O começo de um fim
Pois Hermione estava realmente certa. Numa dessas manhãs, Dumbledore ficou silenciosamente de pé enquanto alguns olhares assustados corriam em sua direção. Ele baixou os olhos e respirou profundamente antes de começar a falar. Foi a primeira vez que Harry o viu tentando buscar as palavras certas. Sua voz era calma. De repente começou falando sobre Hogwarts e sua existência. Falou brevemente sobre os fundadores da escola e sobre seus princípios, e então disse que a escola era um grande local, extremamente conhecido por todos, desde crianças pequenas até senhores de idade. Harry sabia onde ele queria chegar. Sabia que ele iria acabar dizendo a mesma coisa que Hermione dissera outro dia: a escola era o próximo alvo. Mas ele não diria tão claramente - e nem poderia. Seria muito insensato da parte dele dizer algo de tamanha importância de qualquer maneira. Mas dizendo claramente ou não, quem quisesse entender até poderia. Não seria óbvio que o hospital St. Mungus, Ministério da Magia e Hogwarts eram os locais mais conhecidos do mundo bruxo? Voldemort com certeza teria motivo suficiente para querer destruir locais muito conhecidos e que causariam um grande impacto nos bruxos.
As risadas, as conversas, nada mais era ouvido entre os corredores do castelo. Os professores estavam em total alerta ,como se estivessem sensíveis a qualquer barulho. Agora os alunos não podiam ficar para fora do castelo após as 17hrs, e muito menos andar desacompanhados pelos corredores.
- Mas completo ainda que as portas de Hogwarts nunca se fecharão para os que quiserem sair. Porém, ainda que não tenham entendido, as portas de Hogwarts nunca se fecharão para os que quiserem voltar e ficar. Nossa escola é agora, senão o primeiro, o segundo lugar mais seguro do mundo bruxo. Digo, ainda que Voldemort tenha em mente chegar até a nossa escola, que ela continua sendo o melhor lugar para se ficar. Eu não diria á vocês para ficarem aqui se não fosse realmente seguro. Não aconselharia que meus alunos ficassem em um lugar que tivesse perigo de ser totalmente destruído.
Harry olhou brevemente para Rony e Hermione. Eles responderam ao olhar de Harry, e concordaram com as palavras de Dumbledore. Era obviamente muito mais seguro ficar lá, onde, não ironicamente, era o lugar que com certeza seria atacado. Qualquer outra casa de bruxo que se opusesse ao poder de Voldemort e seus Comensais estaria automaticamente destruída, sem nenhuma chance de lutar. Mas em Hogwarts, com Dumbledore, a chance de sobreviver era milhares de vezes maiores.
- As aulas também serão suspensas - e então os comentários entre os alunos aconteceram de novo, agora com mais intensidade - E as regras que impus no outro dia ainda prevalecem. Peço que permaneçam em constante alerta, e não saiam do castelo - disse ele - Repito ainda que quem quiser abandonar Hogwarts não será impedido. E isso é algo que se aplica a todos os alunos... Ninguém será obrigado a permanecer aqui se não quiser - e então o diretor sorriu fracamente. Era óbvio que ele não desejava que alguém saísse de lá.
- Ah, sim, Hogwarts como escola fechou, virou um lugar para nos abrigar enquanto a guerra acontece, sim - dizia Hermione, que andava de um lado pro outro no Salão Comunal da Grifinória - Sem aulas...
- Hermione, fique quieta! - suplicou Rony.
A garota parou por um instante, mas logo depois se encontrava andando sem parar. Harry apenas estava mirando a janela, tentando de alguma forma não se sentir mais desesperado.
- Concordo que talvez, por enquanto, não exista Hogwarts como escola, mas isso tudo só está acontecendo porque há uma certeza de uma guerra, Hermione - disse Harry sem olhá-la realmente.
Ela consentiu silenciosamente com sua cabeça, e então se sentou numa poltrona.
