…Mas o Amor Fala Mais Alto
Cap 2. - …Mas o Amor Fala Mais Alto
As semanas passaram e eu finalmente percebi o porque do meu receio de magoar Anne. Eu estava apaixonado, o que me surpreendeu um pouco. Logo eu que queria negar o amor. Logo eu que tinha desdenhado de Draco quando ele se apaixonou pela Weasley. Mas sabia que não podia fugir dos meus sentimentos, mesmo sabendo dos dissabores que eles me podiam trazer. E sabia que não poderia esconder isso de Anne, por mais problemas que isso pudesse trazer, pois eu sabia que ela me amava. Quando ela me confessou isso, eu confesso que fiquei assustado, mas não poderia negar o amor dela. Isso só a iria magoar. E isso é a última coisa que eu quero fazer. E provavelmente o melhor que eu tinha a fazer era lhe dizer.
Mas algo me impediu de fazer isso. Naquele dia, achei Anne um pouco estranha e fiquei preocupado quando ela em plena aula desmaiou (já que como haviam poucos alunos e uma só casa, os alunos do mesmo ano tinham aulas em conjunto). Eu teria acompanhado à enfermaria, mas uma das amigas dela antecipou-se antes de eu me oferecer. Eu estranhei um pouco de ela não aparecer nas restantes aulas e quando eu abordei uma das amigas dela e lhe perguntei onde estava Anne, a garota respondeu-me que a Madame Pomfrey a tinha retido na enfermaria e que era pouco provável que Anne saísse nos próximos dias. Aí é que eu fiquei ainda mais preocupado. O que seria que Anne tinha? Mas eu só a conseguiria ver depois das aulas terminarem, já que Anne tinha desmaiado na aula antes da hora de almoço e o intervalo entre as aulas não davam para eu fazer uma escapadela à enfermaria. À noite após as aulas e uma pequena passagem pelo salão principal para comer alguma coisa, dirigi-me à enfermaria de modo a fazer uma visita a Anne. Quando lá cheguei, a enfermeira tentou de todos os modos de me impedir de ver Anne, mas após uma pequena conversa com a professora McGonagall, a madame Pomfrey lá me deixou entrar, com a condição de eu não ficar mais do que quinze minutos, já que Anne precisava de descansar. Concordei e com cuidado aproximei da cama de Anne, já que ela estava a dormir. Parecia um anjo pois tinha uma camisa de dormir branca e tinha os cabelos castanhos espalhados pela almofada. Mas reparei também que ela estava um pouco pálida e a minha preocupação voltou mais do que nunca. Sentei-me na cadeira ao lado dela e com cuidado peguei na mão dela, mas acabei por a acordar.
- Desculpa. – eu falei baixo, de modo a que a enfermeira não me ouvisse ou iria me pregar um sermão por ter acordado Anne. – Com estás?
- Bem agora. – Anne respondeu, e a voz dela pareceu-me bastante fraca.
- O que é que tens? – perguntei. – Fiquei bastante preocupado quando desmaiaste na aula e ainda mais quando uma das tuas amigas me contou que não irias sair tão depressa da enfermaria.
- Não sei como vais reagir, mas eu não te vou mentir. – ela respondeu-me, deixando ainda mais preocupado do que anteriormente (se isso fosse possível). – A Madame Pomfrey disse-me que eu estou grávida.
Confesso que quando Anne me contou aquilo eu estava à espera de uma coisa pior, mas fiquei um pouco abismado com o que ela me tinha confessado. Como não reagi logo, foi a vez de Anne de se preocupar.
- Blaise? – ela chamou-me, tirando-me dos meus pensamentos. – Eu estou preocupada.
- Porque? – questionei, esquecendo-me da missão que eu tinha de cumprir.
- E a tua missão? – ela perguntou-me e ai sim, eu fiquei petrificado de medo.
- Não sei. – respondi sinceramente.
- Eu estou grávida e tu não sabes o que vais fazer. – ela irritou-se. – Se não te esqueces Quem-Nós-Sabemos vai querer este bebé que eu carrego.
- Eu sei. – falei, tentando acalma-la. – Mas o que queres que eu faça. Que aparate e vá directamente ter com o Lord das Trevas e lhe diga “A minha namorada está grávida, senhor. O que quero que eu faça a seguir?”
Embora o meu tom fosse dramático o máximo que consegui foi arrancar risadas de Anne, o que me deixou chateado.
