O Departamento de Mistérios
O escuro lembrava Harry da masmorra vista no primeiro dia de aula. Aquilo não podia ser normal, ele não podia estar lá mesmo que tudo aquilo parecesse muito real. A luz que iluminava a masmorra tinha o mesmo tom verde da anterior.
Um ruído tirou a atenção dele, seu rosto se virou e ele pôde ver uma sombra se aproximar. Era um comensal que, ao chegar no pé de uma pequena escadaria que levava até Harry parou, o comensal se ajoelhou e educadamente se apresentou.
- Estou à sua disposição milorde.
- Bem vindo de volta Régulo – Disse Harry com um tom áspero – Onde ele está?
- Nós deixamos seu livro no Balli Canyon.
Em um movimento ágil Harry tirou sua varinha e apontou para o peito do comensal, logo após gritando “Crucio!” fazendo o comensal rolar de dor no chão.
- Onde está sua cautela? – Disse Harry depois de parar a maldição – Nunca mencione sobre a existência do livro em voz alta novamente está bem?
- Sim milorde.
- Agora se retire!
O comensal não se atreveu a responder nada com medo de fazer algo errado e foi logo se levantando e se retirou da “sala”. Harry se levantou da cadeira onde se encontrava e foi lentamente até um espelho que se encontrava abaixo da escadaria.
Ao entrar na frente do espelho Harry pôde se ver como o Lorde Voldemort. Ele deu um pequeno riso e murmurou para si próprio, “Lá ninguém poderá encontra-lo. Seus dias vão chegar ao fim Potter”.
Harry acordou ensopado, pela primeira vez o sonho havia mudado. Desta vez ele podia ter certeza que aquilo não podia esperar, eram muitas revelações sendo feitas. Harry se trocou e foi levantando para ir atrás de Quim quando uma voz o chamou.
- Você não pode fazer isso agora – Disse o retrato de Dumbledore.
- O que?
- Quim não está aqui Harry.
- E como você pode saber?
- Esqueceu do meu método de comunicação? Eu levo suas informações para a Ordem, e trago informações dela para você.
- Onde ele foi?
- Estamos na lua cheia, e agora, encontrar “o livro” virou uma prioridade. Ele está procurando.
- Mas ele falou que já havia encontrado!
- Não, ele falou que haviam chances de ter encontrado. Afinal qual o seu problema? Ainda não conseguiu fechar a mente?
- Não.
- Você devia estar praticando Harry – Disse Dumbledore severamente – Você tem a menor idéia de como o Prof. Snape conseguiu entrar aqui Harry?
- Pelo “livro”.
- Exato, mas você sabe como ele conseguiu a informação de qual era o horário exato de sua aula? Ou como ele sabia que você tinha uma aula?
- Não.
- Através de você. Ou você acha que só você pode ver a mente de Voldemort?
- Como assim?
- Você e Voldemort “trocam” informações. Enquanto você tem um sonho sobre a mente dele, ele tem um sonho sobre a sua mente Harry. Entenda isso, Ele vê o que você vê.
- Então eu lhe disse como chegar até aqui? – Perguntou Harry
- Claro. A esse ponto ele já deve saber a senha para entrar aqui.
- Então a escola não é mais segura!
- Claro que é!
- Como ela pode ser se os comensais podem entrar aqui?
- Voldemort não veio aqui para pegar seus amigos, e sim você.
- O que isso muda?
- Muda tudo!
- Por quê?
- Porque você está sendo vigiado o tempo todo em que está no castelo! Então a hora que Voldemort tem mais chances de te pegar seria durante a noite.
- Mas você disse que ele já deve saber a senha!
- Mas mesmo com a senha ele não iria conseguir entrar.
- Por quê?
- Acho que hoje eu já respondi perguntas demais. Durante a manhã você vai ver.
Harry voltou a se deitar, mas não dormiu, seus pensamentos o atormentavam. Naquele exato momento Voldemort poderia estar entrando no castelo.
No dia seguinte, logo ao sair do Salão Comunal da Grifinória Harry viu o que Dumbledore havia dito no dia anterior.
No lugar do quadro da Mulher-Gorda, havia um quadro de ninguém menos que o próprio Dumbledore. Só que ele não parecia ao que ficava junto com o de Harry, mas sim o que ficava na parede do Largo Grimmauld.
- Oi Harry, como vai? – Disse Dumbledore – Entendeu o que quis dizer?
- Como você sabe o que aconteceu ontem? Você é um outro quadro não é?
- Sim, mas nós conversamos entende.
- Vocês são loucos – Disse Harry.
- Não se preocupe. Eu vou guardar suas coisas muito bem, só vou deixar passar quem tiver um sapo de chocolate para me entregar.
- Mas como vão fazer o sapo entrar na pintura?
- Aí é que está a questão. Ninguém vai poder passar.
Durante a manhã Harry novamente não encontrou Rony e Mione, não conseguia imaginar o que estariam fazendo. Essa ausência acabava deixando Harry muito preocupado, mas no momento já tinha uma nova preocupação, encontrar Quim.
Harry corria pelo corredor que levava até à sala dele, finalmente havia chegado. Ele parou na porta e bateu três vezes por precaução, mas logo uma voz veio adverte-lo.
- Ele não está ai Harry – Disse Nick-Quase-Sem-Cabeça – Eu vim reclamar que alguns alunos do quarto ano estão jogando livros pela minha barriga, mas não encontrei ninguém.
