O Princípio do fim
Capitulo 20
O regresso à escola foi para Harry um redobrar de preocupações. Vincado pela conversa perturbadora, que ele ouvira naquela madrugada entre os pais de Gina. Quando se dirigiu ao banheiro para passar um pouco de água fria na cicatriz, que dilacerava mais do que nunca.
Não tinha sido sua intenção, mas o choro descontrolado da senhora Weasley ouvia-se no corredor.
- Artur está a chegar o momento. O confronto final está prestes a chegar.
- Eu sei querida, mas precisamos ter esperança. Harry saberá cuidar de Gina.
- Eles ainda são uns garotos…
- Eles terão poderes suficientes para se defender.
- Mas como Artur? Se Dumbledore exonerou os dons…
- Tenha fé querida o professor sabe o que está a fazer. Além disso não existe outra forma, é assim que vai ter que ser…
- Oh Deus, eu não sei se vou aguentar.
- Vai sim…além disso precisa descansar para restabelecer as suas forças. – O senhor Weasley aquietou com palavras. – Vou buscar um copo de água para você…
Naquele momento Harry correu para o quarto, antes que descobrissem que estava acordado.
Horas depois já em Hogwarts Harry ainda se sentia abalado pelas lembranças do que escutara naquela noite. Por isso talvez a sua intuição o tivesse levado a procurar o velho Mago para ter um diálogo.
Gina ficara de conversa com Luna, Mione e Rony após a chegada. E ele aproveitou a circunstância para ir falar com Dumbledore. Porém a meio do caminho, a professora Minerva e Snape o abordaram de forma tensa.
- Onde vai Harry?
- Minerva perguntou muito séria.
- Falar com o professor Dumbledore. – Respondeu com uma sensação pesada de abominação.
- Ele não está no escritório. – Informou Snape com uma voz austera.
- Não está…mas…?
- Venha connosco. Acho que precisa ver uma coisa. – A professora instruiu.
Harry sentiu um frio no estômago. Antevendo um ambiente carregado e sombrio pairando sobre o Castelo e a julgar pelos semblantes dos dois feiticeiros mestres, algo de grave estava a decorrer.
- Professor Snape, acho que deveria ir orientar os nossos colegas, para encaminharem os alunos para o jantar.
- Tem razão colega. – Assentiu de forma grave e se afastou pelo corredor afora.
Entretanto a professora Minerva conduziu Harry em direcção à Ala hospitalar, para uma zona mais discreta onde ele nunca tinha estado.
Um Biombo separava uma cama das restantes e quando Harry avançou até ela, um tremor lhe percorreu o corpo, ao perceber a figura abatida de Dumbledore recostado numas almofadas e com uma palidez, que nunca lhe tinha visto.
- Dum…bledo…re… – murmurou aterradoramente abalado com a aparência do Velho Mago.-… O se…nhor…o…que…
- Estava à sua espera. – Falou com voz arrastada.
- O que lhe aconteceu?!...
- Isto vai passar… Harry. Mas agora preciso que me oiça.- Pediu rouco.
- Mas…?
- Você precisa saber…Voldemort…ele se adiantou…ele conseguiu chegar à Gema do Poder Sagrado…
- Eu sei Mione leu a notícia no Profeta Diário. Calculei que tivesse sido ele.
- Ele…ele sabe que ao tocar a superfície que protege a Gema, poderá evocar a exoneração de poderes e o enfraquecimento dum feiticeiro superior, neste caso…a minha pessoa…foi o que ele fez comigo… Me colocando neste estado para me debilitar – …e assim conseguir resgatar a sétima… para atingir a purificação e a glória poderosa que se esconde dentro da Campânula que refugia a Poção ancestral…
- A sétima?
- Gina… – Falou num fio de voz -…ela…é a sétima filha…duma família de feiticeiros de sangue puro…dotada duma enorme bondade… – tossiu ligeiramente e continuou - … Voldemort quer se ligar a ela, para conseguir tomar a poção e ascender ao Comando do Mundo Mágico e Não mágico.
- Porquê ela Senhor? Deve haver pelo mundo centenas de feiticeiras que são a 7ª filha e…
- Não com a particularidade a que se refere as características inscritas na Campânula da Gema do Poder Sagrado.
- Como assim? – Harry perguntou perturbado.