- E alguns Aurores têm vindo ao castelo ultimamente pra fazer planos com Dumbledore para o ataque de Voldemort. O Salão Principal vai ser interditado para que eles possam estudar o lugar - comentou Rony, parecendo alguém que consola uma pessoa que perdeu um parente próximo.
- Isso eu também sei, e achei que foi uma idéia brilhante, apesar de não saber se ela veio de Dumbledore. A única coisa que eu tenho medo é que os pais dos alunos os retirem do castelo por causa do que Dumbledore disse hoje... Tudo bem que já estava na cara que Hogwarts seria atacada, mas ouvir isso dele próprio foi demais para eles.
- Eu confiaria em Dumbledore se eu fosse eles. - disse Harry - Todos sabem que o único bruxo a quem Voldemort teme é Dumbledore.
Os três ficaram em absoluto silêncio, talvez pensando sobre o que eles tinham acabado de falar.
- Eu sinto como se houvesse uma bomba-relógio grudada em mim - disse Harry, quase sussurrando, seus olhos extremamente fixos no chão, quase fora de foco - Como se a qualquer momento ela fosse explodir, e eu não pudesse fazer nada.
Rony e Hermione trocaram olhares assustados, mas não disseram nada. Tanto ele quanto ela se sentiam exatamente igual a Harry.
A noite chegou rápido naquele dia. Harry ouviu uns barulhos confusos e saiu correndo em direção ao Salão Principal. Ao descer o último degrau, o garoto sentiu seus pés se fixarem no chão, e então uma fileira de Comensais e de Dementadores foi se aproximando dele. Não havia nenhum Auror por perto. Não havia nenhum plano, nenhuma tática - os Comensais riam de sua cara. De repente, no centro dessa grande fileira, Harry viu surgir uma nuvem negra, e abrindo espaço por entre os outros homens, Voldemort surgiu. Havia um estranho tipo de brilho melancólico em seus olhos de cobra, e então ele deu alguns vagarosos passos em direção á Harry. Havia apenas uns cinco passos dividindo ele de sua meta, e talvez tenha sido esse o motivo o qual ele levantou ainda mais seu queixo, quase como se avaliasse um objeto caro, e lançou um grande sorriso frio em direção ao garoto. Sua boca abriu como se ele fosse cuspir algumas palavras á Harry, mas nenhum som saiu de lá. Tudo ficou repentinamente escuro, e quando Harry sentiu duas frias e compridas mãos segurando seus braços, ele acordou bruscamente. Ele estava terrivelmente suado e suas mãos estavam extremamente geladas. Respirou devagar, e então sentiu um arrepio gelado escorrendo como água por sua espinha.
- Sonhos nada mais são do que a realidade vivida e modificada em algumas partes dentro da mente - disse Dumbledore, no dia seguinte, endireitando os óculos de meia-lua no nariz pontudo - A guerra tem lhe trazido muitos pensamentos sobre ela, e isso faz com que você as vezes sonhe com isso... Apesar de que você, Harry, já teve muitos sonhos intrigantes para um garoto.
- Eu sei - respondeu ele prontamente - Mas é que... Ele era... Muito, ahn... Real.
- Todos os sonhos são reais se você deixar que eles sejam, Harry.
O diretor mexeu-se inquieto na cadeira.
- Acredito que esteja pensando que é uma previsão dentro de um sonho?
- Um aviso - disse Harry, tendo a mínima impressão de que aquilo soara tolamente.
- Impressionante. Contudo, não acho que você deva se preocupar, pelo menos enquanto este sonho for por si só indecifrável.
Harry franziu o cenho esperando que Dumbledore lhe explicasse melhor essa história de "por si só indecifrável", mas o diretor se levantou e caminhou lentamente até a porta.
- E não se esqueça - disse ele baixinho quando Harry passou por ele, á caminho da escada - Quando algo se modifica, é porque há algo pronto pra se revelar.