- Não, meu bobo. – ela respondeu, com um grande sorriso. – Eu sei que provavelmente ele irá ser informado de qualquer maneira. Mas será que tu não vais impedir que ele tente ficar com a criança?
- Sinceramente Anne, eu não sei. – respondi. – Posso tentar, mas não sei se terei forças suficientes para te proteger a ti e ao nosso filho. Voldemort irá querer desesperadamente essa criança e sabe-se lá o que ele irá fazer para conseguir atingir o seu objectivo. Eu sei que não deveria de te preocupar, mas eu não posso esconder nada de ti. Quer eu queira ou não, tu a partir deste momento estás em perigo e eu não sei o que posso fazer para te tirar dele.
- Mas eu sei, Zabini. – falou uma voz atrás de mim e quando me virei deparei-me com o Potter, o Weasley e a Granger.
- E o que vais fazer Potter? – perguntei. Embora estivéssemos do mesmo lado, eu não os conseguia tratar informalmente.
- Matar Voldemort. – afirmou ele, provocando arrepios no Weasley e em Anne. – Mas para isso preciso da tua ajuda.
- E o que queres que eu faça? – perguntei, começando a interessar-me pela conversa.
- Preciso que me ajudes a entrar no esconderijo de Voldemort. – ele respondeu.
- Estás doido? – reclamei. – Mesmo que te consiga meter lá dentro, aquilo está cheio de devoradores prontos para te matarem. A não ser que tenhas um bom plano, irás directamente para a morte.
- Mas eu tenho um bom plano, Zabini. – Potter falou. – Mas eu só estava a precisar de uma pequena ajuda para entrar no covil de Voldemort.
- Eu ouço o teu plano, mas se eu vir que é um plano suicida, eu não te ajudo. – falei, com uma certa relutância.
Mas antes que o Potter continuasse a falar a Madame Pomfrey expulsou-nos da enfermaria, alegando que estávamos a fazer muito barulho e de que a Anne precisava de descansar. Mas antes que saíssemos, a professora McGonagall e após uma pequena discussão com a enfermeira, esta última acabou por liberar Anne (de mau humor, óbvio). Como era eu que iria tomar conta de Anne, tive quase meia-hora a ouvir as recomendações da enfermeira. Após concordar com tudo lá conseguimos sair da enfermeira e refugiamo-nos no meu quarto e fomos acompanhados pela professora McGonagall.
Após a Granger ter lançado um feitiço silenciador no quarto e de eu ter conjurado algumas cadeiras para que nós pudéssemos sentar, acomodei Anne na minha cama. Após todos estarmos acomodados, o Potter começou a explicar o seu plano.
- Agora que estamos longe de ouvidos curiosos, eu posso expor o que eu tinha planeado. – Potter começou, mas levou uma cotovelada da Granger. – Ok, o que Hermione planeou. Mas primeiro será melhor eu relatar tudo o que fizemos nos últimos quatro meses.
Após alguns meses de pesquisas e buscas nós os três conseguimos encontrar quase todos os horcruxs… Quando nós começamos a nossa busca três horcruxs já tinham sido destruídos: o diário do Tom Riddle, que foi destruído por mim; o anel e o medalhão de Salazar Slytherin, o primeiro destruído por Dumbledore e o segundo acabamos por descobrir que foi destruído por Regulus Black, irmão de Sirius se rebelou contra o seu lord. E em quatro meses de buscas, conseguimos detectar os outros três horcruxs: a taça de Helga Hufflepuff, que estava escondida na antiga casa dos Riddle; uma estátua de uma águia, que era o brasão da família Ravenclaw, que conseguimos descobrir a muito custo, pois estava bastante escondida num casebre na floresta onde Voldemort escondeu-se após ter se tornado uma sombra quando me tentou matar. Após termos desactivado todos os feitiços protectores conseguimos chegar à estátua e conseguimos destruir a parte da alma de Voldemort. Isso foi há cerca de um mês e a partir dessa altura começamos a fazer planos de vigia à mansão onde Voldemort está. Graças a essa vigia conseguimos descobrir os terrenos em volta da mansão, detectar o tipo de feitiços que a rodeiam e quem está incumbido de montar a guarda na casa. Claro que esse não era o nosso objectivo e sim tentar matar Nagini, a cobra de Voldemort. Claro que demorou bastante tempo para conseguirmos atingir esse objectivo e como não tínhamos muito que fazer, acabamos por decidir que o melhor que podíamos fazer enquanto não conseguíssemos matar Nagini era montar uma espécie de guarda à mansão. Acabamos por descobrir muitas coisas que nos poderiam ser úteis se quiséssemos invadir a missão. E estava bastante difícil para nós chegarmos a Nagini, porque ela raramente saia dos limites da