Capítulo V



Os Marotos e o Segredo de Sangue




Capítulo V - Em todas as línguas do mundo



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"Sei que posso te provar que não há nada
Nessas horas de ilusão
"
(As Horas, Marjorie Estiano)





- Muito bem, alunos, hoje teremos aula prática.


Essa informação do professor Charlen foi recebida com gritinhos de excitação das alunas e suspiros aliviados dos alunos. Sasha sorriu para Lílian e tornou a fechar seu enormemente grosso e pesado livro sobre teorias do Patrono; havia acordado imensamente feliz, e isso era facilmente percebível por qualquer olhos que decidissem notar o sorriso leve e doce no rosto das pessoas.


Ao perceber o entusiasmo fascinante dos alunos, o professor completou, maldoso:


- E é claro que nenhum de vocês, alunos inexperientes, obtiveram durante todos os anos de seu estudo uma experiência relativamente construtiva, que possa ser considerada...


- Professor. - chamou a voz falsamente doce de Tiago Potter, interrompendo-o.


E todos sabiam como o professor Charlen não gostava de ser interrompido. Fechou os olhos com força, parecendo penetrar fundo em sua alma, concentrando-se para não azarar o aluno, ou algo pior. Todos os professores - principalmente os que tinham a mesma experiência secular que Charlen - sabiam como era terrível azarar ou responder na mesma altura um adolescente da alta sociedade como Tiago Potter.


- Senhor Potter? - respondeu, em tom raivoso.


- Contando que os N.O.M.s foram realizados no ano passado e tivemos testes práticos de Defesa Contra as Artes das Trevas, e que qualquer bruxo que se preze tenha usado sua varinha...


- O que você conclui? - o outro quis saber, interrompendo-o bruscamente.


- Que nós, alunos inexperientes, obtivemos durante todos os anos de nosso estudo, não uma, mas várias experiências relativamente construtivas. - informou, e correu a mão entre os fios negros, arrancando sorrisos e suspiros; exceto de Lílian, que revirou os olhos.


Agora sim, todos poderiam adivinhar - não, eles podiam ver claramente - que o professor explodiria; afinal, involuntariamente, pela sua facilidade em se irritar, todos adoravam provocá-lo e ver seu rosto enrugado encharcar-se em vermelho rubro. E foi isso, exatamente isso, que aconteceu. Mais rapidamente que o normal, para dizer a verdade.


- Você se acha muito engraçadinho, não é, Potter? - vociferou o professor, descontrolando-se completamente - então, porque não te damos um novo desafio?


Tiago ergueu a sobrancelha. Desafio. Era a palavra mais ofuscante e brilhante na cabeça de um maroto, ainda mais quando este era oferecido tão agressivamente como o professor fizera. E com certeza o professor tinha a mais absoluta certeza de que interessara o rapaz; pois até mesmo os cegos poderiam perceber a vibração que o corpo de Tiago passou.


- Nunca é cedo ou tarde demais para um desafio para Tiago Potter. - Sasha ouviu Sirius murmurar baixinho e lhe sorrir.


Lílian continuou com os olhos sobre Tiago. Seria difícil definir a expressão do maroto, mas era bem visível que este estava animado demais para poder proferir qualquer sílaba.


- É claro que ele quer um desafio. - Almofadinhas respondeu por ele rapidamente, quase com tédio.


O professor sorriu e todos na sala focaram as atenções em nada mais que Tiago, que, após dar um cutucão em Sirius, levantou-se, caminhou vagarosamente até o professor, e fez uma reverência exagerada; que arrancou risos e suspiros, exceto de Lily, claro.


- Muito bem, Sr. Potter. - o professor conversou quando ele postou-se ao seu lado alegremente - já ouviu falar em Caixa de Jihédhi?


- Caixa de Jihédhi? - repetiu Tiago, pensativo.


- Caixa de Jihédhi?! - repetiram Sirius e Remo em voz baixa.


Então a porta rangeu e uma silhueta fina e alta emoldurou-se entre as laterais, segurando um monte de papéis e folheava com os dedos esguios e ágeis, antes de estancar com incredulidade.


