Pure Wish (Chopard)
N/A: Aviso rapidinho!! Esse capítulo NÃO TERÁ FLASHBACKS, ou seja, tudo está acontecendo paralelamente, mostrando os pontos de vista de vários personagens diferentes! Espero que gostem! Mais N/A no fim do capítulo! ^-^
“A inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia."
(Cícero)
Paramos em:
“Com as pernas atadas, Olívio caiu com um baque surdo no chão.”
Capítulo Dezesseis: “Chuva e Grama Molhada”
- Onde ele está? – a voz dela estava trêmula, mas sua mão segurava firmemente a varinha apontada para o peito do rapaz. Ela agachou-se no chão de modo que pudesse encará-lo nos olhos.
- Mia... o... o que? – Olívio balbuciava meneando a cabeça confusamente, enquanto tentava inutilmente fazer suas pernas funcionarem.
- Mia o que você está fazendo? – ela escutou a voz esganiçada de Kahlen indagar às suas costas, mas não lhe deu atenção.
- Não se faça de idiota. – retomou a morena, se esforçando para manter sua mão firme – Não vou repetir de novo! Onde... ele... está...?
Passos firmes ecoaram pelo corredor ao lado do quarto onde Kahlen, Jean e o ruivo assistiam assustados a uma Mia enfurecida interrogar um Olívio paralisado no chão.
- MIA! – imediatamente Emma se fez presente no local, arregalando os olhos para a amiga – Mia, o que aconteceu? Ela está sobre o Imperius? – perguntou, virando-se para uma Kahlen parada com uma expressão confusa ao seu lado.
- Acho que não. – respondeu a ruiva meneando a cabeça lentamente – Mia, você poderia nos dizer o que raios você está fazendo?
Mia inspirou profundamente, sentindo novamente aquele odor enjoativo de Olívio inundar suas narinas.
- Esse... Esse não é o Olívio. – respondeu ela ofegante. Parecia-lhe que o ar custava a permanecer nos seus pulmões. Por mais contraditório que pudesse parecer, quanto mais ela inspirava, mais precisava de oxigênio.
- Como assim não é o Olívio? – questionou Emma com a voz estridente.
- Ele não é seu irmão. – respondeu Mia simplesmente, dando dois passos para trás, se afastando daquele cheiro insuportável que o rapaz preso no chão exalava.
- Emm, ela está louca! – exclamou Olívio com a voz desesperada, enquanto encarava a irmã com um pedido de súplica nos olhos – É lógico que sou eu!
- Não, não é. – retrucou Mia com a voz mais calma, agora que se afastara um pouco do rapaz – Desconfiei que você talvez não pudesse ser Olívio desde o momento que acordei nesse quarto. – ela continuou, enquanto Olívio meneava a cabeça tentando desacreditá-la na frente dos amigos – Você errou, seja lá quem você for. Eu conheço Olívio Rodrigo Wood como a palma da minha mão, e você definitivamente não é ele.
Houve uma pausa onde um silêncio incômodo reinou no cubículo. O céu se tingia de vermelho àquela hora, enquanto uma rara brisa não vista há dias soprava pela pequena janela do quarto.
- Como você chegou a essa conclusão? – perguntou o ruivo de repente, fazendo com que todos os presentes se voltassem para ele.
Mia apertou os olhos, levemente desconfiada. Quem era aquele ruivo...? Ela tinha a impressão de que já o vira alguma vez...
- Bem – começou Mia lentamente – Primeiro, foi o cheiro. Olívio tem um cheiro diferente desse aí. – e olhou com desprezo o rapaz sentado no chão – Não sei explicar.
- E? – Emma ergueu uma sobrancelha inquisitória – Ele poderia ter trocado de perfume, não poderia?
- Também pensava assim. – concordou a morena – Mas não é perfume. É o cheiro natural dele.
Mia observou Emma e Kahlen trocarem olhares descrentes e resolveu continuar:
- Depois, eu desconfiei porque ele estava comendo muito pouco. Quer dizer, ele se contentava com o pouco que estavam nos dando, e todo mundo sabe que Olívio sempre foi um esfomeado.
- Bem, isso é verdade. – assentiu Emma com um sussurro.
- Mas o que mais me deixou intrigada, foi o que ele me falou pouco antes de vocês entrarem – retomou Mia encarando as amigas nos olhos – Olívio simplesmente me disse que eu sou “linda”.
