Vermelho-



-Vermelho-

Haviam lágrimas nos olhos da Sra Weasley quando ela assinou os dois documentos, o olhou, sorriu e estendeu-lhe a pena, ele assinou, na verdade o “terceiro” padrinho era apenas um nome pomposo para mais uma testemunha do casamento, Maya assinou com uma caligrafia trêmula.

Se retiraram para o salão onde seria servido um jantar seguido de festa até a hora dos casais saírem, Fleur e Penélope pareciam rainhas, sentaram-se pomposamente risonhas na mesa de jantar decorada com lírios, com os noivos e de cada lado os pais, ele e Maya no entanto ficaram em outra mesa, juntamente com Rony, Hermione, Krum que se chegara ao lado dela apesar da cara assassina de Rony, Gina, Neville, completavam a mesa Luna e Silfy risonha como só ela...
Só então soube que Maya e Krum se conheciam porque ela também estudara em Durmnstrang... "isso explica seus simpáticos dons..." Harry pensou amargamente... eles conversaram por muito tempo, mas principalmente de amenidades, nada muito profundo, principalmente nada sobre o ano anterior, jantaram falando muito sobre o futuro, sobre os planos dos noivos, deles mesmos, Krum estava "intimado" por cinco equipes diferentes de quadribol e pensava seriamente em se mudar para Londres... Rony desfez muito da equipe escolhida, até o próprio Harry chutá-lo por baixo da mesa... embora o próprio Harry se sentisse meio irritado com "intimidade" do rapaz com Hermione.

Foi quando mais uma das tradições ocorreu, o bolo das noivas... cortado em meio a muitas palmas, e foi servido com uma rodada de Champagne, dali foi a festa propriamente dita, eram onze e meia, quando a música começou, e Harry ficou inquieto, Maya lhe deu uma olhada, mas como Rony foi esperto, puxando Hermione primeiro, Krum educadamente fez o convite a sua ex-colega, saíram para o meio do salão, evitando o olhar pidonho de Silfy ele se levantou e estendeu a mão para Luna, que levantou parecendo mais por impulso do que por vontade...

Não foi a pior dança da sua vida, mas ele sinceramente havia perdido o prazer de faze-lo, sabia que Luna não se importava, ela olhava em tudo a volta divertidamente, ele conduzia, até começar achar engraçado, Luna era boa dançarina, leve... foi quando Rony o fez trocar de par, Luna abriu um enorme sorriso e por um segundo Harry se virou achando que dançaria com Hermione, e teve o desgosto de estender a mão a Silfy...

Depois dessa dança ele sentou e não dançou mais... Nem se divertiu com o fato de Hermione ter dançado com meio baile fugindo de Krum... Rony estava se divertindo muito com Luna... parecia ter gostado da companhia, Luna também.
Então a coisa mais vermelha do mundo irrompeu a sua frente, divina, tinha que admitir, vermelho dos sapatos aos cabelos, no vestido, nas pedras do colar e no cálice de vinho na mão, ela sorriu:
-Pensei que ia dançar a noite toda...
-E você? Onde está o... – ele procurou com os olhos antes de falar o nome.- Snape?
-Ele é antisocial... não foi convidado...- ela sentou-se.
-Não imagino porquê...- Harry falou maldosamente.
Morgan riu, olhou as pessoas dançando, apontou um casal meio escondido, mas que não parava de falar:
-Hã hãm... não disse? Belo casal...
-Acho muito justo...- ele disse sorrindo.- Lupin merece...
-Thonks tem sorte, Lupin é uma pessoa boa...
Morgan adquiriu aquele ar distante que sempre tinha ao pensar no passado. Nisso eram parecidos, ficaram em silêncio por muito tempo apenas olhando as mesas, casais, os que dançavam, como se não pudessem fazer parte daquele mundo... não mais...
-Você...- os dois falaram ao mesmo tempo.
-está escondendo...- continuaram...
-Vou falar com Quim.- Morgan se levantou.
-Você está bem?
Morgan assentiu com um sorriso mas os olhos violetas negaram, ela estava a beira das lágrimas... Harry concordou com a cabeça desviou o olhar para o salão lotado de pessoas felizes... ou que talvez fingissem ser felizes, como saber? Pra quê saber afinal? Quando Morgan ia se afastar a música parou e houve vaias, mas Méris, a vocalista do Corujas Raivosas anunciou outra tradição casamenteira, o bouquet das noivas...
-Senhoritas... as noivas irão jogar o bouquet... – ela disse divertidamente.
Houve um enorme ajuntamento de jovens, e não tão jovens, no salão... Morgan se apoiou na mesa e disse deboxadamente:
-Isso sempre vale a pena ver...
A noivas subiram no pequeno palco onde estava o conjunto e se viraram, dando as costas para a pequena multidão... atiraram os bouquets...

O de Penélope foi arremessado o mais torto que qualquer ser humano poderia ter arremessado, caindo em uma das mesas laterais, Harry chegou a ver ele bater na cabeça da moça com cabelos cor de trigo caindo em cachos sobre o vestido pêssego... e o olhar surpreso de seu acompanhante... Lupin.
Mas ele nem viu a reação da loiríssima Thonks... porque o Bouquet de Fleur tinha sido jogado com tanta força que passara por cima de todas as ansiosas expectadoras e acertou Morgan no peito... ela soltou a taça que espatifou no chão e segurou os Lírios...
-Vai casar Morgan...- ele disse sério.
O grupo começou a tocar novamente, as outras se conformando e voltando a suas mesas ou seus pares... mas Harry ainda olhava Morgan... embora os cabelos longos e cacheados dela toldassem a visão, ele percebeu que ela olhava o bouquet em choque e saiu quando as primeiras lágrimas começaram a rolar pelo rosto.

“ Somos criaturas infelizes...” Harry pensou olhando Gina rodopiar conduzida por Neville, alguns pares acompanhavam os casais que deixavam o salão, ele viu Jorge falando animado com a vocalista, na verdade mais do que animado... Nem sinal de Rony, Luna, Hermione ou Krum... deviam ter ido acenar para os recém-casados... ele ficou ali vendo os empolgados em aproveitar a festa até o fim... como um dia ele fizera com Ana...

Lupin finalmente se dignava a convidar Thonks para uma dança...

