Hogwarts, Aí Vou Eu!



Foi como entrar em outro mundo.

O que eu estou dizendo? ERA um outro mundo. O mundo dos bruxos. Onde varinhas mágicas, penas e frases em línguas estranhas faziam as coisas acontecerem. E Mel estava encantada com tudo (a palavra nunca lhe pareceu tão adequada).

Assim que entrou em contato com tantas novidades, colocou-se em estado de deslumbramento permanente. Sua curiosidade estava sendo atiçada como jamais havia sido antes.

A mente da pequenina fervilhava com as novas informações e experiências. Como funcionava uma lareira bruxa? Como era usada para comunicação? E o Pó de Flu? Só funcionava nas lareiras? E quanto às corujas? Havia um encantamento para fazê-las achar o destinatário das mensagens? Elas eram um tipo especial de animais, ou simplesmente os trouxas nunca haviam percebido seu potencial?

Ana já estava acostumada com a curiosidade da sobrinha, mas a verdade é que o contato com o mundo bruxo havia desencadeado este lado de Mel com tal força, que a Auror não sabia mais como fazer cessar a torrente de perguntas. E se já estava ficando exasperada com a criança, ela imaginava como não deveria estar Carlinhos. Geralmente ele usava a estratégia de desviar a atenção da menina para outro ponto e, enquanto ela analisava o “novo objeto de estudo”, Carlinhos tratava de escapar antes que as perguntas recomeçassem.

“Oh, quanta coragem grifinória!”, Ana sempre sussurrava para o ruivo nestas ocasiões, mal contendo o riso.

Na primeira semana, Mel teve uma entrevista com um funcionário encarregado de recepcionar e orientar os tais casos de... Conhecimento do mundo mágico através dos livros de Rowling. Oficialmente, o cargo nem existia. Por outro lado, finalmente o Ministério havia achado uma função para o pessoal da Seção de Ligação com os Centauros... *

Era um ótimo disfarce.

Não havia problema quanto aos nascidos bruxos, é claro. Um “obliviate” resolvia nestes casos, já que raramente tinham contato com o mundo trouxa. Se por ventura algum bruxo descobrisse a comoção que o nome “Harry Potter” estava causando entre os trouxas, o Ministério sabia quase que imediatamente, e agia apagando a sua memória. O Ministério também controlava e vetava a entrada dos livros no mundo mágico, e monitorava de tal forma as informações, que nenhuma notícia sobre os mesmos chegava até os bruxos. Finalmente, havia feitiços com a finalidade de manter o conhecimento sobre os livros de J.K. Rowling bem longe do Mundo Mágico. Somente os que eram citados nos livros sabiam, e ainda assim foram informados de forma superficial sobre seu conteúdo. Estes sofriam, então, as mesmas restrições que os nascidos trouxas e mestiços. Ana sempre tinha arrepios ao pensar nisso, comparando a forma de agir do Ministério ao romance de George Orwell, “1984”.

A grande “pedra no sapato” eram os mestiços e os nascidos trouxas. O mundo não-mágico havia sido invadido por uma “onda Harry Potter”, de forma que teriam que lançar um feitiço de memória a cada dez minutos nestas crianças para escaparem da “enxurrada” de informações que elas recebiam quando voltavam para casa. Assim, uma “entrevista prévia”, somada a um feitiço inibitório e a ameaça de expulsão do mundo mágico eram as defesas do Ministério para fazer a sua vontade prevalecer.

Por mais esquisito que pareça, estava funcionando!

Então, Ana deixou Mel em uma sala para a esta entrevista, avisando que logo Carlinhos e ela a buscariam para irem comprar seu material para Hogwarts. A menina abriu um sorriso entusiasmado, seus olhos brilhando em expectativa, enquanto a tia deixava a sala e ela sentava-se na cadeira que o funcionário lhe indicava.

O tal funcionário, Ernesto Macmillam, era um ex-aluno de Hogwart. Do mesmo ano de Harry, era um lufa-lufano e monitor daquela Casa em seus anos em Hogwarts. O Ministério o escolheu para aquela seção especialmente por sua compreensão do mundo trouxa.

Embora Ernesto se mostrasse simpático, algo no seu modo de agir indicava que não havia nascido para o serviço burocrático, tal era o enfado com que olhava os papéis à sua frente e como executava suas tarefas. Talvez tivesse sido mais um dos que, como milhares de pessoas no mundo, haviam sido enredados no que “dava para fazer” e não no que “se gostaria de fazer”.

Após averiguar o que a menina sabia (e que não era pouco, pôde constatar), ele começou a explicar-lhe a proibição de falar sobre o que era contado sobre o mundo bruxo através do que Rowling escrevia. Isto tinha sido decidido há quase nove anos pelo Tribunal Bruxo**. E decisões do Tribunal Bruxo não eram contestadas (ele afirmou isso de forma que ficasse indelével na mente de Mel). Em seguida pôs-se a explicar o que tinha acontecido após o que o sexto livro de Rowling narrava. Pelo menos, o que estava escrito atualmente nos livros de História da Magia.

- Er... – a menina o interrompeu, a certa altura, remexendo-se na cadeira, incapaz de segurar a curiosidade: - Você foi monitor na Lufa-Lufa, não foi? Do mesmo ano que Harry? – ela sorriu, criando as conhecidas covinhas, enquanto aguardava a resposta.