Imediatamente uma enorme ruga se formou na testa perfeita de Kahlen enquanto Emma prendia o riso pelo nariz.
- Ele não disse! – exclamou Kahlen perplexa.
- Isso não é possível. – resmungou Emma meneando a cabeça, enquanto Jean e o ruivo permaneciam com expressões confusas nos rostos.
- Alguém querr fazerr o favuor de explicarr o qui está acontecend...?
Ninguém respondeu. Os olhares de Kahlen e Emma alternavam entre a expressão vitoriosa no rosto de Mia ao entediado Olívio preso no chão.
- Sim, eu chamei ela de linda. – disse o rapaz com a voz cansada – Grande coisa. Não vejo o que isso tem de mais.
Emma ergueu exageradamente uma sobrancelha.
- Olívio NUNCA chamou Mia de “linda”. – respondeu a gêmea do rapaz com a voz trêmula – Pra falar a verdade, eu nunca o vi elogiando ela. – continuou, pensativa – Ele sempre a chamava de “Bolinha”... ou “Cabeçuda”, ou “Chulé”...
- Isso mesmo! – concordou Mia com um sorriso triunfante. Emma continuava fitando o irmão com uma expressão desconfiada, mas foi Kahlen quem tentou levá-las à razão.
- Mia – começou a ruiva hesitante – Tudo isso faz sentido, mas... Você não vê o Olívio faz um ano... Você não acha que... Bem... Ele poderia ter... hm... mudado?
- É exatamente isso que estou tentando dizer aqui! – resmungou Olívio mau humorado – Obrigado, Kahlen!
- Não estou dizendo que Mia esteja completamente errada. – a ruiva esclareceu rapidamente, enquanto a morena voltava-se para ela – Mas, bem, é uma possibilidade.
Mia inspirou novamente, concordando com a cabeça.
- Só há um jeito de descobrir se estou louca ou não. – disse ela caminhando com passos firmes na direção do rapaz sentado forçadamente no chão – Se você for mesmo o Porquinho, não te acontecerá nada. Agora, se você não for... – ela sorriu malignamente enquanto dava um passo para trás e fazia um movimento gracioso com a mão – Revel...–
- ESPERA! – Olívio berrou no chão, tentando sem sucesso alcançar a varinhas nas mãos de Mia – Espera.
Mia abriu um sorriso triunfante e cheio de ódio.
- Eu vou perguntar só mais uma vez – ela se aproximou novamente, trincando os dentes e apontando a varinha de modo ameaçador – Onde-ele-está?
O rapaz bufou resignado.
- No andar de baixo, no corredor que leva à cozinha, existem vários quadros. Um deles mostra um salão cheio de bruxos em uma festa antiga. Se você cantar o trecho principal de “Ode to Joy” em alemão, o quadro mostrará uma sala secreta. Seu “Porquinho” está preso lá. – ele respondeu com a voz cheia de desdém.
Mia mal esperou ele murchar seu sorriso debochado e apontou-lhe a varinha novamente.
- Colacorpus! – exclamou, reforçando o feitiço das pernas presas, enquanto o rapaz que se passava por Olívio caía deitado no chão – Vingardium leviosa! – Ele flutuou lentamente ao lado da morena, enquanto ela passava pelos amigos sem sequer encará-los ou agradecê-los, tamanha era sua determinação em encontrar Olívio. Seguiu pelo corredor à direita, passando por uma porta fechada e encontrando logo uma escadaria de madeira. Desceu com cuidado, temendo que os degraus se desmanchassem sob seus pés.
“Mia espere!” “E se for uma armadilha?”, ela escutava as vozes de Emma e Kahlen a seguindo, mas não parou até atravessar toda uma velha sala de estar decorada em um tom horrivelmente verde pastel e com o chão de uma madeira, se possível, mais podre que a do quarto do andar de cima. Entrou pelo corredor mal iluminado no lado oposto da sala, em constante alerta a qualquer movimento que o rapaz que flutuava ao seu lado pudesse fazer.
- Lumus! – murmurou, enquanto apontava a luz para as centenas de quadros que resmungavam no estreito corredor – Onde está o quadro que você falou? – rosnou ela impaciente, jogando a luz ofuscante nos olhos do rapaz.
