Castigos, puniçoes e marcas

Queria poder se livrar daquelas mãos frias, daquela boca tirana, das garras daquele homem terrível e queria acima de tudo ser livre novamente. Seu corpo não respondia as suas vontades, mas sim as dele. Ela estava definitivamente encurralada dentro de uma prisão da qual não poderia escapar. Pouco a pouco ele abaixava a varinha e punha-se mais colado ao corpo dela, fazendo-a se sentir totalmente rendida, por fim ela conseguia sentir seu corpo novamente.
Ele separou os rostos e fitou a face corada dela. Ela ainda estava chorando, talvez mais violentamente do que a minutos atrás. Ele sorriu satisfeito ao observar os olhos dela. Havia neles um brilho peculiar, levemente avermelhado, e ele sabia exatamente o que era. Ódio... Perfeito. O primeiro passo fora dado.
Ela afastou-se o máximo que pode dele até sentir a parede de pedra úmida contra suas costas, enquanto isso Tom fazia questão de se aproximar novamente com olhos de lobo faminto. O que mais ele queria? Já tinha seu corpo, se quisesse abusar dela não seria problema para ele. Ele também fazia questão de deixar claro que ele tinha sua alma, ou teria em pouco tempo, então o que poderia ser, aterrorizá-la ainda mais? Duvidas cruéis que não abandonavam seus pensamentos. Sabia que estava ficando fraca perto dele e já não tinha tanta certeza de que queria resistir, estava cansada de mais para isso.
- O que você quer ainda, Tom? Já não tem o bastante?- falou com um fiapo de voz, acuado e frágil como a fala de um enfermo.
- Quero que suas defesas caiam.- as mãos dele finalmente alcançaram a cintura dela, puxando-a com violência e fazendo com que seus corpos ficassem novamente colados enquanto ele falava manso ao ouvido dela.- Quero ver o seu ódio. Quero que sinta raiva, que fique furiosa, que amaldiçoe o seu destino e sua sorte. Renda-se a esse ódio que eu sei que esta dentro de você. Pare de resistir e odeie a tudo e a todos.- sorriu cinicamente. Ela continuava chorando.
- Pra que tudo isso? Pra que tanto desejo por ódio? Recuso-me a acreditar que você seja tão vil e cruel. Você não era assim, Tom.- ela falava chorosa e ele ria debochado.
- Eu sempre fui assim, Virginia. Você sempre soube que eu era assim e atrevo-me a dizer que mesmo quando você não tinha idéia de quem eu era você já sabia que eu era exatamente como você descreveu, vil e cruel.- ele falou com seu tom de voz venenoso.- Quero os seus sentimentos mais mesquinhos, mais egoístas, mais destrutivos, para que eu fique mais forte. Agora eu que lhe pergunto, minha cara. O que você tem a ganhar com tanta nobreza de espírito? Todos aqueles que poderiam salva-la estão mortos, presos ou desaparecidos e olhe para mim...- abriu os braços, mostrando-se para ela, enquanto a ruiva se encolhia cada vez mais contra a parede.- Eu estou forte, jovem, poderoso e posso ficar muito mais se você cooperar. É claro que eu também posso dar tudo isso a você, basta que me ajude a ter o que eu quero. Poder e gloria são as coisas mais preciosas que um homem pode ter. Você poderia ser uma deusa entre mortais, seria uma verdadeira rainha e o preço a pagar é muito pequeno, Virginia.
- Não quero nada disso!- ela gritou furiosa entre suas lagrimas.- Eu só quero ir embora, quero a minha liberdade, a minha casa e a minha família. QUERO VIVER A MINHA VIDA EM PAZ!
- É uma pena.- disse ao virar-se de costas para ela com uma voz de pesar - Não posso te dar nada disso no momento. Você teve a chance de cooperar por bem e recusou, então o jeito é força você a me ajudar.- voltou-se novamente para ela com seus olhos queimando em fúria, ergueu a varinha fazendo-a se erguer como uma marionete e caminhar para fora da câmara com ele estando bem atrás dela.
Ela gritava pelos corredores temendo o que poderia acontecer caso ele resolvesse se vingar dela pelo desaforo de instantes atrás. Tinha certeza de que estavam indo para o quarto dela e tremia só de pensar no castigo que a aguardava. Deu-se conta naquele instante de que era uma escrava.