- Sim, isso mesmo. – Ernesto confirmou, devolvendo o sorriso. Algumas das crianças nascidas trouxas o reconheciam pelo nome. Ficara surpreso quando soubera que havia sido citado também nos livros.

- O primeiro a acusar o Harry de ter petrificado todo mundo, no segundo ano... – a menina continuou inocentemente. – Mas você se desculpou em tempo. Foi muito correto de sua parte.

- Ah... Sim... – ele respondeu, desconfortável. - Mas, vamos continuar, sim?

Mel ouvia tudo calmamente, já que a maioria das coisas que o funcionário lhe contava ela já sabia: ou de tanto perguntar, ou de ter “fuçado” nos livros da casa dos tios.

No entanto, uma informação em particular fez a garota arregalar os olhos. Aquilo não constava nem os livros nem nas informações dadas pelos tios:

-... E assim, descobriu-se que Severus Snape era um espião duplo a serviço da Ordem da Fênix e, que, inclusive, o episódio de Dumbledore fora planejado pelo próprio Diretor, este já à beira da morte. Snape foi liberado de uma pena em Azkaban...

- O QUÊ?!? – Mel levantou-se, as mãos na cintura, a expressão estarrecida e indignada: - E vocês acreditaram nisso? PELO AMOR DE DEUS! Estamos falando de Severus Snape! O MORCEGÃO!

Ernesto suspirou ruidosamente, desanimado. Aquela reação já era esperada. A grande maioria dos nascidos trouxas que passavam por ali respondiam de forma semelhante quando ele chegava nesta parte da história. Ao que tudo indicava Rowling não tinha sido nem um pouco condescendente com o antigo Mestre de Poções.

Foi quando ele olhou para a porta e viu algo que fez seus olhos arregalarem e seu coração saltar do peito como se ainda estivesse em Hogwarts.

- Quem você está chamando de morcego, sua sangue-ruim?

Mel voltou-se para a porta em um sobressalto, parecendo ter levado uma chicotada. Parado na entrada da sala, estava um homem de pele macilenta, nariz adunco e cabelos negros e compridos com vários fios prateados. Ele avançou alguns passos para dentro da sala, na direção de Mel. Mancava ligeiramente, demonstrando ter um velho ferimento no joelho. O movimento fez a capa negra ondular atrás de si.

- Vamos! – ele exigiu em tom cortante, a voz gélida, mas, por incrível que pareça, a fúria contida nela parecia poder explodir tudo a sua volta. – Eu lhe fiz uma pergunta!

- S-senhor Snape... É só uma criança... U-uma criança impressionável... – Ernesto tentou acalmá-lo.

- Eu perguntei para ela! – Snape retrucou secamente, sem sequer desviar o olhar da menina, estreitando os olhos, desafiando-a a repetir o que havia dito.

O coraçãozinho da garota parecia querer saltar do peito, tão amedrontado que estava. Aquele era... Santo Deus... Severus Snape!

Então, um monte de cenas onde ele humilhava Rony, Hermione, Neville e, especialmente Harry passou-lhe pela cabeça. Seu sangue foi esquentando a cada segundo, no mesmo ritmo que deixava a expressão de paralisado pavor por um apertar de olhos e lábios perigosamente furioso:

- Estou chamando VOCÊ de Morcegão! Um apelido muito bem merecido, diga-se de passagem! – a menina voltou a por as mãos na cintura, sustentando o olhar mortal do antigo Mestre de Poções como poucos adultos o fariam.

Ele ficou levemente surpreso com a reação obstinada da garota. Por poucos segundos, é claro. Porque surpresas não são do tipo de coisas capazes de fazer Severus Snape desviar a atenção de seu objetivo. Na opinião dele, aquela garota atrevida merecia uma lição. Ele havia se isolado do resto do mundo (tanto o bruxo quanto o trouxa) e pouco sabia dos livros, além de que não ajudavam em nada em sua reputação. Como se ele precisasse de mais motivos para o odiarem! Mas o que lhe importava isso? Dar “lições” para crianças mimadas era o que tinha feito durante mais tempo em sua vida. E faria isso com prazer com aquela ali em específico.

Parecia estar prestes a azarar a garota quando o aparecimento de outra figura importante na recente História Bruxa fez Ernesto, que assistia a tudo estupefato, respirar aliviado.

- Pelo que estou vendo... – a voz do visitante se fez ouvir. – Ainda gosta de atormentar criancinhas, não é, Snape?

Harry estava na porta, os braços cruzados sobre o peito. Havia sido informado que seu antigo professor o estava procurando.

O Departamento dos Aurores ficava por ali antigamente, mas foi transferido pelas razões óbvias: o grande movimento de crianças nascidas trouxas pelo Ministério (ainda que às escondidas) iria ficar impossível de se administrar se elas se deparassem com Harry Potter nos corredores, agora adulto e Auror. Não que as crianças bruxas não o admirassem também, mas pelo menos não saiam gritando, a plenos pulmões: “Meu Deus, é Harry Potter! Eu li todos os seus livros!”. Assim, como forma de precaução, o departamento fora para outra ala.

No entanto, Snape não sabia disso.

Escutara as vozes alteradas de longe. Fora impossível não reconhecer a voz de Snape, naquele mesmo tom que costumava usar com Harry quando ele o desafiava. Eis que se deparou com ele e a sobrinha de Ana fuzilando-se com o olhar!