- Mais pra frente, mais pra frente! – exclamou ele protegendo os olhos com as próprias pálpebras.
Mia avançou por mais uns seis metros até que avistou um quadro enorme, cuja altura ia do teto até o rodapé do corredor.
- É esse? – indagou ela com a voz carregada de ódio.
O falso Olívio apenas confirmou com a cabeça.
- O que está esperando? Cante! – gritou ela, enquanto apertava os olhos para a claridade vinda do começo do corredor. Os amigos provavelmente a haviam alcançado
Os olhos do rapaz faiscaram ao encontrar os da morena, mas ele obedeceu, e Mia por um momento pensou ter reconhecido a voz que cantava em um tom absurdamente diferente do tom de voz de Olívio.
“O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern lasst uns angenehmere anstimmen
und freudenvollere!”
O impostor acabara de cantar e logo em seguida um velho e gordo bruxo que bebia uma taça de champanhe-dos-elfos no quadro continuou, com sua voz digna de tenor:
“Freude, schöner Götterfunken,
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken.
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder
Wo dein sanfter Flügel weilt!”
- Muito bem, meu rapaz! – exclamou o gordo bruxo no quadro sorrindo.
Com um gemido triste, o quadro girou lentamente para trás, dando passagem para um corredor escuro de pedra úmida.
Sem que a passagem estivesse completamente aberta, Mia esquivou-se para dentro, correndo com passos apressados, a varinha firme em punho.
Observou uma claridade alaranjada, um pouco mais à frente, e apertou o passo.
- Você está bem, você tem que estar bem. – ela murmurava para si mesma, enquanto a claridade se aproximava cada vez mais.
Literalmente, um cubículo. Aquele lugar devia ter um metro por um de largura, e uns três metros de altura. Lá no alto, rente ao teto, havia uma minúscula janela por onde o fim de tarde entrava para abafar ainda mais o ambiente que já era demasiado quente sem o sol.
Com os olhos marejados, ela se inclinou, contorcendo-se com esforço no espaço minúsculo, para sentir o pulso de Olívio. Fraco. Sentia sua respiração rasa e falha quando se inclinou para abraçá-lo. Inspirou profundamente, abrindo um sorriso satisfeito logo em seguida. Olívio provavelmente ficara esses três dias sem sequer ver uma gota d´água, quem dirá tomar um banho, mas aquele cheiro parecia impregnado nele. Um aroma fresco, tão diferente do cheiro do impostor.
- Chuva e grama molhada. – ela sussurrou, enquanto uma lágrima pendia de seus olhos e encontrava seu triste fim na testa suja de Olívio – Olívio... Olívio, acorda. – sussurrou gentilmente, acariciando com cuidado os cabelos castanhos do rapaz – Porquinho, sou eu.
Mia sentiu a respiração de Olívio ficar mais apressada, enquanto o observava se esforçar para abrir os olhos.
- Água. – ele sussurrou com um fio de voz.
- Aguamente! – prontamente a morena apontou a varinha para a boca de Olívio, despejando um pouco de água para ele.
Mia ouviu passos apressados às suas costas, e logo uma Emma ofegante se esforçava para entrar no cativeiro do irmão.
- E-ele está bem? – ela perguntou com a voz embargada, enquanto cobria a boca com uma mão na tentativa de sufocar uma exclamação de terror.
- Ele vai ficar. – respondeu Mia com a voz fraca – Vamos, me dá licença pra eu poder tirar ele daqui.
Com um pulo desajeitado, Emma rapidamente esquivou-se novamente para o corredor de paredes frias, enquanto Mia agitava a varinha e dizia o feitiço de levitação, fazendo o corpo inerte de Olívio flutuar a poucos centímetros do chão.
- Kahlen e Jean levaram o impostor para o Ministério. – a voz de Emma ecoava pelo corredor de um modo sombrio – Acho melhor aparatarmos com meu irmão para o St. Mungus.
Mia apenas concordou com um resmungo, lançando olhares preocupados a um Olívio inconsciente. Naquela hora não lhe importava o fato de Kahlen ser a noiva dele. Não importava o que Olívio diria ao acordar, ou se na verdade ele desejava que fosse a ruiva quem estivesse ao seu lado. Naquele momento ela não sairia de perto dele nem se ele próprio voltasse à consciência e a mandasse embora.
