-Prenúncio da Tempestade-
[N/A]Esses três capítulos são praticamente os que eu mais amo nessa fic e foram escritos praticamente direto, existem outros bons capítulos, mas simplesmente gosto das situaçãoes envolvidas neles, gostaria muito que isso aparecesse na série. (principalmente uma briga entre Harry e Rony por ciúmes)
-Prenúncio da Tempestade-
Por mais incrível que parecesse e por mais fofocas que tenha gerado, nada oficial aconteceu em relação ao caso dos alunos azarados naquela sexta à noite, Harry ficou por muito tempo sobressaltado, mas apesar da falta dos alunos na aula de poções, Snape parecia não estar presente, só então caía a ficha de que seu velho desafeto andava muito estranho, das crises de mal humor ele caíra na total apatia, parecia, mais magro, pálido e desatento, ele e os amigos estavam quase certos de que estava doente, mas Harry não lamentou a mudança, muito pelo contrário.
Somente os alunos da Sonserina é que haviam se organizado, várias brigas começaram a irromper entre eles e o pessoal da Grifinória, Parkinson parecia liderar o movimento.
O que deixou Harry bem furioso, e ele caçou Parkinson por toda escola até encurrala-la na biblitoteca, foi a menina ter atacado Ana que acabou indo parar na ala hospitalar, a turma do deixa-disso é que evitou que ele enviasse Parkinson pra lá também...
Na sua folga ele deu um jeito de despistar Rony e visitou a ala hospitalar, entrou para ver Ana, Madame Pomfrey lhe deu um sorriso, estava se acostumando em vê-lo por ali carregando um ou outro aluno atingido,a ponto de deixá-lo ficar sozinho, após entregar um belo buquê de flores, contrabandeado pelos gêmeos , para a menina que ainda tinha uma estranha galhada na cabeça, "Eu não queria que você me visse assim...", ele a deixou adormecer segurando sua mão e saiu silencioso como um gato e postou sua cadeira ao lado da cama de Malfoy que ainda estava com a pele azul mas já tinha se livrado dos espinhos que haviam nascido no corpo, ele não lembrava de ter usado nenhuma azaração do gênero mas encarou o outro que abriu os olhos e olhou assustado em volta.
-Fique quieto.-disse sério.
-O que você vai fazer?- havia medo na voz.
-Quando exatamente ficou decidido que a gente ia se odiar, Draco?
-Porque tá falando isso?
-Quero saber quando você decidiu que tinha que ser meu inimigo, foi naquele dia no trem?
-Foi quando você nasceu, seu sangue-ruim.
-Tá, quando exatamente você achou que isso era motivo?
-Você se acha especial Potter, acha que essa cicatriz lhe faz importante...
-Nunca achei isso, e você não me respondeu...
-Porque você pensa que eu tenho que lhe dar explicações?
-Porque acho uma perda de tempo muito grande odiar uma pessoa gratuitamente.
-Você acabou com a gente.
-Acabei?
-Me deixa em paz.
-É tudo que você tem pra me falar? Eu esperava mais de você...
-Odeio você. Você arruinou minha família.
-Sua família arruinou muitas outras e você sabe disso.
Malfoy o encarou, pela primeira vez ele lhe pareceu vagamente humano, não aquele garoto mimado, mas um ser humano, alguém que sofre.
-Você acha que tirou meu pai de circulação mas está enganado.
-Foi Voldmort-Draco estremeceu ao ouvir o nome.- que tirou seu pai de você...
-Pelo menos eu tenho pais.
-Por quanto tempo Draco? Por quanto tempo você acha que Voldmort vai perseguir só os trouxas e mestiços? Quando todos eles morrerem quem ele vai perseguir? Ou vocês tem a ilusão de que vai haver uma recompensa?
-Você é burro Potter, Voldmort quer limpar o mundo dos erros como você...
-Erros? Você é tão bruxo quanto Hermione e tão humano quanto qualquer trouxa...
Malfoy riu.Uma risada fria e infeliz.
-Saia de perto de mim.
-É sua decisão final?
-Como assim?
-Você pretende seguir o caminho de seu pai?
-Se você seguir o rumo do seu...
-Meu pai era um auror, Malfoy, sabe o que significa?
O outro voltou a encará-lo:
-Significa que decidiu servir um bando de idiotas, invés de ter o poder de decidir...
-Que poder de decisão tem seu pai, se o mestre dele enfeitiça e mata todos que o contradizem?