Nem viu o tempo passar, ainda olhando os pares mais alegres e amorosos dançando... Méris se animou em abandonar o vocal e dançar com Jorge, Harry se levantou, ele não estava em um clima bom para ver casais... saiu para o jardim... nesse mesmo dia iriam voltar para Hogwarts... já devia ser uma da manhã... ele caminhou devagar olhando os jardins... olhando o céu... sim era uma noite para lembrar... estavam no fim do ano, um ano que ele queria que acabasse logo...

Mal percebeu que tinha entrado em um falso labirinto de cedros em meio ao jardim, mas percebeu que estava a um passo de interromper um casal em pleno beijo, ia sair quando estacou talvez pela primeira vez atingido pelo que via... inicialmente ficou com dúvida, talvez tivesse se enganado, mas não... seu olhar tremeu,ele ergueu a cabeça, olhos arregalados boca aberta...foi quando mil pensamentos diferentes e conflitantes passaram pela cabeça e entram em choque com o que o coração tentava dizer... ele desviou o olhar e baixou a cabeça, dentes cerrados para sufocar algo que crescia em seu peito, saiu como ia fazer antes, mas sabia que tinha algo errado com aquilo...

“O que eu queria afinal? Pra quê isso? Porque tá doendo?
Ela disse que ia se afastar...
Mas não tanto...
Mas você não deu esperanças...
Exatamente... eu não dei...”

Mas a visão de Hermine e Krum juntos estava martelando na cabeça... tão juntos... as mãos dele em torno dela... segurando-a com força...

“ Mas você não tem nada a ver com isso... que droga...
Então por quê tá doendo?!!!
Mas... eu... amo a Ana... não posso estar sentindo... isso...
Mas está doendo...”

Ela estava ali com ele no jardim... ele era mais calmo, mais seguro, ela estava com as mãos no peito dele, eles estavam se beijando...

“Quem você pensa que é para ter ciúmes de alguém que deixou pra trás?
Mas eu nem sei se é ciúmes... se é amizade... se é orgulho...
Além do mais, depois do que eu fiz... nem mereço chegar perto dela...
Você ainda ama a Ana...
Amo...
ENTÃO PORQUÊ TÁ DOENDO?”

Ele parou em frente a um chafariz... sentou de costas para a água... olhando o chão, completamente confuso...
“O que estou fazendo comigo mesmo?” pensou apoiando a cabeça nas mãos.
-O que você está fazendo aqui?
Ele olhou para frente, largada num banco com a mesma expressão de dor e confusão estava Morgan... bouquet ainda seguro na mão...
-Eu... eu não sei... e você?- respondeu perdidamente.
-Eu...- ela olhou para o Bouquet.- Também não sei...
Se olharam por um instante...
-O que houve Morgan?
Ela desviou o olhar dos Lírios rosto banhado de lágrimas...
-Não vale a pena lutar ás vezes...
-Não vale?
-Achei que talvez desistir fosse uma forma de lutar...
-Desistir?
-Nada pode ser conquistado a força...
Ele olhou para o céu.
-Nem merecido sem cuidado...
Ele voltou a olha-la.
-Depois de tanto tempo... eu acho que estou desistindo...
Harry a olhou, entendeu, mas as palavras dela o feriam.
-Mas...
-Não se pode forçar o que não existe... se ele não enxerga... eu não vou continuar me arrastando atrás dele...
-Mesmo se um dia ele descobrir que era você?
-Se ele demorou tanto... não era pra ser...
Harry suspirou fundo... “ não era pra ser...”

Ela falava dela, mas ele só via ele... os dois afundados nas próprias dores... sem poder consolar um ao outro e desejando consolo de pessoas que não estavam mais com eles... desejando pessoas que não queriam ferir.

Ela se ergueu, Bouquet na mão.
-E você ainda me deve uma dança...
Ele sorriu, um sorriso amargo.
-Eu perdi o gosto...
-Eu nunca dancei.- ela olhou o céu.
A noite estava límpida... clara, as estrelas brilhantes...
-Acho que é hora de ir embora...
-Quanto antes melhor...- ele disse se levantando.
Escutaram algo... sons de pessoas... uma luz se elevou nos céus, por um instante ele achou que fossem fogos dos gêmeos... então quando olhou na direção da luz, ela o paralisou, ele a odiava, seu coração perdeu uma batida...

Era a Marca Negra que estava no céu.

-Maldição!!!- disse Morgan agarrando-o pelo braço.
-Eu sei correr Morgan!!!- ele se desvencilhou correndo em direção ao labirinto.
-Por aí não!!! Eu conheço...
-HERMIONE ESTÁ COM KRUM NO LABIRINTO!!!- ele berrou.
-Então ela tá segura!!!
-QUERO TER CERTEZA!!!
-A prioridade aqui é você!!!!- ela o segurou.
Ele puxou o braço irritado, pegou a varinha do bolso do sobretudo:
-CALA A BOCA!!! MORGAN!!!
Se embrenhou no labirinto, veloz como nunca, mas com certeza Krum já teria conduzido Hermione para lugares mais seguros... ele ainda corria quando foram atacados, ele e Morgan não esperaram para ver se tinham matado ou ferido os atacantes, continuaram correndo quando chegaram próximos ao salão reinava um absoluto caos... nada nem perto do que Harry tinha visto no ministério ou no cemitério... haviam comensais atacando, viu pelo canto do olho Lupin e Thonks protegendo Gina, Rony e Neville estavam os ajudando... Krum e Quim estavam protegendo Hermione, Maya e Silfy... Os gêmeos estavam na porta do salão... pessoas tentavam correr, felizmente com a partida dos noivos não havia muita gente por ali...
Harry e Morgan estuporaram, paralisaram bem um seis comensais antes de chegaram até próximo deles, Morgan o segurou, olhou para Lupin:
-Meu carro!!!
Acenaram em acordo, saíram em bando indo até a frente, acertando tudo que se parecesse com o inimigo, pois sem nenhuma outra luz além das dos feitiços a coisa estava realmente crítica.
Acabaram se separando, Lupin e Thonks acabaram tendo que recuar, juntamente com algumas pessoas... eles não tinham tempo de ver quem, alguém agarrou-lhe o braço e ele percebeu que era Hermione, ficou mais aliviado, também porque atrás deles escutou Rony xingar ao estuporar um comensal...
Em algum lugar Morgan gritou para Quim cuidar deles e correu em direção oposta... Harry pensou em chamá-la mas uma fisgada forte em sua cicatriz o fez seguir, Voldmort estava por perto ele sabia...
Harry enfiou Hermione e Rony no banco de trás do carro de Morgan... o mesmo que o fora buscar na casa dos Dursley´s, Mas sentiu alguém empurrá-lo, Neville entrou e puxou Gina em seu colo, os dois na frente, então entrou Luna... Antes que Quim pudesse entrar ele berrou, foi lançado longe, Harry estendeu a mão para a porta, ia sair mas Rony e Hermione gritaram em protesto, então Luna bateu a porta:
-Segurem-se aí, eu já fiz isso antes! – Ela disse ao segurar o volante.
Rony ainda lançou um olhar desconfiado para os amigos quando Lovegood balançou a varinha dando a partida no carro que saiu cantando os pneus...

