Quando tudo parece bem...
Capítulo XXV – Quando tudo parece bem...
Harry e Draco passaram tanto tempo discutindo o que tinham visto na penseira que Harry até esqueceu de ver outras lembranças de seus pais. Esqueceram-se até mesmo do jantar, o que os levou a ir para a cozinha surrupiar um pouco de comida.
- Sr. Potter! – disse Dooby em um guincho histérico quando o viu – quanto tempo! Entre, por favor!
- Dooby será que ainda tem um pouco de comida pra gente... Quero dizer, pra mim?
- Claro que sim senhor Potter, sempre tem... Venha por favor.
- Ah Dooby, será que você poderá separar um bom tanto para mim, por favor, estou com muita fome e comerei no salão comunal mesmo.
- Sim senhor, é pra já!
Minutos depois Dooby voltava com uma enorme quantidade de comida levitando em tigelas à sua frente.
- Aqui está sr. Potter!
- Muito obrigado Dooby.
E com a enorme coruja branca ao seu lado, Harry retornou à sala precisa que agora tinha uma mesa redonda com dois pratos, talheres e copos. Assim sendo jantaram tranqüilamente.
- Uau! Tinha até me esquecido como era a comida do castelo, assim quentinha... Normalmente me alimento com o que acho na floresta mesmo, ou com o que me dão por aí pelos corredores...
- Deve ser difícil ficar assim né...
- É, mas to me acostumando...
Assim jantaram, conversaram mais um pouco quando Harry decidiu ir dormir.
- Bom, amanhã acho que Rony, Mione e Gina chegam também, se quiser se juntar a nós durante o dia...
- Bom Harry, não garanto nada, não posso ser reconhecido, pelo menos não por enquanto, mas estarei por lá sim, preciso de um pouco de ar fresco...
- Está bem então, boa noite Malfoy.
- Boa noite!
Então cada um rumou para seus respectivos quartos, Harry para o salão comunal e Draco, em sua forma animaga, para a sala de Snape.
Na manhã seguinte Harry foi acordado de repente por alguém que pulava em sua cama. Logo percebeu, pelos beijos, que era Gina.
- Bom dia Harry acorda dorminhoco!
- Bom dia Gi. Quando chegaram?
- Agora mesmo – disse Rony, que estava desarrumando sua mala na cama ao lado – Mione está desarrumando a mala no dormitório feminino, daqui a pouco vamos tomar café...
- Ok...
- Ah... Bom dia Edwiges! Nossa você parece meio abatida... – disse Gina, acariciando uma coruja, que na verdade era Malfoy.
- Vamos tomar café? – disse Hermione entrando no quarto. Seus olhos pararam na ave que Gina acariciava. Estava com uma expressão meio duvidosa quando Harry disse.
- É Gina, ela deve estar meio abatida mesmo... Vamos Edwiges, vamos comer alguma coisa – disse o garoto, disfarçando a mudança em “sua coruja”.
Assim os quatro, ou melhor, os cinco rumaram para o salão principal.
Como ainda faltava pouco menos de uma semana para começarem as aulas, a escola estava extremamente vazia. Sentaram-se próximos à mesa dos professores, nem ao menos McGonagal estava lá.
De repente as poucas travessas sobre a mesa começaram a encher com torradas, bolos e pães. Potes enchiam-se de geléias dos mais diversos sabores e os copos à suas frentes se completaram com suco de abóbora.
Harry serviu-se de torrada com geléias, a coruja olhava a mesa com desejo, o garoto imaginou que Draco estava morrendo de fome, assim sendo deu-lhe também uma torrada e um pouco de suco para ir bicando.
Hermione mantinha os olhos fixos na coruja, como se procurasse algo, o que preocupava não só Harry, mas o próprio Malfoy que mesmo na forma animaga procurava evitar o olhar da garota.
- Que foi Mione, por que você não pára de olhar para Edwiges? Parece que você nunca a viu... – disse Rony estranhando o olhar da namorada.
- É que ela me parece estranha, está com um olhar cansado...
- É, ela está mesmo – apressou Harry em responder – ela teve que fazer uma viajem longa ontem, voou até o Ministério entregar ns papéis para o ministro – mas quem voara para o ministério foi a verdadeira Edwiges.
