Acertando As Contas
Capítulo 16: Acertando as contas
Draco aparatou diretamente do St. Mungus para as proximidades do apartamento de Harry e Hermione, no lugar em que tinha aparatado quando foi fazer a serenata para Gina. Estava ansioso para contar à ruiva que já sabia o porquê dos mal-estares dela. O frasco com a poção fazia volume no bolso do Malfoy. Em breve os problemas entre ele e a ruiva estariam resolvidos. No entanto, Draco não esquecia de Simas Finnigan e de quanto o faria pagar pelo que tinha feito. Não satisfeito em ter seduzido sua esposa ainda tinha tido a pachorra de dar a ela uma Uno para não ficar com o próprio marido? Não, isso não ficaria assim. Draco jurava a si mesmo que faria o grifinório se arrepender amargamente. Andava a passos rápidos e com pensamentos nem um pouco amigáveis na mente que mal percebeu, já estava na frente da porta do apartamento do casal Potter e Granger. A porta estava entreaberta e o loiro estranhou tal coisa. Olhou para os lados, nada nem ninguém à vista. Sacou a varinha como medida de precaução e entrou no apartamento, pronto para usá-la caso fosse necessário.
-Gina! –chamou e não houve resposta –Gina, sou eu. Onde você está? É algum tipo de brincadeira? Porque se for, você sinceramente não me pegou num bom dia. –avisou e continuou procurando.
Após ter checado todos os cômodos e ainda assim não encontrar sinal de Gina, começou a preocupar-se. Tinha notado que o café da manhã estava na mesa, mas não terminado. Para onde a ruiva poderia ter ido?
“Calma, Draco. Não deve ter sido nada demais. Talvez ela tenha resolvido fazer as pazes com os pais e voltou para a Toca. É melhor eu ir procurá-la lá.” Disse a si mesmo.
Já ia saindo, mas pensou melhor. Resolveu deixar um bilhete para Harry e Hermione:
Potter e Granger:
Eu vim aqui buscar a Gina como combinado, mas ela não estava. Vou procurá-la na Toca. É provável que ela tenha ido para lá. A Gina tinha dito alguma coisa quanto a sair do apartamento de vocês essa manhã para ir a algum lugar?
Até mais
Cordialmente, Draco T. Malfoy
Deixou em cima de mesa o bilhete e então saiu do lugar. Vendo que não havia ninguém por perto, aparatou direto no quintal da Toca. Olhou no relógio e constatou se não achasse em breve a ruiva, estaria atrasado para o trabalho. Caminhou a passos largos até a porta de entrada da Toca e bateu. Esperou impacientemente por alguns segundos e então a porta abriu-se, revelando uma Molly Weasley surpresa, mas ainda assim feliz pela presença dele:
-Draco, querido. –e abraçou-o –Entre um pouco, tome café comigo...
-Ahn...Desculpe-me Sra. Weasley, mas eu estou com pressa. –cortou-a, tentando não parecer indelicado.
-Hum, entendo. –murmurou a Sra. Weasley –Mas me diga como está a minha Gina. Ela saiu daqui e não disse nem para onde estava indo. Eu compreendo que ela esteja brava com Arthur, mas eu sou a mãe dela e fico preocupada. Então se você puder...
-A Gina não está aqui, Sra. Weasley?
-Não. –ela respondeu, confusa –Faz dias que não vejo minha filha. –disse sinceramente.
O semblante de Draco automaticamente tornou-se preocupado:
-Bem, obrigado, de qualquer maneira. –o loiro disse polidamente.
Preparava-se para ir embora, quando Molly disse:
-O que aconteceu com a Gina, Draco?
Malfoy não pôde deixar de direcionar seus olhos mais uma vez para seu relógio de pulso:
-Eu estou quase atrasado para o trabalho e...
Molly Weasley colocou suas mãos na cintura e olhou-o reprovadoramente, como se estivesse preparando-se para dar uma bronca em um de seus filhos:
-Nada disso. Você não me engana, Draco Malfoy. Faça o favor de entrar e me explicar tudinho. Eu me responsabilizarei pela sua ausência no trabalho.
Dando-se por vencido, o loiro adentrou a Toca e deixou-se guiar até a cozinha.
-Sente-se. –a Sra. Weasley disse um tanto autoritária e sentando-se também, depois dele –Coma alguma coisa, parece estar tão abatido. –completou docemente, o que fez Draco perguntar-se se ela sofria de algum distúrbio que ocasionava dupla personalidade.
Resolveu aceitar a oferta e pegou um muffin. Enquanto ele degustava o bolinho, Molly começou o interrogatório:
-Para onde a Gina foi?