- Harry! – Mel exclamou. – Ainda bem que você está aí! Estão me dizendo que esse... – a menina parou subitamente, procurando as palavras: - Que “ele”...

- E é verdade, Mel. – Harry confirmou, ainda que entendendo a indignação da menina, porque ele mesmo, às vezes, não acreditava.

- Mas... Mas... Você não vai fazer nada?

Harry ajoelhou-se para ficar da altura da menina:

- Olhe... Eu não posso te explicar isso, mas tenho bons motivos para confiar... Nele. – levantou os olhos para Snape, a tempo de ver uma expressão de desdém na face no antigo professor. Contendo o impulso de tirar o sorriso sarcástico do rosto do outro, Harry voltou-se para a garota e disse: – Não se preocupe com isso, viu? Agora, acho que é melhor ir lá para baixo. Encontrei seu tio Carlinhos quando cheguei e ele está te esperando.

- Tio? – Snape comentou, o típico ar altivo e debochado surgindo – Os Weasleys estão se reproduzindo mais rápido do que eu esperava...

“Ele está levando isso longe demais!”, Harry pensou, apertando o maxilar e tentando se conter.

Enquanto Harry lançava um olhar furioso para Snape, Ernesto limitava-se a acompanhar a ação dos dois homens, que se comportavam com mais infantilidade que a garota.

Mas foi Mel que reagiu primeiro:

- Os Weasleys são de um tipo de pessoas que você jamais vai ser: o tipo LEAL! E, para a sua informação, eu sou sobrinha de Ana Weasley! – ela levantou o nariz, não se importando com a súbita palidez que tomou conta do rosto de seu adversário.

- Então... – ele disse, finalmente recuperando-se. – Deve ser da família daquele pai dela...

- “Daquele” pai dela?!? – a garota abandonou o ar altivo, substituindo-o pela surpresa. Ele conhecia tia Ana? Ele tinha conhecido os pais dela? E, porque aquele tom? Era evidente para Mel que havia perdido algum detalhe.

- Já chega, Snape. – Harry cortou a discussão.

Surpreendentemente, o Mestre de Poções pareceu concordar com o antigo aluno, porque desviou o olhar para qualquer ponto da parede, os braços cruzados sobre o peito e a mão apoiando o queixo, mantendo uma expressão indiferente.

- Vai, Mel... – Harry voltou a falar com a garota, o tom suavizando-se.

Harry tinha pedido, e um pedido dele era impossível de ser negado por Mel. Finalmente, a garota foi andando cautelosamente até a porta, sem desviar seu olhar desconfiado da figura de Severus Snape.

- Qualquer coisa... É só gritar, tá? – ela dissera após parar subitamente na porta e voltar-se, séria, para o Menino-Que-Sobreviveu, saindo em seguida.

Harry teve que conter o riso. Percebeu que Ernesto também tinha o ar divertido de quem estava prestes a gargalhar. Então o Grande Harry Potter precisava da proteção de uma menininha de onze anos? Merlin, agora ele se sentia bem mais seguro! Mel era uma gracinha mesmo...

Snape os olhou, irritado, e isso foi o suficiente para fazê-los recuperar o autocontrole. Harry pigarreou:

- Desculpe pela confusão, Ernesto.

- Tudo bem, Harry.

- A criança mais irritante que eu já conheci! – Snape resmungou. Então, olhou para Harry demoradamente, como se lembrasse de algo, e acrescentou com um sorriso cínico: - Bem... Talvez a segunda mais irritante.

- Acho que estava me procurando, não é? – Harry franziu o cenho, resolvendo não cair na provocação.

- Sim... Aquele “assunto” seu...

Imediatamente ambos ficaram sérios. O “assunto” *** que trouxera Snape até ali não poderia ser discutido em salas de pessoas alheias ou em corredores.

- Vamos conversar na minha sala. – Harry falou. Então sorriu, para o ex-colega de escola, tentando parecer tranqüilo: - Até mais, Ernesto.

***

Mel estava no Beco Diagonal, caminhando onde milhares de pessoas haviam visitado apenas em sonhos. Mas para Mel a diversão de passar pelas lojas foi um pouco apagada pelo encontro com Snape.

- Não acredito que vocês também concordam com esta loucura toda!

Carlinhos apenas abriu um sorriso amarelo, como a dizer: “Pois é”. Snape havia passado para o lado deles no final da Guerra***, mas deveria haver algo a mais. Algo que só Harry e Ana sabiam. E todos tinham se dado o benefício da dúvida porque, se o Harry, a pessoa que tinha mais motivos para odiar o Snape, tinha acreditado em suas palavras...

- Mel, você tem que ter mais fé nas pessoas. – Ana respondera.

- Fé? Em Snape? Ah, qual é! Tia, está se esquecendo que eu li o livr... – a menina engasgou. – O Enig... – após várias tentativas frustradas, olhou surpresa para a tia: - O que está acontecendo?

- O feitiço do Ministério. Lembra que você recebeu um quando entrou na sala do Ernesto Macmillam?

- Lmebro... Aliás, é muito trabalho, não acha? – a menina questionou. – Por que o Ministério está tão preocupado em esconder? Esconder o mundo mágico dos trouxas é uma coisa, mas...

- Você já imaginou políticos como Fudge ou Scrimgeour tendo suas exatas descrições circulando pelo mundo bruxo através dos livros? – Carlinhos respondeu.

- Isso não iria ser bom para as carreiras deles... – Mel ponderou.

