Sozinha
Toda a sala comunal estava em choque, a doce Corine após se agarrar com Remo e ser dispensada, expressara em seu rosto uma expressão jamais vista mesmo pelos amigos, era uma expressão de asco, nojo, desprezo, repugnância, ela estava tão diferente do normal...
Tina estava impassível, era impossível dizer o que ela estava sentindo naquele momento, tristeza? Traição? Compreensão? Alívio? Raiva? Seu rosto estava indecifrável...
Uma veia na testa de Sirius palpitava, como ela e Remo podiam fazer isso com ele?
-Sirius...Sussurrou a tão conhecida voz de Thiago ao pé de seu ouvido.
-O que foi?! Perguntou ele com raiva na voz.
-Olha...Respondeu Thiago temeroso, apontando para Tina que, com ódio estampado no rosto, chorava, se as lágrimas eram de tristeza ou fúria, não dava para dizer, mas ela chorava.
-Tina, tudo, tudo bem com você? Sirius se deu conta do que estava fazendo com a mulher da sua vida, era ridículo!
-Não! Não está tudo bem! Eu falei que se você quisesse podia ficar com ela, mas você me escolheu! Para quê?! Para morrer de ciúmes?! Para me machucar imensamente?! Se for isso, parabéns, você conseguiu! Dito isso virou as costas e saiu do aposento.
Corine abriu os olhos.
=Droga, não morri.=
Olhou melhor, estava na enfermaria.
=Cadê os meus amigos?=
A enfermaria estava vazia.
=A quem eu quero enganar? Eles não vão vir...Nós brigamos...Eu não tenho amigos=
As lágrimas escorreram sem o menor pudor pelo seu rosto, se ela estava sozinha a culpa era sua...
-Finalmente...Estou sozinha no mundo...
-Hey, e eu, não conto?
Uma voz divertida indagou ao seu lado. Ela virou o rosto.
-Lucius?
-Eh! Eu mesmo! Achou que eu ia ver você caída no chão e te largar por lá mesmo que tava muito bom?
Ela pulou no seu pescoço e chorou, chorou muito, até não poder mais.
-Você quer me contar o que houve? Perguntou ele com uma voz muito doce.
-E-ele me deu um fora, o Sirius...
-Você se declarou?
-Sim, mas tem mais.
-Desculpe, prossiga.
-Aí eu decidi desistir dele, tudo estava indo bem, eu só me afastei um pouco deles para refletir, me acalmar, por as idéias em ordem. Até que eu recebi uma carta do meu pai dizendo que ia me matar, você, que faz parte deles (os Comensais da Morte), sabia disso?
-Sinto muito Corine, mas se eu sabia ou não é confidencial.
-Entendo, é bom nós podermos ficar juntos não importando de que lado estamos.
-Sim, é muito bom. Disse ele com uma espécie de melancolia no olhar, uma melancolia que ela só tinha visto nos olhos de seu pai, seu querido pai,...Na época que ele ainda a chamava de “ma petit bombom”. Como ela sentia falta daqueles tempos...
-Eu entrei em desespero quando li a carta dele, e o Remo veio me consolar, eu não sei direito o que aconteceu, mas, quando eu vi, nós já estávamos nos beijando. O Sirius viu, a Tonks...
-Quem?
-Ninfadora Tonks, uma garota do segundo ano que gosta do Remo e ele gosta dela. Voltando, ela viu também, o Sirius ficou furioso. Ele é um enigma sabe, primeiro, me dá um fora, depois se corrói de ciúmes? Doido. No fim das contas eu estava caída no chão, semimorta.
Lucius sorriu.
-Ei! Eu acabo de contar que quase morri, fui largada duas vezes e perdi todos os meus amigos (sem contar com você, claro) de uma tacada só, e você fica aí, sorrindo que nem um pateta?
-É que você é mesmo muito linda, e eu quero gravar cada detalhe do seu rosto...
-Por quê?
-Ah, eu não te contei, você sabia que eu vou me casar?
-Lucius Malfoy, não ouse tentar desviar do assunto e...Você vai se casar?!
-Vou.
-Com quem?
-Narcisa, da Sonserina. Ela não é tão linda quanto você, mas...Depois do que acontecerá, é melhor assim.
-Você gosta dela?
-Não é questão de gostar ou deixar de gostar...
-É claro que é! Você vai CASAR ela! Provavelmente, ter filhos com ela! Como pode não gostar dela? De quem você gosta?
-Você sabe que a única mulher que vai ter o meu coração vai ser você, Corine, mas, se o Lord diz que vai matar alguém, essa pessoa não escapa. Sinto muito Corine.
-Eu NÃO vou morrer! Você vai ver!
-Corine, não sonhe, (embora isso não seja proibido) isso só vai piorar as coisas, aceite o fato, onde quer que você vá, o Lord vai te achar.
-Não! Não vai! Eu vou sobreviver! Vou me casar, vou ter filhos...Eu vou ser feliz! Tá legal?
-Corine, esse é o problema...
-Qual?
-Eu não posso te contar, a minha vida vale muito mais que...
-...A sua, era isso que ia dizer?
-Não! Eu morreria por você!
-Mas você não tem consciência de que essa informação poderá salvar a minha vida?
-Eu te amo Corine. E a beijou.
-Lucius...
Antes que ela terminasse a frase ele já tinha fechado a porta. Corine agarrou os joelhos e começou a soluçar.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!