Assim que terminou de mastigar, Draco respondeu:
-Para o apartamento do Potter e da Granger.
-Eu deveria ter imaginado. –a Sra. Weasley comentou, num tom de quem se punia por não ter pensado antes em tal possibilidade –Mas se você sabe onde ela está significa que vocês estão bem novamente?
-Correção, eu sabia onde ela estava. Agora a pouco fui buscar a Gina pra voltar a morar na Mansão Malfoy e ela tinha sumido, sem deixar nenhum bilhete.
-Então ela pode ter fugido de você.
-Eu acho que não. Nós tínhamos conversado e ela concordou que voltaria hoje de manhã comigo para a Mansão Malfoy.
-Deve ter alguma explicação racional para o sumiço repentino da Gina. E se ela resolveu te fazer uma surpresa e foi direto para a Mansão te esperar?
-Bem, é possível. –o loiro ponderou –Acho que devo ir até lá checar. –levantou-se –Até mais Sra. Weasley e obrigado pela sugestão. –disse e saiu antes que ela o fizesse tomar algo para acompanhar o muffin.
Draco tinha pressa. No fundo algo lhe dizia que dificilmente a ruiva estaria na Mansão, mas ele não quisera alarmar a Sra. Weasley expressando suas preocupações. Além do mais, mesmo que fosse mínima, ainda era uma possibilidade Gina ter ido para a Mansão.
Ao chegar no quintal da Toca, Draco aparatou no hall de entrada de sua da Mansão Malfoy:
-Link! –Draco chamou um dos elfos, que logo se materializou a sua frente.
-O que o Mestre Malfoy deseja? –perguntou a elfa, fazendo uma reverência.
-A Virgínia está aqui?
-Link não viu jovem Sra. Malfoy.
-E minha mãe está sozinha?
A elfa fez um gesto exagerado de afirmação ao responder:
-Sim, Sra. Malfoy sozinha a cuidar de suas flores.
-Obrigado, Link. –o loiro respondeu, fazendo com que a elfo se curvasse em reverência novamente e desaparecesse.
“Hum, parece que está na hora de rever um antigo amigo de escola.” Ele pensou, dirigindo-se até seu escritório.
Ao chegar lá, o Malfoy dirigiu-se imediatamente para a lareira. Jogou um pouco de pó de flú dentro:
-Blaise Zabini, Departamento de Mistérios, Ministério da Magia. –disse claramente antes de entrar nas chamas esmeralda.
Assim que Draco saiu da lareira do escritório de Zabini, o negro olhou-o surpreso:
-Mas que merda...?
Não pôde terminar a frase, pois Draco interrompeu-o, enquanto se aproximava da mesa dele:
-É assim que recebe um velho amigo de escola, Blaise? –e deu um sorriso de desdém –Esperava uma melhor recepção.
Blaise Zabini revirou os olhos antes de acenar para que o loiro se sentasse:
-O que esperava que eu fizesse, Malfoy? Te recebesse com flores? Não nos falamos desde Hogwarts. Enquanto você escolheu se tornar um Comensal da Morte, eu fiquei neutro. O que você quer comigo depois de tanto tempo?
Malfoy riu brevemente:
-Tenho que admitir que seria adorável da sua parte se pudesse me fazer um favor.
-Que tipo de favor? –o negro perguntou, deixando a curiosidade aflorar.
-Quero que você me diga onde o Finnigan está.
-Finnigan? Simas Finnigan? –e o loiro fez que sim –O que é que você quer com ele?
-Digamos que ele tomou algo que me pertencer, eu apenas quero reaver. –respondeu, inocentemente.
-Malfoy, isso não é ético. Não é porque eu sou um inominável que eu posso ficar informando onde as pessoas estão. Além do mais, de acordo com a Constituição bruxa, todo bruxo tem direito à privacidade e ter...
-A localização de sua residência mantida em segredo e blábláblá. –cortou o negro, demonstrando impaciência –Eu sei de tudo isso Zabini. Mas será que refrescaria a sua memória se eu dissesse que eu dei cobertura para a sua fuga quando resolveu ficar neutro?
Zabini engoliu em seco e respirou profundamente antes de dizer:
-Você joga sujo, Draco. Precisa lembrar que estou em dívida com você?
O loiro ofereceu-lhe um sorriso cínico:
-Mas é por isso mesmo que estou aqui. Como bom sonserino que sou sabia que outro sonserino não me ajudaria a menos que estivesse em dívida ou tivesse algo a lucrar.
-Está bem, eu vou te dar a informação que quer. Mas nós nunca tivemos essa conversa, entendeu?