propriedade e estava sempre vigiada por dois ou três devoradores. Mas há cerca de três dias, finalmente conseguimos apanhar a cobra, já que ela acabou por se afastar um pouco das propriedades da mansão. Bastou-nos esse pequeno afastamento para a conseguirmos matar. E ainda ficamos algum tempo lá, debaixo de feitiços ilusórios e podemos assistir à grande fúria de Voldemort quando descobriu a cobra morta. É claro que os que estavam responsáveis por a vigiar foram castigados e decidimos que era melhor sairmos dali. Ficamos estes últimos dois dias em casa dos Weasleys de modo a podermos descansar. Foi assim que descobrimos tudo o que aconteceu nos quatro meses que estivemos se noticias: que o Malfoy agora era um fugitivo da fúria de Voldemort, porque se tinha apaixonado por Ginny. Confesso que nós os três ficamos bastante surpreendidos pela revelação de Molly Weasley, e ainda mais quando ela nos confessou que os dois estavam a namorar com a bênção dela e dos restantes Weasleys. Claro que Ron não ficou lá muito contente e bem que tentou se opor, mas só conseguiu ouvir ralhete da mãe e do pai. E também contamos para toda a gente que Ron e Hermione tinham terminado o namoro, porque se aperceberam que não se amavam. Ron descobriu que amava Luna, quando numa pequena visita-relâmpago que fizemos aqui a Hogwarts ele voltou a reencontra-la e apercebeu-se do que realmente sentia. Quanto a Hermione era o outro dos seus melhores amigos que ela amava. Claro que eu fiquei sem saber o que fazer, porque ainda nutria sentimentos pela Ginny. Mas numa noite em que ficamos sozinhos, já que Ron foi visitar a família, acabamos por nos aproximar mais e beijamo-nos. Ficou bastante obvio para mim de quem é que eu realmente gostava e após termos todo o apoio de Ron, começamos a namorar.
- E aqui acaba o meu relato. – terminou o Potter. – Agora passo a palavra a Hermione, pois foi ela quem planeou o modo de entrarmos na mansão onde Voldemort está.
- Bem, o plano pode parecer fácil de realizar, mas iremos encontrar bastantes obstáculos para o pormos em prática. – a Granger falou. – Aqui vai: quando nós o planeamos ainda não tínhamos ideia de como o pôr em prática, porque sabíamos que não iria ser fácil entrar na mansão e que iríamos necessitar de ajuda de dentro. Mas não sabíamos com que contar, porque seria a morte de Malfoy se ele entrasse na mansão. E então a professora McGonagall contactou-nos ontem e falou-nos em ti, Zabini, que eras um devorador e após umas certas complicações, que ela não nos quis dizer, tinhas mudado de lado e que agora eras um espião contra Voldemort, sem o conhecimento deste último, claro. Então foi assim que acabamos por descobrir a peça que faltava para pôr o nosso plano em prática.
Como já temos quem nos possa ajudar a entrar lá dentro, porque reparamos que os feitiços que rodeavam a mansão era demasiados poderosos e eram activados contra pessoas estranhas. Apenas Voldemort e os Devoradores de Morte tinham acesso aquela mansão o que nos levou a pensar que só quem tem uma Marca Negra no braço lá pode entrar. Chegamos à conclusão que o único modo de lá entrarmos era aparecendo dentro da mansa, porque se o fizéssemos dentro das paredes da mansão seríamos logo rodeados de devoradores, que era o que queríamos evitar logo no princípio. E era por isso que nós necessitaríamos de alguém que fosse devorador. Nós pensamos em Malfoy, mas quando soubemos que era provável que ele fosse morto se lá entrasse, deixamos essa ideia de lado. Também pensamos no professor Snape, agora que sabemos que ele não queria ter assassinado o professor Dumbledore, mas a que isso foi obrigado, não só pelo próprio Dumbledore assim como por Voldemort. Mas Snape raramente saia dos limites daquela mansão e quando o fazia ia sempre acompanhado ou de Lucius Malfoy ou de Bellatrix Lestrange. Claro que nós poderíamos simplesmente ter-nos livrado deles, mas isso poderia atrair a atenção para Snape e ele poderia ser morto por traição, caso se soubesse que poderia ter sido ele a matar Lucius ou Bella. A solução veio quando a professora McGonagall nos disse que tu, Zabini eras um devorador, mas que estavas a operar contra Voldemort. Tudo por causa de amor. Não negues agora, que eu vejo nos teus olhos o que tu sentes por Anne. Não nada que temer agora, mas se quiseres tirar Anne do perigo que ela já corre, será melhor cooperares connosco. Tu sabes que só irás sair a ganhar se te aliares a nós.