Malfoy ficou em silêncio, um silêncio triste e constrangido, Harry balançou a cabeça e levantou:
-Aconselha a sua namorada a parar essa guerrinha, ela já atingiu a maior parte dos objetivos.- acenou para Ana.
Malfoy deu um risinho.
-Jogando a toalha Potter?
-Se for para parar antes que morra alguém, sim.
Eles voltaram a se encarar, Malfoy se recostou na cama e esticou os braços para apoiar a cabeça:
-Vou pensar no seu caso.
-Tenho certeza que vai.
Saiu dali com muita coisa pra pensar, mas o principal é que atingira seu objetivo, começar a entender...
Na quinta feira uma coruja lhe entregou um bilhete muito estranho, que ele estendeu a Rony e Hermione.
"Não vá até minha sala hoje, espere na sala comunal..."
MG.
-Deve ser algo com relação ao ministério...
-Ela vai aparecer aqui?-perguntou Rony
-Acho que sim.-disse Hermione. -Podemos ficar Harry?
-Tenho a impressão que sim... senão ela pediria pra dar um jeito, não?
Os dois o olharam, ele ainda estava com o pergaminho na mão, porque certas coisas não se encaixavam na sua cabeça? Ele começou a ter dúvidas que não o assombravam antes:
-Hermione, você tem os livros do primeiro ano não tem?
-Claro que tenho Harry porquê?
-Quero dois livros emprestados... Ascensão e queda das artes das trevas e bruxos famosos do nosso século ou história da magia..., acho que era algo do gênero...
-Porquê Harry?
-Por que eu quero... é suficiente?-disse impacientemente.
-Deixa de ser grosso...-falou Rony.
-Não estou sendo grosso, é que as vezes a Mione quer saber demais...-disse se levantando.- preciso ir ver uma coisa.
Os dois ficaram o olhando enquanto subia as escadas, o motivo de sua inquietação foi exatamente o que Hermione o dissera no primeiro dia em que se viram "Se fosse comigo eu tentaria saber tudo que pudesse", E Graveheart completou "Harry... Dumbledore nunca conta nada pra você?", como podia ser tão ingênuo e burro de nunca ter perguntado nada? Os Dursley o tinham adestrado muito bem, "Sem perguntas..."
Harry andava com uma pedra gelada de revolta no peito, "porquê eu?", "porquê isso está acontecendo assim?".
-Eu estou enlouquecendo...-sussurrou enquanto se encostava na parede da escada dos dormitórios.
Não esperou por Graveheart, sabia que se ela aparecesse, Rony e Hermione iriam avisa-lo, deitou vestido na cama e dormiu.
Era um lugar conhecido, muito familiar, lhe dava uma estranha sensação de proteção apesar de parecer tão decaído, ele foi andando, subindo as escadas que levavam ao segundo andar da casa, ele conhecia o lugar, talvez em outra vida? Talvez tivesse esquecido? Não, ele sentia um estranho prazer em subir aquelas escadas, subia devagar escutando um silvo que o seguia, no corredor acima se dirigiu a terceira porta, entrou, o que viu lhe causou um espasmo de ódio muito grande, que o denunciou, Voldmort o repeliu na mesma hora, acordou apertando a cicatriz, ela queimou na intensidade do ódio que Voldmort sentira ao ser espionado, mas ele não pensou em Voldmort, pensou no que vira, Belatriz sentada em frente a lareira, com um imenso olhar de tédio, esperando, aguardando...
Sentou na cama e olhou em volta, não conseguia evitar esse tipo de sonho, ou visão... mesmo adormecendo só quando exausto, a insônia forçada não ajudava, dormir normalmente não ajudava, nada parecia retirar dele aquele incômodo, saber o que sabia também não era um grande consolo, levantou e desceu, a lareira estava quase apagada, Rony estava adormecido com a cabeça no colo de Hermione que lia um livro.
-Está com um humor melhor?
-Desculpe, fui grosso com você.-disse se sentando.
Hermione ficou olhando-o por muito tempo em silêncio, ele agarrou as próprias pernas e ficou ali encolhido naquela vigília.
-Quando você se fecha assim é porque algo muito errado está acontecendo...
-Qual é a coisa que você mais deseja na vida, Hermione?-ele a olhou.
