O Livro de Poções do Príncipe
A Professora MacGonagall, agora Diretora, convocou todos os professores de Hogwarts para uma reunião urgente no Salão Principal. Estavam presentes: Horácio Slughorn, atual diretor da Casa da Sonserina e professor de Poções; Flitchwick, o professor baixinho de Feitiços; Sibila Trelawney, que leciona Adivinhação, para quem Minerva torceu o nariz quando passou por sentir um certo odor de licor de xerez; Firenze, o centauro que também ensina Adivinhação – e Sibila fez questão de ignorar; Bins, o fantasma que leciona a pouco entusiástica História da Magia; a professora Sinistra, de Astronomia; Mme. Hooch, juíza dos jogos de quadribol; Sprout, com seu avental sujo das aulas de Herbologia; estavam também os professores de Ciências dos Trouxas, Aritmancia, Runas Antigas, e até mesmo Mme. Pomfrey, enfermeira da escola. Eram ao todo vinte professores. Vinte bruxos e bruxas experientes, com conhecimentos avançados em diversas áreas da Magia. Sem dúvida a presença deles na Ordem da Fênix faria uma grande diferença.
Hagrid acompanhou Harry até o Salão Comunal da Grifinória. O garoto ainda não poderia participar dessa reunião. Precisava antes ser admitido oficialmente.
- Fiquei muito surpreso ao ver você, Harry! Voltei correndo para avisar a Diretora!!! Mas eu ainda não entendi o que você veio fazer aqui. Você sabe que não deveria ficar saindo assim sozinho...
- Eu sei, Hagrid, eu simplesmente queria ver você, o Castelo, antes de ir definitivamente para minha casa nova. Todos os professores fazem parte da Ordem, Hagrid? – Harry desconversou.
- Sim. Nas últimas semanas de vida de Dumbledore ele trouxe todos para o nosso lado, até mesmo Slughorn.
- Puxa, eu mal posso esperar para poder participar também, disse Harry ansioso com a perspectiva de finalmente não precisar das Orelhas Extensíveis de Fred e Jorge para escutar as conversas atrás das portas da Sede da Ordem.
- Eu tenho que voltar, Harry, fique aqui e descanse um pouco. Mais tarde eu irei a Hogsmeade buscar as suas coisas. A senha para entrar é FORTALEZA.
Hagrid afagou os cabelos desarrumados do garoto e o deixou diante do Quadro da Mulher Gorda que dá acesso ao Salão Comunal da Grifinória. Harry esperou um pouco até Hagrid se afastar, colocou sua capa da invisibilidade e começou a subir para o sétimo andar.
Não encontrou ninguém nos corredores. Seu estômago roncava mas ele sabia que não teria outra chance como essa. Passou três vezes diante da porta da Sala Precisa, na frente da tapeçaria de Barrabás, o Amalucado, pensando firmemente – Preciso pegar aquele Livro de volta!! Na quarta vez a porta apareceu e ele se viu novamente dentro do que parecia uma grande Catedral, com os objetos escondidos pelos alunos de Hogwarts há centenas de anos. Procurou pelo Duende Gigante, e encontrando-o andou um pouco mais, lembrando-se que ali ficava o armário de Desaparecimento que dera o acesso aos Comensais da Morte para assassinar Dumbledore. Encontrou, enfim, o armário, com o esqueleto da ave de cinco pernas. E o livro estava exatamente no mesmo lugar.
Voltou correndo para o Salão da Grifinória quando uma voz esganiçada conhecida lhe chegou aos ouvidos:
- Meu Senhor Harry Potter!
- Dobby!! – Harry abraçou o pequeno elfo-doméstico com carinho.
- Meu senhor teve muita sorte de ter sobrevivido. O garoto Malfoy foi muito mau. Dobby trouxe o seu almoço, meu senhor Harry Potter. Dobby está muito feliz em ver o senhor!
- Eu também fico feliz em vê-lo, Dobby! Aliás, se não fosse por você eu não teria tanta certeza de que o Malfoy estava aprontando. Pena que ninguém me deu ouvidos.
- Uma grande perda o senhor Alvo Dumbledore. Um Grande Bruxo. Ele insistia para que Dobby aceitasse um salário maior. Dobby mau! Elfo mau, nunca poderia ter aceitado um só nuque para servir ao Grande Mago. – Dizendo isso Dobby começar a guinchar e dar cabeçadas na parede.
- Calma, Dobby, calma. Não se preocupe com isso. Eu também sinto muito por coisas que falei a Dumbledore. E por outras que não falei. Só que isso não importa mais, entendeu? – deu uma pausa para o elfo se acalmar. – E como está o Monstro?
- Ah, meu senhor, o Monstro morreu.
- Como assim Dobby?? – Harry se surpreendeu com a notícia.
- Na noite em que o senhor Alvo Dumbledore morreu houve um grande luto no mundo dos elfos-domésticos. Monstro foi o único elfo do Castelo a dançar e festejar. Isso enfureceu os outros, inclusive Dobby, pois o senhor Dumbledore nunca nos mandava castigar ou maltratar. Assim mataram o Monstro, senhor Harry Potter. Dobby pode até dizer que sente muito para agradar o senhor, mas não sente. Monstro foi muito mau, teria que respeitar a morte de um Grande Bruxo como o senhor Dumbledore.
- Tudo bem, Dobby, mas me surpreende que os elfos-domésticos matem uns aos outros assim!
- Nenhum elfo-doméstico aceitaria um dos seus falando mal da memória do Grande Mago. Agora Dobby vai voltar para a cozinha feliz da vida por ter visto o senhor Harry Potter. Por favor, senhor, se cuide!
Dizendo isso o elfo desapareceu. Harry pensou no que Dobby lhe contara. Monstro participou do plano de Voldemort para atraí-los ao Ministério no ano passado e por causa disso Sirius estava morto. Não conseguiu sentir tristeza pela morte do velho Monstro. Hermione, sua amiga que sempre defendia os elfos-domésticos, ficaria indignada ao ouvir isso.
Pensando nisso Harry sentiu muita falta de Rony e Hermione. Ele estava sozinho naquele Salão que fora cenário dos anos mais felizes de sua vida. Quase podia ver Mione lendo um livro e Rony pedindo para copiar alguns centímetros de seu pergaminho de História da Magia... as conversas diante da lareira até tarde... muitas recordações maravilhosas, como o dia em que beijou Gina diante de todos na comemoração do campeonato de Quadribol do ano passado.
Sentou-se para comer e beber pois estava muito faminto. Aproveitou para folhear o livro de Fabricação de Poções Avançadas que pertencera a Snape. Passou a tarde lendo cada pequena anotação de rodapé. Tinha de haver alguma coisa ali. Ao chegar no capítulo XX, Poções que podem causar Insanidade, havia uma pequena anotação sobre Horcrux no rodapé. Qual foi sua surpresa ao virar a página do sumário do capítulo, que ao invés de estar em branco tinha uma porção de pequenas instruções sobre Horcrux. Criação e Revelação. Era exatamente o que Harry precisava. O único problema, porém, era que as inscrições estavam apagadas e eram somente referências. Sinal de que Snape conseguira algum livro ou algum grande conhecedor do assunto. Não haviam livros em Hogwarts sobre esse assunto. Só se fossem de algum professor, profundo conhecedor da arte das trevas. Mas quem poderia ser?
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