Harry realmente desejou não ter contado nada á Hermione nem Rony, por que estes passaram o fim da tarde discutindo o assunto, e ele estava inteiramente cansado de repassá-lo em sua mente. Foi se deitar um pouco mais cedo, esperando que aquele simples sonho maluco não retornasse mais, mas o que Harry desejava não chegou a acontecer naquela noite.
E ele sonhou com aquilo mais quatro noites seguidas, sendo a próxima a que faria o garoto ter sonhado sete vezes com Voldemort. E por mais que ele quisesse, por mais que ele desejasse, por mais que ele intimamente rezasse, quando enfim o sono lhe pegou desprevenido, ele estava correndo em direção ao Salão Principal porque havia algo lá que não estava nada bem. E ele bem se lembra de ter passado por Hermione, por Draco, por Dumbledore, e por Rony, quando enfim desceu as escadas e parou defronte ao que parecia uma grande muralha negra de homens encapuzados. E ele esperou pacientemente com os pés presos, sob as risadas em eco dos Comensais, que aquela conhecida fumaça negra emergisse entre Lúcio Malfoy e Mcnair, para que ele enfim pudesse olhar fundo dentro dos olhos de Voldemort, e quem sabe ler por seus lábios o que ele tanto desejava que Harry ouvisse. Ele podia ouvir seu coração palpitando alto quando ele deu alguns passos em sua direção. Voldemort inspirou o ar de Hogwarts como se ele nunca mais pudesse fazer isso, e então gargalhou. Uma risada fria, rouca, alta e estranhamente perturbadora. Harry não se lembrava de tê-la ouvido das outras vezes.
- Hoje, Harry Potter - cuspiu Voldemort, tentando de algum modo perfurá-lo com o olhar - É o seu dia de morrer.
Ele só se lembrava de ter meio que pulado de sua cama, e ter posto seus óculos, explodindo pelos corredores até a sala de Dumbledore, só parando para ver o quanto inconseqüente fora de sair sem sua varinha quando a Gárgula já estava girando, dando á ele a visão da escadaria que dava na sala de Dumbledore. Ele tropeçou nos últimos degraus e caiu no chão, mas mesmo assim, desajeitadamente, levantou-se e socou a porta de madeira. Alguns momentos depois (que pareceram á Harry uma eternidade) o diretor apareceu atrás da porta, seus olhos levemente surpresos, mas não totalmente, de ver o garoto ali.
- Eu acho - bufou Harry, que tentava respirar e falar ao mesmo tempo - Que há algo pronto pra se revelar, professor Dumbledore.
Harry teve a leve impressão de que os olhos de Dumbledore brilharam de orgulho por algum instante, mas talvez depois disso Harry tenha visto o olhar enérgico que ele lhe lançava às vezes, aquele olhar que confortava Harry, porque ele sabia que aquilo significava que nada podia machucá-lo se o diretor estivesse ali - mesmo que ali ele conseguisse ver um pouco de medo também.
- Vamos, Harry - disse o diretor - Você tem um destino a cumprir, agora.
Era realmente uma noite estranhamente fria. Harry olhou nervoso para o relógio pendurado na parede de sua Sala Comunal. Passavam alguns minutos da meia-noite, e de relance ele imaginou os diretores das casas acordando seus alunos, avisando-os de que uma guerra estava para acontecer. Todos os alunos deveriam se encaminhar para as Salas Comunais de suas respectivas casas, por que Dumbledore havia enfeitiçado cada uma com um grande feitiço, o qual faria as portas ficarem invisíveis quando havia perigo. Mesmo assim havia aqueles que achavam um absurdo ficarem escondidos quando uma guerra estava para acontecer lá fora. Os professores tentariam persuadi-los, mas sabiam que se no fundo eles realmente quisessem lutar, eles nada poderiam fazer para impedi-los. O pânico tomou conta de Harry quando a possibilidade dele estar enganado (ou de ter sido enganado) passou por sua mente - mas Harry podia ser enganado, Dumbledore não. A professora McGonnagall entrou na Sala Comunal alguns minutos mais tarde.