Por um segundo ela sustentou o olhar, então lentamente desceu o olhar para os cabelos vermelhos de Rony que dormia calmamente em seu colo, e voltou a olhar para a lareira.
-Ah... não sei... quero tanta coisa... por...-ela se calou.
-Não sei. -ele sorriu respondendo o porquê que ela temeu perguntar. -É que eu estava pensando, no primeiro dia...
-Primeiro dia?
-Que nos conhecemos...-ele soltou as pernas e sentou-se direito para deixar Bichento pular em seu colo. -Você se lembra?
-No trem? Eu tava tão nervosa que não conseguia parar de falar...-ela riu.
-Eu também... estava nervoso...
-Então... eu vi o Neville procurando aquele sapo doido dele... como ninguém estava falando comigo na cabine eu fui ajudá-lo a encontrar o sapo.- ela disse olhando a lareira.-Eu nunca disse que estava viajando com a Pansy, e as outras da sonserina, não é?
-Com a Pansy?-ele a olhou.
-Me trataram muito bem, até eu dizer que era filha de dois dentistas...
-Isso é tão idiota...
-Mas foi bom...
Ele a olhou, ela estava sorrindo com os olhos brilhando das chamas fracas da lareira.
-Bom?
-Se eu não tivesse saído, não teria conhecido você e Rony...
-Teria sim, aqui no castelo...
-Não, eu não teria visto vocês como vi naquele dia... O Rony e... você...incrível como parecia que vocês se conheciam a anos...
-É,-ele sorriu coçando a orelha de Bichento.- eu gostei deles assim que os vi...na estação...eles...
Havia um imenso nó em sua garganta, e ele não sabia exatamente o motivo,sorriu tristemente para o gato que ronronava em seu colo.
-Engraçado não é?-ela o tirou de pensamentos tortuosos.
-O quê?
-Como as coisas são... eu era a filha de dois dentistas, ia ser dentista também, e então...- ela levantou os olhos para tudo a sua volta.- Vim ser uma aluna de bruxaria.
-A melhor aluna de bruxaria que já pisou nessa sala...
Ela corou e sorriu, "eu nunca vou achar ela feia..." ele pensou ao ver o reflexo das brasas no cabelo dela, voltou a acariciar o gato que esticava e recolhia as garras na sua perna.
-Harry?
-Sim?
-O que você mais quer na vida?
Vários pensamentos passaram velozmente pela sua cabeça. alguns deles lhe deram muito medo, outros o fizeram sentir vergonha, ele a olhou:
-Eu nunca quis muita coisa da vida... não sei.
Ela voltou a olhar para Rony que dormia, ele voltou a olhar para a lareira. O tempo foi passando, era óbvio que Graveheart não apareceria mais, então eles escutaram um barulho atrás deles, no meio da sala comunal.
-Morgan...-ele começou a falar se virando.
Era Dobby, olhando-os com aqueles olhos esbugalhados usando os gorros que Hermione fizera, usava uma das meias que ele comprara em Hogsmeade, a de estrelinhas brilhantes.
-Senhor, ainda acordado, senhor?
-Acho que sim Dobby.-ele sorriu.
-A professora Graveheart mandou lhe entregar isso, senhor.-disse e entregou-lhe um embrulhinho, preciso ir meu senhor.-fez uma de suas reverências exageradas.
-Claro Dobby.
O elfo desapareceu, Hermione pareceu meio irritada. Harry abriu o embrulhinho, havia um frasco com um líquido tom de cereja, Hermione olhou
para o frasco franzindo a testa, mas Harry abriu o bilhete e leu.
Foi aquecido pela maior felicidade do mundo, olhou para o frasco e riu.
-O que foi?
Ele levantou e se ajoelhou em frente ao sofá e passou os braços em volta de Hermione, estava muito feliz, escutou Rony acordar sufocado entre eles, separou-se dela que ficara muito vermelha e olhou para o amigo que parecia muito irritado.
-Ela encontrou! Ela encontrou!-disse sorrindo.
-Harry você enlouqueceu?-Rony disse se sentando ao lado de Hermione.
Mas ele pegou o bilhete com as mãos trêmulas:
"Pode comemorar, isso é vinho."
Hermione deu um grunhido, Ele não escutou continuou a ler.
"Os estudos de sua mãe parecem certos, encontrei o primeiro vestígio de Sirius, não consegui falar com ele por muito tempo, mas acho que juntos vamos trazê-lo de volta."