Tentou abafar um soluço, enquanto elas finalmente chegavam ao fim do corredor, encontrando o ruivo de antes parado à porta parecendo ansioso.
- Ele está bem? – o rapaz perguntou, enquanto ajudava Mia a deslocar Olívio para fora da passagem do quadro.
- Não muito. – murmurou a morena com fio de voz – Acho melhor nos apressarmos.
- Claro, claro. – repetiu o ruivo segurando o pulso mole do rapaz inconsciente.
- Não. – disse Mia com a voz rouca, afastando gentilmente a mão do ruivo do corpo de Olívio – Eu aparato com ele.
O ruivo apenas assentiu, e antes que dissesse alguma coisa, ouviu-se um CRAQUE e Mia e Olívio desapareceram.
- Quem você acha que ele é? – o ruivo se voltou para Emma.
- Eu tenho uma desconfiança. – confessou ela com uma feição preocupada – Mas espero que esteja errada.
No instante seguinte, mais dois outros CRAQUES foram ouvidos, e o ruivo e a garota baixa de cabelos castanhos desapareceram, entregando a velha casa ao silêncio do começo de noite.
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Kahlen Reed foi eleita pela revista masculina “Mago” a funcionária mais bonita do Ministério da Magia da Inglaterra. Além de beleza, ela é uma representação de classe, bondade e simpatia, adjetivos que mudam inteiramente quando o assunto se trata de seu trabalho: caçar bruxos das trevas.
- Anda. – rosnou ela empurrando-o para dentro de uma sala escura do prédio do Ministério. Ele resmungou, encolhendo-se nas sombras apesar de a aparência continuar exatamente idêntica à anterior: Olívio Wood.
- Onde focê vai...? – o loiro perguntou, enquanto a mulher esguia selava a porta da cela com um feitiço e virava-se com passos apressados para uma salinha no fim do corredor.
- Preciso achar uma coisa. – respondeu ela deixando o rapaz de vigia na cela e adentrando na sala com um feitiço secreto.
Kahlen suspirou, sentindo cada músculo do seu corpo trêmulo. O que significava tudo aquilo, afinal...?
Logo que aparataram para o Ministério ela e Jean encontraram a amiga de Mia, Rachel, que ajudaram-nos a procurar a morena. Imediatamente a nova-iorquina correu para buscar quem estivesse disponível no Quartel de Aurores, mesmo não conhecendo absolutamente nada do Ministério da Magia inglês, enquanto ela e Jean levavam o seqüestrador da amiga a uma cela provisória.
Lutou, tinha plena consciência disso. Travava uma batalha consigo mesma, até que finalmente a curiosidade a venceu. Quem seria aquele...? Com um simples feitiço de revelação era possível obrigar uma pessoa que tomara a Poção Polissuco a transformar-se de volta. Fácil assim. Jean discordou. Mas como diz o velho ditado... “Se você quiser que algo seja DITO, peça a um homem. Mas se você quiser que algo seja FEITO, peça a uma mulher”. Com um suspiro, em meio ao corredor do Ministério ela virou-se para o prisioneiro e disse o encantamento. Fez tudo certo. O movimento, a pronúncia, o pensamento. Mas nada aconteceu. Só o que ela recebeu foi um sorrisinho debochado do impostor. Tentou novamente. Nada.
- Onde está... onde está... – murmurava a ruiva enquanto passava por um corredor na sala repleto de frascos de poções fumegantes de diversas cores – Poção do Sono... não... Com certeza está na parte das avançadas... – sussurrou para si mesma dirigindo-se a uma parte da sala diferenciada por uma porta de vidro – Kahlen Reed. – disse, com a voz autoritária, enquanto a porta se abria lentamente.
Foi quando ela se deu conta. A meio caminho da cela provisória onde ela deixaria o criminoso, uma idéia completamente maluca e fora do normal lhe ocorreu: poderia ele ser...?
- Achei! – a ruiva exclamou com um sorriso triunfante, enquanto surrupiava um frasco pequeno com uma poção amarelada da prateleira – Quero ver você dar esse sorrisinho debochado de novo... – resmungou para a sala vazia, enquanto encaminhava-se novamente para o corredor fora da sala de poções.
