Aquele do bracelete



Já era tarde da noite. Nenhum convidado estava lá. Para Molly, um alívio. Para o mais novo casal Weasley, uma diversão. Para três amigos, o início de uma longa jornada. O início da perseguição ao mais terrível de todos os feitiços: as Horcruxes.
E lá mesmo, na calada da noite, escondidos pelo escuro do gramado, eram as últimas vozes que se podiam ouvir.
H: -É... Parece que é nossa última noite...Tranqüilos.
He: -Ah Harry...
R: -Cara...Você agüentou bem até agora né? Então, vai continuar agüentando... Porque desde o Torneio Tribruxo que não tem mais um segundo de sossego...
He: -RONALD! Isso não é jeito! Você não entende mesmo! Nós, aqui, fazendo de tudo pra encarar a realidade, precisando de um ombro amigo, e você, aí, só pra acabar com a nossa...
H: (interrompendo) –Mione... Rony tá certo. Desde o dia que aquele crápula do Bartô Jr...
He: -Não fala! Não consigo nem lembrar!
R: -Ahhhhh, não né? Eu sei muito bem como você aproveitou aquele torneio. Não gostou dos amassos que deu no Krum...Hermio-ni-ni?
He: - Ronald Weasley...O que você falou... Não... Olha aqui, o Vítor não tem nada a ver com essa história!
R: -Ai...Agora o Vitor não tem nada a ver?
He: -Você não sabe de nada! O que você pode falar? Não ficou dando uns amassos na Lilá só pra não ser mais o último que não tinha beijado?
R: -Claro! Quando alguém gosta MESMO de você, normalmente você aproveita... Ainda mais se essa garota for tão perfeita quanto a Lilá...
H: -CHEGA! VOCÊS DOIS NÃO CANSAM! É BRIGA, BRIGA, BRIGA O TEMPO TODO!
E logo os últimos dois clarões verdes sumiram na noite. Era Harry voltando para a casa. O que mais queria agora era uma boa noite de sono. Não suportava mais ouvir as discussões de Rony e Hermione. Apesar de no fundo saber que os dois se gostavam, não conseguia imaginar como um dia poderiam ficar juntos.
Já quente e aconchegado em sua cama, ouviu uma voz doce chamando por ele. Era uma voz calma, que lembrava alguém... Lembrava segurança.
H: -E...E...Eu?
Mais uma vez a segura voz chamou por ele. Com sono, já quase não distinguia o que era sonho, o que era real.
H: -Mãe... É você?
E a voz continuou chamando. Harry não perdeu tempo. Levantou-se da cama e foi ao encontro da voz. Andou pela casa, subiu até o último andar, no quarto mais abandonado, e viu. Viu a figura mais bonita de toda a sua vida. Envolta de luz, era uma garota, uma garota de sonhadores olhos verdes e cabelos lisos e castanhos-escuros. Pele branca e delicada, bocas salientes e avermelhadas. Toda envolta de um vestido longo e negro, deixando, com o decote, seus delicados e bonitos seios parcialmente à vista. Hipnotizado, o garoto tentou, sem, sucesso, tocá-la várias vezes. E toda vez que tentava nada conseguia. Tentou uma última vez, mas, nessa, algo aconteceu. A bela garota desaparecera, e em seu lugar, um bracelete caíra no chão. Um bracelete cravado de diamantes, em forma de serpente.
H: -Preciso pegá-lo. Preciso pegá-lo...
E seu braço foi se aproximando lentamente do objeto. E cada vez mais suas mãos estavam próximas. Estava tão perto... Queria tanto aquele bracelete...
He: -Harry! Harry acorda! Você passou mal! Está suando! Ardendo em febre!
E viu o que acontecera com ele. Estava deitado em sua cama, mas com seu braço ainda esticado, como se estivesse tentando agarrar alguma coisa...E sua cicatriz doía muito.
H: -Eu...Eu pensei que...
He: -Harry, não esconda nada de nós! Só eu e o Ron estamos aqui... Sabemos que você não é assim tão bom de Oclumência... Quero dizer, você teve um sonho, não teve.
H: -Eu...Eu...Você e o Ron fizeram as pazes? –incapaz de contar o seu sonho.
He: Não! Quer dizer, sim, fizemos, mas, quer dizer, isso não interessa agora. O que interessa é você. Como você está? Com o que sonhou?
H: -Eu...Sonhei com vocês dois... Brigando... –mentindo porque não podia contar sobre a garota. –Por isso eu perguntei...
R: -Ah, cara, isso é passado! Eu e a Mione estamos na boa, né Mion?
He: -Claro Ron! Discutimos ontem, sim, mas agora já nos entendemos, né? –e apóia o braço nos ombros de Rony, que estremece.
H: -Que bom... Agora, será que vocês podiam me arranjar um balde de água fria? Estou muito quente...
Mal falara, a esperta Hermione já conjurara um balde cheio da mais milagrosa água.
R: -Como você faz isso? Agente não aprende isso na escola!
H: -Ai Ronald é muito fácil. É só você realizar um fluxo de água corrente grande, e um astro quente no setentrional iluminando esse leito, então você faz os cálculos de qual é a quantidade de água que você precisa para curar cada centímetro do corpo machucado, então você extrai o múltiplo da raiz nona da terceira potência do dobro dos centímetros, adiciona trinta e sete, e então é só você conjurar um balde ao mesmo tempo, e recitar AMAZILODICCHI.
R: -Fácil...
He: -Realmente, esse feitiço não requer nenhuma prática... –Disse sorrindo.
R: -Só me explica uma coisa... Essa raiz do dobro das quantas aí é dos trouxas, não é?
He: -Certamente.
R: -Então...Porque está no meio do mundo bruxo?
He: -É porque foi um bruxo nascido trouxa que inventou.
R: -Ah... E você pode me dizer COMO você consegue assim ser tão boa e rápida na magia e nas coisas trouxas, aí?
He: -Ai Rony...Você ainda tem que aprender muito! Nas férias normalmente eu faço um curso trouxa também. E reviso várias vezes em Hogwarts. Meus pais querem, sabe.
H: -Bom...Eu acho melhor eu não saber como conjura um balde de água... Preciso mais é descobrir como destruir as Horcruxes. Agora eu só quero dormir. Boa noite.
Os dois, depois de um silêncio, se despediram de Harry e dormiram. O resto da noite o moreno não sonhou com mais nada.

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