- Isso mesmo. – Ana concordou. - A nossa sorte foi termos tomado as rédeas naquele julgamento, ainda na primeira publicação, quando nada de muito “perigoso” para os poderosos havia sido contado... Do contrário, nem os trouxas leriam as publicações seguintes.

- Quando “você” tomou as rédeas daquele julgamento, não é, amor? – Carlinhos comentou, todo orgulhoso da esposa e parando para dar-lhe um pequeno beijo.

- Nem tanto, querido, tive ajuda, afinal. Inclusive a de um certo... Cavaleiro que luta com dragões...

Os dois voltaram a se olhar de forma alegre e apaixonada, alheios a tudo e fazendo Mel ficar um tanto embaraçada, porque as pessoas já estavam reparando no jeito “abobalhadamente romântico” dos dois. Sorriu e desviou o olhar, divertida. “Talvez o Rony tenha razão sobre o excesso de açúcar destes dois, afinal...”.

- Hei! Ainda tenho uma lista de material para ser comprado, lembram? – ela reclamou, mostrando o pedaço de pergaminho aos adultos.

O casal pareceu “acordar” e sorriu, encabulado. Retomaram seu caminho para as diversas lojas, parando na Floreios e Borrões para comprar os livros da primeira série.

- É a mesma lista de quinze anos atrás. – a menina comentou, antes de entrarem. – A mesma lista que Harry recebeu.

- Mel, acho que é a mesma lista em uns... Cinqüenta anos. – Ana respondera.

- Exceto pelo exemplar de “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, que teve que ser reeditado depois que tio Carlinhos provou que os dragões não são tão indomesticáveis assim... – a menina riu.

- Bem, só alguns... – Carlinhos enrubesceu ao ser lembrado que havia “corrigido” um dos maiores nomes do estudo de animais mágicos, Newt Scamander.

Depois da Floreios (onde a menina se sentiu em casa, no meio de tantos livros), era hora de comprar pergaminhos, tinta e penas. Sim: penas. Mel franziu o nariz enquanto observava o objeto emplumado.

- Tanta magia... E os bruxos ainda escrevem com penas?

Mais uma correria pelas ruas centrais, e pararam em frente a um prédio de aparência muito antiga, e a placa que estava em cima dela tirou o fôlego de Mel:

- “Olivaras”! – ela sentiu um frio na barriga, tamanha era a expectativa.

Eles entraram na loja, sendo recebidos pelo despenteado e estranho senhor Olivaras. Fora um alívio saber que ele tinha voltado do seu cárcere com os Comensais da Morte são e salvo (bem, talvez um pouco mais doido do que a gente o conheceu, mas...). Voldemort queria que ele fizesse uma nova varinha para ele, tão poderosa e adequada quanto a anterior, mas que não tivesse o “probleminha” do “Priori Incantatem” caso tivesse que duelar com Harry, que possuía a varinha-irmã da sua. Felizmente, o Cara-de-Cobra não se contentava com nenhuma, e acabou sendo derrotado antes que Olivaras chegasse a um resultado final.

- Hum... Vamos ver... – Olivaras parou um instante, analisando Mel. – Tente esta. – a menina tentou. – Oh, não! – ele exclamou quando algumas caixas caíram da estante. – Hum... Deixe-me buscar outra...

- Eu já vi esse filme... – Mel sussurrou para a tia. – “Literalmente” já vi este filme... – a menina deu uma risadinha baixinha.

O senhor Olivaras retornou:

- A senhorita disse que é brasileira, com ascendência ameríndia e alemã, estou correto? – ele perguntou, trazendo uma caixinha violeta. Quando Mel confirmou com um aceno de cabeça, estendeu-lhe a varinha: - Tente esta.

Mel a segurou e essa sim, produziu o efeito esperado.

- É esta! – o senhor Olivaras disse, satisfeito. – Ipê, vinte e cinco centímetros, e recheio de crina de pégasus da Floresta Negra. Uma combinação sob medida para você, senhorita Warmlling.

Mas Olivaras não se livrou de Mel por aí. Por que ela começou a perguntar sobre o seu ofício. Como se achavam os materiais adequados para se fazer varinhas? Havia um estudo específico para isso? E as combinações tinham regras pré-estabelecidas, ou o artesão as ia experimentando aleatoriamente...?

- Pretende seguir o ofício, senhorita? – Olivaras perguntara, divertido da curiosidade dela.

- Bem... Não sei... – a menina respondeu, abrindo um sorriso travesso: - Mas a gente tem que explorar as possibilidades, não é?

Quando finalmente conseguiram tirar Mel lá de dentro, ela exibia toda orgulhosa sua varinha para os tios, sacudindo-a para lá e para cá, como se fosse fazer um feitiço.

- Querida, guarde-a. – Ana orientou-a. - Lembre-se que só pode fazer magia dentro de Hogwarts.

Uma passada rápida na Madame Malkin para encomendar as vestes de Mel (devidamente etiquetadas com o nome da menina, conforme instruía a lista de materiais), e eles voltaram para a casa de Ana e Carlinhos carregados de coisas.

Na semana seguinte, Ana levara a sobrinha com ela para o Ministério. Só iria fazer trabalho burocrático naqueles dias mesmo. No entanto, seus planos foram frustrados porque, um dia, em um segundo de distração sua, a menina sumira de dentro de sua sala. Harry e Rony a encontraram prestes a burlar a segurança do Departamento de Mistérios e entrar naquela sala.