- CAIXA DE JIHÉDHI?! - exclamou a voz farfalhenta da profª MsGonnagall; todos voltaram suas cabeças curiosas para esta e ela, sem dar atenção aos alunos, continuou com a mesma voz intrigada - Eu ouvi o que o senhor disse, professor? Pretendia usar, em são consiência, uma... Caixa de Jihédhi... em um aluno, no meio da aula?


A face do professor contraiu-se e este arregalou os olhos; aí então, todos ficaram ainda mais curiosos em saber o que era a tal Caixa de Jihédhi, e porque o professor pretendera usá-la, em sã consciência, em um aluno, no meio da aula. O nome dado à "caixa" não parecera nem um pouco estranho à Sasha, e ela tinha uma vaga consiência de já ter escutado a palavra houvesse muito tempo. Lílian, Sirius, Remo e Rabicho continuaram tão curiosos quanto os outros; e seria bem difícil se não ficassem, com certeza.


- A-Acalme-se, Minerva... era só uma brincadeirinha... - Charlen sorriu amarelíssimo e correu os olhos por toda a sala, visivelmente encabulado.


- Me acalmar? - ela elevou a voz, e calou-se no imediato momento em que percebeu sua falha - Professor Charlen, o Professor Dumbledore deseja sua presença neste exato segundo na sala dele. - lançou um olhar superior aos presentes, e demorou-se em Sirius e Tiago - Antes termine sua fantástica demonstração de aula prática? - e, dizendo isso, virou-se abruptamente, fazendo com que alguns dos pergaminhos amarelados que segurava esvoaçar atrás de si e desaparecerem no momento em que tocaram o chão polido.


Franzindo a sobrancelha, Sasha lançou um olhar à Sirius, que mantinha a mesma expressão marotamente incrédula do que a dela; Remo e Rabicho deram os ombros e voltaram a fitar o professor; Lílian alcançou o olhar de Alice, que correspondeu o mesmo olhar preocupado que o dela. Os demais alunos esperaram por uma resposta boa o suficiente do professor Charlen, o fitando intrigados e interrogativos - como se exigissem uma explicação sobre tal discussão no meio da aula.


- Solte umas flores na varinha, Potter. - falou o professor, dirigindo-se até a escrivaninha, de onde não prestaria a mínima atenção no feitiço de Tiago, que desanimou consideravelmente e olhou tristemente para a sua varinha antes de murmurar, quase num sussurro:


- Orchideus.


E um buquê majestoso de rosas vermelhas deslizaram da ponta da varinha num fio lento e lamentável; com a outra mão, ele guardou a varinha dentro da capa e jogou os cabelos para trás, dando um sorriso malicioso à Sirius ao notar que muitas garotas suspiraram profundamente com a visão que tiveram. Respondendo o sorriso, Almofadinhas desviou seu olhar por um momento para Sasha, que mantinha o olhar fixo no professor, o qual, atrapalhado, derrubava as gavetas cheias de papéis, remexia nas penas e nos pergaminhos, aparentando o quanto se encontrava apressado.



- Muito bem, Potter, muito bem... - comentou o professor, após dar uma olhadela rápida para ver o que se passava na sua sala de aula - Cinco pontos para a Grifinória, de participação. Agora, suma com essas rosas, e, alunos, podem se retirar.


Mas não foi isso que os alunos fizeram - todos continuaram a olhar intrigados entre Tiago e o professor. O maroto ergueu uma das sobrancelhas, levemente interessado. Correu os olhos pela sala, como se decidisse em quem parar (muitas garotas jogaram os cabelos para trás, mandaram beijos, ou deram piscadelas exageradas), e seus olhos se fixaram em Lílian. Caminhou vagarosamente até ela, sem ser notado - até Sasha dar um cutucão tão intenso na amiga que esta, antes de reclamar, olhou na direção na qual a cabeça da amiga apontava e seus olhos se prenderam nos de Tiago. Cruzou os braços e deu um breve sorriso, esperando que ele chegasse até ela. Ao fazê-lo, o garoto deu uma reverência leve - que aumentou ainda mais o sorriso de Lily - e murmurou com o sotaque muito bom, e a voz com um tom sedutor:


- Pour vous, belle dame.*


E estendeu o buquê de flores vermelhas. Lílian continuou sorrindo e aceitou gentilmente as flores, entendendo o que ele falara.


- Merci beaucoup.* - respondeu com o mesmo sotaque treinado.