Draco abriu um sorriso, satisfeito:
-Como quiser, Zabini.
***
Acordou sentindo dor-de-cabeça. Permaneceu de olhos fechados, tentando pensar. Sentiu maciez por detrás de suas costas e percebeu estar deitada.
“Mas eu não me lembro de ter deitado numa cama.” Gina pensou confusa.
Lembrou-se então de ter saído para atender a porta no apartamento de Harry e Mione e viu a mulher que tinha conhecido num hotel da Suiça e depois não se lembrava de mais nada.
Abriu os olhos e deu de cara com Simas Finnigan a encarando:
-Mas que diabos...?
-Oh, então você acordou, meu amor? –perguntou calmamente, fingindo não ter ouvido a indignação na voz dela.
-Eu não sou seu amor. –falou seriamente e tentou levantar-se, mas não conseguiu, pois suas mãos estavam amarradas contra a cabeceira da cama –Simas, me solta. Você ficou louco?!?
-Isso não é modo de falar com seu futuro marido, menina má.
-Finnigan, que história é essa? –perguntou mais séria do que nunca –Estou casada com Draco e eu o amo. Você precisa de ajuda médica, a sua sanidade mental...
-Vai muito bem, obrigado. –ele interrompeu-a –Você vai ser minha Gina, por bem ou por mal. Você escolhe.
-Me deixa ir, eu não vou ficar com você!
Simas riu um tanto tresloucadamente e fixou seus orbes azuis-esverdeados na ruiva. Segurou o queixo dela com força e virou-a para si:
-Ouça bem, Virginia Weasley. Você não tem futuro com o Malfoy, vocês são diferentes demais e eu tenho tentado te alertar desde o começo. Eu sou o melhor para você. Eu te amo e nunca te trairia e nem faria algo para magoá-la.
-Você está me magoando já. Eu amo o Draco e você tenta me separar dele. Por favor, você tem que perceber que eu nunca vou deixar de amar o Draco.
-Aí é que você se engana. Já ouviu falar da poção Uno? Ou será que os ouvidos da princesinha Gina foram poupados de tal coisa? –perguntou cinicamente.
-Mas é claro que já ouvi falar, sou aurora. Mas o que isso...?
-Lembra da vez em que te levei ao clube bruxo em Veneza? Eu coloquei Uno na sua bebida sem que você percebesse e a ordem que ministrei na poção é de você não se aproximar do Malfoy. Você tem lutado, mesmo sem saber, bravamente contra a poção, mas é infrutífero. Logo você sucumbira à vontade de Uno e não mais amará o Malfoy. O seu coração vai ficar livre para me amar e nós seremos felizes. –sorriu.
-Simas, por favor. –ela implorou –Me deixa ir. Eu nunca vou conseguir ser feliz ao seu lado, compreenda isso. Você não tem idéia em que inferno de culpa eu tenho vivido desde aquela noite em que...você sabe...A minha consciência não me deixa em paz.
O grifinório respirou profundamente e soltou o queixo da ruiva. Após algum tempo, começou a falar:
-Pra provar que te amo, vou te confessar a verdade, Gina. Parte o meu coração ver os seus olhos tão aflitos e cheios de culpa. Nós não transamos naquela noite. Eu apenas queria que você pensasse que nós tivéssemos, para que assim você talvez não tivesse coragem de se casar com o Malfoy.
-Como você pôde?!? –perguntou revoltada –Você fez eu me sentir indigna, um lixo. Não tem idéia do que foi para mim!
-Me perdoe, Gina. Foi por amor. Tudo por amor.
-Você é doente. –ela disse com profundo desgosto em sua voz.
A expressão dele mudou de chateada para séria:
-Você não sabe do que fala, Gina. Você é a mulher da minha vida, eu preciso ter você. –falou e ela nem ao menos olhou para ele –É assim? Você vai ser minha nem que seja a última coisa que eu faça!
Simas subiu em cima da cama e posicionou-se sobre a ruiva. Ela tentava soltar os pulsos, mas as amarras estavam firmes. Esperneou, tentando chutá-lo para longe de si, mas também foi infrutífero. Então começou a gritar:
-SOCORRO! SOCORRO, DRACO!!!
-Não adianta gritar. O seu pseudoprincípezinho não vai vir te salvar. –ele falou com satisfação.
Lágrimas grossas começaram a escorrer pela face dela. Continuava tentando empurrá-lo da melhor forma que podia e gritava para que ele a soltasse. Não estava obtendo sucesso, mas não deixaria que ele a estuprasse, não sem antes lutar o máximo que poderia...