- Ok. – concordei. – Já vi que vocês precisam de ajuda para entrarem lá dentro. Mas e o que pretende de fazer assim que conseguirem entrar lá?
- Nós sabemos que assim que lá entrarmos, Voldemort saberá logo. – respondeu Harry. – Para evitar sermos atacados por todos os devoradores, combinaremos com a ordem da Fénix uma espécie de distracção, que nos permita chegar a Voldemort. Claro que sabemos que os melhores devoradores ficarão do lado dele, mas teremos o caminho livre para chegarmos a ele.
- E são só vocês os três que irão defrontar Voldemort? – perguntei, com uma impressão de que algo iria correr mal.
- Serei eu que irei defrontar Voldemort, porque só eu o posso derrotar. – afirmou Potter. – Mas também irão mais alguns membros da Ordem da Fénix, que irão manter os outros devoradores ocupados, enquanto eu luto contra o Voldemort.
- E quando estão a planear porem em prática o vosso plano? – perguntei, ainda com a sensação de que algo iria correr mal.
- Dentro de dois ou três meses. – respondeu a Granger, e antes que eu a interrompesse, ela continuou. – Primeiro iremos voltar a estudar em Hogwarts. Aqui estaremos mais seguros do que lá fora e sempre poderemos treinar sem o receio de sermos apanhados por alguém que nos queira matar. Iremos também nos preparar para a batalha final.
- Por mim, tudo bem. – concordei finalmente. – Terão a minha ajuda. Estou disposto a fazer tudo que esteja ao meu alcance para garantir que nada de mal aconteça a Anne.
Após mais algum tempo a falarmos de como iriam ser os treinos, finalmente o Potter, a Granger e o Weasley saíram. Mas antes de sair, McGonagall avisou-me que precisava de falar comigo e que me iria esperar na sala comum. Após ter ajudado Anne a tomar uma das poções mandadas pela enfermeira, desci para a sala, de modo a saber o que a directora queria falar comigo. Encontrei-a sentada numa das poltronas e após ela me indicar outra e de me ter sentado, esperei em silêncio que ela falasse.
- Bem, senhor Zabini. – ela começou, após um breve silêncio. – Eu pedi-lhe para conversarmos porque eu quero conversa acerca da gravidez da senhorita Grimbanks.
- O que tem a gravidez de Anne? – perguntei, curioso.
- Para começar os pais dela terão de ser avisados e devo já de o informar que o mais provável é que vocês os dois tenham se casar, já que a família Grimbanks é uma família puro-sangue bastante tradicional e não irá permitir que o nome da família seja machado por a gravidez da senhorita Grimbanks. – respondeu a directora. – O senhor está disposto a assumir algo mais profundo com a sua namorada?
- Sim, estou. – concordei. – Confesso que também sei que mesmo havendo a minha missão, os meus pais também me iriam obrigar a casar. Nem que fosse só para depois terem acesso à criança para a entregarem ao Lord das Trevas.
- Óptimo. – McGonagall afirmou. – Então eu escreverei aos Grimbanks a contar a notícia e também lhes falarei das suas intenções para com a filha deles. Só omitirei que o senhor é um devorador de morte e que a senhorita Anne e o bebé estão em perigo. Será melhor que eles só saibam isso quando tudo tiver terminado. Mas ainda há outro assunto que teremos de falar.
- Qual professora? – perguntei, interessado em saber o que mais a directora me queria dizer.
- Terei de lhe pedir para tomar bem conta da senhorita Grimbanks. – a directora respondeu. – A Madame Pomfrey contou-me que a gravidez de Anne não irá ser fácil e há o risco dela perder o bebé.
