Mentir pra Si Mesmo
Capítulo 6 – “Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira...”
“Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira...”
Snape ouvira isso fazia muito tempo atrás... mas sequer lembra quem havia lhe dito isso.
Ele ouviu um farfalhar de roupas, olhou para frente. Apenas uma nesga de luz estranhamente pálida iluminava o que parecia ser o centro do aposento. Alguém entrou na luz. Os cabelos ruivos estavam emaranhados, a cabeça pendia para o chão de uma maneira estranha e o vestido lilás estava completamente esfarrapado.
“Não pode ser!” pensou ele. Seu coração retumbava dentro de seu peito e a surpresa o paralizou. “Lílian?” gritou. Assustou –se ao ouvir sua própria voz estridente por um momento. Ela deu um passo. Cambaleando.
“Lílian está morta!!!” gritou sua voz em sua mente. Mas então quem estava ali?
Aquela Lílian deu mais um passo. Nesse momento Severo sentiu um cheiro pútrido, que lembrava sangue e sofrimento. O impacto dessas emoções deixou-o estarrecido. Jamais havia sentido algo parecido! Tropeçou em seus próprios pés e caiu de joelhos no chão. Suas mãos tocaram o chão. Entretanto o chão não estava frio... Havia algo pegajoso e quente ali. O cheiro doce e pungente de sangue encheu o ar. Olhou suas mãos e elas estavam vermelhas, pegajosas, úmidas...
“Você me matou! Devolva minha vida” um grito pairou no ar. Era a voz de Lílian...
– Você não é Lílian... Lílian morreu. – falou Snape tão friamente que parecia ter encerrado alguma discussão sobre alguma receita de poção falsa.
Aquela Lílian riu. Uma risada grotesca, aguda e completamente desagradável. Os olhos Daquela Lílian brilhavam. Eram grandes e cor da poeira. Sua boca era rasgada e sua pele parecia um pergaminho velho.
Severo levantou e percebeu que ainda segurava sua varinha. Infelizmente não havia tempo: a criatura feriu seu braço com suas unhas afiadas e empurrou-o longe. Ele caiu na pedra que deslizava e perdeu sua varinha.
“Pense! Que diabo de morto-vivo era esse?”
–Morto-vivo? – riu-se Aquela Lílian – Não existem esses você bem sabe... EU estou tão viva como você.
“Exato! A poção, então ele usou aquela poção!” concluiu Snape aborrecido.
Agora sabia o quão pequenas eram suas chances ao lutar contra um Soldado. Ele mesmo havia inventado uma poção para aumentar a força de uma pessoa comum mas ela tinha um efeito colateral: com o uso constante, ela deformava a pessoa, decompunha em parte seus tecidos orgânicos e por fim gerava a morte em um processo medonho e lento, cheio de dor...
Aquela Lílian parecia ter sofrido esse processo quase ao seu estado terminal.
–Você vai morrer sabia? – disse ele com tom de desprezo.
– Eu não, meu amo me dará vida para sempre! Apenas seu eu matar você!
Ele moveu seus lábios, formando o tão comum sorrido de desprezo em sua face. Ele se sentia estranho, era quase como que fosse outro Snape.
Aquela Lílian avançou. Muito lerda. Snape pegou –a pelo pescoço e empurrou, aproveitando a mesma vantagem que o fizera cair para derrubar o monstro. Apertou com força o pescoço daquela coisa, e acabou achando uma adaga de prata que ela deixara cair ali junto de si. Ergueu a faca e viu o medo nos olhos cor de poeira. Aquela Lílian gritou, desespero, dor e piedade. Mas ele sequer escutou. Matou-a, e espalhou muito sangue em suas vestes. Estava cansado, parecia que havia andado muito tempo... Uma voz etérea chamou-o ao sono... “Durma meu bem, venha para mim”.
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