A mudança dos Dursley



A mudança dos Dursley

Mais uma manhã começava na Rua dos Alfeneiros. O sol que entrava pela janela do quarto de Harry o acordou de um belo sonho que estava tendo com Gina.

- Mais um dia nessa casa. – disse ele irritado.

Vendo seus amigos dormirem abraços em uma das camas que Hermione havia conjurado, ele resolveu descer e tomar café. Há algumas semanas atrás Harry, Rony e Hermione chegaram à casa dos Dursley. Foi difícil convencer a Sra. Weasley a deixar seu filho ir com Harry, mas após muitas súplicas os três a venceram pelo cansaço. Eles a escreviam todos os dias para a deixarem mais segura e para a informarem que estavam comendo direito.

Os Dursley nunca foram de alimentar muito bem Harry. Isso era a coisa que a Sra. Weasley menos gostava nos tios do garoto. Mas esse verão era diferente. Rony e Herminone já eram maiores de idade, então já tinham permissão para usar magia fora dos terrenos da escola. Sabendo disso, Harry, com a ajuda de Rony, tratou de dizer aos Dursley que se eles não os tratassem bem e não os dessem comida, Rony iria dar um jeito neles (nesse momento tio Valter riu da cara deles e sua xícara de café “acidentalmente” caiu sobre a cabeça de Duda). Hermione, que não sabia do ocorrido, vivia perguntando à Harry por que ele reclamava tanto dos tios se eles eram tão queridos.

- Bom dia. O que tem pro café? – disse Harry adentrando a cozinha.

- Para você nada moleque. – rosnou tio Valter por trás do jornal.

- Posso estar sozinho aqui, mas Rony logo irá acordar e irá saber que não me deram nada para comer.

- Aqui está seu prato Harry. – disse ta Petúnia trêmula e se dirigindo para o lado de Duda. Ultimamente ela fazia isso sempre que alguém tocava no nome de Rony, como se fosse proteger o filho.

Nesse instante Rony e Hermione entraram na cozinha com cara de culpados. Os três comeram em silêncio e quando terminaram Harry e Rony subiram enquanto Hermione ficava para ajudar a tia Petúnia. Outra hora que a mulher odiava, nem chegava perto da garota, como se ela tivesse alguma doença contagiosa.

Quando os três já se encontravam novamente no quarto de Harry, lançaram um feitiço silenciador na porta e se prepararam para estudar e praticar feitiços novos, mais avançados e silenciosos no espaço onde antes era ocupado pelas três camas que agora havia desaparecido com ajuda de Hermione. Enquanto a garota sentava em um dos cantos do quarto e lia um livro de DCAT avançada, Harry e Rony duelavam.

- Esse é por você ficar chamando o nome da minha irmã todas as noites. – disse Rony após ver o amigo caindo ao ser atingido por um perfeito e silencioso feitiço estuporante.

- Pelo menos eu não durmo agarradinho com ela toda noite. – afirmou Harry após ser reanimado.

- Como assim?

- Acha que não vi você e Hermione todas as manhãs dormindo abraçados? Ou acha que sou cego? – disse Harry, e aproveitando o momento de distração do amigo o desarmando perfeitamente.

- Agora chega, acho que vocês dois já provaram que sabem lançar feitiços não-verbais. – disse Hermione da cor dos cabelos de Rony, tentando mudar de assunto. – Acho que agora já podemos treinar algumas azarações que li em meu livro.

- Nem tente mudar de assunto Mione.

- Não é isso, só acho que temos mais o que fazer do que ficar discutindo quem sonhou com quem. – disse ela agora pegando sua varinha e olhando para o amigo com cara de “assunto encerrado”.

Assim mais uma manhã e uma tarde se passaram. À noite, após o jantar, os garotos estavam no quarto discutindo como seriam os próximos dias.

- Na carta que escrever pra sua mãe amanhã Rony, informe-a que iremos chegar mais cedo, daqui a dois dias. – falou Harry enquanto soltava Edwiges para sua caçada noturna.

- Mas achei que só iríamos daqui a uma semana.

- Esses eram os planos, mas estou cansado dessa casa. Não podemos sair, pois lá fora é perigoso, temos que ficar as manhãs e as tardes infurnados nesse cubículo treinando e ainda ver a cara feia dos meus tios.

- Nem vem seus tios estão sendo bastante gentis conosco.

- Isso agora né, por que vocês estão aqui. – disse o garoto olhando para Rony e se contendo para não rir. – Então, iremos à Toca. Lá será melhor, iremos comer melhor, ainda poderemos treinar, mas teremos mais liberdade para andar pra lá e pra cá, pelo menos dentro do terreno. Pergunte a ela quem da Ordem irá nos buscar e o horário, pra ficarmos esperando.

- Pode deixar, demorou. – disse o amigo bocejando e se deitando para ir dormir.

No dia seguinte, logo pela manhã, Rony enviou Pichitinho à Toca dizendo que iriam partir no dia seguinte. Enquanto todos estavam almoçando à mesa, uma coruja entra pela janela pousando à frente de Rony. Nesse momento, tia Petúnia berra e se joga em cima do filho e os dois caem no chão.

- Errol! – exclama o garoto agarrando o bilhete preso à perna da coruja, ignorando a cena da tia de Harry. – Mamãe está dizendo que Lupin irá nos pegar amanhã ao meio dia. – falou ele lendo o bilhete enquanto Errol se alojava em seu ombro.

- Vocês estão indo embora. – afirmou tio Valter abrindo um sorriso e se esquecendo da mulher e do filho no chão por um instante.

- Sim, amanhã ao meio dia vocês irão se ver livres de mim pra sempre!

Tio Valter nunca tratou Harry e os garotos tão bem como naquele dia, tamanha a felicidade que aquela noticia tinha lhe trazido. No dia seguinte, exatamente ao meio dia a campainha tocou. Tio Valter, com o melhor humor que Harry já havia visto, atendeu a porta.

- Bom dia Sr. Dursley, lembra-se de mim? Já vim buscar Harry mais vezes. – cumprimentou Lupin.

- Sim sim, entre, os garotos já estão descendo!

- Ótimo, não posso me demorar. Tenho que voltar logo...

- Harry, sua carona chegou, desçam logo. – berrou o tio que apesar de estar de bom humor não se sentia muito à vontade em conversar com o bruxo que se encontrava à sua frente. Um minuto mais tarde os três já desciam as escadas com seus malões, com as gaiolas, onde se encontravam Edwiges e Errol, uma vez que Píchi havia ficado na Toca, e com a casinha do gato de Hermione, Bichento.

- Olá meninos, que prazer velos. Vamos? – disse Lupin que também parecia não estar se sentindo muito à vontade ali.

- Vamos. – disse Rony saindo pela porta sem ao menos dizer tchau.

- Muito obrigada pela gentileza de nos deixar passar um tempo aqui com Harry Sr. e Sra. Dursley. – falou Hermione saindo também pela porta.

- Adeus. – disse Harry com um aceno aos tios e ao primo. Por um momento Harry sentiu uma angústia em seu peito. Até então a casa servira como proteção para ele, mas dali em diante estaria sozinho. Somente ele e sua varinha.

Os três lhe devolveram o aceno e entraram na casa. Os jovens bruxos e Lupin caminharam até uma rua mais deserta.

- Aqui já serve. Hermione, você acha que consegue aparatar levando Rony consigo? – perguntou Lupin à garota. Ela assentiu com a cabeça. – Ótimo. Harry você vem comigo. No três. Um, dois, três.

E os quatro desapareceram com um estalo.

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