Após meia hora ouvindo sermões, não só de Ana, mas de Harry, Rony e Tonks, a menina já estava totalmente arrependida do que tinha feito, e jurando que iria se comportar.

- A palavra “Mistério” foi demais para sua mente bisbilhoteira, não é? – Tonks gracejara, depois que os ânimos se acalmaram, fazendo todos rirem.

Um pouco antes do final do expediente, Tonks juntou suas coisas (derrubando uns dois ou três objetos no processo) e disse para Ana que teria que sair mais cedo para comprar os materiais de Hector.

- Ah, essa semana está sendo tão cheia! Mal dá tempo para respirar!

- Se eu soubesse, teríamos levado Hector conosco. Fomos comprar o material da Mel semana passada.

- Você é um amor, mas Hector estava com mamãe semana passada. E ele vai voltar para lá amanhã – adora a avó. De qualquer forma, eu não delegaria uma tarefa tão extenuante, como acompanhar o meu “pestinha”, para outra vítima... Digo, pessoa. – brincou.

- Há! Por acaso não teve uma amostra de como Mel é? Semana que vem ela vai com Carlinhos para a reserva em Gales. – Ana fez uma careta cômica: – Espero que não tenha nenhuma “idéia” perigosa, como contar as escamas da cauda de um dragão...

***

Mel não havia contado escamas de dragão. Mas tinha resolvido que poderia ajudar o pessoal da reserva com os dragõezinhos órfãos (sem que o tio soubesse, é claro). Depois de quase se queimar dando whisky de fogo para um verde-gaulês, Ana e Carlinhos tinham decidido aceitar a oferta de Molly Weasley de cuidar da menina enquanto trabalhavam.

Pelo menos, achavam que lá não poderia haver nada perigoso. A menos que Mel comprasse briga com os gnomos de jardim – quem sabe, usando uma lupa para vê-los melhor.

A menina havia estado na casa dos Weasleys nas semanas anteriores, mas todas as vezes era uma festa para ela. Na primeira vez, é claro, quase tinha chorado: estava conhecendo A Toca! Se o feitiço do Ministério já não estivesse lançado, Mel desandaria a falar sobre o que os livros contavam. E ela os sabia de cor: na Câmara Secreta, aconteceu isso... No Cálice de Fogo, aquilo...

Naquele dia, Molly iria cuidar de três crianças: Chantal, a filha de Gui e Fleur, Mel, e o pequeno Sirius. O bebê passava de colo em colo, recebendo mimos dos adultos presentes.

- Bon jour, mon petit! – Fleur dizia, enquanto dava beijos estalados no ruivinho fazendo-o rir.

- Ui, que cosa mais fofa da tia, meu deus do ceusi! Tifoi, meu lindo? Tifoi? – Ana dizia em português, tentando “conversar”, e sorrindo abobalhadamente para o bebê.

- Hermione, seu filho está sendo mimado em três línguas, o que acha disso? – Gui provocou.

- Eu acho isso muito instrutivo. – Hermione respondeu, divertindo-se com a brincadeira, mas naquele seu jeito “Hermione Granger”.

- Hã... Se é que dá para considerar o que a tia Ana falou como sendo português... O que seria... “Tifoi”? – Mel riu, provocando a tia.

Ana limitou-se a fingir desdém e acompanhou a sobrinha na risada.

Algum tempo depois, os adultos saíram para os respectivos trabalhos. A senhora Weasley pôs Sirius em uma espécie de chiqueirinho e, vendo que as crianças estavam bem na sala, foi para a cozinha. De lá poderia ouvi-las brincar.

Enquanto Chantal foi buscar um jogo para ela e Mel brincarem, a brasileira olhou ao redor, um calorzinho de felicidade a atingindo mais uma vez: “A Toca!”. Alegre, voltou-se para o bebê no chiqueirinho - que já estava se segurando redinhas para ficar de pé:

- Então... O que os bruxos fazem para se divertir?

O ruivinho a fitou com aqueles olhinhos espertos e começou a fazer um monte de barulhinhos com a boca, mas era evidente que o objetivo era fazer bolhas de saliva e não pronunciar palavras.

- Ah... – Mel fez uma expressão de entendimento: - Brincam com o próprio cuspe... Parece promissor!

***

Ana e Carlinhos moravam em uma daquelas casas verticais inglesas. Com “vertical” quer-se dizer aqueles imóveis estreitos, em prédios colados uns aos outros, onde os cômodos se sobrepunham em vários andares. Os estrangeiros não sabiam se chamavam aquilo de casa ou de apartamento. Na realidade, era até difícil de imaginar-se morando naqueles lugares que, ao invés de “esparramarem-se” pelos lados, erguiam-se em escadas e terraços.

Mel, é claro, tinha a sua própria opinião:

- Vou sentir falta daqui. É como naquele filme, “Um Lugar Chamado Notting Hill”. Só que o tio Carlinhos é mais bonito que o Hugh Grant!

Ana não pôde conter o riso diante do comentário.

- Duvido que vá sentir falta: afinal, vai para Hogwarts!

Ainda rindo, Ana fez um movimento de varinha em direção ao baú que Mel levaria para Hogwarts, e ele flutuou, descendo as escadas atrás da menina.

