Partindo da Toca
Lembranças de anos passados de Harry Potter foram aflorando na lembrança do garoto, em quanto
ele corria para fora da Toca.
Uma Gina Weasley deitada no chão de uma câmara escura era substituída pela imagem de uma Gina
Weasley que insistia em ir com Harry Potter ao Ministério da Magia.
Agora Gina corria na sala comunal da Grifinória, no meio de vários alunos de Hogwarts, em
direção a Harry e o beijava.
Ele estava novamente no quintal da Toca. Ele queria sair dali, queria achar Gina. Mas não
tinha a menor idéia de onde estaria. Ele olhou em volta e viu um arrombamento no armário de
vassouras. Então ela tinha ido de vassoura? Não poderia estar muito longe... Iria atrás dela.
- Accio Firebolt! - berrou Harry. Um barulho indicava que a vassoura devia estar por chegar.
Ele logo avistou a vassoura. Pegou-a e subiu.
- Harry! - chamou Hermione - Não faça isso, você pode ser visto!
Mas o garoto fingiu que não escutou. Ele não queria saber de nada. Podia ser visto, os
Comensais da Morte podiam vê-lo, mas ele só queria achar Gina.
Levou algum tempo para Harry perceber que se passaram várias horas e que ele havia se perdido.
Mas ele não se importava mais com isso: ele e Rony fizeram o teste de aparatação, três dias
depois de chegar à Toca, e haviam passado.
Ele agora estava próximo à Estação de King Kross e tinha certeza de que acabara de ver uma
garota de cabelos ruivos entrar. Ele achou em beco para pousar, mas o que faria com a vassoura?
Não gostava muito de prestar atenção nas aulas, por isso sentiu dificuldade de lembrar do
feitiço que Dumbledore usara quando o buscara na casa dos Dursley. Finalmente ele lembrou e
lançou em sua vassoura, que sumiu na hora. Ele guardou a varinha e correu em direção à estação.
- Gina? - chamou calmamente, dez minutos depois, quando chegara perto da barreira que separava
as plataformas 9 e 10 - Não é seguro andar sozinha nesses tempos.
Ela olhou para ele, com o rosto molhado e os olhos cheios de lágrimas, mas não respondeu.
- Eu nunca me perdoaria se eles te achassem. Eu nunca me perdoaria se eles te pegassem.
- Eu não me importaria. - disse ela de repente - Se isso fosse traze-lo de volta, eu não me
importaria.
- Não diga isso, Gina.
Ela se jogou nos braços dele e desatou a chorar.
- Eu não quero que você morra, Harry. Eu sei que só você pode mata-lo, mas eu não conseguiria
viver sem você.
Harry não sabia o que dizer, simplesmente a abraçou e alisou seus cabelos ruivos.
- É melhor sairmos daqui. É perigoso, está tudo tão vazio. As pessoas não querem mais sair de
casa. Vamos.
- Como vamos voltar? Só há uma vassoura.
- Não importa a vassoura. - ele fez um aceno com a varinha e a vassoura desapareceu - Nós
vamos aparatar.
Eles chegaram ao beco que Harry pousara, ele segurou Gina, pensou: "A Toca" e no segundo
seguinte estavam parados em frente a uma casa torta. Eles subiram em direção ao quarto de Gina.
Todos ainda se encontravam lá.
- Gina! Minha filhinha! Que susto você deu na gente! - disse, chorosa, a Sra. Weasley.
Depois de um tempo, todos desceram para almoçar e ficaram num estranho silêncio.
- Harry, olha, você pode ir, ok? - disse Gina meia hora depois, no quarto de Harry.
- Não, Gina, se for acontecer isso novamente, é melhor eu não ir.
- Me leva junto.
- Eu não posso fazer isso.
- Por que não?
- Sua mãe não iria deixar e, Gina, eu tenho medo.
- Medo de que, Harry?
- De pegarem você e... e... - ele não conseguia terminar.
Ela chegou junto dele e o abraçou.
O dia seguinte amanheceu mais claro que o anterior. Todos estavam já à mesa tomando café. Gina
e Harry estavam anormalmente quietos. A Sra. Weasley tentara impedir que Gina fosse, mas ela
acabou se convencendo. Tudo estava pronto e Harry estava muito ansioso.
Passado alguns minutos, Harry se levantou. Ele subiu e sentou na cama de Rony; nunca estivera
tão ansioso antes, como estava.
- Harry, nós... nós estamos pronto. - falou Hermione.
- Hum, certo. - ele pegou as coisas que separara e desceu junto com Rony, Hermione e Gina, que
já tinham em mãos tudo que precisavam.
- Mãe. - chamou Rony - Nós já estamos indo.
A Sra. Weasley fitou por um momento os quatro e começou a chorar. Ela abraçou Rony e Gina.
- Tomem... tomem muito cuidado, ouviram? E... e eu quero notícias. Nem que sejam uma vez por
mês.
- Certo, mãe.
- Sra. Weasley, a senhora se importa se Edwiges ficar aqui?
- Claro que não, Harry querido. - ela se dirigiu a ele e o abraçou, também.
- Tchau, Sra. Weasley. - despediu-se Hermione.
- Tchau, Hermione.
Eles se despediram de todos.
- Tome cuidado, Harry. Há lá fora perigos que nem se pode imaginar. - aconselhou Lupin.
- Pode deixar.
Eles já estavam de saída. A Sra. Weasley estava abraçada, chorando, com o Sr. Weasley. E antes
de fecharem as portas da Toca, ouviram-no dizer:
- Não se preocupe, Molly, eles vão ficar bem.
- Aonde vamos agora, Harry? Direto a Godric's Hollow? - perguntou Hermione, quando já estavam
no quintal da casa.
- Sim, Mione. - então ele se virou para Gina e disse: - Nós vamos aparatar, Gina. Sugiro que
venha comigo.
Gina segurou, então, o braço de Harry, exatamente como este fizera com Dumbledore, no dia em
que saiu da casa dos Durley.
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