O segredo
Capítulo 3
O segredo
A manhã seguinte foi estressante a Harry, pois não pôde deixar de pedir ao padrinho que lhe falasse o que de tão importante eles tinham que contá-lo. Sempre um pedido seguido de um não suave e tranqüilo.
Na hora do almoço todos os participantes da Ordem sentaram-se à mesa, com exceção do Sr. E da Sra. Weasley, que não puderam comparecer pois esperavam por Carlinhos n’A Toca.
Após alguns minutos almoçando e reparando na esganiçada fome de Sirius, Harry decidiu falar. Colocou-se de pé e disse:
- Chega! Será que vocês poderiam parar de agir como se nada tivesse acontecido e me contar logo o que de tão importante têm a me contar.
- Harry! – disse Mc Gonnagal – Caro Harry Potter... Percebo então...diante dessa reclamação que ainda não lhe foi contado, não?
- Óbvio que não! – respondeu o garoto agressivamente
- Está bem...está bem...agora acalme-se! – disse Lupin tranqüilo
- Eu estou calmo! – disse Harry sentando-se
- Bem, Harry... Tenho certeza de que você não aceitará essa notícia normalmente – disse Minerva – Porém... Aliados são sempre bem-vindos. Então eu gostaria de lhe dizer que temos como novo aliado à Ordem da Fênix... Draco Malfoy!
- O que!? – disse o menino levantando-se e dando um soco na mesa – Profa. McGonnagall! Ele foi o grande responsável por tudo o que aconteceu em Hogwarts! Ele foi o grande responsável pela morte de Dumbledore!
- Harry... receio que você saiba que o jovem Malfoy tenha se sentido aflito e com medo do que poderia acontecer caso matasse Dumbledore. – disse Mc Gonnagall
- Sim. Mas isso não o livra da culpa! Ele é um Comensal da Morte! – respondeu o garoto
- Era, Harry. – disse Lupin – Apesar de não termos conseguido retirar a marca negra de seu braço, ele nos contou tudo. Absolutamente tudo. E disse que está realmente arrependido.
- Ele mentiu! – respondeu Harry estupidamente quase cuspindo em todos presentes da mesa
- Não, Harry! Não mentiu! Ele estava sobre efeito da poção Veritaserum! – disse McGonnagall lutando para não alterar o tom da voz
- Isso não é possível! Não pode ser! – gritou Harry horrorizado, e subiu as escadas rumo ao quarto onde se hospedava.
Hermione olhou nos olhos de McGonnagall com uma cara de nojo, de horror. Eles haviam traído Harry. Isso era imperdoável. Levantou-se, acompanhada de Rony e foram rumo ao quarto, atrás de Harry.
Harry estava assustado, com medo do que Malfoy seria capaz. Agora já tinha a confiança da Ordem. Quem mais lhe restava? Seus dois amigos, Rony e Hermione, os quais entravam no quarto quase ao mesmo tempo.
- Acalme-se, Harry! – disse Hermione
- Acalmar?! – disse Harry revoltado – Não tem como eu me acalmar! Parece que eles estão cegos. Malfoy é um Comensal! Ele nunca trairia Voldemort! A felicidade com a que ele dizia aos amigos da missão cedida a ele por Voldemort no trem era tanta que só faltava que gritasse para o resto do trem todo o grande plano.
- Eu sei, Harry! Você está absolutamente certo! – disse Rony na tentativa de animar Harry
- Eu vou embora daqui! – disse Harry
- Não! – berrou Hermione escandalizada – Você não pode fazer isso, Harry!
No momento seguinte, Sirius bateu à porta e a abriu.
- Não venha tentar me convencer que Malfoy é do bem, pois eu nunca vou acreditar nisso! – disse Harry ignorante
- Harry... eu também não tenho total confiança nesse garoto não... – disse Sirius em tom de segredo
- Mesmo? – perguntou Harry... alguém o entendia
- Mesmo... – respondeu Sirius ainda em tom de segredo - mas eu vou tentar acreditar nele... e por isso eu queria pedir que você também tentasse.
- Está bem, Sirius. – respondeu Harry –Eu vou ficar aqui... mas isso não quer dizer que eu vá falar com o idiota do Malfoy.
- Lógico! – disse Sirius obviamente
- E não quero que me obriguem a me fazer isso! – disse Harry sério
- Tem todo o direito de fazer o que quiser... – disse Sirius – Você já é um maior de idade!
Harry riu. Por mais que aquela situação fosse desagradável, ele não conseguiu segurar o riso, pois há muito não ria. As situações nas quais ele se encontrava ultimamente não o permitiam que risse.