O mais incrível de tudo é que Luna não dirigia mal... ela ainda sorriu e acelerou mais, começou a assobiar, seguindo a estrada de terra do clube.Então uma face encapuzada emparelhou, um comensal... montando uma vassoura, atingiu o carro, Luna perdeu o controle mas retomou, Gina berrou... Harry olhou o teto solar acima, aplicou um feitiço redutor , o pó ficou no cabelo trançado de Hermione:
-Harry não!!!- eles tentaram segura-lo.
-Isso segurem minhas pernas!- ele disse.
Harry era suficientemente magro para se meter pra fora, quase foi estuporado, então viu que eram uns seis comensais montados em vassouras, ele lançou um bom escudo de vento que tirou dois do rumo.
-Solus!- berrou quando três chegaram muito perto.
Foi um barulho estranho de coisa se chocando a toda velocidade contra a parede de terra que se elevou no caminho deles, Harry ouviu os xingamentos dos outros três comensais mais atrasados, conseguiu estuporar um, o acertaram de raspão no braço.
-DESCE DAÍ!!!- berrou Hermione.
-AGORA!!!- Rony tentou puxa-lo.
Ele caiu para dentro e foi sorte porque o comensal ao lado do que ele atingira, acertou o pneu do carro, que derrapou, Luna ainda tentou segurar, mas se enroscaram em uns bancos de pedra a beira da estradinha e capotaram, o que teria sido fatal para Harry se ele ainda estivesse pra fora...
Não que tivesse sido melhor ser jogado de um lado para outro dentro do carro que virou três vezes antes de parar apoiado de um lado, escutou risadas, os comensais estavam descendo perto do carro, alguém gemeu de dor, Harry nem sentia seu corpo, sabia apenas que tinha sido jogado pra frente com muita força...
-Rony... você está... HARRY!!!- chamou Hermione.
Mas ele e Harry olhavam pela janela, esperando o primeiro idiota que pusesse a cara para dentro, ao seu lado Neville ergueu o rosto, tinha um corte na bochecha, Um comensal teve a infeliz idéia de por a cara pra dentro.
-Estupefaça!!!- gritou Rony.
-Mellius!!!- bradou Harry.

