Um simples contratempo



Draco saiu com ela do Ministério, rumo a um estacionamento trouxa que ficava próximo.

- O que estamos fazendo aqui?- perguntou a menina curiosa.
- Se você contar para alguém, eu conto pro Potter que você gosta dele.

Ela ficou quieta, brava com a ameaça. Entrou no estacionamento com Draco, e o viu colocar a chave em um enorme carro esporte negro.

- Um carro?!
- É sim, e daí?- ele respondeu rabugento.- Sou o único que não pode ter manias trouxas?
-
Hermione riu. Não esperava isto de Malfoy.

- Vai entrar ou vai ficar só olhando?- ele perguntou.
- Não vai ser cavalheiro e abrir a porta para mim?- ela fez cara de ofendida.
- Fala sério.

Ele fechou a cara, mas foi até o outro lado do carro abrir a porta. Depois entrou ele mesmo no lado do motorista.

- Sua fresca.
- Grosso!
- Tonta!
- Estúpido!

Logo estavam, rindo.

- Por que um carro Draco? Não poderia simplesmente aparatar onde quisesse?
- Eu o uso quando quero pensar. Dá tempo de pensar um bocado nas coisas. Leva um tempão pra chegar em qualquer lugar! Não sei como os trouxas vivem com isso!
- E olha que o seu carro é um dos mais rápidos...
- Existe mais lerdo que isso?

Hermione riu. Ficaram algum tempo no carro, até chegarem no portão de uma imensa mansão, que parecia estar em reforma.

- Onde estamos? – ela perguntou.
- Na minha casa ué.
- Nossa.

Malfoy estacionou o carro em frente a casa, e a levou para dentro. Subiram até o segundo andar, e ele a levou até uma biblioteca
.
- Nossa, você tem uma biblioteca em casa!- Os olhos de Hermione brilhavam.
- Sabia que só uma coisa assim para impressionar uma nerd como você...
Hermione mostrou-lhe a língua, e começou a passar os olhos nas lombadas dos livros. Sentiu um arrepio, quase todos os títulos que podia ver eram sobre magia negra, maldições proibidas, venenos imperceptíveis e coisas do gênero.
- Não era bem o que você esperava não é?- Draco estava sentado em uma poltrona, uma das pernas por cima do braço do móvel, brincando com uma bolinha dourada.
- Eu, bem.
- Deixa para lá. – ele disse se levantando. – Não precisa ter vergonha, é a biblioteca de um Comensal da Morte. Você não vai achar um exemplar de “Quadribol através dos séculos” aqui.
- Esta era a biblioteca de um Comensal da Morte. Agora ela é sua, e me parece a biblioteca de um auror. Como diz o Moody, o trabalho de um auror é pensar como um mago das trevas. Qualquer dia eu gostaria de fazer uma pesquisa aqui... pode nos ajudar a descobrir outros magos tenebrosos escondidos...
Malfoy a olhou com os olhos brilhando. Pare de falar assim, ele pensava.- pare de me dar esperanças de uma vida normal, de uma vida diferente da de meu pai...

- Senhor?- um elfo doméstico mirrado entrou na biblioteca. – O senhor precisa de alguma coisa/
Draco olhou bravo para ele.
- Eu te chamei? Não né? Se precisasse de algo, o chamaria!
- Não fale assim com ele!- gritou Hermione- Ele é um ser vivo, não pode ser tratado como se não tivesse sentimentos.
Tanto o elfo quanto o rapaz olharam assustados para Hermione. Ela respirava fundo de ódio, quando notou que o elfo doméstico vestia uma roupa.

- Você, você é livre?- perguntou à criaturazinha pequena.

O elfo a olhou com um olhar desconfiado e sentido, enquanto negava com a cabeça. Draco quase o expulsou a pontapés do cômodo, para ele parar de gritar que não era livre, e que servia aos Malfoy.

- Viu o que você fez?- ele olhou para Hermione
- Draco, aquele elfo é livre não é?
Ele deu de ombros.

- E daí? Aquele estúpido não quis ir embora como os outros, e fica me seguindo pelos cantos da casa. Qualquer dia perco a paciência, e o atiro de uma das janelas!
- Você libertou todos os seus elfos domésticos?

Ele pareceu achar aquela conversa tediosa. Virou-se e sentou-se no chão, diante da lareira. Tirou a varinha de um dos bolsos, e acendeu o fogo.

- Não queria ninguém fiel ao meu pai nesta casa.

Hermione sentou-se ao seu lado, e encostou a cabeça no ombro dele. Ele pareceu surpreso, mas passou um braço pelas costas dela.

- Nunca pensei que você fosse tão humano...
- Qual é. Não começa. Eu não ligo para eles, só não os queria aqui, lamentando meu pai, e me olhando de lado por tê-lo, ... , matado.

Hermione acariciou o rosto dele.

- Deve ter sido horrível para você não é?
- Pior foi viver com ele.

Draco a viu, tão próxima, tão bonita. E tão carinhosa. Não queria pensar em tudo que já havia dito, que já havia sentido. Só importava aquele momento.

Ele se inclinou e a beijou. Não houve resistência. Hermione abandonou-se nos braços daquele homem forte e atraente. Não queria pensar em nada também. Uma vez na vida, ignorar totalmente a razão.

As bocas deles se exploravam devagar, carinhosamente. As mãos dele afagavam o cabelo dela, enquanto as dela lhe despenteavam o cabelo.
Logo as mãos dele desceram para as costas dela, e ele se inclinou sobre o corpo da jovem. Ela sentiu o peso do corpo dele sobre o seu, os beijos que ele lhe dava no pescoço, as mãos dele...

- Não Draco.
- O que, que foi Mione...- ele estava beijando sua orelha.
- Temos, temos que parar...
- Por que... não adianta fingir que não está gostando...
- Draco.
- Hum, fica quietinha sim?- ele tentava deita-la novamente no tapete.
- Sou virgem Draco.
- O que?

Ele parou. A última vez que teve uma virgem nos braços ainda estava em Hogwarts. Não acredito.- pensava.- virgem?

- Nem o Weasley?
- Draco!
- Ué, vocês namoraram um tempo no colégio.
- E daí?
- Não me diz que quer casar virgem e essas coisas...
- Não, não é isso, é que eu sempre quis que fosse...
- ... com o Potter.
- Eu ia dizer especial.
- Ou seja, com o Potter.

Ele se levantou, passando a mão pelos cabelos. Dane-se pensou. Ela que espere pelo Cicatriz a vida toda se quiser.

- Draco...
- Tudo bem, tudo bem. Espere aí, dá uma olhada nos livros se quiser, pede alguma coisa pra, comer, faz o que quiser.
E foi saindo.

- Aonde você vai?
- Tomar um banho frio.

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