CAPÍTULO 3 - No portão de Malf
NA Desculpa não ter postado este capítulo antes (pensei que já tinha feito isso). Bom, no ff.net já está postado até o cap 5, a quem interessar. Brigadão pelos comentários e especialmente pelos e-mails. Estes tempos eu tava tão cheia de problemas que nem deu tempo de respondê-los, mas saibam que me fizeram MUITO bem todos eles. Thanks!
Como já disse: o cap 5 já está até postado em outro site e o cap 6 não irá demorar.
Beijinhos e boa leitura!!!
CAPITULO 3 – No portão de Malfoy
Já passava das três da manhã. Estava caminhando há horas. Sentia-se ligeiramente arrependida por ter decidido procurar Draco aquela hora. Hermione sempre fora uma pessoa ponderada, em outra situação ela esperaria amanhecer e procuraria o Quartel dos Aurores para fazer uma queixa.
O que a incomodava no momento era Lucio Malfoy ter chegado ao ponto em que chegou. Hermione nunca gostara dele, mas também jamais se importou com o que ele fazia ou deixava de fazer. Tentar matá-la era demais!
Na concepção de Mione o novo Sistema Carcerário Bruxo, que na verdade era muito parecido com o Trouxa, não era castigo suficiente para Malfoy. Ele merecia Azkaban em seus tempos antigos (apesar dos Dementadores terem se aliado aos Comensais enquanto Voldemort ainda era vivo).
Hermione estava tão absorta em seus pensamentos que ainda não havia parado para pensar no estranho que a salvara há pouco. Somente o vira duas vezes, mas sentia algo incomodo quando estava perto dele. Aqueles olhos tristes e profundos... Tão enigmáticos. Não sabia nem se quer o nome dele. Passara por momentos tão conturbados, que se esquecera de perguntar como se chamava. Devia ter pelo menos lhe agradecido, pois, afinal, ele quase morrera por ela.
Enquanto pensava nele, Hermione se deu conta do que ele havia dito a ela: "Você não pode aceitar concorrer a vaga de Ministro da Magia contra Lucio Malfoy. Ele é perigoso! Por favor, não se envolva nisso"... Como ele sabia que ela estava pensando nesta proposta?
Apressou ainda mais os passos... Estava exausta, mas, já que atravessara todo o centro de Londres, não desistiria. Não fazia idéia de como conseguiria falar com Malfoy em sua mansão aquela hora, mas tentaria.
O frio estava rachando seus lábios. A cada rajada de vento, sentia seus dentes baterem uns nos outros. Hermione vestia um moletom quente, mas mesmo assim o frio a atingia. Olhou ao redor, tentando se localizar e percebeu que já havia chegado no bairro de Malfoy.
Após caminhar mais uns poucos passos, se deparou em frente a mansão em que Draco Malfoy morava. Já passara em frente a ela uma vez e também já havia lido inúmeras reportagens sobre o lugar em revistas especializadas, mas vê-la assim, de perto, era algo indescritível.
As paredes em um mármore escuro davam um ar sombrio, mas altamente elegante ao lugar. A beleza das casas vizinhas não ofuscavam em nada a Mansão de Draco. Hermione pensou seriamente na possibilidade dele ter enfeitiçado o lugar para que fosse tão bonito... O que não seria nenhum absurdo vindo de Draco Malfoy.
Todo o lugar era cercado por um muro alto, que começava e terminava no enorme e único portão grande e dourado. Hermione ficou parada em frente ao lugar, procurando com os olhos alguém dentro da guarita. Aparentemente Draco possuía um alto número de seguranças, mas, naquele momento Hermione não vira ninguém.
Ela escalou as grades do portão. Passaria para o outro lado e, chegando na Mansão, diria quem era e falaria com Draco... Este era o plano.
Mas assim que ela pôs os pés no jardim da Mansão um alto alarme pôde ser ouvido. Hermione se assustou de início, mas depois o susto se transformou em medo de ser confundida com um ladrão.
Desesperadamente ela tentou escalar o portão, mas desta vez na tentativa de sair daquele lugar. Hermione ouviu latidos de cães ao longe. Subiu desajeitada o portão e já estava no topo, pronta para pular, quando ouviu uma voz amplificada dizer:
- Pare e se identifique!
Hermione se viu em frente a dezenas de homens uniformizados e alguns portando cachorros que latiam feito loucos.
- Sou Hermione Granger...Eu... Eu gostaria de falar com Draco Malfoy... – Hermione falou aos berros.