Ele sentiu que estava chorando, quando ergueu os olhos para os amigos:
-Ela falou com ele! Ela falou com Sirius!
Rony destampou o frasco e tomou um gole.
-Sua mãe devia ser tão inteligente quanto a Mione, cara!
-Ela falou com ele, Harry, mas ainda não o trouxe, e pode não trazer.
Ele voltou a olhar o pergaminho, balançou a cabeça:
-Não ela vai trazer!Eu sei que vai!
-Mione...-censurou Rony.
-Harry, falar com os mortos é uma coisa...
-Ele não está morto!
-Mione pára.-disse Rony.
-Você já tinha ouvido vozes vindo do véu Harry.
-Por favor Mione...-ele a olhou sem vê-la, estava com os olhos borrados.
-O véu pode servir somente para isso...só para falar...
-Pára, Mione.-repetiu Rony.
-Não Harry, não fique se enganando...
-Eu não estou!- se levantou.
-Está sim!-ela ficou de pé também.- Não há prova de que ela pode trazer Sirius de volta! Sirius está morto Harry! Nada pode inverter isso!
-Mione!-interrompeu Rony.
Só então ela percebeu que Harry estava muito branco, tremia.
-Eu preciso acreditar que ele está vivo... -ele disse baixo. - Eu não posso aceitar que matei ele...
-Harry...-ela disse olhando-o assustada.
Ele virou de costas para os amigos, estava frio, "não alimente falsas esperanças..." jogou o bilhete na lareira, havia um silêncio ao redor dele, e o frio que parecia vir dele como se um dementador estivesse em seu coração, ficou vendo o pergaminho escurecer e queimar.
-Harry?-chamou Rony.
Ele tirou os óculos, esfregou os olhos sem cerimônia, irritado.
-Harry?-chamou Mione.
-Vamos dormir.-disse sério sem se virar.- está muito tarde.
Se virou e olhou Hermione, que estava chorando também, Rony rodava o frasco nas mãos olhando para o chão.
-Desculpem.
Foram deitar em silêncio, nenhuma palavra foi dita.
O sexta passou fria, Ele observou a aula de transfiguração sem nenhum interesse, Rony estava bravo com Hermione e ela o olhava com pena, isso o estava deixando irritado, foi na aula de Hagrid que se sentiu melhor.
-O que será que é tão especial que Hagrid andou planejando?-perguntou Hermione.
-Desde que não sejam explosivins.-disse Harry.
-Podíamos ver os pelúcios de novo... ou ...desde que não sejam vermes.
Hagrid no entanto os levou ao picadeiro que certa vez abrigara os hipogrifos, e os cavalos da madame Maxime.
-Ele não vai repetir os hipogrifos vai?-perguntou Pansy.
Mas Hagrid entrou com cinco cavalos, muito bonitos mas que pareciam comuns.
-Cavalos?-falou Hermione.
-Então turma o que acham disso?-sorriu Hagrid.
A turma não pareceu se interessar.
-Alguém sabe que animais são esses?-ele repetiu mais animado.
Harry estranhou a animação de Hagrid com animais tão comuns até entender que eles não deviam ser comuns. Pela primeira vez Hermione não ergueu a mão, estava em dúvida.
-Ninguém? então preciso de um voluntário...
Harry não esperou ele terminar, pulou a cerca.
-Ótimo Harry! Você já tem experiência, se aproxime devagar daquele negro, o Ônix.
O animal no entanto não esperou Harry se aproximar, trotou até ele e o encarou.
-Oi Ônix.-disse baixo.
O cavalo de um negro brilhante se abaixou para que ele montasse, Harry matou a charada.
-Pode subir Harry, ele é bem manso.
-Posso voar com ele?-Harry disse montando.
Houve uma série de exclamações, como se ele tivesse falado algo estranho, mas Hagrid disse sorrindo:
-Claro que pode!
-Vamos.- ele disse batendo de leve os pés no flanco do animal, segurando de leve na crina.
Duas imensas asas negras surgiram como se nascessem na altura das patas dianteiras, o animal empinou e alçou vôo, muito mais suave que um hipogrifo, embora as vassouras ainda fossem mais estáveis, Harry ainda escutou Hermione falar alto.
-Pégasus! São pégasus!
-São sim!-respondeu Hagrid.-São bem raros.