- Ah sim... – respondeu a garota, mas mesmo assim continuou encarando a ave.
- Viu Mione? Então pára de encarar! Até a própria Edwiges tá ficando incomodada! – disse Rony.
- Tá bom, eu paro...
Terminando o café da manhã o grupo rumou para os jardins, estava um dia lindo. Ficaram por lá conversando sobre o ocorrido na noite anterior.
Harry contou tudo que achou na sala de Sape, exceto o fato de Malfoy estar morando lá. Então, do nada, Malfoy levanta vôo rapidamente, o que assusta Harry.
- O que foi Harry? – perguntou Gina – algum problema?
- Nenhum Gi está tudo bem...
Hermione, que estava completamente calada desde o café apenas observava o ponto onde a coruja voara, quando vê novamente a coruja branca retornando, mas desta vez era a verdadeira Edwiges, ela trazia ao bico uma carta formal diretamente do Ministério.
- Olhe Harry, Edwiges está voltando – disse a garota.
- Ah sim... Olá Edwiges! – a coruja entregou-lhe a carta e deu uma bicadinha carinhosa em seus dedos. Novamente Hermione observava a coruja.
- Ela parece bem melhor! – disse para Harry.
- Ah? Ah... É sim... – disse ele levemente nervoso – acho que ela só precisava comer mesmo...
- Ah sim... Essa carta é do ministério? Mas você não disse que ela chegara ontem do ministério?
- Ah...É, acho que ela esqueceu de me entregar... – estava ficando levemente vermelho agora, tamanho o nervosismo que passava.
- Claro, esqueceu... – disse a garota com um olhar duvidoso – mas e aí, o que diz na carta?
- Deixe me ver – respondeu o garoto feliz por ela ter mudado de assunto.
Prezado Sr. Potter,
Eu, Rufus Scrimgeour, Ministro da Magia venho por meio desta informar-lhe que recebi os documentos enviados pela mesma coruja em que mando esta resposta e informo-lhe que estamos averiguando a veracidade dos mesmos.
- “Averiguando a veracidade”! Não há o que averiguar, é tudo verdade! – disse o garoto incrédulo – esse ministro é mesmo um filho da p....
- Tá bem Harry – disse Hermione bem na hora – continue..
- Ok desculpe...
Marcaremos então uma reunião aqui no ministério para possível discussão dos fatos no dia sete de Fevereiro de 1998, às 10:30.
- Ótimo; outra audiência no Ministério era tudo que eu queria!
- Calma Harry – disse Gina – desta vez eles terão que acreditar em você sem ao menos piscarem quero dizer, você tem provas muito mais concretas e...
- Gina. Desculpa, mas você acha que eles acreditarão em mim? Você acha que Rufus Scrimgeour acreditará em mim? Nem se eu levasse o próprio Snape, fizesse ele ressuscitar e lhe desse veritasserum...
- Também não é pra tanto né cara – disse Rony segurando o riso.
- É, vá no meu lugar então, ok? – disse ele com um riso amarelo.
As aulas começaram na semana seguinte e todos já sabiam do ocorrido com Harry na casa dos Weasley. O garoto até se acostumara com os mais novos olhando-o estranhamente durante as aulas da AD e pelos corredores.
Cansava de dizer que estava bem, para todas as garotas e garotos que o abordavam por todos os cantos, estava começando a se irritar.
- Estou bem gente, quantas vezes precisarei dizer isso? – disse ele para os colegas de quarto naquela manhã – vamos tomar café que estou faminto...
Todos estavam descendo quando ele avistou Draco, em sua forma animaga parado à janela.
- Ah... Podem ir que vou em seguida – assim sendo todos desceram – Draco, o que faz aqui? – perguntou o garoto fechando a porta.
Então o loiro voltou à sua forma humana e sentou-se na cadeira ao lado da cama de Harry.
- Vim dizer que vou com você no ministério, como coruja é claro...
- Mas você não acha um pouco arriscado?
- Sim, mas assim pode ser melhor até pra mim, além do mais, se você precisar de ajuda, posso ser útil...
- Sim, mas não quero que se sinta obrigado a nada...
- Não seja besta Potter! Quem sabe posso até saber algo da minha mãe...
- Vendo por esse lado...
- Tem outro motivo pra eu estar aqui...
- Qual?