Por um instante todos ficaram calados, até que um dos homens falou algo em um rádio que tinha na mão. Hermione não pôde ouvir o que ele falava por causa dos latidos alto dos cachorros.
Ela tentou descer do portão, mas o latido feroz de um dos cachorros, a fez desistir.
Minutos depois, Hermione ouviu a porta de entrada da Mansão ser aberta. Não viu quem saía por causa dos seguranças que estavam na frente.
- O que está acontecendo aqui? – apesar dos latidos dos cães Hermione reconheceu a voz de Draco. Nunca pensara que ficaria feliz em vê-lo um dia, mas, naquela situação, ele era exatamente de quem ela precisava.
- Granger? – perguntou Draco assim que a viu.
Hermione sentiu seu rosto corar ao pensar na cena que todos estavam assistindo: ela pendurada no alto de um portão, com vários seguranças e cachorros em volta. Era deprimente!
- Será que eu posso falar com você, Malfoy?
Hermione estava morrendo de vergonha. Somente agora, no escritório de Malfoy, ela se dava conta da 'besteira' que havia feito. Evitava encarar o bruxo a sua frente, pois havia um olhar de deboche nele.
- Então, Granger, que ventos a trás até meu portão... Digo, até minha mansão.
Hermione o odiou por isso, mas manteve a compostura e começou a falar seriamente.
- Seu pai mandou dois bruxos esta noite até a sede do F.A.L.E. para me matar.
O sorrisinho debochado sumiu do rosto de Draco. Um semblante sério tomou sua face.
- Você tem certeza? – perguntou com a voz grave.
- Quem mais poderia ter feito isso?
Draco Malfoy levantou-se de sua cadeira, caminhando com um visível ódio no olhar. Hermione levou um grande susto quando, de repente, ele deu um murro na cômoda de mogno que ficava perto da porta.
- Devia ter imaginado que ele estava me espionando! – disse ele após o murro no móvel.
- Espionando?!
- Há alguns meses eu bem que achei estranho ele ter comprado os direitos autorais da revista "Magia", sendo que eu estava acertando esta compra desde o ano passado. Agora entendo. Alguém que trabalha para mim é informante de meu pai.
Hermione só se lembrava de Draco falar de alguém com tanto ódio no olhar quando se referia a Harry na época de escola. Ele estava completamente irado, sua face ficara vermelha e Hermione pensou que ele fosse gritar com ela a qualquer momento.
- Ele já devia saber que eu estava sondando seu trabalho, Granger, há muito tempo. Não contei a ninguém que já tinha entrado em contato com você, mas não deve ter sido muito difícil para ele suspeitar de minhas intenções. – Draco então parou, respirou e olhou Hermione antes de continuar a falar – Você não desistiu de sair como candidata contra meu pai, não é?
- Ainda não tinha decidido se sairia...
- Granger, mais do que nunca você tem que concorrer contra ele. Meus negócios irão de mal a pior com meu pai no Ministério. E além do mais eu...
- Será que posso falar, Malfoy? – disse Hermione cortando o bruxo.
Enquanto Draco se sentava novamente em sua cadeira, Hermione se levantava lentamente. Ficou em pé, com as mãos apoiadas nas costas altas da cadeira que, há poucos minutos, estava sentada. Ela percebeu o olhar impaciente de Draco Malfoy e adorou.
- Será que você poderia falar logo, Granger?
- Ainda não tinha decidido se sairia candidata até esta noite. Desde o início achei absurdo Lucio Malfoy concorrer a Ministro da Magia, mas, até então, achava que talvez eu não tivesse nada a ver com isso. Para azar de seu pai, ele tentou me matar... Agora não tenho dúvidas: ele acabou de ganhar uma grande oponente nesta eleição.
Hermione sentiu uma pontada de orgulho por ouvir o que acabara de dizer. Sempre fora moderada, não gostava de infligir regras (embora já tivesse feito isso várias vezes) e correr perigo era somente para defender algum amigo. Mas agora, tomando uma atitude mais por coragem do que por razão, ela se sentia uma verdadeira grifinória.
- Perfeito! – disse Draco parecendo disfarçar sua empolgação – Teremos que organizar palestras, eventos, banners, slogans. Tudo levará tempo, mas já estou pensando nisso e acredito que não teremos muitos problemas. Teremos também que pedir o apoio daquele elfo estúpido que já trabalhou aqui...
- Não fale assim do Dobby! – disse Hermione raivosa.