Alguma coisa chamou a atenção de Mel, que foi correndo até a pequena janela, afastando as cortinas para observar o homem baixinho e de cavanhaque que passava pela calçada:

- Eu acho este homem muito suspeito. Venho observando este vizinho há dias. – Mel comentou séria. – Acho que ele esconde alguma coisa... – a menina estava convencida de sua própria sagacidade.

- Tem razão. Ele esconde. – Ana disse, simplesmente, olhando ao redor para certificar-se que não tinham esquecido nada.

- Eu sabia! – a menina exclamou, triunfante. – Ele é um bruxo!

- Não. Ele é imigrante ilegal.

- Ah... – Mel “murchou”.

- Mas o dono da livraria aí em frente é. – Ana acrescentou, divertida.

A menina arregalou os olhos: do velhinho da livraria ela nunca tinha desconfiado... Se bem que agora entendia como os livros “apareciam” tão rapidamente nas mãos dele.

O som de uma buzina foi ouvido.

- Deve ser o papai. – Carlinhos desceu as escadas carregando as malas de Mel.

O senhor Weasley estava lá fora, com o Ford Anglia azul-turquesa.

- Achei que iria gostar de ir até King´s Cross com certo estilo... “harrypotteriano”. – Ana falou para a sobrinha.

- Tia, você é o máximo! – a menina correu para ela e a abraçou.

- Olá, Mel! Belo baú você tem aí!

- Bom dia, senhor Weasley! Obrigada. Tio Carlinhos comprou para mim ainda no Brasil, na “Mandingas e Quebrantos”. É enfeitiçado para se ampliar e....

- Shiiiiii! – Ana a repreendeu por estar falando aquilo assim, em voz alta, no meio da rua.

Finalmente, a viagem para a Estação King´s Cross começou. É claro que eles voaram, invisíveis. Mel estava esperando por isso ansiosa! Ela olhava para tudo, lá de cima, divertida em imaginar que seu pai, um engenheiro, ficaria horrorizado com aquilo tudo, certamente enumerando quantas leis da Física eles estavam quebrando bem ali, naquele Ford Anglia voador.

- Será uma longa viagem de trem até Hogwarts, Mel. – Carlinhos comentou.

- E quem se importa? – a menina sorriu amplamente, toda animada.

- Eu acho que é a experiência da vida dela, amor.

- Como assim?

Mel começou a falar em voz alta, para ninguém em específico. Era duvidoso que sequer houvesse escutado a pergunta do tio. Apenas estava deixando seus pensamentos empolgados serem verbalizados, enquanto fitava a paisagem pela janela do carro:

- A Plataforma 9 e ¾! Temos que procura-la entre as plataformas 9 e 10. – ela gesticulava e se mexia tanto no banco do carro que acabava usando o dobro do espaço que uma criança do tamanho dela usaria. – Aí, eu vou ter que... Atravessa-la! Isso não é o máximo? – então ficou séria, mas não menos excitada: - Tenho que ir direto para ela, sem medo e sem hesitar... É, isso mesmo. – em seguida voltou a sorrir amplamente: - Daí a gente vai dar de cara com o Expresso de Hogwarts, um trem preto e vermelho! É o número 5972. Eu vou entrar nele! Sentar em uma cabine e... Merlin! Isso é fantástico! Será que a mulher que vende doces ainda está lá? Ai, eu vou querer uns sapos de chocolate! – acrescentou, batendo palmas: - Espero que o meu pule!

- Entendeu agora? – Ana disse sorrindo para o marido que, como o senhor Weasley, estava admirado com os detalhes que a menina sabia. Estavam mais admirados ainda com a excitação que algo tão “simples” estava causando.

Uma vez em King´s Cross, eles correram até as plataformas. Para variar, estavam atrasados. Eram quinze para as onze. Mel estacou em determinado momento, fazendo os adultos pararem também, esperando uma explicação para o atraso da menina.

- Sabe... – ela começou, intrigada. – Não fica sempre cheio de turistas por aqui, tirando fotos, só para mostrar para os amigos que estiveram perto da “imaginária” plataforma 9 e ¾?

Os adultos respiraram aliviados ao notar que era só isso, e retomaram a marcha para as plataformas de embarque.

- O Ministério cuida para que, pelo menos nos dias de ida e volta dos alunos o caminho esteja “livre”. – o senhor Weasley explicou, enquanto Ana puxava a menina.

Finalmente, estavam entre as plataformas 9 e 10. Diante deles, uma enorme pilastra.

“Uma sólida pilastra de tijolos”, pensou Mel.

- Vamos, querida. É só...

- Eu sei, tia, eu sei!

“O Harry tinha o Rony, pelo menos”, ela pensou. Depois de verificar que nenhum trouxa estava prestando atenção, fechou os olhos fortemente e, respirando fundo, começou a correr: “Sem ter medo, sem ter medo...”.

No sétimo ou oitavo passo, ela estacou. Muito bem, até ali não tinha se chocado com nada. Abriu os olhos lentamente e... Era a plataforma bruxa! Boquiaberta, viu a Plataforma 9 e ¾, com sua plaquetinha de madeira. O Expresso de Hogwarts estava à sua esquerda, e uma grande movimentação de crianças e adolescentes se despedindo dos pais. Alunos de Hogwarts.

Instantes depois, os adultos estavam ao lado dela. Mel, sem desgrudar os olhos do trem, murmurou:

- Tia, juro que estou escutando aquela música... Você sabe... Aquela musiquinha...

