MALFOY, POTTER E HOST
CAPÍTULO TRÊS
MALFOY, POTTER E HOST
Silêncio. Nem mesmo a mesa da Sonserina parecia acreditar no que via. A filha de Harry Potter, selecionada para a Sonserina, a casa de seus maiores inimigos? Kirra estava assustada. Dirigiu-se à mesa de sua casa, ciente de que todos os olhos agora estavam nela.
- Potter, Thiago! – Seu nome foi, como o da irmã, seguido por um silêncio geral.
- Potter, hein? – Thiago ouviu o chapéu em sua mente. – Valentes por natureza. Seu pai e seu avô deixaram seu nome marcado em Hogwarts, garoto. Seu futuro será promissor... você fica na GRIFINÓRIA!!
A mesa da grifinória aplaudiu enquanto o garoto, sorrindo, se dirigia à mesa. Kirra ficou ainda mais Kirra ficou ainda mais nervosa. Estaria sozinha na Sonserina?
- Weasley, Marcus!
- Ora, ora – Marcus ouviu, - mais um Weasley. Vamos ver o que uma união como a de seus pais promete a você, menino... você fica na GRIFINÓRIA! – E ouviram-se mais aplausos e gritos da mesa de bandeira vermelha e dourada.
Após a seleção, o Chapéu Seletor cantou uma música, que novamente falava de união no momento difícil em que o mundo bruxo se encontrava. McGonagall deu os recados gerais após o jantar e todos seguiram para seus dormitórios.
A casa da Sonserina, nas masmorras, deixou Kirra um pouco assustada. O lugar era iluminado apenas por algumas tochas nas paredes e pela lareira, fazendo sombras a cada movimento no Salão Comunal.
- Ora, ora, uma Potter. – Kirra ouviu uma voz ao seu lado. Era uma menina loira, alta e magra, que tinha o rosto fino e o nariz meio arrebitado. – Jamais imaginei que veria um de vocês aqui na Sonserina. – a ruiva achou que a garota tinha um ar arrogante.
- Quem é você? – Perguntou, encolhida em sua poltrona.
- Jully Malfoy – respondeu a menina, sentando-se no braço da poltrona de Kirra. – Prazer – esticou sua mão à ruiva.
- Meu pai já me falou do seu. – Kirra falou, sem tocar em Jully. – Em que ano você está?
- Segundo – respondeu ela, com uma cara de quem comeu e não gostou, retirando sua mão e levantando-se. – Sabe, eu realmente posso te ajudar. Sei lidar com as pessoas nesse lugar. Posso te ajudar a fazer as amizades certas.
- Meu pai é inimigo do seu. Ele disse que seu pai está do lado de Voldemort.
- Então você fala o nome dele sem medo? Corajosa. Por que o chapéu não te colocou na Grifinória?
- Não sei. – Kirra olhava para os próprios pés enquanto falava, segurando as lágrimas. – Meu pai não vai gostar quando souber disso...
- A Sonserina não é tão ruim quanto seu pai disse. Afinal, ele não era daqui pra poder opinar, certo?
- Olha, eu vou deitar, estou cansada – a pequena ruiva despediu-se, se levantando. – Até outro dia.
Kirra deitou-se em sua cama e fechou as cortinas. Não queria imaginar a reação dos pais quando soubessem que ela estava na Sonserina... e Thiago? O que ele estaria pensando? Adormeceu muito tempo depois, imersa em lágrimas.
- Não acredito – Thiago falava com Marcus, enquanto seguiam para a Torre da Grifinória. – Minha irmã, na Sonserina... meu pai não vai acreditar.
- Nem o meu! – Marcus disse, lembrando muito seu pai. – A filha do Malfoy é da Sonserina, sabia? Minha mãe a viu e me mostrou lá na plataforma 9 ½ .
- Só espero que ela não fique como eles. Coitada... o que será que deu no chapéu pra colocar ela lá?