- Ok, só não acho que foi uma boa idéia colocá-lo no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, mas será bom pedir a ajuda dele e de seus candidatos a Conselheiros.
- Concordo. Também seria interessante promover uma reunião com os chefes de Aurores, pois, pelo que eu fiquei sabendo, eles estão bastante descontentes com o atual Ministro.
- Teremos que te dar um banho de loja...
- Como?!
- Granger, seu visual está longe de ser o padrão de candidata a Ministra.
- O que tem de errado com meu visual? – Hermione estava começando a se irritar com Malfoy novamente.
- Nada, mas eu, particularmente, não votaria numa bruxa que se veste assim...
Hermione percebeu que o assunto ia longe e não estava gostando nada disso. Draco estava sendo de muita ajuda, mas, em compensação, estava passando dos limites com sua 'pomposidade'.
Os dois ainda conversaram durante uns vinte minutos, estabelecendo exigências e deveres que ambos deviam cumprir para que tudo desse certo na campanha. Hermione estava mais animada do que nunca... Até se esquecera por uns instantes que quase morrera há algumas horas atrás.
- Meu motorista a levará até sua casa, onde você deverá entrar em contato com os Aurores... Os agressores provavelmente não estarão mais lá. Sei que o Santo Potter fará de tudo para salvar o mundo (isso se ele não tiver resgatando algum gatinho de uma árvore)... Aquele metido!
Hermione pensou em defender, mas além de não ter mais intimidade para defender Harry, ela não estava mais a fim de retrucar com Malfoy. Tudo o que Hermione queria era descansar um pouco antes de voltar a trabalhar no FALE.
Caminhou até a porta, sendo seguida por Draco que, pelo que parecia, também estava ansioso por se livrar dela.
- Malfoy, eu gostaria de lhe agradecer...
- Pelo que? – perguntou Draco com aquela voz arrastada que irritava Hermione.
- Por ter mandado aquele bruxo me seguir. Se não fosse ele eu talvez não estivesse mais aqui.
Hermione se sentia mal por não ter agradecido ao bruxo misterioso o perigo que ele correu por ela, por isso resolvera agradecer a quem teve a idéia de contratá-lo. Tinha que reconhecer que fora um excelente trabalho.
- Está louca, Granger? Os latidos dos meus dobermanns da Suécia te deixaram mais insana? – Draco falava tão calmamente, que Hermione confundia sua calma com deboche novamente – Não contratei ninguém para segui-la.
- Mas então... – Hermione estava muito confusa. "Quem é ele?"... Estava começando a se irritar com tudo aquilo novamente. Não gostava de ficar sem respostas.
Hermione foi o caminho todo pensando no bruxo misterioso. A limusine andava rápido e se ela não estivesse tão concentrada em seus pensamentos provavelmente teria dormido com o conforto que sentia no carro.
Aquele olhar era intrigante. Hermione sentia uma proteção inexplicável perto dele... Não entendia o porquê, mas tinha a impressão que já o conhecia.
O dia começava a nascer. Os primeiros raios de sol começavam a despontar do céu por entre algumas nuvens ralas. Estava começando a sentir calor com sua calça e blusa de moletom. Hermione se olhou e concluiu que Malfoy tinha razão (mas é claro que nunca confessaria isso a ele)... Estava longe de ser a imagem de bruxa candidata a Ministra. Infelizmente devia começar a se preocupar com a aparência física de novo.
A limusine entrou na rua pacífica que Hermione morava. De longe conseguia ver seu sobrado com a enorme placa indicando a ong FALE (a qual os trouxas vizinhos nunca souberam ao certo do que se tratava). Conforme o carro se aproximava, Hermione percebia uma silhueta encostada no batente de sua porta. Sentiu um frio na barriga... Sentia-se um pouco segura com o fato de estar em uma limusine com dois seguranças de Malfoy, mas isso não era nada que a deixasse completamente confiante.
O carro aos poucos foi se aproximando da casa e Hermione reconheceu, ainda parado na pouca penumbra, o bruxo que a salvara há poucos. Estranhamente, ela se sentiu segura e aliviada. Sentia-se como se alguém lesse seus pensamentos (era exatamente ele quem ela mais desejava ver no momento). Hermione se repreendia mentalmente: não podia, e não devia, estar pensando tanto nele... "Ele só salvou minha vida", seus pensamentos não lhe ajudavam em nada.
