Ainda na Rua Dos Alfeneiros
Petúnia e Válter Dursley assistiam ao noticiário da TV naquela tarde exageradamente quente de junho. Estavam abismados com as notícias de terror pelo mundo afora.
- Tufão devasta o Museu do Louvre em Paris... Maremoto inunda ilhas na Grécia... ...Terremoto destrói parte da Praça Vermelha em Moscou... Ataques TERRORISTAS sem precedentes se espalham pela Europa - Como se não bastassem as catástrofes naturais... Seria o fim do mundo?, perguntou Válter com uma careta.
Ambos desconfiavam que todas essas catástrofes não eram nada naturais, comuns e que de alguma forma Harry Potter estava envolvido em tudo isso. O mais apavorante era que esse mesmo rapaz estava ali, debaixo do teto deles. Desde que o garoto retornara de Hogwarts este ano estranhas coisas vinham acontecendo pelo mundo tudo.
Duda chegou para o jantar ao mesmo tempo que Válter desligou a TV resmungando.
- Onde esteve, Dudoca?
- Jogando videogame na casa do Billy, papai – respondeu com um sorrisinho cínico. O garoto estava metido com gangs de rua, e os pais sequer desconfiavam. – Vou dormir na casa dele hoje.
- Tudo bem, filhinho, mas não devem sair para a rua à noite nesses tempos perigosos! – falou Petúnia colocando a mão ossuda sobre o ombro do garoto. Duda estava alto, forte e mais desengonçado desde que começara a praticar boxe, o nobre esporte, como seu pai dizia.
- Ele não irá embora mamãe? Mal posso imaginar o dia que nos veremos livres dele para sempre!
- Sim, Dudinha, ele irá. E espero que em breve.
Nesse mesmo instante Harry Potter estava deitado em sua cama no sótão. Não comera nada o dia todo. Isso não o impedira de crescer mais alguns centímetros nos últimos meses. Estava ainda de pijama, pensando, como sempre, no que o aguardava lá fora.
- Ele não podia ter morrido! Pensava remoendo c/ dor e ódio a lembrança do assassinato de seu professor e amigo, o diretor da escola, Alvo Dumbledore. – Snape. Aquele maldito! - Harry sempre soube que um dia Snape revelaria o que era na verdade, ou melhor, o que nunca deixara de ser, um Comensal da Morte. Um fiel servidor de Lord Voldemort.
Já havia escurecido há uma hora e Harry mal havia se mexido. Estava com os olhos fixos na janela, quando uma pequena coruja bateu na vidraça. Era Píchi, a coruja de Rony. Era a primeira carta que recebia dos amigos desde que chegara.
A pequena coruja entregou a carta a Harry e se juntou à Edwiges, sua coruja branca que dormia na gaiola.
Harry,
Como você está???? Esperamos que bem...
Todos aqui estão muito preocupados com sua segurança aí na casa de seus tios. Agora que Dumbledore se foi o feitiço de proteção também não terá mais validade. Mamãe anda chorando quase o tempo todo, preocupada com a saúde e o casamento de Gui (que na Lua Cheia fica bem esquisito), com o idiota do Percy, com você, com a Ordem etc.
A festa de Gui e Fleur será em 1º de Agosto. Papai disse que irá buscá-lo uns três dias antes..
A Mione deve vir também, mas os pais dela estão também muito preocupados, pensando numa forma de convencê-la a não vir para a Toca, a mudar-se da Inglaterra ou algo assim. Isso porque Você-Sabe-Quem também anda fazendo muitos estragos no mundo trouxa, embora a maior parte deles não saiba disso.
Não se meta em encrencas São só mais algumas semanas!
Abraços de seu amigo e irmão,
Rony
Havia recebido alguma notícia, enfim. Prometera a Dumbledore voltar ainda uma última vez para a casa dos Dursley até completar 17 anos. Aproveitaria esse tempo para praticar seu ódio contra Snape e pensar em algum plano para acabar com ele. Seus tios e primo o ignoravam por completo. Era como se ele não existisse. Harry sabia que o haviam admitido ainda mais uma vez por medo.
Evitava pensar na irmã de Rony. Gina... esse nome lhe doía o coração. Terminara o namoro com ela no velório de Dumbledore. Não podia correr o risco de vê-la se machucar. Não iria agüentar mais um perda tão grande.
Naquela noite teve um sonho esquisito. Estava de volta a Hogwarts, na aula de Poções. Snape terminava sua aula, tirando pontos da Grifinória porque a poção de Neville, seu colega de quarto, havia dado errado. Enquanto isso Draco Malfoy e seus colegas zombavam deles. Tudo no sonho parecia ser uma lembrança de uma aula comum de Poções, quando Harry reparou no Professor. Snape havia dispensado os alunos e estava sentado em sua mesa, fazendo anotações em um livro e velho. O professor se dirigiu a ele com um olhar de ódio e disse – Saia daqui ou vou tirar mais pontos da Grifinória.
Com um susto Harry despertou. Em sua mente uma idéia se formou. Iria a Hogwarts quando completasse 17 anos. Tinha uma intuição a respeito desse sonho.
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