- Granger... Ela está desconfiada, não dá pra eu ficar por perto quando ela está com vocês. Ela me olha de um jeito estranho, como se soubesse que eu não sou a sua coruja.
Conversavam tão distraidamente que nem ouviam os passos vindo em direção ao dormitório.
- É, eu também notei e concordo com você, pelo menos por enquanto é bom você tomar cuidado, ela é esperta.
- Muito... Mas penso em me “revelar”. Você sabe, quando tudo estiver resolvido...
- Claro...
- Assim poderei ter minha vida de volta e...
- Harry, o Rony pediu pra eu... MALFOY!!! O-O QUE V-VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?
- Granger! – o garoto estava pálido, tamanho o susto que levara.
- Mione, por favor, me escuta...
- Eu não acredito Harry, desde quando você fala com ele?
- Desde quando eu achei os papéis na sala do Snape, ele está morando lá desde o começo do ano e...
- COMO? Ele está morando aqui? Mas como? – ela não entendia nada.
- Calma Mione – disse Harry trancando a porta do quarto com um feitiço.
- Como calma Harry, ele compactuou com Snape para a morte de Dumbledore e...
- E acabou ficando provado que Snape era inocente – disse Harry
Ela ficou muda, olhava de Harry para Draco procurando uma explicação plausível.
- Tudo bem, me rendo! Expliquem tudo...
E assim fizeram. Harry e Draco se revezavam para contar o ocorrido desde a noite em que Dumbledore morrera até a noite da semana passada, quando Harry e Draco se viram novamente.
- E é por isso que eu tenho me escondido e você tem que prometer que não dirá a ninguém, nem mesmo ao Weasley, sobre mim.
- Nossa... – a garota, mesmo entendendo tudo agora, continuava espantada – nunca imaginei que você tivesse passado por tudo isso.
- Pois é... – disse Draco, forçando um sorriso –e bem, pode parecer estranho, mas quero aproveitar minha “nova fase” para te pedir desculpas por tudo que já te disse ou fiz.
Por essa Hermione não esperava mesmo, Draco Malfoy estava lhe pedindo desculpas por seis anos de brigas e humilhações.
- Nossa D-Draco – nunca havia lhe chamado pelo primeiro nome, era estranho – nunca imaginei que...
- Eu lhe pediria desculpas?
- É... – disse ela levemente vermelha.
- Mas então, você me desculpa?
- C-claro que s-sim...Nunca levei muito a sério o que você dizia mesmo – respondeu a garota, agora corando fortemente.
- Ah – disse ele com um sorriso – que ótimo, melhor pra você – ele ria verdadeiramente, coisa que não fazia a muito.
Ficaram em silêncio, Harry apenas observava os dois ali, conversando como velhos amigos quando de repente escutam batidas na porta.
- Harry! – era Rony – Harry, você ainda está aí cara?
- Estou – disse o garoto voltando à realidade –já vou indo... Anda Malfoy, se transforme e vá – sussurrou para o garoto.
- Cadê a Mione?
- To aqui Rony, já estamos indo!
- O que está acontecendo? – disse Rony do lado de fora do quarto.
- Calma Rony! Vá logo Malfoy! – disse virando-se para o garoto.
- Ok, ok... Tchau! – e assim dizendo deu um tapinha nas costas de Harry e um beijo no rosto de Hermione, que não esperava tal gesto, ficando assim extremamente vermelha.
- Nossa cara, que demora, o que vocês estavam fazendo aí? – perguntou Rony com uma cara desconfiada, quase bravo.
- Ah Rony, não seja tonto! – disse Harry.
- É verdade, até parece que você não confia em mim! – disse a garota com uma cara que fez Harry lembrar a Sra. Weasley antes de um de seus ataques de raiva.
- Calma Mione, tava só brincando... – Harry pôde jurar que o amigo estava com medo da reação da namorada se continuasse com aquelas perguntas – Tá, desculpa, mas então, vocês vão ou não tomar café?
- Vamos – disseram Harry e Hermione juntos.
- Sério gente aconteceu alguma coisa – arriscou Rony mais uma vez, olhando para os amigos.
- Claro que não Rony. Por que?
- É que pensei ter ouvido outra voz junto a vocês no quarto.
Harry e Hermione trocaram um olhar e seguiram para o Salão Comunal...
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!