Ana se abaixou e cantarolou baixinho no ouvido da sobrinha, compartilhando da mesma sensação:

- Tanan – Nanan - Narãn- Naranan – Nananaaaaaaaan! –

Era um dos acordes mais famosos do mundo. A música de abertura dos filmes de Harry Potter.

- Essa mesma! – a menina soltou um suspiro maravilhado, sorrindo nervosamente para a tia: – Isso tudo está acontecendo mesmo, não é? Eu vou mesmo para Hogwarts!

- Sim, vai sim, minha querida. – Ana disse suavemente, tocando-lhe os ombros. - E você vai dar conta de tudo, vai ver! É muito esperta, tenho certeza que vão ser tempos maravilhosos para você.

- As pessoas vão gostar de mim? – a garota perguntou inocentemente, a voz cheia de expectativa.

É incrível como as crianças dizem as coisas sem barreiras, sem a necessidade que nós, os adultos, temos de proteger nossos sentimentos dos outros. Sem o medo que nós temos de que nossas palavras revelem as fragilidades que possuímos.

E Mel fizera aquela pergunta exatamente com essa sinceridade infantil.

- As pessoas já gostam de você, docinho.

Mel abraçou a tia, contente.

O trem começou a apitar, e o funcionário anunciou que o trem iria partir. As coisas dela já haviam sido colocadas dentro do trem, de forma que tinha que se apressar. Mel se despediu rapidamente do senhor Weasley, e abraçou novamente Ana. Carlinhos também a abraçou, recomendando:

- Cuide-se, pimentinha. E não se meta em confusões.

O trem já estava em movimento quando Carlinhos gritou, preocupado:

- E fique longe dos sonserinos!

Alguns bruxos e bruxas olharam o ruivo, indignados. Pela aparência pomposa deles, deviam ter sido da Casa de Slytherin. Mel observava tudo da porta do trem que se afastava, achando tudo muito engraçado tampando a boca com a mão para esconder as risadinhas que sacudiam o pequenino corpo.

- O que foi? – Carlinhos voltou-se para o pai, que lhe dirigia uma expressão de reprovação. – Era o que o senhor nos recomendava...

- Não “exatamente” assim, não é? – o senhor Weasley respondeu. Voltando-se para a nora, sorriu: - Preciso voltar querida. Nos vemos no domingo.

- Até lá, Arthur. Mais uma vez, obrigada por ter vindo.

O casal ainda ficou algum tempo acenando para Mel. Quando já não conseguiam mais ver a menina, Ana soltou um longo suspirou:

- É... Enfim, sós...

- Hum-Hum - Carlinhos concordou. – Mas, só tenho uma pergunta.

- Qual?

- Quem é Hugh Grant?

***

Mel resolveu ir logo procurar uma cabine. Pelo que se lembrava, a viagem durava umas sete horas!

As cabines do Expresso de Hogwarts... Elas sempre guardaram surpresas para Harry. Seja o próximo professor de Defesa Contra As Artes das Trevas, que se revela um lobisomem; seja achar os seus melhores amigos...

- Hogwarts, aí vou eu! – murmurou, sentindo um misto de excitação e medo espalhando-se pela barriga.

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Notas
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* Ver “Animais Fantásticos e Onde Habitam”. No capítulo “O que é um animal?”, Newt Scamander comenta que: “(...) Embora exista uma Seção de Ligação com os centauros na Divisão de Feras do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, nenhum centauro jamais a usou. De fato, “ser designado para a Seção de Centauros”, tornou-se uma piada no Departamento, e significa que a pessoa em questão em breve será demitida”. (Nota de Rodapé, p. 13).

** Ver Harry Potter e o Segredo de Sonserina, Capítulo 12.

*** Ver Harry Potter e o Retorno das Trevas, de Sally Owens, na Floreios e Borrões.


***

(N/A): Eu sei, eu sei! Vocês agüentaram toda a minha enrolação neste capítulo para eu parar justo na parte que iria ficar interessante, né? Belzinha entende vocês, podem acreditar (ops! Estou falando de mim mesma na terceira pessoa. Será o “Efeito Dobby”?).

Mas, gente, era necessário isso para explicar várias coisas do mundo mágico pós-guerra, especialmente a questão dos livros, dos nascidos trouxas, do Morc... Ops, do Snape.

São apenas “flashes” dos primeiros dias de Mel, que ajudaram na compreensão do que está acontecendo atualmente entre os bruxos.

Prometo que o próximo capítulo não será tão “sofrido” para se ler. As emoções e os mistérios estão chegando, aguardem! Por favor, não me atirem pedras!

Vamos aos comentários pessoais (eu amo ler e responder eles!):

Sally: Sim, a primeira a comentar! E comentário internacional, que chique! (Hehe!) Sibéria? Faz sentido o seu comentário, mas vamos imaginar os dois lá, aquela neve toda... Derretendo, por causa do... Er... Calor anormal! (Hahahahaha!) Então, antes de ser acusada de provocar um desastre ambiental, eu resolvi manda-los para um lugar que JÁ É quente. Assim, ninguém notaria a diferença. (Hahahaha!) Bem, vamos à Mel. Sim, ela é uma menina curiosa, inteligente e segura de si. Mas um tanto solitária... Acho que vai adorar o próximo capítulo porque isso vai ficar evidente. O Lipe... Quando eu escrevi o capítulo, o tempo todo a preocupação com o que o garoto sentiria ficou rondando a minha mente... E saiu o que você leu. Confesso que também senti as lágrimas querendo descer quando escrevi a cena em que a Mel disse que iria precisar de alguém para ajudá-la a segurar a barra... (escritora “manteiga-derretida”, é o que eu sou).