- Eu estarr tentand dizerr a focês.... – ela escutou a voz cansada de Jean argumentar sobre os protestos de três moças que o cercavam – Eu non estarr aqui prra darr autografes. Eu e minha fianceé capturrams um sequen...sequis... ai, Merlín, como se dizerr mesm...?
- O que está havendo aqui? – uma voz grave soou atrás dela, e ela imediatamente voltou-se para trás, encontrando Rachel acompanhada de dois homens fortes e uma mulher baixa.
- Oh, Merlin, outrro non! – Jean resmungou, enquanto Kahlen sorria para os recém-chegados.
- Reed! – um dos rapazes, de olhos claros a cumprimentou com um sorriso – Ué, hoje não é a sua folga?
Os outros se viraram para a ruiva acompanhando o sorriso do moreno.
- É. – respondeu ela enquanto segurava o frasco da poção com firmeza no bolso da calça – Mas...Bem, preciso da ajuda de vocês.
A mulher baixa de cabelos castanhos-louros-pretos sorriu imperceptivelmente.
- O que você aprontou dessa vez? – ela perguntou com a voz aguda. Kahlen observou Rachel se encolher automaticamente à voz da primeira.
A ruiva sorriu e retirou o pequeno frasco com a poção amarelada do bolso, escondendo de um modo que apenas os quatro pudessem ver. Jean esquivou-se das moças e foi se juntar ao grupo.
- Mas quem...? – começou o moreno de olhos claros franzindo o cenho.
- O que você estava fazendo...? – o outro perguntou, erguendo levemente a sobrancelha, enquanto a mulher baixa apenas meneava a cabeça.
- Onde ela está? – cortou ela com a voz aguda novamente – Quero vê-la.
- Ele. – corrigiu a ruiva enquanto os três aurores viravam-se para ela com expressões assombradas – Não é ela, é ele.
A auror cerrou os olhos enquanto os outros dois faziam uma careta de nojo idênticas.
- Isso é bizarro. – disse o moreno – Completamente nojento.
- Mas eu pensei que apenas mulheres pudessem – começou o outro confuso.
- É uma anomalia. – cortou a auror de cabelos multi-coloridos com uma feição ansiosa – Quero vê-lo. Onde ele está?
Os olhares de todos os presentes seguiram a cabeleira da ruiva, enquanto ela fixava as orbes verdes na última porta do corredor.
Com passos apressados, o grupo dirigiu-se à porta, abrindo-a com cautela. O impostor continuava jogado ao chão, preso pelo “Petrificus totalus”. Uma parca luz de começo de noite entrava pela janela da cela. Um dos aurores acendeu três tochas, iluminando o ambiente com uma luz amarela, enquanto Jean trancava a porta da cela às suas costas.
- Agora... Vamos ver quem você é... – a auror baixa tomou o frasco das mãos da ruiva adiantando-se na direção do prisioneiro e sorrindo de um modo quase maquiavélico.
Era quase palpável o desespero nos olhos do rapaz quando a auror despejou a poção em sua boca. O líquido amarelo fumegante desapareceu do pequeno frasco enquanto um pequeno sorriso brotava nos lábios da mulher.
Instantes depois, a poção começou a fazer efeito.
A pequena auror mantinha um sorriso satisfeito no rosto. Kahlen e Jean permaneciam atentos; os outros aurores fortes retomaram as caretas de nojo enquanto Rachel permanecia com os olhos semicerrados.
Aos poucos, o corpo de Olívio mudava. Seus cabelos castanhos adquiriram um tom dourado e cacheado; o corpo robusto fora diminuindo de tamanho, emagrecendo as pernas, braços, peitorais; o nariz levemente arrebitado de Olívio teve as narinas alargadas e seus olhos amendoados cor-de-mel saltaram e foram clareando, até adquirirem um tom verde esmeralda.
Nenhum dos presentes se manifestou até que o rapaz loiro e franzino que apareceu no lugar de Olívio resolveu se pronunciar.
- Não sabia que existissem poções para bruxos como eu. Falha minha. – resmungou ele encarando profundamente cada um dos presentes.
- Então – começou Kahlen com um sibilo perigoso – Você é um... Metamorfamago homem?
O loiro soltou um riso debochado pelo nariz.
- Bizarro, não?
- Põe bizarro nisso! – exclamou o auror moreno – Acho que não houve nenhum registro na história sobre algum homem que fosse capaz de transformar livremente o corpo.