Então o cavalo alado disparou e deu uma volta pelo castelo retornando para pousar suavemente no picadeiro, Harry deu umas palmadinhas no pescoço do animal e desmontou no mesmo instante as penas soltaram do corpo caindo graciosamente e sumindo antes de chegar ao chão.
-Muito Bem Harry!-disse Hagrid
Os alunos se animaram, os Pégasus eram muito mais calmos que os hipogrifos, mas se recusaram terminantemente a dar uma volta pelo castelo como fizera Ônix, apenas Rony, que também montara o cavalo negro pode dar aquela "voltinha". Hermione montou um castanho que a levou até a beira da floresta e voltou.
-Foi maravilhoso!-disse ela sorrindo.
-Foi sim.-disse Harry.
-Como você percebeu que eram Pégasus?-perguntou Rony.
-Não sei, chutei.
Hermione pareceu ofendida.
No jantar, havia um clima estranho por causa da primeira partida de quadribol do ano, ele ouviu Cátia falar um tempão sobre se alimentar e dormir bem, além dos conselhos de sempre, quando sentiu um cutucão e se virou dando de cara com um das alunas da Lufa-Lufa.
-Ana mandou isso.-ela disse corando e saiu correndo.
Ele abriu o pergaminho e leu:
"Não vou poder vê-lo jogar
mas sei que vai ganhar
vou torcer daqui da ala hospitalar!!!
(desculpe a rima boba, me empolguei,
boa sorte, te adoro meu anjo! beijos Ana!)"
Ele sorriu, por mais bobo que fosse, aquilo o aqueceu por dentro, só ela podia deixá-lo assim, levou um susto quando a voz de Fred saiu do lado da sua orelha:
-Uma poetisa essa tua namorada, hein?
-Meu Anjo! Ti fofo!-disse Jorge beliscando sua bochecha.
-Vão se catar os dois.-ele fechou o bilhete.
-Ô anjinho mau humorado!-disse Fred arrepiando os cabelos dele.
-Não faz isso!-ele afastou os dois.
Gina estava gargalhando.
Por um motivo que ele mesmo achou bobo e idiota guardou o bilhete no bolso interno das vestes quando foi jogar, o time já estava pronto para sair quando escutaram as trovoadas.
-Vai chover pessoal.-disse Simas.
-Não se preocupe. -disse Cátia.- Vamos acabar com o jogo antes disso.
E olhou para Harry com uma cara "então trate de pegar esse pomo rápido!"
Entraram recebidos por palmas e um vento gelado e incoveniente.
-Pela Grifinória, Potter, Simas, Bell, Weasley, Weasley, Weasley e Weasley.- disse sonsamente o novo narrador, um aluno da corvinal do terceiro ano, mas estava acompanhado de uma mocinha quartanista da Lufa-Lufa:
-Parece que os Weasleys dominaram o time esse ano!
Madame Hoch estava apitando para variar, "Capitães!" "montem nas vassouras" e apitou finalmente iniciando a partida.
Como era bom voar em jogo, rápido, alerta, com as pessoas fazendo algazarra lá em baixo...
-Gina Weasley de posse da goles!-disse o rapaz.
-Ela foi revelação ano passado substituindo Potter como apanhadora!Todos torcem que seja a mesma coisa como artilheira!-empolgou-se a moça.
-Balaço defendido pelo... por um dos gêmeos Weasley... difícil saber quem é quem...
-Jorge Weasley!-A moça bradou.
-Boa defesa da Lufa-Lufa, A Grifinória vai ter que forçar mais para acertar o gol esse ano.
-Com certeza reforçamos a defesa!
Harry procurava qualquer lampejo do pomo, muito abaixo o novo apanhador da Lufa-Lufa um rapaz novo também terceiranista Alan Stingrey, parecia evitar qualquer contato.
-Quase! Simas perde a goles!
-A Grifinória vai ter que melhorar seu ataque!
As trovoadas ficavam cada vez mais próximas e as rajadas de vento empurravam até os gêmeos a favor. tirando-os do curso.
-Vai ser ponto... Mais uma incrível defesa de Ronald Weasley!
-Ele escondeu bem o talento no começo do ano passado, acabou se tornando Herói da Grifinória no último jogo!
-Disputa acirrada entre os batedores...Ah!
-Isso deve doer muito... Cátia Bell se chocou com Aline Baun... foi feio mesmo...
As duas permaneceram paradas, zonzas mas alertas, Gina aproveitou a distração, catou a goles e foi marcar.