- Quer que desçamos, srta Granger? – perguntou um dos seguranças assim que a limusine parou – Podemos dar uma conferida se a casa está segura.
- Não precisa. Ficarei bem. – Hermione saia do carro e não prestava muita atenção no que dizia.
Ouviu o barulho suave da cara limusine se afastar. Hermione se aproximou do bruxo a sua frente. Ainda estava com as mangas da veste rasgadas, expondo um pedaço do braço forte. Ele a encarava sério como se mil pensamentos passassem por sua mente, enquanto Mione caminhava em sua direção.
- Pensei que não estivesse mais aqui. – Hermione não tinha muita voz. Embora estivesse preocupada, sua voz saiu baixa, completamente cansada.
- Eu pensei que você não voltasse hoje. – disse ele ainda com os braços cruzados, encostado no batente da porta – Já revistei a casa e a sede e não encontrei nada que pudesse ser usado de pista para a prisão daqueles bruxos.
- Tem certeza que eles se foram?
- Absoluta, mas por via das dúvidas eu já entrei em contato com o Quartel dos aurores. Eles devem estar para chegar a qualquer momento.
Hermione tinha diversas perguntas entaladas em sua garganta, mas estando ali, ao lado dele, não conseguia formular uma pergunta se quer. Sentiu novamente a sensação de que já o conhecia de algum lugar. Era como se já tivesse tido uma grande ligação com ele, embora não se lembrasse de onde.
- Não quer entrar? – perguntou Hermione mais por não ter o que falar do que por educação.
- Mione, de novo eu lhe peço... – disse o bruxo, segurando de repente as mãos de Hermione - ... Não se envolva com Lucio Malfoy. Ele é perigoso e você está correndo um grande perigo.
- Não me importo. – disse ela firmemente – Decidi arriscar.
O rosto do bruxo foi coberto visivelmente por um semblante tristonho... Talvez desapontado. Ele a encarou profundamente com seus olhos azuis... Hermione sentiu-se como se feita de vidro; nada podia ser escondido dele. Estava a mercê daquele estranho que tanto a fazia se sentir bem.
- Então terei que protegê-la. – disse ele se aproximando dela – Não deixarei nunca que nada de mau aconteça contigo.
Hermione sentiu-se estranhamente mole. Aquilo tocou-a profundamente. Há tantos anos não sentia que era protegida por alguém. Estava sem fôlego... Sua voz quase não saia de seus lábios.
- Por quê? – disse ela fracamente.
- Espero poder um dia te contar. – o bruxo a encarou firmemente antes de se afastar e começar a caminhar rápido.
Hermione se odiava por ficar tão vulnerável quando estava perto daquele bruxo. Tinha tantas perguntas a lhe fazer, mas quando estava com ele sua voz parecia sumir... Não tinha cem porcento do controle próprio.
Num súbito momento de consciência, Hermione viu o bruxo caminhando para longe dela e perguntou sem muita esperança:
- Quem é você? Do que foge?
O bruxo parou de caminhar. Estava a alguns metros de distancia dela. Ele virou-se e o coração de Hermione bateu mais forte. "Que sensação é esta que sinto quando ele me olha?", pensou Hermione.
- Do passado... – disse ele quase num sussurro antes de desaparatar na semi-penumbra do nascer do dia.
Aquele bruxo a fazia se lembrar dos bons tempos em que era feliz. Felicidade... Há tempos Hermione não conhecia esta palavra. Rony fora sua última – e verdadeira – alegria em vida. Viver sem ele era viver uma vida sem razão, sem sentido.
O amor que sentia ainda era muito forte... Forte ao ponto de doer. Doer por não ter o toque dos seus beijos, doer por não ouvir mais sua voz, doer por não sentir o amor recíproco que aflorava da pele de Rony. Ele a amava, disso ela não duvidava.
A vida era injusta: tirara dela seu homem... Seu amor... Seu tudo.
Encostada no batente da porta, perdida em pensamentos e lembranças de tempos que não voltariam mais, Hermione nem percebeu quando alguns bruxos aparataram na sala de sua casa.
Inicialmente ela tomou um susto, ainda estava assustada por causa do recente ataque, mas logo percebeu que eram os Aurores do Ministério, chefiados por Harry.
- Você está bem, Mione? – perguntou Harry aflito. Por um instante Hermione lembrou-se das preocupações que ela sentia por ele na época da escola... Sentiu uma pontinha de saudade.
- Estou sim, Harry.