- Mas porque? – perguntei, alarmado.
- Pode-se dizer que na família Grimbanks não houve gravidezes fáceis e entre o nascimento de Michael e o nascimento de Anne, a mãe dos dois sofreu alguns abortos espontâneos. – a professora McGonagall respondeu. – Isso também depende do modo como Anne passar a sua gravidez. Terá de ser bastante calma, ela não poderá fazer nenhum esforço e eu estarei a contar com o senhor para a ajudar nas matérias, porque a partir deste momento, a senhorita Marchbanks está dispensada de todas as aulas e eu irei providenciar que um elfo leve às refeições dela até ao quarto que vocês irão partilhar a partir de hoje. Basta o senhor seguir todas as recomendações que a enfermeira lhe passou e não haverá problemas. Entendido?
- Sim, senhora. – com o que a directora me tinha contado, eu agora iria cuidar direito de Anne.
- Ah, e já agora. – a professora falou, já de pé e quase a sair pelo retrato da Dama Gorda. – Devo de dar os parabéns aos dois. Irão ser pais de um bonito casal de gémeos. A enfermeira detectou que vocês os dois irão ser pais de um menino e de uma menina.
- Obrigado professora. – agradeci, abismado com a noticia que recebi. Pai de gémeos. Anne também iria ficar feliz. Mas claro que era provável que ela já soubesse. Mas eu teria de ter cuidado, porque não sabia se ela estava a par do risco que corria por estar grávida.
Voltei para o meu quarto e reparei que Anne tinha adormecido. Conjurei uma cadeira e sentei-me a olhar Anne a dormir. Ela parecia tão calma e a sua respiração tão suave que parecia que ela não vivia presa em situações de perigo. E eu não podia fazer nada para impedir isso. Ouvi a porta a fechar-se e quando me virei deparei-me com Draco e Ginny. Com um aceno pedi-lhes que não fizessem barulho, e com cuidado saímos os três para o quarto de Draco, já que lá íamos ter mais privacidade e iríamos deixar Anne descansar. Dizendo aos dois que eu logo iria ter com eles, assim que saí do quarto, dirigi-me na direcção oposta e desci as escadas até à sala comum. Rapidamente encontrei quem andava à procura. Sentada numa das poltronas, com alguns livros e pergaminhos à sua volta estava a Granger.
- Granger. – chamei e ela levantou a cabeça e olhou na minha direcção. – Será que posso te pedir um favor?
- Diz, Blaise. – ela respondeu. – Já que vamos trabalhar juntos e somos colegas não há problemas em nos chamarmos pelo primeiro nome.
- Ok, Hermione. – falei. – Eu queria pedir-te que enquanto eu estou a falar com o Draco e a Ginny tu vigiasses Anne. Será que não há problema?
- Não, nenhum. – ela concordou. – Sei a que se deve essa preocupação. A professora McGonagall contou-me sobre a gravidez de risco de Anne. Ela ficará bem, não te preocupes.
- Obrigado. – agradeci. – Se precisares de alguma coisa é só me dizeres que eu estou disposto a ajudar-te.
- Obrigado, Blaise. – ela respondeu. – É muito atencioso da tua parte.
Hermione arrumou as suas coisas e subimos as escadas juntos. Agradeci-lhe mais uma vez em frente à porta do meu quarto e dirigi-me para o quarto de Draco. Entrei e os dois estavam sentados na cama de Draco de mãos dadas e demonstravam impaciência.
- Porque demoraste tanto tempo, Blaise? – perguntou Draco irritado, mas só conseguiu levar uma cotovelada da namorada. – Isso doeu Ginevra.
- É para aprenderes a seres menos rude com os teus amigos, Draco. – reclamou ela. – E Blaise deve ter uma boa explicação para ter demorado tanto. Não é Blaise?
- Sim tenho. – respondi, ignorando a cara emburrada de Draco. – Fui pedir a Hermione para ficar a vigiar Anne enquanto ela dorme.
- Porque a Granger? – perguntou Draco, levando outra cotovelada de Ginny. – Está bem, porque a Hermione?
- Porque eu confio na Hermione e nos seus conhecimentos para tomar bem conta de Anne. – respondi, perante o olhar de descrença de Draco e um de felicidade de Ginny. – Draco, meu parvo, o que achas que fazias se soubesses que a tua namorada pode abortar a qualquer momento e pode ficar em risco de vida? A quem recorrias? Aos teus amigos? Ou aos amigos dela?