Mas a conversa parou por aí, porque os garotos acabavam de entrar no Salão Comunal e observavam maravilhados todo o local.
Thiago não ficou muito contente com a decisão do Chapéu Seletor. Resolveu escrever uma carta para seu pai contando o ocorrido, antes de se deitar.
Oi Pai,
Chegamos bem em Hogwarts. Já fomos selecionados para nossas casas, algo realmente inacreditável aconteceu: o Chapéu selecionou Kirra para Sonserina e eu e Marcus para Grifinória, será que ele não errou? Minha irmã não pode ser da mesma casa que Voldermort.
Abraços,
Thiago
PS: Kirra ficou um pouco mal, não tive a chance de conversar com ela, não fique chateado. Amo você e a mamãe.
No dia seguinte, Kirra acordou ainda se sentindo um pouco atordoada e, na esperança de tudo ter sido um sonho ruim, ela desceu até a sala comunal. Ao chegar no recinto, a menina observou que o garoto o qual ela tinha observado e não sabia bem o porque, mas tinha achado interessante no trem, tinha sido selecionado para a sua casa. O menino Bruno estava com suas vestes da escola, sentado em uma das confortáveis poltronas e lendo um pergaminho.
- Oi! É bom ver um rosto conhecido, o que você está fazendo? – Kirra quis quebrar o gelo e conversar um pouco, afinal, não estava se sentindo confortável ainda.
- Oi Kirra! Eu estou dando uma olhada no nosso horário, hoje temos aulas de poções, defesa contra arte das trevas e feitiços, tudo com os alunos da Grifinória. Você não vai estar tão sozinha quanto pensou não é? – A informação dada por Bruno fez o estômago de Kirra se revirar ainda mais, ela não sabia se queria ver Thiago e Marcus na casa que era para ela estar.
Passado o tempo em que Kirra e Bruno admiravam seus horários, eles decidiram descer para tomar o café da manhã. Ambos iam conversando e Bruno tentando mostrar que Sonserina era uma casa boa mas, de repente, o diálogo dos dois foi interrompido por uma voz que Kirra já tinha escutado.
- Não perca seu tempo Bruno, uma Potter não sabe apreciar as vantagens de ser de nossa casa. – Jully Malfoy falava com um ar de desdém, mas tentando instigar Kirra.
- Eu aprecio tudo que é bom, por isso queria estar na Grifinória, lá as pessoas são amigas e valentes. – Falou Kirra, com tamanha raiva que Bruno por um momento achou que ela iria explodir – Quer saber? Vou embora, Bruno, o ar está carregado. Te vejo no café da manhã – E a menina saiu em disparada deixando a jovem Malfoy e o recente amigo Bruno apenas olhando.
Kirra acabara de se sentar quando o salão do café da manhã foi invadido por várias corujas. Muitos ficaram alegres, pois sabiam que eram cartas; no entanto, o estômago da jovem Potter pareceu que estava dando nó e iria sair pela boca quando ela vislumbrou uma coruja branca e trazendo uma carta em direção a sua mesa. Ela sabia que essa coruja era Edwiges, coruja de seu pai. Thiago também recebeu uma carta, mas através de Chicama, uma coruja cinza e com olhos amarelos, que era de Gina, mãe dos gêmeos. Kirra não agüentava mais de ansiedade e abriu a carta.
Querida Kirra
Seu irmão me informou sobre o que ocorreu na cerimônia de seleção. Olhe, não fique se sentindo mal ou preocupada por estar na Sonserina, o Chapéu Seletor cogitou me colocar na sua casa. O importante, minha filha, é você lembrar que não importa sua casa, mas sim seu coração. As histórias de que todos os sonserinos são das Trevas é uma mentira, cada um pode escolher seu caminho. Sonserina é uma casa forte que te ajudará a crescer.