- Ela é a sétima filha, da última das sete gerações da família descendente do Mago ancestral e criador da Gema do Poder Sagrado….Os Weasleys são descendentes do Mentor da Poção…- Dumbledore se sentou com esforço na cama - Ela é a sétima que já foi tocada pelo mal mortífero e também a única que conseguiu sobreviver. Só ela é a detentora suprema, para activar os poderes da Poção Poderosa, ao feiticeiro que a ingerir antes de se unir a ela…
- O Ritual da Coligação… – murmurou chocado.
- Aposto que Mione lhe adiantou alguns pormenores sobre o activar da Gema… - esboçou um sorriso apagado.
- Sim foi…
De repente um barulho ensurdecedor fez tremer o chão e uma gargalhada cavernosa eclodiu pelo ar. A enfermeira e a professora Minerva se aproximaram muito pálidas.
- O que se passa? – Harry perguntou perturbado e confuso.
- Está na hora… - murmurou Dumbledore com ar pesado. - … Minerva abra o portal atrás da minha cama, Lupin e a Ordem da Fénix estão à espera do sinal.
- Meu Deus os alunos…eles não deviam ter vindo… – a feiticeira assentiu com voz trémula.
- Eu sei…mas ele se adiantou a nós…- O director constatou circunspecto.
- O senhor quer dizer Voldemort? – Harry questionou abalado.
Naquele momento Snape invadiu a Ala Hospitalar numa correria desenfreada com a cara a escorrer sangue.
- Dementadores e Comensais… Eles adormeceram a maioria dos alunos que estavam no pátio e apanharam Gina !!! - Gritou ensandecido. – Ele está cá dentro!!!
- Nãããooo!!! – Harry gritou desesperado começando a correr como um doido em direcção à saída.
- Harry espere! Eu preciso lhe contar… - Dumbledore tentou pará-lo.
- Não…não há tempo senhor!
- Escute só isto…- O velho Mago implorou mais uma vez.
- Diga logo por favor! - Harry gritou enquanto sentia a cicatriz a arder de forma implacável na testa,
- A profecia diz que você tem poderes que Voldemort desconhece. Se concentre nisso. A sua profecia e a Gema do poder Sagrado são aliadas.
Harry acatou transtornado e correu como um louco pelos corredores. A dor se acentuava cada vez mais, enquanto a obscuridade tomava conta do Castelo. Mas ele estava disposto a encontrar Gina, e nem aquela dor insuportável o fazia recuar.
Já tinha calcorreado a maioria dos corredores. Quando percebeu que Voldemort havia feito um feitiço de desorientação, para que ninguém encontrasse a saída. Por isso fechou os olhos pensando” o que parece não é”, se encaminhando pelo olfacto e pelo tacto. Depressa percebeu que o local ia ficando mais húmido. E o soalho se transformara em lama escorregadia. Harry podia sentir um cheiro nauseabundo entrar-lhe pelas narinas.
"Gina onde está você? " Pensava cada vez mais desesperado. E enquanto mergulhava na escuridão. Podia sentir por perto diversas criaturas estranhas que associou aos Dementadores.
Tropeçou por diversas vezes, sentindo o Manto a prender e a rasgar-se ao mesmo tempo. Despiu o que restava dele e avançou sondando através dos seus poderes sensoriais o trajecto a seguir.
Um gemido ali perto, alertou-o para o caminho a seguir. Foi quando chegou a um local ainda mais sombrio e horrível. Uma brisa gelada atingiu-o, quase ao mesmo tempo em que abria os olhos e vislumbrava o enorme salão nobre transformado, num Desumano altar satânico, com uma gigantesca estátua de pedra em forma de serpente, firmada ao fundo da Alcova. Perante uma assistência estudantil, agrilhoada entre as paredes húmidas e umas grades de ferro forjado, que impedia a sua evasão. E que olhava com os olhos latejantes e verdadeiramente chocados, face ao cenário macabro a que estava sujeito e tortura da jovem Weasley que se debatia sem sucesso para se soltar das amarras que a mantinham obrigatoriamente deitada sobre o altar que estava colocado por baixo do ofídio Sonserino.
- GINA!- gritou horrorizado com a imagem à sua frente. A tragédia da Câmara Secreta parecia se renovar. Correu desesperado e caiu de joelhos junto da jovem, tentando soltá-la daquela tortura lúgubre, mas em vão...
Uma gargalhada cavernosa soou nas suas costas e antes de se voltar, Harry já sabia quem era. Principalmente porque a sua cicatriz queimava como brasas.
- Voldemort… - murmurou com asco se levantando e ficando de frente para o seu inimigo letal.
(CONTINUA…) COMENTEM PLEASE!... só já falta um capitulo ;)
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