Chegaram em frente a grande porta de mogno do quarto dela, que se escancarou com um barulho estrondoso para dar passagem ao mestre de fantoches e sua mais nova marionete. Quando entraram a porta se fechou novamente. Uma vez dentro do quarto ele apontou novamente a varinha e a jogou com força contra um dos dóceis da cama. Virginia gritou de dor ao sentir uma de suas costelas se chocando contra a coluna de madeira maciça.
Ele caminhou até ela e puxou-a pelos cabelos, fazendo-a gemer. Com a outra mão ele circulou o pescoço dela e começou a apertar com força, deixando-a com dificuldades para respirar. Depois de quase enforca-la ele a obrigou a encara-lo e deu-lhe um tapa ressoante no rosto, o golpe foi tão forte que a fez cair no chão como um saco de batatas. Ele fez questão de olha-la chorando aos seus pés, ainda tentando se recuperar da dor nas costelas e recuperar a respiração, sentindo uma satisfação sádica em tudo aquilo.
Fez com que ela se erguesse novamente e fosse atirada ao meio da cama de costas para ele. Caminhou até onde ela estava e subiu em cima da cama e ficou de joelhos ao lado de onde ela estava deitada, deixando um joelho de cada lado do corpo dela. Virginia tentou se debater, mas novamente perdeu o controle do próprio corpo, então gritou desesperada e começou a chorar compulsória. Ela ouviu o som de tecido sendo rasgado e sentiu um vento frio em suas costas. Ele deixara as costas dela nuas.
Sentiu que não conseguiria se livrar de uma vergonha como aquela e para sua infelicidade seu castigo foi pior do que ser violentada. Ele ergueu a varinha que por sua ver soltou de sua ponta um brilho vermelho intenso, como fogo. E foi o que ela sentiu.
Sentia suas costas queimarem como se estivesse sendo marcada, assim como os trouxas faziam com seus animais. Sentia uma dor tão intensa que em dado momento sentiu que iria perder a consciência. Gritava tão alto que sua garganta ficou muda devido à força dos gritos. Por fim seu corpo ficou mole e ele passou a ficar apenas do lado dela. Ele abaixou-se até os ouvidos da ruiva e passou a roçar seus lábios contra a pele úmida de suor da garota. Gina estava fraca de mais para reagir, então se limitava a tremer perante o contato com a pele fria dele.
- Minha marca, para que você nunca se esqueça de quem é o seu dono.- ele sussurrou ao ouvido dela.- Onde quer que você vá todos saberão que você é minha propriedade. Minha Virginia.- levantou-se da cama e caminhou em direção a porta. Parou antes de sair e virou-se novamente para ela.- Não pense que seu castigo ira se limitar a isso. Eu vou voltar para realizar uma punição bem mais interessante, mas eu quero que você esteja bem desperta e não desmaiando de dor. Não se preocupe, prometo que volto e que da próxima vez vai ser algo inesquecível.
Finalmente saiu do quarto deixando para trás uma garota ruiva semiconsciente. Caminhou afobado para o seu próprio quarto ainda não tendo se satisfeito de maneira que desejava. Garota atrevida iria pagar muito mais caro do que imaginava.
Entrou no quarto mal iluminado e bateu a porta. Jogou-se na cama e arrancou os sapatos. Não estava com sono, mas sentia seu corpo reclamar algum descanso, sempre soube que faze-la esquecer de todos os seus princípios seria muito difícil, mas não imaginava que ela lutaria tão bravamente. Ela tinha fibra e muito mais determinação do que quando a conhecera, mas tinha duvidas de que ela agüentaria mais tempo, tudo dependia da parte de Bella agora.
Ouviu os passos no corredor. Ágeis e determinados, discretos e elegantes, denotando uma certa euforia. Bellatrix havia conseguido alguma coisa para ele. Não demorou para que a morena entrasse mostrando uma grande satisfação misturados a insânia de seus olhos. Ela tentava recuperar o fôlego para dizer o que queria.
- Conseguimos, mi Lord!- ela sorriu vitoriosa.- Capturamos Ronald Weasley!
