“A Carta”
Cap 1 – “A Carta”
Já era tarde da noite, um sábado cheio para Natiane MacGregor-Mathers, que passara todos os dias das férias, desde que recebera “A Carta”, na frente do computador pesquisando sobre que tipo de colégio seria essa tal de Hogwarts, (e mais ainda quem faria parte do seu corpo “decente”).
- Porra, velho! Impossível! Como eu vou começar o ano sem saber quem serão meus professores?! Como eu vou comprar os presentinhos de inicio de ano? Ah! Me matem! – e começava a se debulhar em lágrimas.
Natiane, juntamente com outras sete crianças de dezesseis anos, foi selecionada para uma vaga em Hogwarts, vindas todas transferidas de outras escolas bruxas espalhadas pelo mundo.
Um pouco mais cedo, no mesmo dia, outra casa, outra garota, Yasmin Chung, arrumava seu malão displicentemente:
- Ai, ai... Chato voltar às aulas... Pelo menos é um colégio novo. Qualquer coisa é melhor que o meu antigo! – bateu a tampa do malão com força. – Que saco! Colégio interno deve ser uma desgraça... Todo mundo estarra.
Tentando se conformar, se jogou sobre a cama e foi tomar coragem para ligar o computador e aproveitar seus últimos minutos na frente deste.
Já num terceiro ambiente, uma garota estava deitada sobre sua cama, assistindo o gato pisar e morder seus livros escolares recém-comprados.
- Que porre – comentou ela, voltando o olhar para o teto. – Nem começaram as aulas e eu já to entediada...
- Michelle Gómez! Vá já arrumar as coisas do gato! – gritou-lhe a mãe de algum outro lugar da casa.
Michelle brandiu a varinha e limpou a caixa de areia.
- Que saco...
Na manhã de domingo, todos aqueles que haviam recebido “A Carta” se dirigiam para a estação de King’s Cross.
- Mas, mãe, eu não acredito em magia! – berrava um garoto, Renato Burger, (quer dizer... Garoto(a)... Dependendo do ponto de quem vê).
- É só correr entre as duas plataformas – explicou-lhe a mãe pacientemente, (do mesmo jeito que se fala com retardados - tá explicado!).
Furioso, Renato correu em disparada para pilastra mais próxima.
- Mas essas... – BANG!!! – Não são as plataformas nove e dez, são as sete e oito – dizia a mãe, cansada (da burrice do filho).
Renato estava de cara no chão, estatelado, o nariz sangrando, e os colegas ao redor se acabando de rir ta situação dele.
- Que idiota! – comentou alto um garoto do sexto ano da Sonserina. – Só pode ser mais um sangue-ruim. Com licença, perdedor – e passou pisando nas costas de Burger.
Alguns minutos depois, já na plataforma, ouviu-se o apito da locomotiva vermelha e todos os alunos que ainda estavam fora dos vagões entraram no trem.
- Sai pra lá!
- Some!
- Hey!
- Nem vem que esse lugar é meu!
- Sai, desgraça!
Eram alguns dos comentários dos alunos enquanto tentavam se acomodar no trem, (se bem que eu acho que esse ultimo foi de quando Burger estava tentando entrar numa cabine onde só tinham garotos).
Michelle rumou para um dos últimos vagões, os primeiros já estavam lotados com os playboyzinhos de Hogwarts (os que não tem massa encefálica e em vez disso tem grana, a exemplo Draco Malfoy). Chegando no último de todos, deparou-se com Yasmin esparramada em um dos sofás.
- Tem gente? – perguntou Michelle sem emoção.
- Tá vendo alguém? – respondeu Yasmin simplesmente.
Michelle nem respondeu, sentou-se no outro sofá e ficou olhando pela janela.