-Mais um para Grifinória! são trinta a dez...
-O jogo devia ter sido interrompido... Mas é isso... Ei!
-Mais um para a Grifinória! Simas mostrando que também sabe marcar!
Relâmpagos que eram distantes começaram ficar mais próximos.
-Onde está? Onde se meteu?- Harry balbuciou sob o vento forte, olhos esquadrinhando cada milímetro de espaço a procura do POMO! abaixo, próximo da arquibancada, imprimiu velocidade.
-Artilheiros em disputa... Potter parece ter encontrado o POMO!
Alan saiu para tentar alcançar, como estava mais baixo, estava mais perto, mas Harry o ultrapassou quando aconteceu...
Uma luz muito forte e clara, um silêncio horrível e então a multidão se agitou.
-Esse foi perto, talvez a partida devesse ser adiada...
-Relâmpagos são especialmente perigosos, mas ainda não está perto o suficiente... Mais um para Lufa-Lufa!
Harry e Alan haviam perdido o Pomo, se encararam, passaram a esquadrinhar o espaço novamente.
-São Cinqüenta a trinta para Grifinória!
-Parece que o time se afinou esse ano.
Harry viu, bem acima, imprimiu velocidade, cada vez mais rápido, cada vez mais alto, o vento ameaçando tirá-lo do rumo, o Pomo indo para esquerda por causa do vento, então escutou o baque surdo.
-Isso com certeza DOEU!!! Pobre Potter!!!
-É uma grande jogada da defesa da Lufa-Lufa!
Harry tinha acabado de levar um balaço nas costas, sentiu o corpo amortecer, perdeu o fôlego e perdera o Pomo novamente, frustrado voltou a esquadrinhar milímetro por milímetro do campo.
-Oitenta a quarenta! Grifinória na frente, um jogo bonito de ver...
-Bela jogada do ataque da Lufa-Lufa!
-Muito vento, novamente desvia a bola...
-Vai cair a tempestade logo, logo...
Harry viu, no meio do bolo da partida, mas não hesitou, se meteu no meio do jogo, desviando artilheiros, goles, balaços e metades dos times, descia tão rápido que mal via o que havia em volta, esticou a mão e sentiu, preso em sua mão, a descida tinha sido tão vertiginosa que ele estava com o rosto gelado, não conseguiu voltar para o ar, para não colidir com o chão deu um pulo da vassoura, parando no chão com a mão erguida, a arquibancada urrou.
-Potter encerra pegando o Pomo! Duzentos e trinta contra sessenta!
-Vitória justa da Grifinória, mas um grande jogo da Lufa-Lufa.
-É isso aí!-gritou Cátia
No instante que eles tocaram o chão desabou a chuva, fria e pesada.
Ana deixou a ala hospitalar na terça, um dia depois de Malfoy, e as coisas seguiram um ritmo morno, além das aulas, ele dividia o tempo com Ana e sua leitura dos manuscritos de seu pai e Sirius, com uma dor no peito pelo que Hermione dissera e sem se encontrar com Graveheart fora das aulas, maravilhosas por sinal."Estou ocupada, Fudge está me deixando trabalhar em tempo integral, sim Harry ele perguntou de você, disse pra você não se preocupar... pode demorar Harry, isso pode levar muito tempo..."Ela disse bondosamente uma vez, parecia doente, outro que parecia doente era Snape, cada dia mais apático, a aula de poções estava estranhamente agradável.
-Coloquem as amostras no frasco e deixem em cima da minha mesa.- era o auge da ordem que ele vinha dando.
Não que ele e os colegas estivessem reclamando, mas de certa forma isso deixava Harry incomodado, O melhor de tudo foi a trégua estabelecida provisóriamente entre Grifinória e Sonserina, outra coisa que, no entanto, não deixava Harry de todo sossegado.
Nenhuma notícia interna ou externa o incomodou, nos dias que se seguiram ele podia lembrar de que ele e Ana, Rony e Hermione e por incrível que parecesse Gina e Neville, para desgosto de Simas, formaram os casais mais estáveis do lugar, Cho continuou a assombrá-lo de longe, mas Ana evitava que eles voltassem a se falar e Harry agradecia. O outono começou a ser substituído pelo inverno, um dia especialmente frio, quando a neve começou a cair, ele e os outros estavam na biblioteca, os Gêmeos sufocando risos enquanto um desastrado Neville carregava, e derrubava, uma pilha de livros que Gina necessitava para as aulas.