Abraços,
Seu Pai
PS: Eu e sua mãe estamos torcendo por você e te amamos muito.
Kirra não respondeu o bilhete. Dobrou-o e guardou nas vestes.
A primeira aula foi de Poções. Kirra viu seu irmão e Marcus sentados em uma mesa ao entrar.
- Ei, Kirra! – chamou Thiago – senta com a gente!
- Bruno, quer sentar com a gente? – Kirra chamou - Cabem quatro na mesa!
- Bom dia – a professora Aileen cumprimentou. – Bom, nas nossas aulas, ensinarei a vocês as poções importantes que virão a ser úteis, quem sabe. Hoje faremos uma Poção para Curar furúnculos. Vamos, comecem a trabalhar, passarei por vocês para ver como estão indo.
- Me falaram que tem uma Malfoy estudando aqui, você a viu? – perguntou Thiago, quando abriam o livro para começar a poção.
- Vi, ela falou comigo.
- E você conversou com ela? Você não devia nem olhar na cara dela.
- Falei, mas nada demais. Ela queria ficar minha amiga.
- E você não aceitou, né? – Thiago se exaltou, ouvindo um “shh” dos amigos e falando mais baixo. – Você sabe, ela é uma Malfoy.
- Ah, Thiago, calma, ela só tá na minha casa, isso não quer dizer que vamos virar melhores amigas.
- Assim espero, viu, Kirra? Você sabe o que o pai dela fez...
A manhã correu bem, apesar de Kirra ainda se sentir bastante deslocada. Sentou-se perto de seu irmão na aula de DCAT e feitiços, para evitar que ele fizesse mais comentários, e alegrou-se por dentro quando Bruno sentou-se perto dela nas duas aulas.
Alguns sonserinos não eram muito gentis com a garota. Faziam questão de fazer piadinhas com seu pai, o que a deixava desolada. Nessas horas, Bruno ficava do lado dela.
Kirra se tornou amiga de Jully após um episódio desses. Alguns sonserinos do segundo ano cruzaram com ela e Bruno em um corredor.
- Seu pai já te deserdou, Potter? Ele nunca iria aceitar uma filha na Sonserina!
- Com que dinheiro você veio, Potter? Sua mãe deve ter gasto todo o dinheiro do seu pai, já que ela não tinha nenhum!
Kirra saiu correndo, deixando escorrer algumas lágrimas, ouvindo as risadas dos sonserinos. Entrou na primeira sala que viu aberta e fechou-se nela. Sentou-se no chão, abraçando as pernas e escondendo seu rosto. Pouco tempo depois, Jully Malfoy entrou na sala.
- Oras, e você deixa eles falarem assim com você? – perguntou a loira, em um tom nervoso. – Faça-os te respeitarem, Kirra!
- Fácil para você falar, Malfoy – a ruiva respondeu, enxugando o rosto com a manga de sua capa. – Ninguém fala assim com você.
- Porque eu não deixo. Eles têm medo de mim, por isso me respeitam.
- Mas eu nunca vou deixar ninguém com medo, olha só pra mim...
- Ora, não é de um dia pro outro que se conquista o respeito. Comece fingindo que não é com você, que não se sente mal com isso. E depois você dá uma lição neles...
Nesse momento, Bruno encontrou a sala aberta e viu as duas meninas dentro dela.
- Ah, aí está você! – sorriu. – Jully, como você fez aquilo?
- Só assustei eles um pouco. Não era nada demais, um feitiço que meu pai ensinou.
- O que você fez? – perguntou Kirra.
- Você devia ter visto! – exclamou Bruno. – Os caras saíram de lá como se tivessem pulgas por todo o corpo!
- Vem, Kirra, vamos jantar. – Jully estendeu sua mão e puxou a garota, levantando-a. – Enxugue essas lágrimas, vamos, ninguém vai querer ficar amigo de uma chorona.
E essa foi a última vez que Kirra chorou.
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