- Chegou a hora, Potter - ela disse, sorrindo fraquinho logo depois.
Harry acenou brevemente com a cabeça, e levantou-se silenciosamente. Ele podia sentir cada olhar de cada aluno da Grifinória caindo sobre si, e ele sabia que ele deveria passar uma imagem confiante para eles. Ao passar pela porta ele ouviu algumas pessoas, entre elas Rony e Hermione, desejando-lhe boa sorte, e então ele pode sentir cada pedacinho de seu corpo sendo rasgado por um medo inquietante.
Assim que a porta atrás de Harry se fechou, Hermione não pode conter todas as sensações ruins que lhe invadiram. Ela ouviu a professora McGonnagall dizendo que tinha certeza de que Voldemort e os Comensais não seriam os primeiros a invadir o castelo, porque essa não era a tática que Ele usava. Voldemort tinha criaturas e animais ao seu lado que deixariam algumas pessoas bem ocupadas, e enquanto isso eles tentavam outras maneiras de entrar sem serem percebidos. Ela a ouviu dizendo também que os Aurores tinham sido alertados, e que as táticas estavam sendo rapidamente repassadas naquele momento.
Então algumas imagens de Harry sendo morto por Voldemort por um Avada Kedrava invadiram a mente da garota sem nenhuma permissão, e ela sabia que para que elas saíssem de sua cabeça seria preciso que ao menos por um segundo ela pudesse tocar a mão de Harry novamente, porque ela realmente não sabia se tornaria a fazê-lo de novo. Enquanto a professora McGonnagall tentava acalmar uma menina que estava em prantos, Hermione silenciosamente colocou sua varinha no bolso de sua calça jeans e esgueirou-se até a porta. Mas assim que ela colocou suas mãos na maçaneta, a professora Minerva começou a se virar para sair do aposento. Rapidamente Lilá começou um berreiro extremamente anormal e então Hermione percebeu que era um plano para abafar o som do “clic” da porta, e deixar a professora acalmando-a enquanto a outra saia de lá. Ela teve que agradecer Lilá em pensamento, porque, assim que ela se viu para fora do quarto, nada além de encontrar Harry fazia sentido. Ela avançou pelo corredor nas pontas do pé, porque, afinal, ela nem sabia o que estava se passando no castelo.
Depois de virar por um corredor, uma sombra de alguma coisa foi se formando no final deste, e enquanto essa coisa avançava, a sombra crescia gradativamente, até que tomou uma parte do teto também. A criatura só foi aparecer depois de alguns segundos, quando virou no corredor que Hermione estava, e então ela teve que levar as duas mãos até a boca. Ela já tinha visto o animal em algum livro que ela tinha lido. Uma cabeça grande e deformada, olhos grandes e avermelhados, um rasco no que seria o lugar da boca, mãos compridas e pés compridos, que pareciam ter sido pegos de outros corpos e colados ali. Então ela se lembrou que eles se alimentavam de sangue, e o pânico tomou conta de seu corpo inteiro. Hermione deu alguns passos para trás, mas então ela ouviu um barulho vindo de algum lugar atrás de si. Olhou rapidamente, e percebeu que uma outra criatura, idêntica a outra, avançava pelo corredor até ela. Sua sorte foi que eles andavam muito devagar, e talvez fosse por causa dos pés que ela realmente não sabia como suportavam seu corpo, uma vez que pareciam ser feitos de alguma coisa mastigada. Seu cérebro parecia ter repentinamente parado, porque todas as lições que Harry tinha lhe ensinado tinham fluido para outro lugar naquele instante; então uma luz se acendeu dentro dela. Ela precisava encontrar com Harry, ela tinha que olhar mais uma vez dentro de seus olhos, ela tinha que lhe desejar uma boa sorte...