Kahlen franziu o cenho, incerta sobre seus próprios sentimentos. Não sabia se estava feliz por ter descoberto um caso tão ímpar sozinha, ou se estava ainda mais confusa por sentir que em algum lugar, em algum momento, já vira aquele rapaz antes. Analisou-o melhor e piscou os olhos, meneando a cabeça. Ele parecia com um mosquito.
- Bem – a voz aguda da auror arrancou Kahlen de seus pensamentos – Isso realmente é algo digno de muitas pesquisas no St. Mungus. – comentou ela maldosamente enquanto o loiro franzino apertava os olhos – Mas nesse momento, precisamos saber quem você é. Você vai nos contar por livre e espontânea vontade ou seremos forçados a utilizar métodos autorizados a aurores pelo Ministério da Magia?
O loiro sorriu. A ironia marcava cada gesto, cada movimento, cada palavra do seqüestrador.
- Vá em frente. – respondeu ele simplesmente, fazendo a pequena mulher abrir um sorriso ainda mais maligno. Com um movimento lento e calculado, a auror retirou um pequeno frasco com um líquido espesso e transparente do bolso, agitando-o na frente do rapaz.
- Você sabe o que é isso? – questionou ela com a voz ainda mais afetada, os olhos faiscando de excitação.
- Óbvio. – respondeu o rapaz parecendo entediado – “Veritasserum”, o soro da verdade.– com um suspiro resignado, o loiro abriu a boca – Vá em frente.
Claramente surpresa pela reação do prisioneiro, a pequena mulher caminhou vagarosamente em sua direção, despejando a poção garganta abaixo do loiro. Ele tomou sem pestanejar e segundos depois seu olhar se enevoou, tornando-se vago e etéreo.
O loiro piscou uma vez lentamente, olhando para um ponto qualquer na cela em que as sete pessoas se apertavam.
- Você está me ouvindo? – perguntou a auror, enquanto Kahlen fazia uma careta; escutar aquela voz por muito tempo seguido era tortura sem igual.
O réu afirmou molemente com a cabeça.
- Você foi o responsável por arquitetar o seqüestro de...? – a auror lançou um olhar severo para Kahlen, que continuava divagando sobre onde conhecia aquele rapaz.
- Hã? – a ruiva meneou a cabeça rapidamente - ... Hm.. Amélia Lie Chang e Olívio Rodrigo Wood.
A auror ergueu uma sobrancelha para Kahlen, dizendo com as faíscas invisíveis que saiam de seus olhos para a ruiva prestar mais atenção, já que fora ela quem trouxera aquele caso para o Ministério.
- Foi você o responsável pelo seqüestro de Amélia Lie Chang e Olívio Rodrigo Wood? – a auror tornou a perguntar, certificando-se de que o soro da verdade fazia efeito.
O loiro tornou a afirmar com um aceno sem emoção.
- E você teve ajuda nisso? - ela questionou.
- Tive. Contratei dois retardados mentais que seqüestraram Olívio junto.
- “Olívio junto”?! – indagou Kahlen – Como assim, você não pretendia seqüestrar Olívio?
- É óbvio que não. – respondeu o loiro com a voz entediada – A idéia inicial era para ele pagar o resgate de Mia. Só que os idiotas que eu contratei não entenderam nada e começaram a mandar ameaças para meu primo.
- Seu primo?! – Kahlen exclamou, sentindo um choque elétrico percorrer seu corpo. Olhou para o lado e viu seu próprio espanto estampado nos rostos de Rachel e Jean.
- Sim. – respondeu o loiro ainda com a voz entediada.
Kahlen prendeu a respiração, ignorando completamente a careta de desaprovação da pequena mulher que o interrogava.
- Qual o seu nome? – a voz da ruiva estava trêmula quando ela perguntou, e ela pôde sentir a expectativa percorrer o pequeno ambiente.
O loiro piscou entediado, suspirando logo depois.
- Francesco Favalli.