- Ótimo, Bella. Mantenha-o nas masmorras até amanha de manha. Não estou disposto a executar plano nenhum há essa hora e creio que minha cara hospede já deva estar dormindo.- falou levemente satisfeito, mas dando a entender que não resolveria coisa alguma naquele instante.
- Se me permite perguntar, mestre, o que aconteceu com a garota? Todo o castelo ouviu os gritos dela há alguns minutos.- e mulher falou curiosa.
- Apenas uma breve lição de quem manda aqui. Aquela garota insolente precisava de um corretivo para entender quem é o mestre e qual é o lugar dela nessa historia.- falou com descaso e viu um sorriso cheio de esperanças no rosto da comensal.- Nem pense em tentar fazer o mesmo com ela, Bellatrix, somente eu posso castiga-la ou não, você deve se limitar as suas funções de estrategista e responsável pela segurança dela.- a morena pareceu murchar. Sem se prolongar mais saiu do quarto deixando o jovem mestre absorto em pensamentos.
Lembrou-se do beijo que deu nela. A principio seria para cala-la e mostrar que ela era meramente um objeto nas mãos dele. Sentiu o gosto do medo dela e das suas lagrimas, sentiu que ela se entregara por não conseguir fugir e por não ter escolha. Aquele beijo era descrito com uma única palavra, submissão. Ela se portou como a escrava que ele dizia que ela devia ser e não gostou disso. Gostava de ter poder sobre as pessoas e de se mostrar superior a todos, mas naquele momento não foi como ele imaginava. Não que beija-la tivesse sido ruim, pelo contrario, mas ele queria mais. Queria mais fogo, queria mais desejo, contado de corpos, mãos errantes, pernas entrelaçadas, ardor, fuga, entrega, desejo. Enfim percebeu que ele a queria. Não somente o corpo, mas tudo o que fizesse parte dela, alma, aroma, mente, lembranças, desejos, beijos, queria tudo e a queria por inteiro. Sentia que seu corpo queimava no instante em que a marcou. Apenas uma amostra da pele aveludada dela, fora o suficiente para que tivesse desejado arrancar-lhe o resto da roupa e mostrá-la que ele era sim, capaz de sentir muito mais do que ódio ou rancor.
Maldita, era isso o que ela era. Ninguém meche com fogo dentro do Lord das Trevas e sai sem se queimar. Ele iria obter o que desejava, cedo ou tarde e já tinha até mesmo a oportunidade perfeita. Queria corrompe-la por completo e o faria assim que o sol se pusesse no horizonte. Ela disse que queria rever a família, então ele mostraria que era um Lord misericordioso e concederia a ela esse pedido, mas é claro que seria a maneira dela. A pequena Virginia iria pagar por tê-lo recusado e dessa vez nem mesmo o santo Potter poderia livra-la de todos os planos que Voldemort fizera para ela.


Ela teve um péssimo sono naquela noite. Era a dor cruciante, os pesadelos constantes e até mesmo a falta de ar que sentia algumas vezes. De qualquer maneira aquela foi de longe a pior noite de sua curta vida. Quando abriu os olhos notou que o quarto estava imerso na penumbra quase total, salvo por uma pequena vela na mesinha de cabeceira. Sentiu a presença de mais alguém ao lado dela na cama. Olhou assustada para o lado e encontrou os imensos olhos de Nany.
A elfa tinha uma expressão chorosa, compadecida por ver o estado em que Gina se encontrava e a ruiva mesmo sabia que deveria estar em condições deploráveis. A senhora cumprimentou sua serva que caiu no choro logo depois, soltando exclamações de pesar. Nany conjurou uma bacia com água e toalhas limpas, além de uma maleta de couro de dragão bem gasto e colocou tudo na mesinha de cabeceira.
A pequenina subiu na cama e molhou uma das toalhas na água, logo em seguida passou o tecido cuidadosamente sobre a pele das costas de sua senhora. Gina soltou um gemido de dor ao sentir o contato. A elfa se desculpou inúmeras vezes por causar sofrimento a sua dona. Virginia apenas disse que não era culpa dela e assentiu para que Nany continuasse a cuidar de seu ferimento. Depois de limpar a região, a elfa abriu a maleta e tirou de lá alguns frascos com pastas de cores variadas e cheiros estranhos. A ruiva deduziu que fosse algum tipo de poção cicatrizante ou anestésica.