- Tem gente? – perguntou uma terceira figura. Suas vestes laranjas revelavam ser uma fã alucinada do Chuddley (é assim que s escreve?) Cannons (ou apenas maluca... Vai saber?). – Eu não consigo encontrar a cabine dos professores. Vocês sabem onde eles estão? – perguntou esperançosamente. Percebendo o silencio, acrescentou com uma pontinha (“inha”?) de desânimo: - Ah, são novatas transferidas também. Prazer, sou Natiane MacGregor-Mathers, vim do Brasil – apresentou-se sentando ao lado de Yasmin sem esperar convite. – E vocês?
- Michelle Gómez, da Espanha – respondeu a loira (e ponha loira nisso!) que, de tão pálida, se não respirasse poderia ser julgada como morta.
- Yasmin Chung, da China – a outra louca, de pele morena (férias no Brasil, é isso aí!) e cabelos escuros, sem traços orientais fortes.
O apito soou novamente e o trem seguiu viagem.
Após algumas horinhas de santo silêncio, (só assim para se saber como o silêncio pode vir a ser uma coisa boa! É que nem física, quando você menos espera, ela pode ser útil), um quarto elemento entrou na cabine:
- Desculpa, o resto está lotado... Tem gente aí – e apontou para o assento vazio ao lado de Michelle.
Yasmin crispou as mãos, visivelmente evocando a paciência, a cara de quem mataria o próximo (f.d.p.) que perguntasse “tem gente?”.
- Senta aí – chamou Natiane, a cara que era só risos. – Eu sou Natiane MacGregor-Mathers, a Laranjinha, e essas são Michelle Gómez e Yasmin Chung, e você?
- Valéria Sweeney, vim transferida da Lituânia – respondeu timidamente a menina, uma garota um tanto gordinha, de óculos grossos e um largo sorriso.
Não houve mais muita conversa, a não ser Natiane que ocasionalmente puxava conversa com Valéria sobre a escola, chegando até a pedir para Yasmin trocar de lugar com a garota para poderem sentar mais próximas.
As horas da viagem se arrastaram preguiçosamente.
Já havia anoitecido quando a barulheira dos alunos informando uns aos outros que já chegando a Hogwarts começou. As meninas, (vocês já sabem quem... Não ficar repetindo nomes. Ok, são as principaiszinhas que vocês viram até agora) se encontravam absolutamente cansadas de não estarem fazendo nada durante todo o dia.
Natiane já havia até adormecido após tentar encontrar algum professor no trem através de seu persocom (para quem não assistiu Chobbits: robôs quem funcionam como computador, celular... O diabo a quatro!) móvel laranja-cheguei, enquanto Valéria, também dormindo, babava repugnantemente no ombro da colega, agora já encharcado.
Michelle, que já estava morrendo de tédio novamente (nunca vi uma pessoa pra ficar entediada tão fácil), resolveu puxar assunto com Yasmin:
- E aí? Você vem da China, né? Deve ser um lugar legal.
- É. A Espanha também é, já estive lá – respondeu a outra sem muito interesse.
- Conhece alguém de Hogwarts?
- Na verdade não... Só vocês até agora. E você?
- Bem, conheço alguns caras, mas eles são muito malas, e minha amiga por internet, Iaiana, que por sinal ainda não vi. Vocês também, e de vista eu conheço o burro crente do Burger, acho até que você já o viu por aqui.
- Ah... – Yasmin abriu um sorriso de orelha a orelha, só de lembrar do indivíduo. - Aquele retardado que deu, literalmente, de cara com a plataforma errada? – agora ria abertamente do atrapalhado Burger.
- É ele mesmo... – Michelle também ria sem se importar de parecer cruel por estar escaldando a pobre criatura desprovida de cérebro.
E aí foram conversando até o trem começar a diminuir a velocidade. Acordaram Natiane e Valéria e colocaram suas vestes de bruxas apressadamente. Cinco minutos depois, o trem finalmente parou.