Pontas sorriu, animado:


- Então quer sair comigo? - quis saber.


Lily levantou-se e colocou a mochila nas costas, sem despregar o olhar do de Tiago e sem tirar o sorriso do rosto - só fez isso quando tornou a falar em inglês:


- Não. - e toda a animação anterior evaporou-se da face lívida de Tiago - em todas as línguas do mundo. - e cortou a linha invisível que a ligava com Tiago, pelos olhos, dando as costas e tornando a caminhar até desaparecer pela porta.


Seus passos secos ecoaram pelas paredes frias. Sasha, Sirius e Remo sorriram, já conhecendo a resposta de Lily. Tiago deu um de seus sorrisos radiantes e irresistíveis, com todos os dentes brancos e perfeitos, arrecadando mais suspiros das garotas, e olhos revirados de garotos, que começavam a fazer todo o barulho habitual, entre conversas, risos, e passos pesados. Professor Charlen desaparecera da sala no momento em que terminara de dar a última ordem, e ninguém notou sua falta.


- É... frânces é uma boa opção para quem quer arrasar. - informou Sasha, sorrindo - Mas saiba que o italiano é bem mais sexy.


Tiago riu e Sirius ergueu uma sobrancelha; Remo havia acabado de se juntar ao grupo, arrumando a mochila pesada nas costas e alguns livros nos braços; Rabicho sentara-se em uma carteira qualquer atrás deles, fitando o nada com muito gosto.


- Fiz curso de francês quando eu tinha doze anos, nas férias. - falou Pontas, jogando os cabelos para trás - quer saber? Nunca gostei do italiano.


- Minha família cravou no meu crânio o alemão e o francês. - disse Sirius, em tom de monotonia.


- Meu inglês está de bom tamanho. - riu Remo, fazendo os outros rirem também; continuou: - encontro vocês na aula de História da Magia. Estou indo pra um lugar silencioso e desagradável... - informou rindo, enquanto dava as costas.


As costas dele sumiram entre o apinhamento de alunos sossegados, e Sasha virou-se:


- Onde?! - quis saber.


- Pra biblioteca. É um código nosso. - falou Sirius, e terminou dando uma piscadela rápida e feliz.


- Acho que a multidão já sossegou. - murmurou Tiago, na ponta dos pés, correndo os olhos pela sala - podemos ficar sem fazer nada na beira do lago, o que acham?


- Desde que eu não precise ficar perto daquelas sebentas, está perfeito. - resmungou Rabicho, referindo-se à um grupo de lufa-lufanas gordinhas e pequenas que lhe acenavam-lhe freneticamente, quase histericamente.


- Ele nunca é paparicado por ninguém, e quando é age desta maneira. - Sirius sussurrou no ouvido de Sasha quando começaram a andar; a aproximação de início lhe arrepiou, mas depois ela riu.


Rabicho desapareceu entre os estudantes que agora caminhavam apressados do lado de fora da sala de aula, num tempo tão rápido que foi impossível perceber antes de estarem longe o suficiente para procurá-lo. Estavam no corredor onde haviam janelas largas que davam acesso ào pátio, quando Sasha notou que os grupos de garotas que cochichavam entre os risinhos abafados nos cantos do lugar lhe lançavam olhares malvados e invejosos - ela teve uma vaga idéia de quais poderiam ser os motivos: ou porque os dois garotos mais lindos da escola conversavam com ela como se a conhecessem há anos (coisa que não acontecia com qualquer uma); ou porque periodicamente trocava olhares maliciosos e significativos com Sirius; ou até porque este tivesse dado uma folga de sua "lista" - e muitas desconfiavam que fosse por causa dela. Mas elas não podiam saber de nada, impossível.


- Aquela é Franciny Turner, a patricinha mais fútil e nojenta que já existiu na história de Hogwarts. - informou Sirius, em voz baixa, para Sasha, ao notar que esta estranhava o olhar furioso que uma garota loura de cabelos muito lisos e olhos escuros, a alguma distância deles.


Sasha sorriu; caminhando entre os dois, tinha uma visão suficientemente agradável, além de se sentir protegida com aqueles dois garotos - não tão enormes quanto Creeb e Goyle - mas cheios de músculos por causa dos incontáveis jogos e treinos de quadribol. Caminhando entre os dois, era ainda mais vítima de olhares que antes.


