Na Casa dos Snape
Cap. 10 Na Casa dos Snape
Severo sentou-se no malão com um suspiro.Algumas meias estavam metade fora dele, embora ele tivesse poucas roupas, as que tinha estavam tão emboladas que a fivela parecia prestes a arrebentar.Estava com uma determinação estranha no olhar e pensava nas férias que viriam pela frente, enquanto caminhava rapidamente para seu destino...A casa dos Snape.
Eillen Prince Snape estava na porta sentada numa cadeira velha de balanço.Há alguns anos ela já não conseguia ir espera-lo na estação King’s Cross, a face envelhecida precocemente, de alguém que muito sofreu, mostrava alguma dor. O manto negro lhe dava a impressão estranha de uma mortalha, ela com toda sua palidez amarelada como do filho, só mostrava vida no peito, que subia e decia levemente e no brilho sagaz de seu olhar cansado. Ao ver Severo atravessando o córrego imundo ali perto sentiu um alívio enorme. Agora poderia se despedir dele e ir finalmente, em paz.
Severo caminhava avidamente, em direção à matriarca, um aperto estranho no peito.De repente lembrou-se que sua última coruja fora no meio do ano letivo e as que ele mandava não foram sequer respondidas.Chegou até perto da cadeira parando de arrastar o malão, abaixou-se, beijou a face fria e ficou imóvel aguardando que ela lhe dirigisse a palavra.
-Vejo que está tudo bem com você meu Prince.- ela falou e Snape assustou-se tamanha fraqueza que a voz dela demonstrava.O aperto aumentou.- Embora...esteja demonstrando uma agitação singular.
Severo sobressaltou-se. Como as mães percebem essas coisas?
-Não é nada mamãe.
Ela arrumou o manto negro, suas mãos magras com veias já altas, olhando diretamente para o filho. “Já está homem-feito” pensou orgulhosa “Mas seu olhar mudou...” concluiu.
-Eu não vou insistir Severo, você sabe que não faz o tipo de nossa família implorar respostas.
Severo ainda sério agachou-se e acariciou o cabelo grisalho da mãe.
-Quero o poder mãe.
-Para isso tem de não pensar em bobagens como paixões. Tome-me como exemplo, meu filho.- ela devolveu-lhe essa resposta e confirmou suas suspeitas vendo que ele ficara lívido.- Vamos ajude-me a entrar e poupe-me de perguntas sem nexo, ouviu?
-Sim senhora.- Snape respondeu, engolindo a pergunta de como ela sabia se ele estava ou não sentindo alguma coisa por alguém. Os dois entraram na casa e logo Eileen sentou-se na poltrona velha em frente à lareira apagada.
-Então...como está Dumbledore?- ela perguntou enquanto Snape colocava o malão próximo ao corredor que levaria ao seu quartinho.
-Ham...não o vi muitas vezes.Parece preocupado.
-Sempre observador não é? Sim ele deve mesmo estar...
-O que disse mamãe? – ele se voltou para ela ao ouvir seus resmungos.
-Disse para ir pegar meu chá.E me acompanhe, sim?
Snape foi até a cozinha antiga com suas paredes de pedra e o velho fogão com utensílios trouxas.Ele repugnava-se com tudo que tinha a ver com essa gente que costumava chamar de “suja”.Olhou para o relógio estranho acima do armário, vários ponteiros de tamanhos diferentes, com planetas e luas se movendo com vagar. “ Por favor, faça com que ‘ele’ não chegue, por favor...” Snape pegou duas xícaras e juntou-as na bandeja com o bule e o açúcar levando o conjunto para a sala de estar.Eileen ressonava e com o tilintar da colher de açúcar na xícara sobressaltou-se.
-Não é Tobias. Fique tranqüila.- Severo disse sem olhar para a mãe enquanto preparava o chá.
-Isso vai acabar...- ela disse recebendo das mãos do filho único sua bebida.
-É o que sempre diz mamãe.- ele disse ainda olhando para o chão.
-Os trouxas são imundos.Deviam morrer todos.- ela falou respirando um pouco mais depressa, a mão tremendo levemente.Snape ergueu a sobrancelha bebericando o chá “ Você não agüentaria viver sem ele, prefere o sofrimento a perder seu troféu” pensava angustiado.
- Há três dias que ‘ele’ não aparece...maldito...que vá ao inferno.
-De minha parte eu preferiria que nunca voltasse. – Severo disse passando o dedo indicador numa rachadura do pires que segurava.- Vou me deitar.
A Sra. Snape olhou o rapaz deixar a xícara na mesa com um estrépido e ao olhar para o pires viu uma gota de sangue no local em que ele passara o dedo.Sentiu um calafrio e balançou a cabeça, afastando um pensamento.
Severo fechou a porta devagar e escorado nela de costas foi caindo até se sentar no chão respirando profundamente.
Jogou-se na cama que rangeu agoniada com o peso dele e ficou fitando o teto ouvindo o zunir impertinente de moscas de verão.
-É nada mudou por aqui. – ele concluiu olhando em volta.
Nada ali indicava magia, exceto por troféus antigos numa prateleira , com a alcunha do clube das bexigas, da época que sua mãe estudava em Hogwarts. Lembrando-se de algo ele saltou da cama e levantou o colchão.Lá estava ela, a foto da “Família feliz”: Eileen, um semblante já desiludido, embora mais jovem e saudável ao lado de Tobias Snape, o trouxa com cara de desconfiado e olhar mortífero e Severo, criança de seus quatro anos olhando amedrontado do pai para a mãe. A foto era única que havia ali, pois o pai ateara fogo em todos os quadros e fotos enfeitiçados seis anos atrás, num episódio que preferiria esquecer.O Sr. Snape da foto cruzava os braços e olhava com raiva e impaciência para a mulher e o filho. Seu jeito era assustador.Com um suspiro rancoroso ele rasgou o pai e deixou que na foto ficasse apenas ele e sua mãe.
“ O inferno vai começar.”
N/A aew eu tava fora esse fds (pascoa neh) agora q tive um tempim pra postar..bjus e continuem comentando valeu???fuiiiii
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!