O que caiu pra fora, meio longe, foi uma tocha humana, Salva pelo segundo comensal que apagou o fogo e se virou para o carro... Harry já tinha se jogado pela janela, apoiado no carro estuporou o segundo comensal.
-Venham!- disse estendendo o braço por cima do carro, puxando Hermione, que estava assustada, ela caiu para fora, então Rony pulou e se virou para a janela preocupado:
-GINA!
Hermione puxou um pequeno palito da costura do vestido, Harry a olhava, mas ela parecia bem, murmurou algo e o pequeno palito virou a varinha, ela o olhou e sorriu:
-Nunca deixo ela pra trás...- disse a garota com tufos de cabelo caindo pelo lado do rosto.
-Que bom...- disse Rony puxando Gina que estava ainda mais descabelada.
Luna pulou pela porta da frente rasgando o vestido, tirou a varinha da manga, olhando os comensais caídos, Neville era o mais ferido, tinha um corte no rosto e nas mãos, porque protegera a cabeça de Gina na batida, mas mesmo assim ele olhou em volta sério:
-Onde estamos?
-No clube ainda...- disse Luna sonhadoramente.- Ali é a biblioteca... papai diz que tem livros vivos lá...- ela disse e começou a andar...
Hermione balançou a cabeça e a seguiu, Harry achou má idéia se esconder num lugar tão óbvio, mas ao olhar em volta viu apenas o cemitério um pouco adiante, então resolveu segui-los...
O prédio estava muito longe... porque quanto mais se aproximavam maior ele ficava, enorme mesmo, Quando Luna esticou a mão para a porta imensa de madeira maciça um feitiço a acertou a poucos centímetros da mão dela... escancarando a porta.
-Corram pra dentro!-Gritou Rony.
Eram um imenso lugar de pedra, arquitetura medieval, imensos arcos sutentavam candelabros de madeira enormes... apagados.
Tudo estava escuro, se guiavam pelas paredes, dava apenas para escutar o som dos passos deles ecoando no chão de pedra... denunciando onde estavam, prateleiras com livros empoeirados apareceram dos dois lados do corredor, passaram por outra porta e deram e um outro salão menor com mesas... Neville se chocou com uma delas e Luna pulou por cima, ainda um ou outro clarão de feitiço passava por eles sem a mínima chance de acerta-los... Correram pelo salão e se afundaram em uma galeria que descia:
-Não devíamos descer.- ele disse.- Lumus!
A luz das outras varinhas acompanharam a sua revelando um corredor imenso com nichos de pedra onde haviam tomos que no mínimo eram muito antigos...
Luna parou e pegou um deles, o papel estralou quando ela manuseou, Hermione também esticou os olhos para o livro:
-Não é hora pra isso!!! Andem as duas!- disse Rony as empurrando para frente.
Gina e Neville recomeçaram a correr quando um novo clarão atingiu e incendiou um dos nichos.
-Ah... esses livros podem ter centenas de anos!!!- disse Hermione.
-Isso não é hora Mione!!!- berrou Rony.
Harry lançou uns estuporantes sem mira alguma, para atrasar quem quer que fosse que os seguia, os amigos estavam já um pouco distantes quando ele se virou para alcança-los.
Hermione e Rony olhavam para trás aflitos enquanto corriam, apenas para se assegurar que ele se aproximava, ele viu os amigos dobrarem num corredor, ele os seguiu.
-Anda Harry!- disse Rony.
Mas quando ele apressou o passo se chocou contra algo, caindo como uma trouxa no chão, se levantou atordoado e avançou com as mãos estendidas tocou uma superfície sólida, uma barreira... ele olhou os amigos voltando do outro lado, Hermione esmurrou a barreira, Rony puxou a varinha, Neville também, mas o tempo estava contra eles, Harry escutou os passos mais próximos, só então percebeu que não podia escutar os amigos que com certeza o chamavam... ele fez sinal de que ia voltar e ir em frente, Luna acenou concordando e puxou Rony, eles se deram uma última olhada antes de se separar...
Seu coração estava na garganta, não queria ter se separado deles, felizmente sabia que Voldmort não estava mais por perto porque sua cicatriz não doía... mas quem quer que fosse que os seguia estava a alguns passos dele quando ele retornou.
-Petrificus totallis!!!
Acertou uma das cinco figuras que avançavam... conseguiu se esquivar dos feitiços que cruzaram no corredor se abaixando.
-Impedimenta!
O menor dos comensais foi atirado bem longe no corredor, ele se levantou e dobrou na direção dos amigos... o barulho de passos atrás ficando mais distantes... ele abriu uma portas de vidro, cinco varinhas dispararam contra ele mas ele se jogou no chão, os feitiços detonando uma prateleira de vidro atrás dele.
-HARRY!!! – berrou Hermione.
Ele se levantou olhou os cinco amigos.
-Ih... foi mal.- disse Rony abaixando a varinha.
-Não percam tempo com isso... tem pelo menos três ainda lá trás!- ele chegou perto deles.
-Bom redutor Luna.- ele olhou a estante detonada.
Luna sorriu.
-Temos que dar um jeito de sair... não foi boa idéia...- começou Gina.
Mas Harry colocou a mão na testa.
-Ah... não...
Sua cicatriz começou a queimar, Rony arregalou os olhos.
-É... ele?
-Acho que sim...- gemeu.- Vamos... não podemos ficar parados.
Estavam num imenso labirinto de corredores, estantes, salões com mesas e o cheiro de pergaminho velho e poeira lhes trancando os narizes... passaram por mais estantes e então um imenso conjunto de escadas apareceu diante deles.
-Pra cima!- disse Hermione.
-Pra baixo!- disse Gina.
Por um segundo o grupo se dividiu mas quando ele tomou o caminho pra cima, eles o seguiram, ele só pensou em chegar ao nível do solo novamente já que haviam descido antes...
Algo muito poderoso acertou os degraus a frente, abrindo um rombo na escada, impedindo o avanço, eles se viraram e atacaram... mas quem quer que fosse era muito hábil e acertou Luna, Rony agarrou-a e eles pularam para o corredor mais próximo seguidos pelo comensal.
-Esse cara não cansa!- disse Hermione tentando acerta-lo.
Harry tinha que admitir o cara era bom, ele desviou os feitiços de Gina e Hermione, como se fossem primários, Harry se adiantou mas quase não teve chance, quando Rony se juntou a ele a coisa melhorou um pouco, mas mesmo assim ele quase os acertou.
-POTERE!
O escudo rebateu o feitiço jogando o comensal até a escada, as garotas os chamaram quando eles se viraram para acompanha-las a surpresa de Hermione os fez virar para trás.
O choque da surpresa fez Harry abrir a boca, correndo para eles estava a imagem dele mesmo... mais velho... não, aqueles olhos... diferentes dos dele, se encararam por um segundo quando o homem ergueu a varinha, a cópia de Tiago Potter atacou:
-Stringe!
-Harry saí!!!- berrou Rony ao empurra-lo.
Harry apenas perdeu o equilíbrio, mas o deslocamento de ar do feitiço o atirou mais longe... principalmente porque recebeu o impacto do corpo do amigo que recebera o feitiço em seu lugar... Rony tinha se colocado a frente ao empurra-lo, o feitiço o tinha acertado nas costas, ele caiu na direção de Harry corpo curvado para trás, olhos arregalados, boca aberta num berro.
-NÃO!!!- Harry segurou Rony, que desfalaceu em seus braços.- POTERE!!!- berrou para evitar o segundo feitiço.
Neville se postou ao lado dele Harry falou num sussurro rouco:
-Cuida do Rony.- e se levantou.
-Harry não!- berrou Hermione.
Nada podia evitar que os dois se confrontassem, na cabeça de Harry havia uma única frase, “ele acertou o Rony...” isso bastava, fosse quem quer que fosse, com a cara que tivesse, por pior que pudesse ser ver a imagem de alguém que ele queria ter conhecido, fazendo algo tão monstruoso.
-AERUS!!!
Harry se virou e correu para Rony, escutando o baque surdo do corpo que rolava escada abaixo dado a força do escudo descontrolado de Harry...
-Rony... acorda...- ele falou olhando o amigo.
-Pára de falar assim... parece que eu to morrendo...- disse Rony ainda de olhos fechados.- Me levanta.
Harry ajudou Rony a ficar de pé com um imenso alívio, mas Neville teve que ajuda-lo pois ele é que cambaleou e se apoiou na parede, mão na cicatriz.
-Temos que correr... eu tenho certeza que Voldmort está aqui...- gemeu.