Sirius aproximou-se de Harry. Deu-lhe um abraço e cochichou no ouvido do menino:
- Não era isso que eu tinha que te falar. É outra coisa. E é importante. – levantou-se e saiu andando rumo o lado de fora do quarto.
- O que que é, Sirius? – perguntou Harry curioso
- Você saberá o momento. Você descobrirá quando que eu terei que lhe falar. Ah! E não se esqueça da sua mãe hein?
Harry não tinha entendido a piadinha. Mãe?! Não esquecer de Lílian. Isso era impossível. Será que aquilo tinha algo a ver com o que Sirius tinha que contar a Harry?!
Durante um dia inteiro Harry ficou quieto no quarto, até que Rony e Hermione voltaram do jantar e sentaram-se com ele na cama.
- O que você tem, Harry? – perguntou Hermione
- É que... – disse Harry receoso... chamou os amigos para agruparem-se a ele, para que pudesse falar o mais baixo possível.
- Ande! Fale! – disse Rony tenso – É que o que?
- É que Sirius me disse que o que ele tem para me contar não era sobre o Malfoy...
- Não?! – disseram Rony e Hermione escandalizados.
- Não... e quando ele saía ele falou “E não se esqueça da sua mãe hein?”! – disse Harry nervoso
- Esquecer da sua mãe?! – perguntou Rony - O que ele quis dizer com isso?!
- Não sei! – disse Harry veemente – Justamente por isso que eu estou falando com vocês!
- É... nessa o Sirius caprichou!
Harry então abriu a mala, e pegou um porta retratos onde se encontrava uma foto de sua mãe, seu pai e ele quando neném.
Contemplava os dois como se fossem deuses. Porque havia de não tê-los junto?! Por que ele? Porque?
De repente viu sua mãe apontando para o canto do porta retrato e abrindo um sorriso. Ela não fazia esse movimento antes! Ele estranhou! Será que ela queria dizer alguma coisa!? Será que havia algo no canto do porta-retrato!? Impossível haver! Harry sempre teve esse porta-retrato. E nunca viu nada atrás da foto. Ou dentro.
Parou para pensar... Sua mãe antes também não fazia o movimento apontando ao canto do porta-retrato. Será que era isso que Sirius queria dizer?
Harry encostou a mão de leve no porta-retrato e sentiu um relevo. Com certeza havia alguma coisa atrás na foto. Apressou-se em tirar a foto do porta-retrato. Tirou-a. Mas não havia nada atrás. Percebia ainda um auto-relevo na imagem. Dessa vez o auto-relevo era na parte de trás.
Como ele poderia pegar o que havia lá!? Parecia estar dentro do retrato. Correu até Sirius na sala de estar. Ele se encontrava recostado numa poltrona imunda vermelha.
- Sirius! Me ajude aqui! – disse Harry animado e escandalizado
- Ah! Eu sabia que você descobriria! – disse Sirius orgulhoso do afilhado
- Tá, mas me ajude! – Harry já estava tenso e ansioso para saber o que havia dentro da fotografia
- Está bem...está bem... Afaste-se. – disse Sirius empurrando Harry para trás e perguntando – Harry...Isto será um sacrifício seu, pois não poderá mais ter essa fotografia dos seus pais. Tem certeza de que quer que eu tira isso daí?!
- Tenho...por mais que eu não os veja mais em foto alguma ou pintura... esse objeto pode ser necessário. Não estaria aí a toa.
- Então ta. – Sirius afastou-se e murmurou – Estuporate!
A foto se despedaçou em mil pedaços. No meio desses mil pedaços encontrava-se uma chave. Uma chave de ouro. Harry aproximou-se e apossou-se da chave, notando que nela estava escrito o nome Lílian Potter.
Olhou para Sirius.
- Para que essa chave serve? – perguntou ao padrinho
- Você descobrirá. – respondeu ele calmo – Agora... vou te dar uma outra dica. A palavra “despedida”... pense com carinho nessa palavra.
- Mas...
- Nenhum mas! – disse Sirius – Vá dormir e pense bem nessa palavra que eu te falei!
Harry abaixou a cabeça e foi em direção a seu quarto. Lá encontrou Rony e Hermione dormindo do mesmo jeito que os havia deixado no quarto. Deitou-se em sua cama e começou a pensar o que aquela palavra significava. Lembrou-se de sua despedida com Gina. Quando terminou o namoro com ela. Mas obviamente Sirius não se referia àquela despedida... Não devia sequer saber que Harry e Gina tinham namorado.
Continuou relembrando do passado, até que não resistiu ao sono e adormeceu. Aquele tinha sido um dia de grandes revelações a Harry. Malfoy junto da Ordem da Fênix, Uma chave dentro do único retrato que ele possuía de seus pais.
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