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N/A: Sim sim sim!!!!!! Antepenúltimo capítulo! Só faltam mais dois e o epílogo! Espero que não tenha ficado confuso, que vocês tenham conseguido entender direito. Bem, não disse com todas as palavras, mas sim! Kahlen é a noiva de Jean! ^^ Muito Obrigada pelos comentários! Eles que me inspiraram a escrever o capítulo cada vez mais depressa! Obrigada aos meus leitores e leitoras que me apóiam, me fornecem o combustível para a máquina do meu cérebro funcionar! Vocês realmente são essenciais para meu trabalho aqui! ^^ Muito Obrigada de todo o coração! Reta final da fic! ^^ Buáá! AHH!! Não pensem que as surpresas acabaram por aqui... no próximo capítulo são as EMOÇÕES FINAIS!
Ah! Queria dizer também, que não atualizei a fic antes porque estava queimando meus neurônios pensando em uma história para a continuação dessa fic. Inicialmente, seria uma short fic bem água-e-sal que mostraria a vida dos filhos dos nossos casais principais. Depois, minha ultra-loucura me fez divagar e levar nossos filhos-de-heróis à França, montar uma Sociedade secreta etcetc... Hahaha... Bem, a fic já tem nome (“Ás”), cadastro e capa, mas eu só postarei o prólogo e o resumo quando eu terminar OW & MC... Sei que é pedir demais, mas eu seria MUITO GRATA a vocês se pudessem me mandar algumas sugestões, ou críticas, me dizendo que estou viajando demais na história...
Mais uma vez, muito Obrigada a todas (os)... porque as mulheres são maioria! ^^
Comentários individuais:
Thássia; ●: Obrigada por todo o apoio desde o começo, todos os comentários! Significam muito pra mim! Bem, eu te contei o que ia acontecer, não sei se você esperava por isso, ou se estraguei a surpresa... (Me desculpe!) Obrigada de novo! Super Beijo! ^^
Luisa ( _-_-_ ): Amei seu comentário! Muito obrigada pelos elogios e por ler a fic! Obrigada pelo super apoio! Beijão! ^^
Tammie: Primeiramente, é lógico que você não me pentelha! Você me ajuda a escrever a fic pra falar a verdade! Obrigada pelo apoio! ^^ Sei que não respondi sua pergunta agora, mas ela virá no próximo capítulo! Obrigada mesmo pela paciência e pelos comentários aqui na floreios e por orkut, email! Obrigada mesmo! Super beijo!
Emmy Black ~¤: Nossa, seu comentário foi simplesmente... magnífico!! Nossa, fiquei muito, muito muito feliz mesmo com tudo o que você escreveu! Tenho certeza que não mereço tudo isso! Obrigada mesmo por todos os elogios e incentivos! Seu comentário elevou minha moral e minha inspiração lá em cima! Obrigada mesmo Emmy! Espero que esse capítulo esteja à altura de suas expectativas! Ah! Se você gostou de Carla Bruni, tenho outra indicação de um pop francês pra você! O nome dela é Amel Bent! As músicas são um pouco mais “comerciais” mas não deixam de ser maravilhosas! Beijão! ^^
Ligia Melo: Você também é universitária! ^^ Que demais! Hahah é uma vida corrida, agitada, mas eu AMOO! Hehehe sexta-feira alternando entre o bar e a sala de aula... hahaha semana passada eu apresentei um trabalho um pouco “alterada” e tirei a nota máxima! Hahaha não acreditei! Cheguei a pensar que a professora devia estar meio “trÊbada” também! Hahaha! Você adora minha fic e eu AMOOO seus comentários! Obrigada pelo apoio! Beijão!
Mih: Nossa, você tem o apelido da minha irmã... hehehe até cheguei a pensar que fosse ela! -^____________^- Obrigada pelo comentário maravilhoso e pelos elogios! Obrigada por me incentivar! Espero que tenha gostado do capítulo! Beijão!
Tati ~*: Nooooossa! Estou até me sentindo meio mal por ter posto a Tati tão “chata” na minha fic! Hahaha tenho bastante leitoras Tati! Todas maravilhosas!!! Obrigada pelos elogios e pelos comentários!! Eles me incentivaram e alegraram muito! Muito obrigada mesmo!
Agradecimentos fervorosos às minhas RFC´s... à Thata maravilhosa, à Tati que tenho CERTEZA que está lendo... hehehe (sem querer parecer arrogante, mas se eu duvidar ela fica braba! ^^ Lindaaa!) ... Obrigada à todos que lêem, mesmo que não comentem, e que gostam da fic! ^^
CONTAGEM REGRESSIVA DE CAPÍTULOS..........4 ..............
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