Continuaram em frente, berros e ordens podiam ser ouvidos lá de trás, Rony e Luna atrasavam o grupo, o amigo não parecia ter sido gravemente ferido, mas tinha dificuldade para correr, Luna era carregada pelas garotas.
Pararam em mais um salão... enquanto corriam puderam escutar barulhos mais altos atrás deles... Harry olhava para trás atento, sua cabeça latejava, ele pedia para que Voldmort não os achasse, estava ficando para trás...quando os amigos abriram as portas envidraçadas de mais um salão se depararam com um corredor imenso e escuro, dois comensais estavam ali:
-Estupefaça!- berrou Neville.
Um dos comensais caiu, o segundo se adiantou, sob a luz filtrada do salão, que vinha pela porta de vidro, estava sem capuz, era Belatriz.
-Ora Ora Ora... e vocês vieram parar aqui...- ela sorriu.
-Sua...- Neville agarrou a varinha.
Ele foi estuporado por Belatriz que sorriu para Harry:
-Estou cansada dos Longbotton... racinha fraca!
-Cala a boca sua...- Gina ergueu a varinha com raiva.
-Ora cala a boca você Weasley...
Gina caiu aos pés de Rony, que ergueu sua varinha, Harry ao lado de Gina ergueu sua varinha encarando Belatriz com raiva, Hermione não podia fazer nada com Luna nos braços.
-Sua grande vagabunda!!!- gritou Rony.- Você e o seu mestre!!!
Mas Belatriz ria, e disse arrogante:
-Longbotton, Weasley...Esses bruxos são uma vergonha, uma doença contagiosa em nosso meio!
-Estupefaça!- bradou Rony.
-Protego!- ela rebateu.- Lord Voldmort é a nossa salvação!-ela atacou Rony.
-POTERE!- disse Harry.
Mas ela desaparatou, Harry ficou olhando em volta, temeroso, A situação não podia ficar pior, três deles estuporados, um ferido.
-Mione, carregue a Gina, ela é menor.- Disse Harry.- Rony...- o amigo o olhou preocupado.- Consegue arrastar a Luna?
Rony concordou com a cabeça.
-E Voldmort, Harry?- perguntou Hermione.
-Mais perto do que eu gostaria... – ele disse erguendo Neville.- Você precisa emagrecer Neville...- ele gemeu.
-Ah... Harry...- gemeu Hermione.- Isso tá errado, muito errado.
Mas Harry não queria admitir que estavam numa desvantagem desesperadora, Cada passo que dava mais ardia e queimava a cicatriz, empurraram a próxima porta de vidro, que deu para uma sala imensa, livros antigos até o teto, mas eles não repararam nisso, Hermione deu um berro, Gina caiu no chão.
Hermione e Rony deram um passo para trás, mas Harry deu um para frente, eles se encararam... Neville escorregou dos ombros de Harry para o chão.

Voldmort estava sentado confortavelmente em uma cadeira, com uma pilha de livros a sua frente, ao lado de uma estante uma mulher ruiva estava com pergaminhos na mão... Belatriz estava ao lado dele, ambos sorriram.
-Eu devo dizer que estou feliz, muito feliz em ter sua visita aqui... Potter.
A cicatriz apenas doía surdamente, Harry precisava pensar... um duelo com Voldmort, Belatriz e ... ele nem queria olhar para quem estava segurando aqueles pergaminhos, só sabia que seria impossível se sair bem.
-Creio que está muito curioso em saber porque nossa amiga.- ele apontou a mulher que o olhava interessada.- Está aqui...
-Eu não sou burro, Tom...
Belatriz ergueu a varinha, Voldmort ergueu a mão:
-Não se preocupe Bela, Potter irá se arrepender de sua língua... mas temos assuntos inacabados, que gostaria de discutir ainda hoje se possível...
Harry apertou a varinha com força, “o que eu faço?, o que eu posso fazer?” Voldmort voltou a chamar sua atenção, apesar dele mal te-la desviado.
-Sua adorável mãe deixou alguns manuscritos que foram trazidos para cá... sobre certo artefato no departamento dos mistérios... sabe do que estou falando não é Potter?- ele sorriu.
Harry sentia Hermione e Rony em choque atrás deles... mas em sua mente veio claro como uma luz, O VÉU... ele quer o véu...
-Bem, bem, bem... Potter...- ele fechou o livro. – Creio que não é nossa hora... para discutirmos aquela nossa pendência... você ainda vai me contar sobre a profecia... eu não perdi totalmente o interesse sobre ela... mas tenho algo urgente para fazer no ministério... nos encontraremos lá com certeza... enquanto isso tenho alguém que quer falar com você... até logo Potter.
Ele desaparatou, em seguida a mulher ruiva também desaparatou sorridente, Bellatriz os seguiu.
No vão escuro entre duas estantes estava um vulto.

Foi um segundo que pareceu uma vida, ela saiu da penumbra e sorriu docemente, estendeu os braços e correu em sua direção, ele estava tão chocado que não se moveu, porque de todos, para ele, ela era a mais real.
-Eu fiquei te esperando Anjo!!!
Ana passou os braços em torno dele tão rápido que ele mal percebeu, ele escutou algo fora da sala mas não se importou, o contato era real, o cheiro, o cabelo, a pele, nada iria forçá-lo a acreditar que não era Ana que o estava abraçando...
-Ana...- ele disse baixo.
Mais um som indistinto, mas ela sussurrou no ouvido dele.
-Anjo! Você tá comigo... tá tudo bem... vem comigo... fica comigo...
Ele a abraçou forte, como tinha desejado aquilo... como pedira para te-la de volta...
-Venha comigo...
-Eu... vou...
-O mestre está esperando... ele quer ver você com a gente... comigo.
Harry afastou o rosto... algo meio que o despertou, mas os olhos dela pareciam limpar toda dúvida de sua cabeça.
-Você vem comigo, anjo? Fica comigo... de verdade? Pra sempre?
-Eu...- ele apenas queria olhar para os olhos dela pra sempre...
-Nós podemos ficar assim pra sempre se quisermos, o mestre vai deixar a gente ficar junto...- ela sorriu encantadoramente.
Ele sorriu e abraçou-a mais forte, claro que queria... era isso que sempre desejara, ia aonde fosse pra ficar com ela...
-O mestre quer você com a gente... você não quer? Ele nos trouxe de volta... só para agradar você... sua família... eu... é só você ficar com a gente...
Harry nem estava ouvindo apenas apertava-a com força... era, ela... ela estava viva... estava viva...
-Lord Voldmort quer que você se una a ele... ele lhe dará o que você desejar... ele lhe dará o que quiser... como nós... e nós seremos os bruxos mais felizes e poderosos do mundo, ninguém mais irá morrer, nem sofrer... e tudo ficará bem...
Harry agora podia ouvir os amigos o chamando... sim, porque as palavras dela o despertaram... eles não podiam alcançá-lo... por algum motivo... Harry apenas olhou o teto... triste... porque não podia ser verdade? Se o que Ana lhe dissesse fosse verdade... se ele pudesse parar tudo, se aquilo interrompesse a guerra, se desistir fosse a resposta... se pudesse parar com aquilo... ir embora com Ana...mas não era verdade... não era uma opção.
-Harry!!!- gritava Hermione.- É uma armadilha!!! Não é ela!!!
-Harry acorda!!!- berrava Rony.- É uma Ana falsa!!!
Harry sorriu, abraçou Ana mais forte, deu um beijo na bochecha dela e disse com lágrimas nos olhos.
-Eu já te disse adeus, pra sempre Anjo...- ele se afastou.
Foi rápido, Ana ergueu a varinha e o atingiu, berrando com fúria:
-Traídor!!! Tolo!!! Fraco!!!
Ele caiu, sentindo uma dor escruciante no peito, viu Rony o segurar e Hermione avançar furiosa para a falsa Ana, ele ainda disse:
-Cuida da Mione... ela é perigosa...
Rony o soltou bem em tempo, a falsa Ana ia acertar Hermione e acertou Rony, que caiu de joelhos sem ar... Harry se levantou, na hora certa, viu Belatriz surgindo das sombras ao lado de Rabicho. Ambos com as varinhas erguidas, não teve muito tempo para pensar, agarrou Hermione e a jogou no chão e o que viu ia ficar novamente marcado em sua cabeça...
Seja lá o que foi que os dois tivessem feito, atravessara o corpo de Ana que caiu em uma poça de sangue... a expressão de dor e surpresa daquela falsa Ana ainda eram reais o suficiente para deixa-lo chocado... Belatriz riu:
-Que pena, era para acertar as duas!!!
Ele se ergueu, Rabicho apontava para Hermione e Rony, ambos no chão, parecendo não conseguir se decidir quem ia acertar primeiro, Belatriz ainda ria:
-Eu bem que desconfiei que essa vaquinha não tinha muito poder sobre você.- ela olhou o corpo estendido no chão.- Plano imbecil do Malfoy... nem todo o canto da sereia do mundo ia dominar alguém que resiste a uma Imperius... vamos do jeito bruto.- ela sorriu dementemente.- Eu te arrasto até o Lord...

