Aquela da polícia trouxa



E mais uma noite passava. Para Harry, foi uma noite mal dormida. Só tentando refletir sobre aquela carta. Uma luz... Uma luz que não pode se apagar... O que significava aquilo?
Horas e horas pensando na tranqüilidade do sótão dos Dursleys, mas não conseguia se concentrar. Tentava, tentava e nada. O motivo era que seu primo Duda, ainda mais feioso e gordo, resolvera se envolver com drogas. O pânico era o clima naquela casa.
De duas em duas horas, a Scotland Yard visitava a Rua dos Alfeneiros nº 4, para contar à família as peripécias de seu “pequeno”.
SY: -Senhora Dursley, sinto em dizer que seu filho está se metendo em mais uma confusão.
P: -Olha aqui Senhor... Policial! O meu filho sempre foi e ainda é um santo! Ele não é louco de sair por aí vendendo essas porcarias...
SY: -O fato é que ele foi visto socando uma garota de programa que possivelmente ele contratara...
P: -GAROTA DE PROGRAMA?! MEU DUDA?
SY: -como eu ia dizendo... Seu filho socou a garota porque ela não usava cocaína, depois pegou pedras do parque e começou a quebrar as janelas das mansões, dizendo que rico é podre e que não merece estar no mundo dos “normais”, pichou as árvores, pegou uma chave-inglesa, começou a matar os patos, só porque um fizera... Bem... Fezes em cima dele, deu uma risada alta, quebrou os postes de luz com socos, roubou uma loja de doces, e ainda por cima jogou toda a roupa fora e saiu correndo pela rua do parque nu dizendo que a nova moda é ser gordo e que ele era o garoto mais desejado do momento, e também tinha cem dólares na mão, e que pagaria isso para a primeira garota que o beijasse.
Isso era demais para Petúnia. Ela se recusava a acreditar. Seu bebe... Seu lindinho (se é que alguém, até mesmo a mãe dele, podia chamar aquela pessoa de lindinho), metido com drogas? Garotas de programa? E agora ele nem dormia mais em casa. Chorando, pediu para que o guarda se retirasse, e fosse procurar seu filho longe dela.
E, mesmo depois de madrugada, silenciosamente, o clima da casa continuava tão ruim que Harry não conseguia se concentrar. E para piorar, era a última noite dele naquela casa...
Estava indo para o casamento de Fleaur e Gui... Seu último dia de alegria...
Pensou como estariam agora seus amigos. Com certeza em melhor situação que ele.
Mero engano.


Muito longe dali, em uma pequena mais confortável casinha, a mesma lua brilhava para Rony e Hermione. A mesma noite caia, e no mesmo mal estar.
Ela, que ficou muito chateada com o amigo naquele dia, nem dormia de decepção. O que ela fizera para Ron? Porque ele a tratava assim?
Uns dois quartos à direita, um garoto ruivo olhava fixo para o teto. Contava os riscos frizados. Olhando ainda mais, os riscos formavam o cheio cabelo de Hermione. Tentou desviar o olhar, mas tudo o que olhava tinha o rosto da garota. Fechou os olhos, mas ela aparecia em seus sonhos. Não podia ser assim. Não agüentava mais esperar. Ele a amava. Amava mais que tudo no mundo. Mais do que alguém podia amar.
Levantou-se e pegou sua varinha. Conjurou uma foto. Dela. E ficou horas a olhá-la.

A manhã raiava. E a matriarca da família Weasley se apressou a acordar todos. Gina, Fleaur, Gui, Fred e Jorge, Percy e Arthur (mas estes acordaram para ir ao Ministério mais cedo), Carlinhos, que chegara há alguns dias, e Hermione já estavam de pé. Mas, uma pessoa ainda dormia. Ou pelo menos fingia que dormia. Molly bateu dez vezes na porta de Rony. Mas nada de ser aberta.
M: -Merlin! Preciso fazer os preparativos! E essa criança não acorda!
He: -Sra. Weasley, pode deixar que eu acordo o Ronald.
M: -Ai, obrigada querida.
E todos foram tomar café-da-manhã na cozinha. Menos ela.
Sem fazer o menor barulho, Mione se encaminhou para o quarto do ruivo e, com a varinha, recitou baixinho:
He: -Alorromora.
Deparou-se com uma cena inédita. Ron estava debruçado na janela, admirando o horizonte. Com um olhar perdido, um olhar apaixonado.
R: -Gina, por favor, me deixa aqui. Sozinho.
Hermione ficou imóvel. Devia se passar por Gina? Resolveu que era melhor fingir. Fazendo uma incrível imitação, disse:
He: -Ronald... O que aconteceu? Por que você está olhando assim tão... Perdidamente... Para lá?
R: -Por favor, Gina, me deixa.
He: -Me conta... Por favor!
R: -Gina... Eu estou passando por um problema...
He: -Que problema? Eu posso te ajudar...
R: -Não Gina. O problema sou eu. Ou melhor,... Esquece. Me deixa por favor.
He: -Está apaixonado, é?
R: -Já pedi pra você me deixar. Diga pra mamãe que eu desço em cinco minutos.
He: -Tá...
E fecha a porta. Por que ele estava daquele jeito? Por que nem olhou pra trás pra falar com ela? E qual era o problema?
Confusa, quase tropeçou no assoalho. Desceu as escadas, e foi juntar-se aos outros.
G: -E aí, Mione, o que aconteceu com o gorila do meu irmão?
M: -Giiiiina...
Molly lançou um olhar para a filha. Na hora, a mais nova da família já se desculpava.
G: -Ai, desculpa mãe. Mione, eu vou falar tudo de novo. O que há com o meu irmão?
H: -Ele... Ele já vem. Pediu cinco minutos.
Reparou que a Toca já estava decorada para o casamento do dia seguinte.
E sentou com os outros. Já se esquecera do ocorrido comendo a deliciosa refeição de Molly. Isso antes de um Rony todo tristonho e inchado entrar na cozinha.
M: -Bom dia filho.
Rony resmungou algo em resposta e comeu. Logo, subiu para o quarto novamente.
E assim passou o resto do dia.
A rotina só mudou quando um barulho horrível interrompeu a mudez. Um par de olhos muito verdes surgiu em meio a fumaça.
Era Harry aparatando.

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