- Estupefaça! - gritou ela em direção a primeira criatura, em seguida virando-se para a segunda. Elas foram atiradas alguns metros para trás, mas, assim que se recuperaram, seus olhos faiscaram de raiva, e então elas começaram a se arrastar novamente em sua direção. Sua mente trabalhou rapidamente e então ela se lembrou de um pequeno e simples detalhe, que se ela tivesse se esforçado desde o começo para se lembrar, evitaria todo esse pânico - Incarcerous! - ela gritou para a primeira, e depois gritou para a segunda. Algumas cordas se prenderam aos corpos das criaturas, e elas emitiram um zunido alto, depois tombando no chão. A garota se aproximou delas e então percebeu o quanto elas eram horríveis; davam-lhe tanto medo quanto os Dementadores - Aquamenti - disse ela, e então jatos de água brotaram de sua varinha. Quando atingiu as criaturas, elas pareceram de repente estar derretendo, e quando Hermione parou de fazer o feitiço, elas estavam pequenas e irreconhecíveis, como uma gosma marrom. Ela não sabia quanto tempo tinha perdido, e então saiu correndo no mais silencioso possível, rezando intimamente para não encontrar mais nada nem ninguém em seu caminho.
De repente tudo ficou no seu mais horroroso silêncio. Não que antes já não estivesse assim, mas parecia que alguma coisa estava acontecendo no andar debaixo, tão baixo que não era possível ser escutado de onde ela estava. Suas mãos estavam suadas, e a varinha quase escorregava delas. Mas então ela começou a escutar algo. Eram explosões, tão altas que por um momento ela pensou em parar e colocar as mãos sobre os ouvidos, mas ela tinha que correr, ela não sabia se chegaria a encontrá-lo vivo...
- Hermione! - ela ouviu alguém lhe chamando no fim do corredor.
Era Rony.
- Eu não voltarei, Ronald, até eu me encontrar com Harry! E não há nada que me faça voltar e ficar quieta dentro daquela sala, porque eu acho que eu tenho tanto direito quanto eles de estar lá, junto com o Harry, e...
- Hermione, pára! - disse Rony colocando suas mãos nos ombros dela, sacudindo-a de leve. Talvez isso fizesse seu cérebro voltar ao posto normal - Eu só quero pedir pra ir com você.
- Ah, Rony, que demora pra dizer uma coisa tão simples! - ela não parecia estar em seu melhor estado, então ele achou melhor não dizer mais nada. Lado a lado, os dois amigos andaram rápido em direção ao Salão Principal, onde eles não sabiam ao certo o que estava lhes esperando.
Eles estavam no alto da escada que dava até o Salão Principal; Rony ameaçou descer os degraus, mas a garota o puxou rapidamente e eles correram até uma armadura, olhando de vez em quando lá pra baixo pra ver se havia algum movimento incomum. Mas não havia absolutamente nada, e aquele silêncio era perturbador demais...
Um barulho estrondoso aconteceu do outro lado do Salão, e Hermione teve que se apoiar em Rony para ver o que estava acontecendo. Mais ou menos trinta Aurores avançavam pela parede recém quebrada, lutando arduamente com um pouco menos de o dobro deles. Era uma cena horrível, mas ela se tornou ainda pior quando a garota não encontrou Harry entre eles. Não havia nem sinal dele por ali.
Então ela o encontrou; um arranhão do lado esquerdo do rosto, sangue escorrendo por sua boca - mas com certeza muito vivo. E ela pode ver com quem ele estava duelando, e soube no mesmo momento que ela tinha que ajudá-lo.
N/A: Queridíssimos leitores!
Este provavelmente é o penúltimo capítulo da fanfic... Espero que gostem do final. ;)
Sem mais
Isabella.
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