Logo desembarcaram e foram encaminhadas em grupos de cinco para os barcos, que se encontravam à margem de um grande lago escuro, por Rúbeo Hagrid, um homem gigantesco com uma juba muito peluda e uma barba selvagem.
Yasmin e Michelle entraram no primeiro barco que avistaram junto a Natiane e Valéria. Burger, que não fazia idéia do que estava ocorrendo, seguiu as meninas, resmungando baixinho:
- Ai, meu Deus... Proteja-me Jesus! Confio na Sua palavra divina! Essa menina com o cabelo loiro platinado tem cara de má... – referiu-se a Michelle. - Tomara que ela não jogue uma maldição em mim... Ai... Eu não quero me meter com essas coisas de Satã – e fez várias vezes o sinal da cruz.
Burger entrou prudentemente no barco e a partir de então não desgrudou nem por um instante os olhos de Michelle. Demorou um pouco até que criasse coragem para perguntar o que tanto perturbava sua mente:
- Menina, você tem um pacto com o diabo?
Michelle voltou-se para ele rapidamente e, com a cara espantada pela pergunta tão incomum, respondeu:
- Não... Por que?
- Ai... Que susto... – suspirou Burger, aliviado.
Preenchida de súbita inspiração, Michelle tentou parecer o mais seria possível (com uma cara de “você vai morrer em sete dias” que ela faz tão bem) e, voltando à voltando a ficar de costas para o garoto, disse:
- Na verdade... Eu tenho um pacto com Lord Voldemort!
- Ah! – ele agora se benzia feito louco. - Você é maluca?! Não repita mais esse nome, sua louca! – e começou a olhar para os lados como um esquizofrênico, receoso de que o lorde pudesse ouvi-los falando seu nome.
Michelle olhou para Yasmin, as duas seguravam o riso. A loira respirou fundo e continuou a assustar Burger:
- Tá vendo esse pano? – levantou a manga de suas vestes e indicou um lenço vermelho amarrado ao braço. - Ele cobre a minha Marca Negra, a marca dos seguidores do Lord das Trevas, que prova a minha fidelidade a ele...
Nesse momento a garota teve de interromper seu discurso macabro, deixando um garoto de olhos arregalados a observá-la e uma Yasmin que cobria a boca com as duas mãos para não rir. Os barcos haviam chegado à entrada no penhasco que dava para as masmorras. De repente, quando todos estavam desembarcando, ouvi-se um gritinho agudo seguido do som forte de alguém caindo na água.
- Ops... – Yasmin recuperara-se do acesso de riso e agora fazia cara de falsa preocupação. - Desculpe-me Burger. Mas quem mandou você se meter na minha frente justamente quando eu estava levantando? – seguiu então direto com os outros para o castelo.
- Você é mesmo sacana, Yasmin – comentou Michelle com sarcasmo.
- Ah, ele é muito idiota! Eu realmente precisava sacaniar com a cara dele. Ah propósito, que porra é essa no seu braço?
- Ah... Isso? – apontando para o lenço amarrado. – Para os idiotas que acreditam, é a marca do meu pacto com o demônio, mas, falando sério, é apenas uma cicatriz de uma queda de hipogrifo que levei quando guria, nada de mais – explicou Michelle com simplicidade. – Mas se contar pra alguém eu te mato! Se perguntarem você já sabe o que responder.
- Ok – confirmou Yasmin entre risinhos.
Quando deram conta, já se encontravam em frente a uma bela porta de madeira tratada, a entrada para o saguão do castelo, aquele o qual “A carta” se referia: A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Hagrid disse alguma coisa pouco importante para os alunos, abriu as portas, e as crianças seguiram sozinhas para dentro do Saguão de Entrada, onde eram aguardadas pela professora (professora de Transfiguração, diretora da Casa Grifinória, vice-diretora de Hogwarts, e também amante de Dumbledore nas horas vagas... Ops! Sem detalhes sórdidos, ainda!) McGonagall.
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N.A.: Galera, não esqueçam de comentar!
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