***
O loiro sentiu um aperto no coração enquanto entrava na lareira da sala de Zabini e jogando pó-de-flu, dizia o endereço que o negro havia lhe fornecido. Sentia que Gina estava em maus lençóis, mas não sabia o porquê de ter esse pressentimento. Logo que saiu da lareira, percebeu que estava dentro de um escritório. Sacou sua varinha e apurou os ouvidos. Andou o mais silenciosamente que pôde para fora do cômodo e do corredor pôde ouvir gritos, claramente os de Gina. Pela urgência que a esposa pedia por socorro e pelas palavras que gritava, podia imaginar que em algum cômodo daquela casa, alguém a estava agarrando sem o consentimento da mesma.
Seu sangue ferveu de raiva, mas precisou controlar-se ao extremo para não perder a cabeça. Tentou descobrir de que lado o som vinha e não correu, continuou andando com passos felinos. Pouco depois descobriu a porta do cômodo em que a ruiva deveria estar.
“Alohhomora”. Fez um feitiço não verbal e abriu silenciosamente a porta.
A cena que o Malfoy viu causou-lhe diversas reações. Primeiro ele ficou pálido e o coração pareceu falhar, depois ficou vermelho e apertou a varinha com força.
O loiro viu que Simas estava por cima de Gina e tentava beijar-lhe os mamilos, enquanto ela tentava se desviar a todo custo e gritava. Não agüentando mais ver tamanho absurdo acontecer com sua esposa, o loiro avistou a varinha de Simas e convovou-a:
-Accio varinha.
Finalmente percebendo a presença do Malfoy, Simas levantou-se:
-Gostou do que viu, Malfoy? –perguntou, cinicamente Se tivesse demorado mais um pouco, poderia ter presenciado como eu mudaria os gritos da Gina de aflito para gemidos de prazer.
Draco não tirou os olhos de Simas e manteve-se inexpressivo.
“Eu sei que você quer que eu me descontrole, seu filho da puta. Mas eu não te dar chance para recuperar a varinha. Tire o seu hipogrifo da chuva.” Ele pensou “Vai me pagar muito caro.”
-Não vou cair no seu joguinho estúpido, Finnigan. Eu sei o que vi. A minha mulher não te quer nem pintado de ouro.
-Ora, seu... –e Simas correu para cima de Draco.
“Patético.” O loiro pensou.
-Petrificus totalus. –e o grifinório ficou paralisado no meio do caminho –Você é um idiota, Finnigan. Daqui a pouco eu me divirto com você, mas primeiro tenho coisas mais importantes a fazer.
Draco sentou-se num lado da cama e desatou os pulsos da ruiva. Prontamente ela se atirou nos braços dele:
-D-draco...eu tive tanto medo. Você não sabe o quanto... –e chorava copiosamente.
-Shiu. Calma, calma. Vai ficar tudo bem. –falou, enquanto acariciava os cabelos dela e retribuía o abraço de forma protetora –Eu prometo.
-Draco, tá ficando escuro... –ela murmurou e o loiro soltou-a.
Gina pendeu molemente para trás, deitando-se novamente na cama. Os olhos meramente abertos. Ciente de que aquilo era efeito da Uno, Draco pegou o frasco do antídoto que estava em seu bolso e fez com que a ruiva tomasse o líquido. Em seguida ela ficou inconsciente e Draco julgou que era efeito do antídoto.
Levantou-se da cama e caminhou até Simas:
-É agora que a diversão começa. Você vai se arrepender de ter se metido com a minha mulher, Finnigan.
Draco atou as duas mãos de Simas atrás das costas e removeu o feitiço do corpo preso. O grifinório tentou atacá-lo, mas o loiro foi mais rápido, conjurando uma parede momentânea entre os dois. Então ele conjurou um tanque de água com gelo e empurrou Simas até a borda.
-O que você vai fazer, Malfoy?
-Deveria ter se preocupado antes, agora é tarde demais. –e empurrou a cabeça dele para debaixo da água.
Simas tentava tirar a cabeça da água, mas Draco não deixava. Malfoy sentia um prazer que não sentia há tempos enquanto tinha a vida dele em suas mãos e sentia as tentativas frustradas dele, de livrar-se da mão de Draco.
Puxou Finnigan de volta pelos cabelos e viu que ele respirava aceleradamente e tossia. Ainda assim, Simas achou forçar para dizer:
-Comensal da Morte cretino, você não merece a Gina. Você é um assassino.
-E quem disse que eu vou te matar? –o loiro perguntou –Apenas vou me divertir um pouco antes de te mandar para AzKaban. –respondeu e mais uma vez a cabeça de Finnigan era forçada para dentro do tanque.