- A mesma Franciny Turner com quem Sirius saiu quinze vezes. - Tiago espremeu um riso contagiante, que não alegrou Sasha, por sinal; antes que Sirius pudesse protestar e revidar uma resposta, Tiago continuou, apontando levemente e disfarçadamente com a cabeça para uma garota de cabelos muito encaracolados e castanhos, olhos igualmente escuros: - aquela é Arabella Figg. Nunca seja amiga dela se não quer ser apunhalada pelas costas.


Sasha olhou na direção indicada, e Sirius começou novamente a falar:


- E aquela, Rita Skeeter, mais conhecida como 'Rita-caçadora-da-desgraça-e-fofoca-alheia'. - riu baixo, apontando para uma garotinha baixinha, de cabelos curtos, enrolados, e louros - você deve ter alguma idéia sobre o porque deste apelido.


- Dolores Umbridge, a menina mais chata e manhosa que o mundo conhece, ou não desejaria conhecer. - informou Tiago, apontando para uma menina do sétimo ano, os cabelos crespos, a face com uns pontinhos vermelhos, e gorducha.


Novamente a garota riu. Era engraçado vê-los falando como se conhecessem todos realmente bem! E o pior: conheciam. Ninguém resistiria em contar seus segredos mais secretos à expressão desconfiada e curiosa - que o deixava bem fofo - de Sirius, ou até mesmo de Tiago. Sasha resistiria.


- Oras, e depois as mulheres é que são fofoqueiras! - ela brincou, rindo, enquanto passavam pela porta e saíam finalmente ao dia limpo e claro.


- Não somos fofoqueiros, estamos te deixando por dentro, o que é totalmente diferente! - falou Tiago, dando um sorriso amarelo à uma terceiranista que passara por eles lhe acenando freneticamente, com os cabelos amarrados.


Sasha franziu a testa para Sirius, que acenou com a cabeça.


- Tiago! - ela repreendeu.


- O quê?


- Eu-não-acredito! Olha o tamanho dela! - disse, boquiaberta, ouvindo os risos de Sirius.


- Querida, eu não posso fazer nada. - escolheram um lugar afastado de todos e sentaram-se na relva rala - quando eu digo que há Tiago Potter para todas, ninguém acredita.


- Deixa de ser convencido, Pontas. - murmurou Sirius, jogando uma pedra no lago, quebrando a tranqüilidade da água e fazendo com que círculos frizados formassem-se na superfície onde o objeto atachado havia caído.


- Cala a boca, Almofadinhas. - sorriu Tiago.


- Quer saber? Ainda não entendi qual é a desses apelidos. Quer dizer, não tem nada a ver. - disse Sasha, jogando os cabelos negros para trás.


- Nem queira saber. - riu Tiago após trocar um olhar animado com Sirius.


- Alguém viu o Remo? - irritou-se Lílian, que descia apertando furiosamente o buquê de rosas vermelho em uma mão e um pesado livro na outra; ao notar que Tiago olhara interessado para as flores e para ela, a ruiva corrigiu prontamente: - quer dizer, Alguém Black e Alguém Sasha, viram o Remo? Eu necessito urgentemente falar com ele.


- Por que não fala comigo? - quis saber Tiago, falsamente irritado.


- Porque você é um completo idiota. - respondeu firmemente.


- Ele ia pra biblioteca, Evans. - respondeu Sirius, em tom normal, ignorando a troca de insultos do amigo com a garota - mas sugiro que fique bem longe dele hoje, ele não está em um de seus melhores dias, sabe?


- Quê?


- Como você é curiosa, garota! Remo não está bem, só isso. - respondeu Tiago, agora realmente ofendido.


Lílian olhou para Sirius para confirmar se o que Tiago dizia era realmente verdade, e, segundo ele, era. Suspirou profundamente e sentou-se ao lado de Sasha, notando que Sirius levantara-se para pegar algumas pedras e atirá-las no lago, contando quantos pulos estas conseguiam dar antes de mergulhar na profundidade.


- Não precisava ser grosso. - ela murmurou em voz baixa, fitando o horizonte.


- Você também não precisa ser grossa comigo todos os dias. - ele respondeu, ríspido, quase áspero.