Harry não teve tempo de reagir, talvez estivesse lento, ela o acertou no peito, algo forte... ele se sentiu voar... sentiu o impacto contra a porta de vidro, pode ver os pequenos estilhaços voando a sua volta, sentiu o impacto com o chão... o vidro caindo a sua volta, o berro de Hermione...
-É para desacordar o rapaz...não matar.- disse Rabicho.- Não se mexam vocês dois...- ele ameaçou Rony e Hermione.
Harry ainda via o vidro caindo ao redor dele, sentindo a dor que se espalhou por seu corpo, ouviu Rony xingar Rabicho:
-Seu rato miserável!!!
Rabicho atacou Rony que berrou horrivelmente, Hermione protestou.
-Espere... eu sempre quis fazer isso.- disse Belatriz.- Crucio!
Os berros de Hermione e os risos de Belatriz invadiram a mente de Harry, apesar de muito ferido, e ele viu o rasgo que Ana fizera em seu peito e a dor de ter atravessado a porta, apesar de tudo isso, nele surgiu algo tão grande e monstruoso que o fez se levantar... ir em frente com passos firmes, com um gesto da varinha as portas de vidro se escancararam com tal violência que caíram das dobradiças...
Rabicho deu um berro e se encolheu, talvez porque o que via estava além da sua compreensão, Belatriz o olhou, interrompendo a maldição...
-Mas... seu!-ela lhe apontou a varinha
-CRUCIO!
Belatriz caiu berrando de dor, Rabicho ergueu a varinha, nem teve tempo
de falar nada Harry ergueu a varinha:
-Estupefaça!!!
Rabicho foi atirado contra uma estante, caiu desacordado, mas Belatriz se erguia arquejando furiosa:
-Então você aprendeu menino... como foi? Gostou?
Mas ela se calou quando ele se virou para ela, e se olharam nos olhos, ele ergueu a varinha:
-Estupefaça!!!
Ela desaparatou e foi sorte, a mesa atrás dela desabou, partida em pedaços...
-Agora entendo o interesse do Lorde em você...- ela disse aparatando atrás dele.
Uma outra azaração e ele caiu além dos pedaços das mesas.
-Você tem futuro... sabe? Um dia pode chegar aos meus pés...
-Aerus!
Belatriz se chocou com uma estante, o olhou surpresa.
-Ainda de pé?!!!
Ele ergueu a varinha, nenhum pingo de consideração, apenas ódio.
-Rictus!!!
Belatriz desaparatou, assustada, ele sabia, para não voltar. O feitiço partiu a estante em duas com livros e tudo, o estrondo foi alto.
E o silêncio tomou tudo, ele se virou muito devagar para os amigos, deu um sorriso triste, mas ambos o encararam com medo... Mione o olhava como se nunca o tivesse visto, Rony aninhava um braço sangrento...
Escutaram passos do corredor Harry ergueu a varinha ansioso, mas entraram pela porta Quim, Lupin e Morgan...
-Por mil diabretes!!!- disse Morgan- Que houve aqui!!!
Quim olhava o corpo de Ana no chão, ele estava marrom acinzentado e começou a rachar...
Lupin foi até Harry.
-Você está bem?
Mas Harry balançou a cabeça e acenou com a varinha, Lupin pareceu paralisado.
-É... é Pedro... Rabicho!!!
Harry concordou com a cabeça, quando Lupin se aproximou dele, Harry ouviu Hermione gemer, se virou:
-Vamos, temos que tratar essas feridas... cuidar desses três...
Ela apontou Gina, Neville e Luna ainda desacordados, Quim estava ao lado de Lupin, conjurando correntes e outras coisas para evitar que Rabicho fugisse novamente.
-Tenho que ver Dumbledore.- Harry disse baixo.
-Claro que tem...- disse Morgan que se abaixou e pegou um livro.- Vamos, me ajudem vocês!
Harry guardou a varinha e estendeu a mão para Hermione, mas ela lhe lançou um olhar assustado e sussurrou:
-Harry o que foi que você fez...
Ele desviou o olhar, sem saber porquê... agora o ferimento no peito doía, ferroava, sangue empapando as vestes, ele pegou Neville e ergueu, sem olhar para mais ninguém... ouviu Morgan falar:
-Portus!
O livro deu uma estremecida e brilhou então voltou a parecer um livro comum...
-Vamos, vamos.- disse ela apressando Quim e Lupin que erguiam Rabicho.
Harry ainda viu Quim correr e erguer Gina e ajudar Hermione e Rony com Luna, todos estenderam a mão e puxaram a mão dos desacordados para a chave de portal.