-Querem parar de rir?!-falou Hermione aborrecida.-Estão atrapalhando a leitura.
-Nós já estamos de saída.-disse Jorge.
Hermine os olhou aturdida, mas Harry e Rony sabiam o motivo da saída, pois naquele momento saía pela porta com uma pilha de livros, certa morena da Corvinal, ele e Rony trocaram um olhar de deboche da empolgação dos gêmeos.
-Mione-disse ele sobre uma olhar de Rony, ciumento como só ele...
-Hum? -disse ela sem desgrudar os olhos do livro.
-O que é um Círio de bruxa?
-Uma erva.
-E um Azur?
-Uma erva.
-Onde se encontra essa erva?
-Seção de elementos mágicos.-ela apontou meio para trás.- em ingredientes de poções...
Obviamente não era o que ele queria saber e Rony deu uma risadinha, ainda com a cara enfiada num livro de transfiguração. Hermione olhou para ele e depois para Harry:
-Vá procurar Harry, estou ocupada.
-Não seja grossa.-ele falou se levantando, mas sem se aborrecer.
-Pra quê você quer isso afinal?-perguntou Rony, espichando o olho para o caderno desmontado.
-Pesquisa.-disse fechando o caderno, e tirando-o da mesa.
-Não é não.-disse Hermione.- Não temos que pesquisar isso nem para herbologia, nem para poções.
-Verdade.-ele disse indo para a seção que a amiga indicara.
Não demorou muito para ao pegar o segundo livro sobre ingredientes de poções e se ver ladeado pelos dois amigos.
-O que você tanto estuda nesse caderno velho?-perguntou Rony.
-De onde veio isso?-perguntou Hermione.
Ele deu um grunhido e se espichou para alcançar um volume na quinta prateleira, Rony pegou o livro facilmente e o ergueu ainda mais, deixando-o longe de seu alcance.
-Da última vez que andamos com uma coisa dessas... estávamos no segundo ano lembra?
Segundo ano:Carro voador, varinha quebrada de Rony, Polissuco, Gina, Basilisco,Hermione petrificada, Câmara, Tom Ridle, o Diário de Tom..., Ele sentiu um vago tremor ao lembrar...
-Harry onde você achou isso?
Mas ele tinha certeza que escutara algo do outro lado da estante, não falaria nada aos amigos se alguém pudesse escutar, foi quando Rony pescou o caderno com a outra mão.
-Peguei!
-Ei, não... cuidado!
Mas o caderno acabara de se desmontar na mão do amigo, espalhando as folhas de pergaminho pelo chão, misturadas...
-Ah!-suspirou Hermione dando um passo pra trás quando as últimas folhas caíram naquele vai-e-vem típico de papel.
-Que droga, Rony!-ele disse se abaixando e começando a juntar.
-Puxa, desculpa...-disse Rony ajudando-o.
-Vou demorar meia vida para organizar isso na ordem...-disse angustiado,- não li tudo ainda... que droga...
-Harry... -falou Hermione.
-O quê? -respondeu secamente
-Isso é o que estou pensando que é?
Ele a olhou surpreso, ela olhava uma das folhas, mas era impossível que compreendesse só olhando uma folha, ele havia lido uma boa parte antes de entender o que era...
-Isso é um Grimório, não é?
-O que é isso?-perguntou Rony.
-Um livro de um...
Harry segurou pulso de Hermione a encarando sério, balançou a cabeça, e apenas moveu os lábios.
-Aqui não...
Ela concordou e olhou para Rony, ele olhava torto de um para o outro, mas concordou em esperar.
Ele contou duas vezes as folhas, tinha as aproximadamente duzentas e dezessete folhas que ele imaginara, repassou duas vezes o corredor e corredores vizinhos,até ficar satisfeito.
-Que paranóia, Harry, está tudo aí.-resmungou Rony.
-Espero que sim.-atalhou seco.
Pode contar com as aulas,os encontros fugazes com Ana e os recentes ataques de ciúmes de Rony para evitar comentar o assunto com os amigos, não que não confiasse neles, não que precisasse de mais segredos em sua cabeça, mas pelo simples fato que Rony e Hermione brigariam por causa do conteúdo daquele Grimório, Rony iria querer ser um animago na primeira oportunidade, não que isso não o tentasse também, mas Hermione não suportaria que eles infligissem a lei, e realmente sem autorização, seria um crime...