- Ok, desculpa. – Draco, desculpou-se vendo que eu estava irritado. – Eu ainda não me habituei a Hermione e aos amigos dela… Foram vários anos debaixo do domínio do meu pai, maltratando os Gryffindor que tenho dificuldades em os tratar bem. Mas estou a aprender aos poucos e o meu anjo ruivo é demasiado precioso para que eu perca em brigas estúpidas.
- Fizeste um bom trabalho nele, Ginny. – falei. – Draco mudou tanto que eu já não quase não o reconheço.
- Obrigado Blaise. – agradeceu Ginny. – O amor faz milagres.
- É. Eu sei. – falei, mais para mim mesmo do que para os dois que estavam à minha frente.
- Eu ouvi bem? – perguntou Draco, pasmado. – O famoso Blaise eu-não-acredito-no-amor Zabini está apaixonado?
- Estás certíssimo, querido amigo. – confessei, sabendo que não valia a pena esconder o que sentia do meu melhor amigo. – Tal como tu encontraste o teu anjo, também eu encontrei o meu.
Fiquei surpreendido com o abraço que Ginny me deu, mas passado o susto, retribui o abraço.
- Anne irá ficar muito feliz, Blaise. – exclamou Ginny. – Ainda mais agora que está à espera do vosso filho.
- Filhos. – corrigi e tanto Draco como Ginny me lançaram olhares confusos. – Anne está grávida de gémeos. Um menino e uma menina.
- Isso é bastante surpreendente. – exclamou Draco. – Mas mesmo assim, parabéns.
- Obrigado Draco. – agradeci. – Mas a partir de agora as coisas vão piorar. Não me posso esquecer de que Voldemort vai ficar satisfeito de Anne estar grávida. Não me admiro nada que ele não faça uma invasão para levar Anne para perto dele… E tu sabes o que isso significa Draco. Voldemort assim que souber, mesmo que não seja por mim, vai querer invadir Hogwarts novamente.
E nesse momento, senti o meu braço queimar e olhei para Draco em pânico.
- Ele está a chamar-me. – afirmei, assustado. – Por favor, faz-me um favor e encontra Harry e Ron e vão falar com a directora. Tirem Anne daqui e preparem-se para uma invasão. Eu estou a contar com a tua ajuda, Draco. Esquece as rivalidades e ajuda-me. Eu preciso de ti. Promete-me que vais fazer aquilo que me prometeste.
- Eu prometo, meu amigo. – Draco concordou, sabendo que era o único modo de eu ficar descansado. – Agora vai. Eu e Ginny iremos procurar Harry e Ron e iremos ter com McGonagall. Mais alguma coisa?
- Sim. – respondi, lembrando-me de uma coisa. – Quando Anne sair do castelo, quero que sejam Hermione e Ginny a irem com ela.
Draco não precisou de me responder, pois sabia ao que eu me estava a referir. E sabia que Harry e Ron iriam concordar. Mas eu sabia que as três não iam ficar contentes por serem colocadas de lado e obrigadas a se esconder. Mas seria para a protecção delas. Tanto eu como Draco sabemos que Hermione sempre foi um alvo de Voldemort por ser amiga de Harry; Ginny não só por pertencer aos Weasley, mas também por ser namorada de Draco; e Anne porque era a minha namorada e carregava na barriga o que Voldemort queria.
Parecia que em vez de ser Harry a procurar começar a batalha final contra Voldemort, era Voldemort a começar a batalha final contra Harry. Eu só esperava que fosse Harry e vencer a guerra… Porque se fosse ao contrário, não só Anne estaria em perigo, mas sim todo o mundo mágico. Após deixar na minha penseira a conversa que tive com Harry, Hermione e Ron e também a que tive com Draco e Ginny, parti por via flú ate uma das lojas de Hogsmeade. Daí desapareci em direcção ao esconderijo de Voldemort.
N/A: Aqui está o segundo capítulo de Ordens. Sei que demorei algum tempo a posta-lo, mas eu nem sempre tinha imaginação e vontade para o escrever. Espero que gostem e que comentem… Espero postar o terceiro capitulo o mais rapidamente possível, mas não vou por datas, porque eu posso não cumpri-las…
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