Pomfrey deu um berro ao vê-los chegar na enfermaria vazia... os olhou, principalmente ao braço de Rony.
-Bem acho que vamos tratar disso...- ela se aproximou.- Lupin... Graveheart...
-Pomfrey trate deles sim?- disse Morgan correndo para a porta.- Vou falar com Dumbledore.
Estranho ver os amigos deitados com roupas de festa, ajudou a deitarem Luna... Rony e Hermione se deitaram... ela parecia em choque, então Harry se lembrou, de que era a primeira vez que os amigos tinham visto Voldmort... e também tudo aquilo, era demais, ele mesmo perdera a cabeça, tinha feito uma enorme burrada, tinha usado uma maldição imperdoável...
-Venha Harry.- disse Pomfrey.
Então ele lembrou, com urgência deu um passo para trás assustando Lupin, Quim e Pomfrey.
-Tenho que falar com Dumbledore!- se virou para sair.
-Calma aí!- disse Quim.
-Harry espere!
Ele olhou para trás ainda andando:
-Tenho que avisar Dumbledore! Voldmort está indo...
Mas as portas da enfermaria se escancararam... Fudge entrou com dois aurores, Dawlish e Williamson... Harry reconheceu do ministério um ano antes...
-Você mesmo!- disse Fudge raivoso.- Fique onde está Potter.
Harry estacou em choque, porque os dois aurores apontavam as varinhas para ele.
-Ministro! O que está havendo?!- perguntou Quim.
-Estamos levando o Potter detido.- disse Fudge acenando para os dois aurores que seguraram Harry pelos ombros.
-Espere aí... porquê? - Se adiantou Lupin...
-Temos evidências de magia ilegal, além de denuncias de ajuda a você-sabe-quem...- ele voltou a acenar para os aurores.
-Isso é loucura!- berrou Quim.
-Iremos esclarecer isso no ministério...- disse Fudge.
Harry percebeu o quanto tudo aquilo era estranho, se debateu olhando furioso para Fudge:
-Você é burro Fudge?! Estão enganando...
-Silencio!
Dawlish o silenciou, mas Harry viu Dumbledore lá ao longe no corredor, ao lado estava Morgan, então os dois aurores se olharam e acenaram, Fudge estranhou:
-O que foi? Dawlish?

Os dois ainda segurando Harry, que se debatia, entendendo o que tinha acontecido, estuporaram ao mesmo tempo Quim e Fudge, Williamson tirou um pequeno relógio de corrente do bolso e apertou contra a mão de Harry que tentou evitar fazê-lo a todo custo, olhando desesperado para Dumbledore, escutando Dawlish atacar Lupin, mas era tarde, mesmo com Morgan se aproximando com a varinha na mão.

Novamente foi transportado, e reconheceu imediatamente o lugar, quando se levantou, a dor surda na testa agora muito forte, viu que estava completamente cercado.
-Bem, Potter, como prometi, nos encontramos de novo...- riu Voldmort.
Harry olhou a volta, Williamson usou um feitiço e ele caiu de joelhos no chão como se estivesse preso por correntes muito pesadas...
-Olhe só o que meus amigos estão fazendo...- Voldmort apontou para o véu.
As cópias dos pais de Harry usavam as varinhas para descer o véu sem tocá-lo, devagar o estavam colocando em um bauzinho de madeira.
-Não!- pensou em Sirius...não podiam levá-lo...
Harry escutou a risada fria de Voldmort então percebeu pela dor que aumentou absurdamente em sua cicatriz que Voldmort estava de pé a sua frente.
-Belatriz me informou que você resistiu também ao encantamento que coloquei naquela cópia... vou lhe fazer um elogio Potter...- Voldmort se aproximou mais, os olhos de Harry se encheram de lágrimas porque a cicatriz parecia estar reabrindo.- Admiro essa sua força de vontade... agora, sabemos que ela não é eterna... e não terminamos nossas negociações... a sua querida namorada...- ele riu.- deve ter adiantado minha proposta.
-Então o que eu fiz deve ter servido de resposta...- gemeu.
-Milorde!- Lúcio Malfoy apareceu no alto de uma das escadas que davam para a sala da morte.- Ele está aqui!!!
-Detenham-no, atrasem-no! Tolos!!!- sibilou Voldmort em resposta.
Ficaram ali apenas Voldmort e as duas cópias... Dumbledore está aqui, pensou Harry, então as mãos de Voldmort tocaram seu rosto e Harry deu um berro de dor, Voldmort sibilou:
-A profecia... ou sua vida...
-Pra que quer saber dela...- gemeu de olhos fechados, a dor o deixando angustiado.
Voldmort sorriu contraiu os olhos vermelhos...
-Hora, Potter... você acha que não desconfio do que ela fala?
Harry arregalou os olhos.
-Somos parecidos demais Potter, é preciso um mago das trevas poderoso para deter outro... somos mais parecidos do que você gostaria de admitir não?
O coração de Harry congelou.
-Ou você vai negar que gostou de torturar Bela?
-Cale...
Voldmort riu, soltou seu rosto.
-Realmente há um bom motivo para Dumbledore o afastar de mim... talvez medo de que nos unamos... me deter? impossível... você ainda é fraco... una-se a mim Potter, salve sua vida...
Harry olhou Voldmort com desprezo, "fraco... eu fraco... seu idiota..." pensou com raiva ao ver as cópias de seus pais se aproximarem e entregar a Voldmort o baú com o véu...
Num ato de extrema vontade conseguiu se levantar e puxar a varinha, a cópia de seu pai o lançou longe.
-Leve isso para casa.- disse Voldmort para a cópia de sua mãe.
-Tchau querido.- ela lhe acenou.
Ela desaparatou, Harry e a cópia do pai se encaravam varinhas erguidas...
Belatriz aparatou furiosa.
-Milorde! Ele está mesmo aqui com ajuda!
Voldmort olhou irritado para Belatriz e então ordenou:
-Vá, volte para ela e o nosso prêmio.
A cópia do pai de Harry desaparatou, Harry se preparou para o pior, Voldmort e Belatriz, ambos com as varinhas apontadas para ele:
-Última chance Potter... venha conosco.
-NUNCA!!!
Voldmort atacou, Harry também, as varinhas se ligaram, Voldmort interrompeu no mesmo instante que Belatriz atacou, o corte profundo na perna desiquilibrou-o, viu Voldmort sumir em uma esfera de luz, se apavorou, porque sabia o que ia acontecer.
Dessa vez não havia nada bonito em seu coração para se agarrar... era pior do que se lembrava... pior que aquela noite maldita depois de todos os cruciattus que recebera, era pior porque ele sabia o que estava acontecendo... sabia que a dor era horrível, sabia que estava tão saturado de sofrimento que suas barreiras não resistiriam, sabia que ele mesmo estava num limite em que era difícil manter a sanidade, acima de tudo... dessa vez a criatura que o possuía não o fizera para deter mais ninguém além dele mesmo, Voldmort o possuíra não preocupado com Dumbledore... mas simplesmente para poder entrar mais fundo em sua mente, e isso era ainda pior, sentiu-se ruir... quebrar... Harry não via esperança alguma, era muito para ele suportar...