Bruninha: Se eu fosse você fazia um seguro de tudo que seja quebrável aí na sua casa, então (seguro anti-Tonks, o que acha?). Que bom que gostou do capítulo. Ah, isso que você perguntou eu não posso dizer... Coisas para o futuro!

Trinity: “Máximo da felicidade conjugal”, amei isso! Sim, a Ana só poderia acordar levitando mesmo. Se bem que uma outra leitora, a Regina McGonnagal, lá do Grimmauld Place comentou comigo: “Colchão levitando? Esse Carlinhos é criativo, mesmo!”. (Hhahahaha!) Agora ficou a dúvida: qual seria o motivo do “colchão levitante”? (Hheheheh!) Claro, a Mel ia para Hogwarts. Mas confesso que, quando criei o “Centro de Excelência em Estudos e Pesquisas Mágicas do Rio Negro”, me deu a maior vontade de escrever algo sobre ele. O lugar ficou tão vivo na minha mente, entende? Ai, aqui estou eu fazendo uma “carta” de novo... Beijos, e obrigada por postar!

Kika: Kikinha, pode deixar que vou dar o recado para os gêmeos. Ah! Outra apaixonada pelo Lipe! Meninas, não posso contar estas coisas para vocês! Ai, ai, ai! De novo: o presente que o Carlinhos deu para Ana... Bem, o que eu queria? Que passasse despercebido? Pense no “Olho Que Tudo Vê” como no espelho que o Sirius deu para o Harry no livro 5. Beijos!

Charlotte Ravenclaw: Puxa! Obrigada pelo comentário. *Ficando vermelha*. Que bom que gostou do Segredo de Sonserina. Eu também estou acompanhando a sua fic. Estou gostando especialmente do Pirraça nela!

Carolshimi: *Sem palavras*. Muuuuuuuuito obrigada!

Morgana: Está mais do que desculpada. Aliás, nem tinha do quê pedir desculpas. Também passei por uma semana bem difícil... Oh, Merlin! Gente, eu não posso falar do presente da Ana! *que leitoras mais antenadas, nossa, tenho que tomar cuidado* Todo mundo se identificou com o Lipe, né? A gente se põe no lugar dele, ali, sabendo que tudo é real, mas tendo que observar de fora... Snif! *acorda à tempo*: Mas eu-não-conto o que vai acontecer! (Hheheheh!) Ah, calma, em breve a Mel vai chegar em Hogwarts!

Aisha: Olha, originalmente o Moody iria aparatar sim. Mas eu tirei ele da cena porque iria ser mais confusão do que esta autora poderia controlar. Heheheh! Mas não se preocupe que ainda restaram muitos natais, ano-novo, aniversários... Enfim, bastante ocasiões familiares para o Moody aparecer e nos divertir com as reações da família da Ana! Maçon? Eu? Não! Sou só uma pessoa normal, que lê demais e é ligada em filmes do tipo “Nacional Treasure” e coisas do tipo... “Código Da Vincci”, “O Rei de Ferro”, e outros mais místicos como “As Brumas de Avalon”.

Tícia. Aaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Que maravilha! Você apareceu! *dando pulinhos na cadeira!* Menina, que saudade! Muito obrigada por acompanhar a fic! Nossa! Que legal! Realmente, você é uma das pessoas que a mais tempo vem acompanhando as fics! Aliás, lembro de ter pensado no que você acharia quando eu estava escrevendo o capítulo “O Enigma Chamado Quiron”, lá no Segredo de Sonserina. Que bom que apareceu! Beijos!

Carolzinha: Sim, lua de mel com o Carlinhos... Ai, ai... Mas, como a amiga da Ana diz, “ela pegou o último biscoitinho do pacote”! (Heheheh!) É, eu tive vários retornos ao Pedra Filosofal. Adoro todos os seis livros já lançados, mas este e o Câmara Secreta tem uma magia... De quem ainda está descobrindo a magia, então... São especiais né? Oba! Outra que gostou do Lipe!

Bernardo: Seus elogios são muito importantes para mim. Ah, é. Eu vi quando o site não abria de jeito nenhum! Coisa doida! E vi o seu capítulo! Ficou maravilhoso! (como sempre né?).

Grazy DSM: Ficar brava com você? Magina! Adoro ler seus comentários! Esse capítulo me deu uma canseira, e foi um parto para sair, mas... Olha ele aqui.

Vittorio: Puxa, fico feliz em saber que gostou do Segredo de Sonserina. As fics são como filhos da gente, sabe? E já viu mãe e pai quando os outros param para elogiar os nossos pimpolhos. Ah, eu também fico super-ansiosa, querendo saber o que vai acontecer em seguida nas fics que eu leio... Isso é de deixar a gente maluco, né? Brigadão!


Bem, pessoal... Já me alonguei demais. Obrigada pelos comentários, obrigada por quem está lendo... Enfim! Amo vocês, e não sabem o quanto me fazem felizes!

Beijos! Até o 5!

PS: Duvido que as pessoas gostassem de assistir a programas como o “Big Brother” se tivessem lido “1984”, de George Orwell, que foi de onde o nome do programa foi inspirado. Recomendo a leitura...

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