- Ah, não, chega vocês dois, por Merlin. - falou Sasha pausadamente, observando os movimentos de Almofadinhas, que jogava a quinta pedra no lago.


- Por que você não fala pra esta criatura ser mais educada de vez em quando? - perguntou Tiago à ela.


- Por que você não fala que eu só sou grossa com quem merece? - alfinetou a outra.


Sasha percebeu que não agüentaria ficar ali mais um segundo que fosse com aqueles dois se espetando todos os segundos. Levantou-se abruptamente e foi até onde Sirius estava, abaixando-se no caminho para juntar algumas pedras entre os dedos firmemente. Sorriu ao chegar ao lado dele e segurou uma pedra, fitando-a profundamente.


- O que está fazendo? - quis saber Sirius, risonho.


- Confiando na pedra. - murmurou a outra em resposta, quase num sussurro.


- Quê? - indagou incrédulo, com uma vontade imensa de rir.


- Só observe. - sorriu e deu uma última e demorada olhada à pedra, antes de fazer um gesto brusco em direção ao lago, jogando a pedra.


A peça salteou seis vezes maravilhosamente antes de ser sugada pelas águas escuras. Sorrindo, Sasha voltou-se ao garoto, que, com os olhos arregalados, esperava uma expicação.


- É só confiar. - apressou-se em dizer.


Sirius sorriu. Por um instante, seus olhos pregaram-se. Incrível como aquele azul-acinzentado conseguia prendê-la tão facilmente, e fazê-la arrepiar-se somente de encará-los. Seu coração acelerou-se somente com um olhar! Seus nervos ficaram novamente à flor da pele e ela sentiu uma imensa vontade de sentir o gosto daquele beijo que sentira havia algum tempo - mas que ninguém sabia, a não ser eles.


"I'm living for the only thing I know
Estou vivendo para única coisa que eu conheço
I'm running and not quite sure where to go
Estou correndo e não tenho certeza para onde ir
And I don't know what I'm diving into
E não sei no que estou me metendo
Just hanging by a moment here with you
Apenas esperando por um momento com você"

(Hanging By A Moment, Lifehouse)


- ... Idiota. - a voz de Lily atrás deles desprendeu o olhar dos dois, fazendo-os virar-se para fitar o casal atrás de si, encabulados - É isso que você é: um completo idiota. Nunca vi uma pessoa tão...


- Exibicionista, chata, irritante, convencida, e, acima de tudo, idiota. Você nunca muda o roteiro, não, Lily? - interrompeu Tiago, completando e provocando-a.


- EVANS! Evans pra você! Não tem intimidade o suficiente para me chamar pelo primeiro nome, Potter, muito menos por apelidos. - irritou-se, e Sasha notou que ela apertava ainda mais fortemente as rosas, os espinhos machucavam sua mão e as gotículas de sangue começaram a sair da pele de Lily.


- Se não temos intimidade o suficiente, é porque você não quer. - ele meneou a cabeça enquanto explicava à ela, como se contasse algum segredo à uma criança pequeniníssima.


- MAL EDUCADO!


- Chata... - cantarolou calmamente.


A essa hora, Sasha havia ido até a amiga e tirado as flores de sua mão. Os furinhos que os espinhos haviam provocado faziam escorrer sangue por toda a sua mão, e Sasha ajudou-a a limpá-la enquanto Lílian procurava sua varinha.


Tiago havia notado a movimentação e aproximara-se repentinamente para ajudá-las, murmurando em voz baixa um feitiço para que o sangue parasse e os cortes se fechassem. Lily o olhou, incrédula, e ele fez uma expressão sarcástica que significava algo como "É, acredite se quiser", e deu as costas, segurando os livros, subindo até a escola, sendo interrompido por um garoto do time de quadribol, Yuri Chang, do sétimo ano.



*****




O fim de novembro se aproximava com uma agilidade espantosa - assim como os boatos sobre bailes e festas de Natal. Mas Sasha não entendia a pressa que as garotas com quem dividia o dormitório com Lily, tinham em saber se teria, afinal, alguma comemoração; mas qual a pressa? De comprar o vestido, de ser convidada romanticamente para acompanhar seu flerte no baile (o que os garotos não costumavam fazer em sã consciência), ou dançar tão colado que não seja possível identificar quem seja quem. Mas quando a notícia finalmente estourou, foi de uma fonte muito, muito confiável.