Draco repetiu o feito por mais algumas vezes e percebeu que Finnigan estava drenado de suas forças, mas o loiro ainda não estava satisfeito. Jogou Simas no chão:
-Sim, Finnigan, eu fui um Comensal da Morte e não tenho piedade de trastes que nem você. Crucio.
Draco parava e recomeçava a maldição da tortura, mantendo-a por algum tempo. Só parou quando sentiu que poderia acabar comprometendo seriamente o sistema nervoso de Finnigan. Ele então apagou a memória do bruxo para que ele não se lembrasse da tortura e deixou-o inconsciente. Sumiu com todas as provas que pudessem incriminá-lo e então pegou Gina da cama e carregou-a em seu colo.
Aparatou na Mansão Malfoy e levou-a até o quarto de ambos. Deitou-a na cama e só então prestou mais atenção nela. Os pulsos da ruiva estavam quase em carne viva por tentar livrar-se das amarras. Ela tinha marcas vermelhas pelo pescoço e topo dos seios, além de ter a frente das vestes rasgadas.
-Gina, meu amor. –ele falou tristemente –Aquele monstro machucou você, anjinho. Ele vai pra Azkaban e nunca mais vai se aproximar de você. –passou uma mão pela alva dela, acariciando.
Após beijar levemente os lábios da ruiva, Draco saiu do quarto e mandou que um elfo chamasse sua mãe. Ficou esperando do lado de fora do quarto e algum tempo depois, Narcisa Malfoy apareceu com um semblante preocupado:
-O que foi, meu filho? O elfo disse que era urgente. Você encontrou a Gina?
-Sim, mamãe. O Finnigan tinha capturado ela e levado para casa dele. Se eu tivesse chegado um pouco mais tarde o estrago teria sido pior. –e abriu a porta do quarto, permitindo que a mãe entrasse –O desgraçado tentou abusar dela.
Narcisa aproximou-se da cama e levou as mãos à boca:
-Meu santo Merlin! –exclamou ao ver o estado da ruiva –Pobre Virgínia.
-Mãe, fique aqui com ela. Eu vou falar com Arthur e contar o que o desgraçado do Finnigan fez. Tire algumas fotos da Virgínia assim para apresentarmos como prova de acusação e depois cure os machucados dela, está bem? –a voz de Draco parecia um tanto mecânica e ele parecia abalado.
-Está bem, Draco. –e lançou um olhar de pena ao conseguir enxergar a angústia que havia escondida por trás daqueles belos olhos cinzentos.
***
Draco respirou fundo antes de bater à porta do Ministro da Magia. Ao ouvir um cortês “Entre” obedeceu.
-O que faz aqui, Malfoy? –perguntou o Ministro de maneira não amigável.
-Preciso falar com o senhor.
-Sobre o quê? A minha filha brigou comigo, não tenho mais qualquer influência sobre ela. Não venha me pedir para aconselhá-la a ficar com você.
-Não é sobre isso. Quero falar da necessidade de mandar Simas Finnigan para Azkaban.
Arthur deu um suspiro cansado:
-Sente-se. –convidou e o loiro o fez –Escute, Malfoy, eu sei que não deve ter sido fácil para você aceitar que a Gina tenha ido para a cama com outro, mas não é por isso que...
-Não é dor-de-corno. –ele respondeu, mal-humorado em usar aquela expressão –O Finnigan passou dos limites. A Gina andava passando mal, então a levei até o St. Mungus e adivinhe, o Finnigan tinha feito ela tomar poção Uno. E não é só isso, hoje de manhã, quando fui informar a Gina de a culpa dos mal-estares dela ser referente à Uno, eu não a encontrei lá. Procurei-a que nem louco e fui até a residência do Finnigan e ele estava lá, tentando estuprar a sua filha. Ainda acha que ele não merece ir para Azkaban?
Arthur estava chocado com as revelações. Sabia do interesse que Simas tinha na sua filha, mas nunca imaginaria que o rapaz, que parecia ser de tão boa índole cometeria atos tão asquerosos e extremos.
-Se o que diz é verdade, então Simas Finnigan é um perigo. Vou mandar que os aurores o coloquem em Azakaban enquanto não for o julgamento. Hum... –e as orelhas do ruivo ficaram vermelhas de vergonha –Obrigado por ter salvado a minha filha.
-Não foi nada, eu amo a sua filha. –Draco respondeu e retirou-se.
Pela primeira vez Arthur Weasley sentiu real orgulho do genro e acreditou que Gina tinha feito a escolha certa ao se casar com o jovem Malfoy.
N/A: Plz, comentem!
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