"Vamos ver tudo... agora!"

Numa medida desesperada Harry tentou escapar do próprio corpo, mesmo sabendo que isso seria sua morte... mesmo sabendo que isso provavelmente iria cortar os vínculos entre o corpo e a alma... qualquer era melhor que sofrer o que estava sofrendo... então lá do fundo algo maior gritou.

"NÃO!!!"

Não podia... não devia desistir... não era justo depois de tudo que aconteceu...

"Depois de tudo que eu fiz... ele não vai ganhar... não vai ferir mais ninguém... porque... eles precisam de mim... porque é o que eu tenho que fazer... por todos..."

Harry se lembrou de tudo que passara... se morresse agora... de que valera tanta dor e sacrifício?

"Desista, eu estou mais forte..."

Voldmort entrou mais fundo apesar da resistência corajosa... mas Harry ainda resistia...

"Eu vou lutar até o fim... eu tenho..."

Mas sem dúvida estava perdendo... se sentia cair... esmagar pela dor enlouquecedora...

"Eu vou perder?... é assim que acaba?... eu vou morrer assim?... eu não vou acordar?... não vou ter a chance de pedir perdão a Hermione? Não vou ver o Rony? Os Weasleys?"

Seu corpo desabou, caiu ofegante de joelhos, exausto...

-MALDITO!!!- escutou Voldmort gritar.
Mal abriu os olhos, era horrível, até respirar, viu Voldmort se aprumar
varinha apontada para ele.
-Então pague o preço seu impertinente... você não é nada, que perda de tempo...

Mas então Harry encarou os olhos de Voldmort com uma fúria incontida, antes que pudesse erguer a varinha, o outro estreitou os olhos.
Foi rápido, um assalto cruel a sua mente e Harry segurou o rosto nas mãos dando um berro, estava fraco e despreparado para um novo ataque, Voldmort conseguiu o que queria... Harry não pode evitar, e num assomo de rebeldia revelou com raiva...

"Quer saber mesmo desgraçado... então escute... e aceite."

"Sim Potter... me revele... a profecia..."

"Harry escutou com um eco de memória, partilhando raivosamente com Voldmort o mais rápido que podia apenas para ver o que o outro faria... apenas por raiva...

"Aquele com o poder... Voldmort se rejubilou, isso... isso...
nascido dos que o desafiaram... continue... nascido no sétimo mês...
Era até onde Voldmort sabia... o que ele conhecia, então foi Harry que forçou o resto rápido ... mais alto:

...e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver..."

Harry sentiu a surpresa horrorizada de Voldmort e se sentiu mais leve, apesar de não poder ver bem, de estar exausto, ele viu Voldmort com uma cara de espanto que se transformou em fúria e então e júbilo.
-Então acaba aqui Potter...
-Acaba sim!!!- ele ergueu a varinha.
Foi um súbito ataque de raiva, dor, desespero de se agarrar a vida... Harry foi muito mais rápido:
-RICTUS!!!
Ao mesmo tempo escutou um CRACK! de alguém... abriu os olhos esperando ver a sala vazia, achando que Voldmort tinha desparatado e fugido... mas não, o que viu foi horrível...
Vermelho... tudo vermelho...

Os olhos de Voldmort arregalados com o sangue que brotava do ombro rasgado, sendo aparado por Belatriz... mas o pior era ela... a chuva de sangue que inundou o seu campo de visão... misturado aos cabelos esvoaçando enquanto ela, de costas para Harry, caía... Morgan tinha aparatado entre eles... ela recebera o golpe de Harry... ela estava caindo morta em seu colo... ela estava...ele segurou-a.

Voldmort riu:
-Vamos Bela... eu estou bem... nos veremos novamente Potter... você começou bem... matou sua amiga...
Harry olhou para Morgan, expressão calma... cabeça apoiada em seus joelhos... ali os dois... ele vestindo um traje negro como a morte que trouxera e ela com o vermelho do sangue que derramava... porque a ele sentia o sangue dela escorrendo por suas pernas... ele desesperado tentou chamar por ajuda, mas não conseguia, olhou para ela...
-Haarry...- ela suspirou.- não dói...
Ele tremeu... escutou os gritos... os passos em direção deles... mas não conseguia se mover... pensar, apenas estava preso nos olhos violetas de Morgan... que foram perdendo o brilho devagar, foram fechando... do mesmo jeito que ele mesmo ia se fechando, morrendo, a cabeça dela pendeu...
Alguém o puxou com força, o afastou dela, caída ali uma mancha vermelha.
-Harry! HARRY!
Mas ele olhou suas mãos... estavam encharcadas de sangue... do sangue dela de sua amiga...
Voldmort conseguira... o tornara um assassino...
Ele fechou as mãos, e de uma vez só soltou um grito de desespero... por tudo que passara, por tudo que guardara... foi sua alma que gritou...

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