- Talvez ele esteja na sala dos professores –Arriscou Harry tentando não perder a esperança.
- Eu havia me esquecido dessa possibilidade! Você é um garoto muito astuto Potter! Você é tudo que andei procurando nos últimos anos!
- O quê quer dizer com isso?
- Oras! Eu não posso ser o fantasma da Grifinória para sempre! Você é admirado por muitos, todos te conhecem, é um garoto muito corajoso e muito astuto. Você é um exemplo perfeito de como um aluno da Grifinória deve ser! O que você acha?
- Ultimamente eu tenho pensado muito sobre o que vou fazer quando morrer Nick – Disse Harry meio embaraçado – No momento só quero encontrar o Prof. Shacklebolt.
- Quem quer me encontrar? – Disse Quim chagando mais perto de Harry e Nick.
- Ambos professor – Respondeu Harry.
- Parece-me que o assunto do Sr. Potter é mais importante Prof. Shacklebolt – Disse Nick – Se importa se eu passar por aqui mais tarde?
- De modo algum Nick.
Lá estava Harry novamente, na sala de Quim, com o tempo Harry percebeu o quão acolhedor aquele lugar parecia.
- O que quer comigo novamente Harry?
- Eu preciso lhe contar sobre meus sonhos professor.
- Tem algo a ver com Voldemort?
- Sim. É um sonho que vem se repetindo ultimamente.
- Você sabe o quê ele procura Harry?
- O que quer dizer com isso?
- Você não é bobo. Você sabe, que se ele ainda não está do seu lado para te matar, é porque falta algo. O quê é?
- Eu também quero saber. Dumbledore me contou que eu tenho algo do Departamento de Mistérios. Algo trancado em uma porta lá, e no meu sonho é isso que ele quer. Ele chega até a porta, mas não consegue abrir.
- Dumbledore te disse que tem algo lá que também tem dentro de você?
- É, isso mesmo.
- E você ainda não percebeu o que Voldemort quer garoto? Ele não sabe o que tem lá, sabe?
- Acho que não.
- Então é óbvio o que ele quer. Ele não conseguiu te matar durante dezessete anos Harry, tudo que ele quer agora deve ser saber o que você tem de especial. Por que ele não pode chegar até você. É isso que ele quer saber. – Disse Quim com um estranho olhar em seu rosto – Bem, no final não era tão importante era?
- Na verdade eu ainda nem cheguei na parte importante.
- Qual?
- Esta noite o sonho foi diferente. Eu era Voldemort esta noite. E acabei descobrindo algumas coisas.
- O que? – Quim parecia ficar cada vez mais ansioso para saber o que Harry queria lhe dizer.
- Régulo Black não está morto professor, eu vi ele, e ele parece ser um comensal importante agora.
- Como você pode saber?
- Por causa da missão que Voldemort passou para ele. Régulo foi quem escondeu “o livro”, mas isso não chega perto da informação mais importante que eu “recebi”.
- O que foi Harry? – Quim parecia que estava se preparando para pular encima de Harry se ele não lhe contasse o que descobriu.
- Eu sei onde “o livro” está.
- ONDE? – Agora Quim estava berrando de alegria.
- Balli Canyon, então quando vamos? – Mas agora a expressão de alegria no rosto de Quim havia desaparecido.
- O que quer dizer com “vamos”. Você não vai para aquele lugar!
- Mas vocês disseram que se eu voltasse para Hogwarts vocês me dariam permissão para ir atrás das horcruxes.
- Harry se você for para lá você vai morrer!
- O que tem lá afinal? – Harry começara a gritar agora.
- Ninguém sabe. Ninguém voltou de lá nos últimos meses.
- Por que meses? – Agora tanto Harry quanto Quim já estavam se acalmando.
- Porque até o ano passado não havia nada lá, mas há três meses atrás um grupo de turistas perdidos desapareceram por lá, então foram mandados dois aurores para o local, e ninguém nunca mais viu ninguém voltar de lá. O local é considerado um túmulo, se você vai para lá não tem mais volta.
- Eu vou!
- Você por um acaso é louco?
- Eu não tenho medo do que não vejo! – Harry parou por um instante, mas não conseguiu agüentar, e soltou tudo que vinha segurando nos últimos meses. – ELE MATOU MEUS PAIS! ELE MATOU CEDRICO NA MINHA FRENTE! POR CAUSA DELE SIRIUS ESTÁ MORTO! E QUANDO NINGUÉM QUIS ACREDITAR EM MIM DUMBLEDORE ME AJUDOU, TETE ADIVINHAR O QUE ELE FEZ? – Mas Harry não esperou por uma resposta – ELE MATOU DUMBLEDORE! O QUÊ VOCÊ QUER QUE EU FAÇA? ESPERAR QUE ELE VENHA MATAR AO RONY? MATAR A HERMIONE? OU VOCÊ QUER QUE EU ESPERE QUE ELE VENHA ME MATAR?
- Se você ficar ele vai ter dificuldade para chegar até aqui e te matar, mas se você for lá você estará se entregando nas mãos dele para que ele te mate.
- Pelo menos morrerei lutando – Disse Harry saindo da sala de Quim.
- Como seu pai – Murmurou Quim antes que ele saísse – Nunca desistiu.
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