Mas ele sabia que seria bom demais se ele não precisasse dar explicações, evitava levar o Grimório consigo e tinha escondido no malão sob um feitiço de disfarce, pois lembrava muito bem como Gina revirara suas coisas no segundo ano, ia na biblioteca quando os amigos estavam ocupados e em qualquer tempo livre mais solitário... pelo simples fato que precisava pensar, pensar no que sabia, no que via, no que sentia...
-Harry!-gritou Gina no seu ouvido. -Harry? Tem certeza que essa vida agitada não o está deixando surdo?
-O que foi?-disse despertando de seu debate mental sobre os estudos de Sirius e seu Pai...
-Rony está chamando no dormitório, não sei o que ele quer... -ela disse e voltou para a mesa onde estava estudando.
Intrigado ele rumou para o dormitório, subiu as escadas e ao entrar sentiu uma fisgada de raiva que o fez explodir:
-Eu nunca imaginaria que você... - ele andou rápido na direção do amigo.-pudesse fazer uma coisa dessas!- tomou o Grimório da mão de Rony furioso.
-Hermione não me deixa em paz desde o dia lá na biblioteca... ficamos preocupados, -ele começou a falar rápido lembrando vagamente a própria Mione.-ela me disse o que era um Grimório... como eu não percebi... e você escondendo isso o tempo todo...
-Já ouviu falar em privacidade?-cortou as desculpas do amigo.
-Claro que sim! Mas...
-Então começa a praticar!-ele disse e saiu deixando Rony abobalhado para trás.
Ele mesmo admitia seu humor estava oscilando, mas melhorou consideravelmente quando Ana lhe mostrou o papel , havia dúzias deles, pendurados por todos os quadros de avisos:
"Tradicionalíssimo"
"BAILE DE INVERNO"
Esquente seu par!
Comemorando mais 10 anos de Hogsmeade!
Deflagração de fogos especiais a meia noite!
Animação: As Esquisitonas e Corujas Raivosas!
Patrocinado por Três Vassouras, Zonko´s e DedosdeMel.
Traje a rigor
-Só fazem uma festa dessa a cada dez anos!!!-ela disse animada.- E eu soube que após a meia noite vai haver fogos!!! E a festa vai continuar até o amanhecer aqui em Hogwarts, é uma tradição!!!
-Preparada pra ir comigo?-ele sorriu.
-Quero ver você me acompanhar a noite toda!-ela riu.
Ele tinha certeza que depois de que passara, uma noite de maratona festeira não seria nada, até se lembrar que nunca tinha dançado decentemente, sentiu uma agulhada de pânico.
Foram Rony e Hermione que o deixaram mau-humorado novamente.
Numa aula básica de feitiços, quando estava fazendo feitiços de locomoção, fazendo as mais diferentes coisas darem uma “voltinha” pela sala, que estava uma verdadeira bagunça, coisas se batendo e pessoas sendo acertadas, que ela o assaltou:
-E o Grimório Harry?
O conjunto de livros que ele estava pondo em movimento caiu abruptamente no chão, quando suspirou contrariado:
-Vocês não esquecessem mesmo não é?
-Pensei que éramos amigos. -disse Rony entrando na conversa.
-Seríamos mais se respeitássemos a privacidade de cada um.-retorquiu.
-Tá!-Hermione elevou um pouquinho a voz, deixando-o em pânico.-Você não quer dizer aonde arrumou, de quem é, e sobre o que é aquele Grimório velho!
-Não é isso... –disse conciliador.
-Então pra quê esse segredo? Pra quê todo esse estudo?
-Você realmente não reconheceu a caligrafia daquela página Mione?
Ela o olhou, ficaram um momento sustentando o olhar até que Rony se colocasse no meio deles:
-Como assim?
Ele olhou em volta, sussurrou mal movendo a boca:
-Pertencia a meu Pai e Sirius... encontrei no Largo...
Rony ainda somava dois mais dois quando Hermione matou o resto da charada.
-Você não tá pensando? Isso é ilegal!
-O que é ilegal?-perguntou Rony.
Os dois o olharam como se ele fosse muito burro, ele corou, Mione completou:
-O caderno fala como eles viraram animagos...
-Sério! Legal! Já terminou?-ele começou empolgado como uma criança.-Vamos tentar?
-Rony!-disse Hermione horrorizada.
Harry sempre soube que acabaria assim.
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