- Eu quero todos os cômodos da casa com dispositivos de magia e sensores mágicos! – gritou Harry pouco antes dos bruxos da sala começarem a se espalhar rapidamente pela casa – Quero uma averiguação maior na cede. Não deixem escapar nada: fios de cabelos, vestígios de magia, pedaços de roupas... Nada!
Era visível a preocupação de Harry. É claro que Mione sabia que ele era dedicado ao seu trabalho de auror, mas, no fundo, ela tinha certeza que a dedicação era especial por ser ela a vítima.
- Infelizmente terei que lhe fazer algumas perguntas, Mione. – disse Harry pausadamente depois que ficaram sozinhos na sala.
Hermione não queria voltar a se concentrar no que acontecera há poucas horas, mas não podia esconder nada.
Uma hora e meia foram necessárias para que Hermione contasse com detalhes o que havia acontecido e descrevesse como eram seus agressores. Ela procurou contar tudo da maneira mais sincera, mas omitiu a ajuda dada pelo bruxo misterioso.
Não entendia o porquê de estar omitindo esta grande informação de Harry, mas, no fundo, o que Hermione queria era não prejudicar, se esse fosse o caso, seu salvador.
- Não encontramos nada, Sr. Potter. – disse um auror alto entrando na sala.
- Continuem procurando. Não podemos deixar escapar nada! – Harry tinha um semblante sério. Estava visivelmente preocupado. Voltou-se novamente para Hermione e completou – É isso, Mione. Não quero ficar te incomodando, mas infelizmente é isso que fazemos. Precisamos fazer o trabalho sujo do Ministério.
Harry e Hermione pareceram, de repente, cair no clima pesado que os cercavam há anos novamente. O assunto acabara e Harry já caminhara para a cede quando Hermione o chamou.
- Posso te perguntar uma coisa, Harry?
- Pode.
- Por que o Rony nunca me contou que era Metamorfomago?
A pergunta pareceu pegar Harry de surpresa. Seu semblante sério ganhou ares de surpresa em segundos.
- Como você soube?
- Ouvi uma conversa da Tonks na festa de ontem... – Hermione tentava manter a compostura, mas sua voz indicava a tristeza que estava sentindo em falar sobre Rony – Por que vocês esconderam isso de mim?
- Ele me pediu para não contar... Mione, este assunto é sigiloso.
Hermione de repente teve a impressão de que o bruxo a sua frente estava lhe escondendo algo. Conhecera Harry muito bem para saber quando ele não estava sendo completamente sincero.
- Você está mentindo, Harry Potter.
- Mentindo? – a voz de Harry vacilou um pouco, mas rapidamente (e quase imperceptivelmente) voltou ao seu tom sério e firme – Hermione, não estou mentindo, nem Rony mentiu. O que acontece é que Rony demonstrou ser muito bom em metamorfomagia e isso seria muito útil em sua carreira de auror. Aurores têm seus códigos de honra que não podem quebrar. – O semblante dele ficou mais leve de repente e aquele olhar amigo tomou sua face novamente - Ele queria contar...
- Mas não contou. – Hermione não se conformara com a decisão de Rony. Por que esconder uma coisa tão importante, como aquela, dela. Logo ela que nunca tivera segredos para ele (o único talvez tenha sido o vira-tempo no terceiro ano).
Mione caminhou até o centro da sala e se sentou na poltrona perto da lareira, de costas para Harry.
- Você estudou muito tempo com o Rony...
- ... Assim como você.
- Mas vocês ainda estudaram mais dois anos juntos na Escola de Aurores. – Hermione encarava o chão e sua voz era sem muita firmeza novamente – Quero dizer, vocês tiveram muito convívio e eram amigos.
- Os melhores. – disse Harry com uma voz nostálgica.
- Ele... Ele não confiava em mim...?
Hermione tinha medo desta resposta. Ela entregaria toda sua vida por Rony. Confiava nele plenamente. Não conseguia compreender o que fizera de errado para não merecer a confiança dele.
- Você era a única em quem ele confiava. Nunca vi um amor maior do que o de vocês. Ele preservava muito isso. – Hermione olhou para trás e viu o olhar úmido de Harry ganhar cada vez mais intensidade – Ele costumava me dizer que o amor que sentia por você era amor de levar para o túmulo e guardar para toda eternidade.
Harry se calou e caminhou para o FALE depois de encarar Hermione.
- Ele era bom em metamorfomagia? – Hermione perguntou a Harry, que já passara a porta.
- Ele era o melhor.
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