umbridge e nossa meta agora é nos defendermos dos Comensais, que certamente virão - completou Gina. As faces de Neville e Luna se iluminaram diante da possibilidade de estarem novamente insertos em um grupo.

― “Armada de Defesa”, perfeito! - vibrou Longbottom.

Harry e Hermione trocaram alguns olhares enquanto o grupo discutia. Embora Mione achasse que o melhor caminho ainda era procurar Dumbledore, ela entendia que tornar a treinar com os amigos seria indispensável para assegurar que todos se mantivessem em condições de enfrentar o que estava por vir. Por isso, a morena somente assentiu com a cabeça, concordando, e Potter entendeu sem necessidade de palavras, sem precisão de perguntas, nem verbalizações, que Hermione estaria ao seu lado pouco importasse o rumo dos acontecimentos ou a sua decisão. Bastava unicamente que ele a permitisse lutar e não existiam motivações contrárias para isso. As novas ordens de Voldemort também a incluíram, também incluíram os seus amigos. Hermione, parecendo entender o que se passava na mente do garoto, avançou sua mão sobre a de Harry, ali mesmo, em frente a todos, e apenas isso foi suficiente para tranqüilizá-lo aquela tarde.



Continua...

Arwen Undómiel Potter

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Fanfic escrita por Arwen Undómiel Potter
Capítulo revisado pela beta-reader Andy “Oito Dedos”

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Agradecimentos:

Meus queridos,

muito bom retornar hoje no aniversário de Harry Potter! Maravilhoso comemorá-lo com vocês! Estava fazendo todo o possível para encerrar até hoje e, graças a Deus, mais um capítulo! Gostaria de agradecer a todos vocês pelo imenso apoio para continuar e dada a grande compreensão que vocês têm tido!
Agradecimentos especiais a PROSERPINE GRANGER que é tão assídua aqui e no meu orkut! Fico feliz que tenha gostado do que Dumbledore disse (ele é realmente muito especial e sou apaixonada pelo modo dele ver a vida). Saiba que também gosto muito de Luna e acredito que parte dos seus desejos será satisfeita, dentro em breve, querida!!! Um grande beijo para você!
SISSI GRANGER POTTER, SAULO ADRIANO ZENI e SUELEN GRANGER obrigada pelo movimento de atualização e por continuarem lendo! Um beijão para vocês!!!
LUCY NICK, estou contente que tenha gostado do capítulo 21 e agradeço por se fazer sempre presente, querida!
ISABELLA, você leu toda a história em um dia? Quanta felicidade por você ter apreciado e demonstrado isso! Muito obrigada, querida! Espero que continue entre nós sempre que puder!
OTAVIO BACH, você continua a me pedir em casamento (risos). Agradeço este pedido também, mas, por hora, vou satisfazer apenas o primeiro (contei o que havia no pergaminho secreto!). Um beijo bem grande para você e obrigada por sempre aparecer na comunidade!!!
BRU WATSON RADCLIFFE, puxa minha querida, realmente não tenho tido condições de entrar no msn, nem de postar tão rápido, mas acredito que compreenda! Saiba que também sinto falta de conversar e trocar informações! Assim que puder, entrarei! Até lá, podemos usar o orkut (sempre respondo, mesmo que demore um pouco!). Beijos, minha linda!
ALINE BRAGA, você é um doce, menina! Obrigada por aparecer sempre que pode e fica com Deus também! Um super beijo para você.
MRS. RADCLIFFE, como sempre percebendo as coisas, não é? Vamos ver o que acontece entre os integrantes da nossa Armada de Defesa. Há muito para acontecer ainda... Saiba que também gostei do Dumbledore tornando as coisas mais claras para Mione (era necessário). Um beijão para você, querida!
JULIA_GRANGER_POTTER, também adorei que a Lilá tenha ajudado o Rony (realmente, ele iria sofrer muito sem a intervenção dela). Obrigada pelo carinho que tem com essa história! Fica com Deus também e um beijão para ti!
DIANA POTTER querida, também achei fofa a atitude de Lilá! Veremos o que acontecerá agora que o segredo do pergaminho foi descoberto, não é? Beijos para você!
ANA MARIANTE, você está absolutamente certa, minha linda, e eu agradeço o apoio, o incentivo e as bem colocadas palavras! Deixa-me verdadeiramente em paz saber que você entende e espera, apesar da ansiedade! Muito obrigada mesmo! Um grande beijo, tá?
BRUNA S. C., de fato, todo que escrevem passam por isso, mas como você mesma diz: passam, mas isso passa também (risos). Tudo é uma questão de tempo, não é? Então, agradeço sua paciência tão madura (você é realmente especial) e fico alegre que goste da presença mais ampla dos outros personagens (eu também). Beijos e até logo!
ANA LIVIA querida, também adoro o Dumbledore (como você) e acho que ele foi muito feliz no que disse a Mione... Bom que tenha gostado! Acho que terminamos assumindo um pouco do jeito deste professor tão maravilhoso, quando escrevemos pensando nele. Realmente obrigada pelas palavras generosas e sinceras. Que maravilha saber que você se sente lendo o livro! Gosto mais do livro para ser honesta, mas me deixa regozijada saber que te faz tão bem ler está pequena história! Um beijão para ti!
A todos que estão acompanhando, votando, comentando, participando aqui e/ou lá na comunidade do orkut, dedico mais um capítulo e minha gratidão infinita pelo tempo que dispensam para ler e ajudar! Espero vê-los em breve! Estejam certos de que continuarei me esforçando! Fiquem com Deus até o próximo encontro e sempre!

Um grande beijo para todos com sabor de bolo de aniversário da festa de nosso querido Harry Potter.

Arwen Undómiel Potter.

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