- Alunos, o professor Dumbledore pediu-me para avisar-lhes que o Baile de Natal será realizado no dia vinte de dezembro, no domingo, e no dia 21 vocês partirão para as respectivas famílias para comemorar a grandiosa época. - a voz animada da professora McGonnagall encheu os ouvidos dos alunos da Grifinória e da Sonserina, que dividiam a aula - por favor, não é obrigatório, mas arranjem pares; e o Campeonato de Quadribol será iniciado em fevereiro. Agora, peguem o livro "Como transformar objetos em animais", de Laura Drew...


Mas ninguém prestou atenção no que ela continuara a falar, ou no que ela escrevera no quadro. Como que automaticamente, Sasha e Sirius trocaram o costumeiro olhar, agora hesitante. Tiago jogou os cabelos para trás, e, conseqüentemente, vários suspiros puderam ser ouvidos. Lílian sorriu para Remo que, quase deitado na cadeira, era vítima de olhares curiosos e longos de algumas sonserinas (elas tentavam ao máximo disfarçar o quanto estavam ansiosas, mas fracassavam terrivelmente). Pedro abria seu livro calmamente, mas um pequeno sorriso crispado em seu rosto podia-se perceber. Um balburío intenso de cochichos entre todos os estudantes iniciou-se, até mesmo entre os sonserinos que tentavam acima de tudo manter o orgulho e se fingir de distraídos e desinteressados com a notícia - mas era impossível, alguém, ali, estar completamente com a cabeça no lugar. A notícia fora tão inesperada que nem mesmo Sasha havia acreditado que era verdade, pois os boatos eram tantos, que era impossível concluir qual seria o verdadeiro - mas sua dúvida esvaíra-se, pois, na realidade, ninguém ainda havia inventado que o baile seria dia vinte de dezembro (estejam certos de que até o cancelamento das férias do Natal foi-se ouvido nos corredores).


- Que infeliz perda de tempo. - resmungou Lílian, irritada, ao observar algumas garotas que cochichavam com Tiago do outro lado da sala; haviam algumas atrás de Sirius também, mas Sasha preferiu não olhá-las. - Como elas podem ser tão idiotas?


- Eles não são de se jogar fora. - Sasha respondeu.


- Ah, sim, esqueci-me com quem estou falando. A garota apaixonada por Sirius Black. - respondeu Lily, rindo.


- Cala a boca! - exclamou a outra, olhando para os lados para ver se ninguém havia ouvido; e ter o desprazer de notar os olhares de garotos, tanto sonserinos quanto grifinórios, que lhe fitavam esperançosos - eu não gosto dele, você é que tem essas suas idéias malucas. - murmurou, tentando concentrar-se.


E percebendo que era impossível.



*****

























N/A: Está aí o demorado quinto capítulo =P~
Gostei de escrevê-lo, apesar de ter sido o gigante da turminha dos capíts ^^
Acho que o próx. vcs vão gostar, apesar de eu ter apenas algumas idéias ainda :D
Mas o baile será fatal o_o esperem e verão!! (ultimamente minhas palavras estão turvas. se não está entendendo nada, comentem sobre isso, obrigada.) Plim plim!!


*Para o pessual que não entendeu birosca nenhuma do que a Lily e o Thi falaram em francês... aí vai a tradução:


Pour vous, belle dame. : Para você, bela dama.
Merci beaucoup. : Muito obrigada.


Não estou chamando ninguém de idiota no francês, mas eu colokei francês, vcs merecem a tradução (afinal, ngm é obrigado em se matar no francês, né...)


Rhina: thank you very much for the eternal life *-*... o_o luv-yá, amigáá!!

Pazinha. ♥: Obrigada ^^ também gostei bastante do cap. anterior :D amo tuas fics *-*
"Just a Memory" (LEIAM É PERFEITA!!) {propagandinhaa o_o} Atuu, please...

Sprekelia: ainda bem q vc está gostando ^^ obrigada, também gostei do títuloo * bjimm
Lady_Moony: Oiee ^^ thanks por comentar *-* ;**


Bom, gente é só...
Um super hiper mega power beijo pra quem está lendo e não comentando ^^ (mas comentem, por favor... eu preciso saber a opinião de vocês...)
;**
Nah.

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