Nany espalhou as poções por toda a extensão das costas da garota e imediatamente Virginia sentiu a dor aliviar, poucos segundos depois a queimadura estava cicatrizada, deixando como vestígio à imagem de uma caveira com uma serpente saindo pela boca. A elfa soltou uma exclamação alta ao ver o desenho.
- Pobre senhora, o que fez para receber isso? Pobre da minha senhora irritou o Lord a ponto de receber a marca.- a elfa chorava.
- O que quer dizer essa marca, Nany?- perguntou.
- A senhora é escrava do Lord agora, está presa a ele pelo resto da vida. Não importa o quão longe esteja dele, ninguém pode tocar na senhora se não o Lord das Trevas.
- Ótimo, era tudo o que eu precisava, mais um vinculo com ele. Um pedaço de alma, memórias comuns, algemas encantadas e agora recebo uma marca. O que mais ele pode querer de mim?- falou contrariada.
- Não entendeu, senhora. O Lord marca os seus no pulso esquerdo, mas essa marca que a senhora de Nany recebeu dá a mestra o status de propriedade do Lord e também sua igual. A senhora agora manda no castelo, mas está subordinada ao Senhor da Escuridão. Nany chora, porque o Lord nunca marcou alguém de maneira tão dolorosa. Nany esta feliz pela senhora ter conseguido tal honra.
- Não é honra nenhuma ter uma marca nas costas, muito menos receber status de segunda no comando de um campo de extermínio.- falou com revolta.
- Não fale desse jeito. Se o mestre ouve a senhora é castigada de novo.- falou a elfa temerosa.- Já é tarde, vou trazer o almoço da senhora.
- Que horas são, Nany?- perguntou por fim.
- Já passa das quatro horas da tarde. A senhora dormiu muito.- a elfa saiu correndo pela porta e voltou quinze minutos depois com uma grande bandeja cheia de comida. Conjurou uma mesa e serviu sua dona. Gina comeu com gosto e logo depois sua elfa enviou o que sobrara para a cozinha novamente.
Quando a elfa voltou pela segunda vez, foi para separar as roupas que Gina iria usar e para ajuda-la a se vestir. Depois de um bom banho, a ruiva trocou de roupa e passou o resto da tarde dentro do quarto.
Quando o sol se pôs no horizonte houve um estrondo dentro do quarto de Gina, porta foi bruscamente aberta e por ela entrou Bellatrix. Sem mais delongas ela fez sinal para que Virginia a seguisse.


Após uma longa e silenciosa caminhada através dos corredores vazios. A ruiva foi conduzida até o salão principal. Havia uma grande concentração de comensais no recinto, todos gritando e rindo alto ou falando de maneira espalhafatosa.
A ruiva foi levada ao centro da aglomeração e lá estava o imponente Tom Riddle, com seu sorriso sádico e divertido. Ao olhar mais adiante, um grito de horror saiu pela garganta de Gina ao reconhecer duas figuras de cabelos vermelhos e ensebados e roupas maltrapilhas. Os homens surrados olharam diretamente para ela e soltaram uma exclamação de alivio ao vê-la bem.
Ela correu em direção ao irmão, Ronald e ao pai Arthur Weasley, mas foi impedida no meio do caminho pelos braços fortes de Tom. Ele limitou-se a olhar para ela de uma maneira que só poderia significar uma coisa. Aquela cena era mais uma parte do castigo dela.

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Olha eu aqui 'tra'vez! Obrigada pela audiencia e pela paciencia.
Aviso 1: As atualizaçoes vao ficar mais lentas devido a volta as aulas e aos meus treinos de coral.
2: Saimos da faze de introduçao da fic e daqui pra frente a trama fica mais de acordo com a sinopse.
3: Nunca escrevi nada igual a isso, entao se estiver muito ruim, please nao me matem.
4: Por ultimo e mais importante que qualquer outro aviso. POR FAVOR, FAÇA UMA AUTORA FELIZ. COMENTEM PELO AMOR DOS FILHINHOS QUE EU QUERO TER UM DIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Atenciosamente
Gabriela

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